Feito Tatuagem: nesse 'Setembro Amarelo' é possível refletir sobre a depressão e suicídio sem dizer uma só palavra

Imagens preto e branco, tatuagens, palavras escritas e expressão. Esses são os elementos da exposição Feito Tatuagem que está sendo realizada no Metrô do centro de São Paulo. O projeto foi criado por Sérgio Santoian e Louise Helène que agruparam vários artistas renomados com o intuito de trazerm uma reflexão sobre a saúde mental durante o Setembro Amarelo. 

A mostra Feito Tatuagem conta com a fotografia de Sérgio Santoian e a maquiagem e arte plástica de Louise Helène. A dupla resolveu fazer seu trabalho na estação Trianon-Masp, da Linha 2-Verde do Metrô de SP, com o objetivo de impactar os transeuntes que passassem no local. Cada artista, ator ou atriz foi selecionado para escolher uma palavra impactante, ou seja, uma mensagem advinda do interior de cada um. Após a escolha, a palavra era transcrita nos corpos (principalmente nos rostos) dos modelos, como uma tatuagem. 

Palavras como INDIFERENÇA, AMOR, ABRAÇO, TERNURA e DOR foram retratadas nessa série de fotografias com o intuito de gerar reflexão e diálogo sobre a depressão e também sobre outras possíveis causas do suicídio. Os autores do projeto e os artistas mostraram que é possível tocar através da arte nua e crua, tatuando na pele e atingindo milhares de pessoas sobre esse assunto difícil, mas que necessita, sempre, de uma abordagem.  

O interessante é que os artistas não precisaram falar nada para passar a mensagem. Os autores Louise e Santoian explicaram mais da composição do projeto (com grifos):

"Gostamos de dizer que o projeto é o nosso grito mudo, uma maneira de comunicar sem falar. É por meio da experiência plástica e imagética que convidamos as pessoas a refletirem. Todos esses encontros promovidos através do projeto nos melhoram como seres humanos e como artistas. Acreditamos na sua potência transformadora, que nos mantém abertos para um constante diálogo."

É como se a postura corporal, a tatuagem e a expressão visual já dissessem muita coisa. Por exemplo, na imagem acima a mensagem foi bem captada, ou seja: as pessoas com deficiência física são vistas de forma indiferente, assim como os depressivos. 

O projeto Feito Tatuagem foi idealizado, ganhando corpo em 2019, quando os autores sentiram a necessidade de expressar angústias, perplexidades e perspectivas de vida. O corpo fala. As expressões também. E para provar que o corpo e as expressões falam comentarei algumas das imagens do projeto, bem como as palavras utilizadas. 

INTEIRO. Tudo que um depressivo deseja é juntar seus pedacinhos e tornar-se uma pessoa inteira, plena, como o modelo da foto. 

ABRAÇO. um abraço cura e transforma. Um abraço pode mudar tudo. O artista está com uma feição como se quisesse ser abraçado por alguém. Talvez o que uma pessoa depressiva precisa não é de um discurso motivador ou de um diálogo, mas sim de um abraço. Ele, muitas vezes, basta.

RESISTA. A artista não precisou dizer nada, sua postura corporal e facial disseram por ela. A dor? Resista. A depressão? Resista. Saiba que você é mais forte que tudo isso. 

RESPEITO. A atriz Ana Lúcia Torres está com uma feição séria, como se quisesse algo das pessoas. O que ela quer é respeito. Respeito por sua condição. Cor de pele. Ou por quem ela é. Assim é com os depressivos, pessoas com deficiência ou com transtornos mentais: eles querem ser respeitados como pessoas, em suas essências. Não é preguiça, defeito ou nada do tipo. 

DOR. Já dizia certo alguém (que não me recordo agora) que "cada um sabe A DOR e a delícia de ser o que se é". Ou seja, só conhece a dor quem passou por ela. O artista está com uma fisionomia e uma postura corporal de dor, representando o que depressivos passam todos os momentos. 

