quarta-feira, 30 de junho de 2021
Sigamos as pegadas coloridas do Mestre!
Não-binariedade e fluidez de gênero: mudanças, símbolos, bandeiras, linguagem não-binária, autoaceitação, preconceito, descobertas e não-binários famosos
Fluidez de gênero e não-binariedade são novas palavras dos léxicos de gêneros bem comuns nos dias atuais. Os termos tem se popularizado e um dos motivos é que celebridades e artistas tem se definido como gênero fluido e não-binário recentemente.
Antes de tudo, é preciso definir a não-binariedade ou identidade não-binária como um termo guarda-chuva que engloba diversas identidades diferentes dentro de si, inclusive o gênero fluido. Este é um subtermo de um termo maior, a não-binariedade. Esta tem a ver com a inconformidade de gênero, ou seja, o indivíduo não se identifica nem no gênero masculino nem no feminino, podendo transitar nesses dois gêneros. Já o gênero fluido é uma manifestação de como a não-binariedade pode se comportar.
Segundo um glossário elaborado pela GLAAD, a pessoa não-binária não se vê nem como mulher e nem como homem. Ela pode ser os dois, estar em um lugar entre o feminino e o masculino ou completamente distante desses conceitos. A pessoa não-binária também faz parte da comunidade LGBTQIA+ e sofre preconceitos, incompreensões e hesitações por estar fora da normalidade de gênero e dos padrões sociais.
Os não-binários se identificam como identidades peculiares. O agênero não tem qualquer gênero; o andrógino é uma mescla de mulher e homem; o neutrois, não é nem feminino nem masculino, mas possui características de ambos; o bigênero tem uma identidade de gênero dupla; o poligênero tem uma identidade de gênero múltipla; o intergênero possui uma variação de gêneros, ficando entre os dois; o demigênero possui uma identidade de gênero parcial; o trigênero, identidade de gênero tripla; o pangênero, todos os gêneros acessíveis dentro de sua vivência; e o gênero fluido, também foco desse post, é quando a pessoa muda e transita facilmente nos dois gêneros.
A identidade de gênero causa polêmicas na atualidade, até porque ela não tem a ver com gênero biológico ou sexualidade. A identidade de gênero diz respeito sobre como o indivíduo se percebe na sociedade, independente de seu órgão sexual ou gênero biológico. Já a sexualidade diz respeito ao gênero binário que o indivíduo nasceu biologicamente falando, ou seja, masculino, femino e intersexual (Sim! Tem pessoas que nascem com os dois sexos, os hermafroditas, e não podemos fechar os olhos para essa questão!).
O post de hoje tem o intuito de discutir algumas questões relacionadas à não-binariedade e fluidez de gênero, sempre com a intenção de desmitificar os termos, quebrar tabus e toda tentativa de preconceito. Tratarei dos seguintes tópicos: mudanças de pessoas não-binárias e de gênero fluido; símbolos e bandeiras da não-binariedade e do gênero fluido; linguagem não-binária; como é se perceber como uma pessoa não-binária?; preconceito e aceitação aos não-binários; como saber se você é uma pessoa não-binária e/ou de gênero fluido?; e não-binários e gêneros fluidos famosos.
Mudanças de pessoas não-binárias e de gênero fluido
Esses indivíduos passam por transformações de tempos em tempos, sejam graduais ou súbitas; constantes ou inconstantes; diárias, semanais, mensais, semestrais, anuais, bianuais, em intervalos de tempo aleatórios; entre gêneros definidos e/ou indefinidos; entre certos gêneros, e/ou entre gêneros diferentes a cada mudança; para ou de qualquer quantidade de gêneros; influenciadas, ou não; entre outros.
Relatos de pessoas gêneros-fluidos (genderfluid) já existem desde os anos 1990. As expressões gender fluid e gender-fluid são citadas em livros de 1999. Essas mudanças e fluidez de gênero são relativamente recentes. Entre os exemplos de fluidez de gênero estão: crossdressers, drag queens ou drag kings.