FÉ. Já dizia a música: "Andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar". A atriz parece olhar para a fé, ou seja, um ponto de esperança na vida. Em nossas vidas, precisamos ter fé (e aqui eu não digo que é obrigatório se você não crer em Deus acreditar N'Ele!) para termos êxito e um motivo de viver. Aos depressivos e pessoas com pensamentos suicidas digo: tenha fé, pois esses dias difíceis irão passar. 

ACOLHER. O ator está com um rosto como se quisesse ser acolhido ou abraçado. E no final das contas, o que os depressivos mais anseiam é serem acolhidos. 

AMOR. Já dizia o apóstolo Paulo: "sem amor eu nada seria". Esse sentimento que precisa ser cultivado cada vez mais na sociedade. O amor precisa ser expressado mais por atitudes do que por palavras. O artista está de olhos fechados com uma feição plena como se já tivesse sido inundado por esse sentimento. Se você quer ser amado, ame primeiro. Que as pessoas depressivas possam ser amadas, esse é o meu desejo. 

TERNURA. Sentimento ligado ao AMOR. Aqui a artista está sorrindo, tanto com os lábios como com o olhar. Que ofereçamos um olhar terno e de amor a quem precisa. 

UNIÃO. O ator anseia e reivindica a união entre as pessoas. Só assim venceremos. 

SOBREVIVENTE. Uma salva de palmas às pessoas que passaram por um momento depressivo ou por pensamento suicidas. Elas são sobreviventes. 

SORRIR. "Sorrir ainda é o melhor remédio", já dizia uma frase famosa. Por isso, faça como essa atriz e sorria, mesmo que não tenha motivo. Existem estudos que quando você sorri movimenta os músculos da face além de produzir substâncias no organismo. 

SILÊNCIO. Ele diz muito e o que as pessoas depressivas querem é serem ouvidas, apesar do silêncio. 

CAMINHO. Existe um caminho e uma esperança para quem passa por problemas difíceis. Acredite. 

OUÇA. Uma pessoa na condição de depressão quer ser ouvida, por isso ouça-a. O ator ficou com uma pose séria para alertar isso. 

PACIÊNCIA. Leopoldo Pacheco fez uma feição como se estivesse tímido. Ou seja, como se as pessoas não dessem ouvido e nem agissem com paciência com ele. 

REAJA. Por mais que não existam forças dentro de você. 

SIM. "Existe cura para a depressão?". A resposta é SIM!

REVER REVOLUÇÃO. Que conceitos possam ser revistos para que a revolução aconteça. Saiba que uma pessoa depressiva não tem preguiça, ela apenas passa por um momento complicado. 

Perceberam como é um projeto que fala muito, sem dizer uma só palavra? (Aliás, as palavras estão pelos corpos dos artistas rsrsrs) O ator Rainer Cadete também participou de Feito Tatuagem, com uma imagem colorida, em que ele grita e parece que o ouvimos. Veja a imagem:

O ensaio pode ser visto por qualquer pessoa que circular pela estação e precisar pegar o metrô. 

Finalizo esse texto com uma mensagem positiva, utilizando as imagens e palavras desse post. Não seja INDIFERENTE às pessoas depressivas, com transtornos mentais ou deficientes. RESPEITE-AS, AME-AS e aja com TERNURA. Tudo que elas precisam é de um ABRAÇO e de serem ACOLHIDAS. Há um CAMINHO de UNIÃO. Por isso, OUÇA o SILÊNCIO das pessoas depressivas. Tenha PACIÊNCIA com elas. REVEJA os seus conceitos, para que a REVOLUÇÃO aconteça. 

Às pessoas que estão passando por momentos difíceis, digo: tenha FÉ, essa DOR irá passar. Você é um SOBREVIVENTE. SIM, tem cura no seu CAMINHO. Por isso, REAJA, RESISTA e SORRIA. Chegará o momento em que você será INTEIRO novamente. J-J

#setembroamarelo

#vocênãoquermorrer 

MAIS INFORMAÇÕES

Exposição Feito Tatuagem 

Instagram: Sergio Santoian 

Instagram: Louise Helène

Por: Emerson Garcia

Você não precisa ser gorde para lutar contra a gordofobia

Qual é o sinônimo que você tem sobre beleza?

Padrão estético, padrão social... Isso realmente importa?

O que é o corpo prefeito na sua concepção?

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Você não precisa fazer parte da comunidade LGBTQIA+ para lutar contra a LGBTQIA+FOBIA

Pensar em uma resposta para estas perguntas não deve ser uma tarefa difícil. Mas, para ser bem sincero, isso é mais complexo do que se possa imaginar. Como responder perguntas como estas vivendo em uma sociedade onde o que é bonito, é o alto, magro, branco, o olho claro, o corpo torneado, o cabelo perfeito, o famoso "padrão de beleza" ?

Sociedade essa que impõe que o bonito é ser assim e seguir esse padrão, fazendo com que jovens entrem em um estado de autoflagelação se castigando de forma degradante para atingir um padrão estético imposto, as vezes deixando de se alimentar, as vezes passando por procedimentos estéticos contra a própria vontade ou muita das vezes colocando dois dedos em suas gargantas para vomitar o que comeu, levando a um estado de anorexia. Dados apontam que há 16.992 casos da doença, registrados em 17 países diferentes. 

De uma forma preocupante a gente percebe que essa tal "padrão de beleza" não só é irrelevante mas também homicida, levando a doenças psicológicas como a bulimia que afeta mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil, depressão, ansiedade, e consequentemente ao suicídio. 

Esse padrão estético realmente importa? Vale a pena humilhar uma pessoa pelo simples fato dela ser gorda? Vale a pena causar danos psicológicos nessa pessoa que as vezes tem problemas crônicos simplesmente para satisfazer seu ego? A intenção é você se olhar no espelho e amar o que está vendo, e você olhar para o próximo com carinho e respeito, enaltecendo as qualidades pessoais e não os defeitos físicos. Se é que há defeito físico nisso. Pode até soar clichê, mas a beleza, a verdadeira beleza, vem de dentro de você, da sua personalidade, da sua simpatia, do seu caráter.

O corpo? Ele envelhece. Mas sua essência, ela permanece jovem para sempre...

Você literalmente não precisa ser gorde, para lutar contra a gordofobia. J-J

Por: Arnaldo Woosters, especialmente para o JOVEM JORNALISTA

Séries rápidas e leves para assistir na quarentena

Durante a quarentena do JOVEM JORNALISTA recebi uma sugestão de post da Pâm Possani do blog Interrupted Dreamer. Ela disse o seguinte:

"Traga 5 séries rapidas pra gente ver nessa quarentena nos serviços de streaming, que tal? Se for sem corona virus melhor ainda kkkkkk

Beijos e boa quarentena!

Pâm"

Pâm, seu desejo é uma ordem! Nesse post apresento 5 séries relativamente rápidas e, sobretudo, leves para assistir nessa quarentena. Acredito que a maioria das pessoas está com tempo de sobra. Sei que nesses tempos o tédio bate, e não temos nada para fazer. Assistir séries pode ser uma saída para deixar o dia mais agradável, apesar do caos e das notícias tristes que ouvimos, lemos e assistimos todos os dias. 

As séries recomendadas nesse post são, em sua maioria, de comédia, mas isso não quer dizer que não tenha um momento dramático aqui ou ali. O post funcionará da seguinte forma: apresento a série com uma sinopse básica e pontuo as minhas impressões. Após isso, coloco dados adicionais dela: quantidade de temporadas e episódios; duração do episódio; onde assistir; status; e a produtora responsável. Finalizo com o trailer de cada série. Bom post!

1- The Last Man on Earth

Em um mundo pós apocalíptico, gerado por um vírus letal, o último homem da terra, Phil Miller, tem que sobreviver à essa nova realidade. O que fazer para sobreviver e acabar com o tédio? Ele tem as mais diferentes ideias. Mas será mesmo que ele está sozinho no mundo inteiro? Será que ele irá encontrar outra pessoa viva na terra? Será que ele deixará de ser solitário e terá uma companhia feminina?

Uma série leve e divertida, em que cada episódio tem bons ganchos e plot twists. A solidão de Phil, que levava uma vida pacata como funcionário de banco, é interessante, chegando a ser engraçada e hilária. A série lembra o filme Náufrago e tem até referências à ele. Já rolou um Quinta de série dessa série, leia aqui. 

Temporadas I Episódios: 4 temporadas I 67 episódios

Duração do episódio: 25 minutos

Onde assistir? -

Status: concluída

Realização: FOX

2- One Day At a time

Centrada numa família americana com raízes cubanas, composta por uma mãe recém-divorciada e ex militar que necessita criar sua filha adolescente e o filho mais jovem, com a ajuda de sua mãe, uma cubana conservadora, e seu amigo Schneider.

Ainda não assisti à produção, mas sei que irei gostar. A série trata de relacionamentos familiares de uma forma didática, além de salientar assuntos que não se acostuma se falar abertamente, como homossexualidade. Com certeza aprenderei muito com a série, além de sorrir. 

Temporadas I Episódios: 4 temporadas I 47 episódios

Duração do episódio: 30 minutos

Onde assistir? Netflix

Status: em hiatus

Realização: Pop

3- The Good Place

Eleanor Shellstrop está morta e é enviada para o Good Place - ou Bom Lugar - um sítio que pode ser considerado como paraíso e para onde vão todas as pessoas que praticaram a bondade durante suas vidas. Acontece que tem algo de errado: Eleanor Shellstrop não foi uma pessoa boa e não merecia estar ali. E agora, será que ela conseguirá esconder a verdade de Michael ou será eventualmente enviada ao Bad Place?

Falei da série recentemente no blog (clique aqui). The Good Place me conquistou por tratar da temática de vida após à morte com certa leveza, mas sem ser uma série cabeça que discorreu de assuntos filosóficos e morais. Cada episódio de TGP tem excelentes ganchos, plot twists e cliffhangers. E o melhor de tudo, você não precisa gostar de religião ou filosofia para assistí-la! Acredito que foi uma das produções que vi mais rapidamente em toda minha vida de seriados! 

Temporadas I Episódios: 4 temporadas I 50 episódios

Duração do episódio: 25 minutos

Onde assistir? Netflix

Status: terminada

Realização: NBC

4- Marlon

Marlon é um pai desajeitado, mas amável, que tem a missão de tentar criar seus filhos juntamente com sua ex esposa. O divórcio dos dois tornam as coisas mais difíceis, uma vez que eles terão que conviver na mesma casa, tendo o desafio de criar uma criança e uma pré-adolescente. Marlon é irresponsável, brincalhão, youtuber; enquanto sua esposa é o oposto dele, extremamente séria, correta e metódica. Já viram que a série terá muita confusão, não é? Apesar dos pesares, para Marlon e Ashley a família sempre vem antes de mais nada. 

Mais uma série levinha, cheia de cenas engraçadíssimas e outras sem noção. Se você gosta dos irmãos Wayans, gostará de Marlon. A produção é de autoria do irmão do criador de My wife and kids, Marlon Wayans. O legal é que o criador não precisou inventar um personagem para si, já que ele interpreta ele mesmo, o que tornou o show mais intereressante ainda. Apesar do foco ser na comédia, Marlon ensina muito. Já falei da série (clique aqui). 

Temporadas I Episódios: 2 temporadas I 20 episódios

Duração do episódio: 25 minutos

Onde assistir? Netflix

Status: terminada

Realização: NBC

5- It's Bruno

A série conta a história de Malcolm Bartello, um morador do Brooklyn, que passa seus dias cuidando de Bruno, seu cãozinho de estimação querido, e faz questão de garantir que seu melhor amigo seja respeitado e bem visto pela sociedade. 

Outra série que ainda não tive a oportunidade de assistir, mas tenho vontade. A série é ideal para assistir no aconchego do lar na companhia do pet enquanto se identifica com as situações que todo dono de cãzinho passa. 

Temporadas I Episódios: 1 temporada I 8 episódios

Duração do episódio: 15 minutos

Onde assistir? Netflix

Status: na bolha

Realização: Netflix

Essas foram algumas séries rápidas e leves para assistir na quarentena. Pode ser que role a parte 2. E você, concorda com a lista? Adicionaria mais alguma? Diga nos comentários! J-J

Por: Emerson Garcia

Mare Andrello e suas criações nostálgicas em 3D

A designer paulista Mariana Andrello, de 27 anos, tem feito sucesso nas redes sociais ao recriar objetos do cotidiano brasileiro a partir de modelagens 3D que enaltecem a nostalgia, carinho e arte conceitual. Sério! Quando vi suas criações fui levado ao passado, pois muitas retratam minha infância. Os objetos modelados vão do joguinho Aquaman até a pitchulinha da Antarctica que vinha com uma Pokebola. 

É tão realístico o trabalho da Mari, não é mesmo? Tudo foi criado com muito carinho e dedicação em um aplicativo de modelagem 3D, o Blender. Sua paixão pela arte 3D surgiu na época da faculdade de Design Gráfico, quando ela precisou aprender a criar figuras tridimensionais. A partir disso, ela passou a divulgar seu trabalho pelo Twitter, o que gerou saudade e nostalgia nas pessoas. Um dos trabalhos que fez dela conhecida foi a modelagem que fez de uma mesinha de buteco amarela e cadeiras de plástico. Veja:

100 dias sem boteco pic.twitter.com/UFlCUcXhsL

— mare (@oiemare) June 24, 2020

A inspiração para a criação da mesinha surgiu depois que ela viu uma imagem, o que gerou a ideia para fazer sua releitura, além do sentimento de nostalgia, pois a população estava há mais de 100 dias sem frequentar um bar por conta da pandemia do coronavírus. Veja o que ela disse em entrevista ao site Hypeness:

"Um dos primeiros trabalhos que eu fiz em 3D foi a mesa de boteco, que fez muito sucesso e bateu o sentimento de nostalgia em muita gente que está há meses sem sair de casa [por conta da pandemia de coronavírus]. E eu percebi que poderia começar a criar algo com que as pessoas se identificassem."

A seguir, a inspiração de Mari:

fiquei com vontade de modelar umas mesinhas de bar por causa dessa arte da @kamicoelh0 https://t.co/F26uCUy9kZ

— mare (@oiemare) June 24, 2020

A principal ideia das modelagens 3D de Mari é retratar o cotidiano brasileiro por meio de uma pegada, muitas vezes, nostálgica. Que brasileiro não se identificaria com uma imagem de café e pão na chapa? Ou ainda com um prato feito abrasileirado? Ou com um pudim de leite de domingo? Ou com o filtro de barro da vovó?

Mare disse que essas imagens refletem à coisas de sua infância e estão ligadas ao seu passado e ao que ela viveu. Acompanhe:

"Comecei a pensar em coisas que sentia falta da infância ou que me traziam memórias boas [...]. Todos os objetos estão ligados a mim, ou a coisas que eu vivi, mas muita gente que tem a minha idade se identifica com isso. E eu gosto muito."

Mare também modela itens nostálgicos, como o Nokia tijolão, o laptop da Xuxa, o game BMO, o pesca-pesca eletrônico, o estojão de artes e o refri com a pokebola. Voltei à minha infância com essas releituras, pois tive o pesca-pesca eletrônico, o estojão de artes e sempre comprava o refri por conta do brinquedinho de Pókemon. Tudo realizado com esforço e dedicação que ocasionam em excelentes resultados visuais. Veja se estou mentindo: 

Essas criações de Mare despertam um carinho em quem sente amor pelas relíquias que a artista cria. Em entrevista, Mari disse que ama a sensação de transformar coisas normais do cotidiano brasileiro e que no final alguém olhe e diga: "NOSSA, ISSO É MUITO LEGAL!".

A ideia do projeto foi de valorizar os itens brasileiros, criados em terras tupiniquins. Ela disse o seguinte:

"Eu queria trazer para os meus trabalhos um pouco desse sentimento de que coisas aqui são tão legais quanto as coisas que a gente vê lá fora."

Criação de cenários

Mare também cria cenários não só em 3D, como em 2D. E eu fiquei simplesmente apaixonado com os detalhes. A designer até mesmo reproduziu cômodos famosos de alguns desenhos. Falo de cada cômodo abaixo:

Cômodo antigo

Mare reproduziu um cômodo que conjuga três cômodos (quarto, sala e cozinha). Detalhes para o poster de Jesus Cristo na parede, a TV de tubo e o filtro de barro. Uma fofura só, não é mesmo?!

Quarto das Meninas Super Poderosas

A artista reproduziu o quarto de um de seus desenhos preferidos. Detalhe para a cama das meninas, a escrivaninha, a mesa com três lugares e o icônico telefone. 

Home office inclusivo

Esse é um home office que traz símbolos como a bandeira LGBTQ+, do poliamor, cores da bandeira transgênera e, até mesmo, aquela icônica capa do cd do Pink Floyd. Uma das criações mais interessantes da designer para mim.

Sala de estar dos Simpson's

Quantos reconheceram a sala de estar da família de desenho animado mais famosa do mundo? Não tem como não se apaixonar!

Quarto do Vini

Esse é o quarto do Vini, que confesso não saber se é de um personagem ou não, mas o resultado final ficou maneiro. 

Mare ousou também ao criar um home office da diversidade submerso na água. Veja:

Ver essa foto no Instagram

🌊

Uma publicação compartilhada por mare (@oie.mare) em 17 de Jun, 2020 às 7:04 PDT

Como são feitas as modelagens?

Como falado anteriormente, todo o trabalho de Mare é criado no software Blender, que permite muitas possibilidades à ela, como a simulação de luz e sombra nos desenhos. Aliás, a designer tem a luz como uma de suas inspirações. Veja o que ela disse:

"Sempre quis muito trazer luzes naturais pros meus desenhos e nunca fui muito boa nisso. O Blender me possibilita ver a luz ali, e testar ela de vários jeitos, tudo muito visual! A luz do sol me inspira muito e eu sempre trago essa identidade em tudo que eu faço."

Em seu canal no Youtube, o Oie, Mare, a designer ensina muitos truques e como ela criou as ilustrações do filtro de barro, do laptop da Xuxa e como ela colocou luz e água nas criações. Veja os vídeos abaixo:

Mare inspira

Tão nova e antes mesmo dos 30 anos, Mare inspira artistas no início de carreira a se aventurarem na modelagem 3D. Mare confessa que isso nunca passou por sua mente e ela fica muito feliz. Leia o que ela disse (com grifos):

“Ver essa galera estudando novos meios de se expressar e de fazer arte usando coisas simples do nosso cotidiano, contando nossas histórias, falando sobre nossa rotina é muito legal de ver, principalmente nesse momento de quarentena e de saudade de como tudo costumava ser. Sou muito grata por fazer parte disso de algum jeito.”

Mare tem mais de 46 mil curtidas no tuíte da modelagem da mesa de bar e quase 7 mil seguidores no Instagram. 

Lojinha

Em meio à aceitação positiva do seu trabalho, Mariana Andrello criou recentemente uma lojinha em que vende prints de seu acervo. A loja ainda está em seu início e ela pretende colocar muita coisa legal. 

E aí, já conhecia o trabalho dessa designer brasileira? O que achou? J-J


Mais informações 
Instagram
Behance
Twitter
Site e lojinha

Por: Emerson Garcia