A fluidez de gênero é variável, sendo que ela pode ocorrer em períodos curtos ou longos. Além disso, uma pessoa não-binária ou com fluidez de gênero pode se identicar com mais de um gênero ao mesmo tempo. O gráfico abaixo explicou essas mudanças em um gráfico bem visível e lúdico. Acompanhe:
A modelo Rain Dove criou um ensaio de moda em que vestia roupas tanto masculinas como femininas, mostrando essa fluidez temporária. Acompanhe algumas fotos:
Símbolos e bandeiras da não-binariedade e gênero fluido
O símbolo acima representa o gênero não-binário, sendo uma contraposição aos símbolos de masculino e feminino. O ícone apresenta um asterisco (*). Este é o símbolo principal da não-binariedade, mas cada subdivisão do gênero não-binário tem um símbolo distinto. Na imagem abaixo você pode conhecê-los:
Na próxima ilustração você pode conhecer alguns símbolos de cada gênero não-binário e seus nomes:
A bandeira do gênero não-binário foi criada em 2014 por Kye Rowan. Ela possui quatro faixas horizontais nas cores amarelo, branco, roxo e preto. A cor amarela signfica a pessoa que não se identifica com nenhum dos dois gêneros, sendo um tom neutro. O branco representa a pessoa que é de muitos gêneros. O tom roxo, a fluidez e multiplicidade das experiências de gênero. Por último, a cor preta refere-se a pessoa que pode ser agênero ou sem gênero.
Assim como há vários símbolos para cada gênero não-binário e suas ramificações, também existem uma bandeira para cada gênero não-binário, como você pode ver na imagem disponibilizada pelo Wikipedia abaixo:
Destaco a bandeira do gênero-fluido, que também é assunto desse post. Ela possui cinco cores, são elas: rosa, branco, roxo, preto e azul. O rosa representa a feminilidade; o branco, ausência de gênero; o roxo, combinação de masculinidade e feminilidade; preto, todos os gêneros; e azul, masculinidade.
A bandeira do gênero-fluido foi criada em 2012, por JJ Poole. Ele a descreve como sendo uma bandeira de flutuação e flexibilidade do gênero em pessoas gênero-fluido.
Linguagem não-binária
Como se referir a uma pessoa não-binária ou gênero fluido? De que modo incluir esses indivíduos, sem que se sintam discriminados? Antes de qualquer coisa, é necessário perguntar para a pessoa não-binária ou de gênero fluido qual é o pronome que ela se identifica (O próprio Instagram aderiu essa atualização recentemente, permitindo que os usuários coloquem nos seus perfis como gostam de ser chamados). É preciso, portanto, saber por qual pronome ela gosta de ser tratada. Eis alguns pronomes de tratamentos: ele, ela, ile, elu, elus e eles. Na dúvida, utilize a linguagem neutra, que já foi discutida por Arnaldo Woosters no post Pronomes neutros: que a grande polêmica comece! aqui no JOVEM JORNALISTA.
É preciso lembrar que a base nas relações e diálogos é o respeito. Na dúvida, pergunte, pois você pode agir de forma desrespeitosa com o indivíduo se usar um pronome que não reflita a identidade de gênero dele, de acordo com a fundação norte-americana National Center for Transgender Equality.
Como é se perceber como uma pessoa não-binária?
É necessário se autoconhecer e se aceitar. E, mais que isso, se observar e perceber que não há uma identificação nem com o gênero feminino nem como o masculino. As mudanças e fluidez também são fundamentais nesse processo de percepção. Por isso é importante compartilhar dúvidas, percepções e desabafos com alguém que se confie.
Preconceito e aceitação aos não-binários
A sociedade sempre foi acostumada a ler símbolos e comportamentos de forma binária. Contudo, nos tempos atuais, ela tem que se reinventar e perceber que novos termos sobre a identidade de gênero estão surgindo.
Uma pessoa não-binária e com fluidez de gênero deve ser aceita primeiramente por si própria, como falado no tópico anterior, e depois pela família, amigos e sociedade. A aceitação desta última ainda precisa evoluir cada vez mais (A vitória do nome social em documentos e na lápide foi a primeira de muitas que ainda podem vir).
A pessoa não-binária e com fluidez de gênero deve compreender que somente ela pode dizer quem é ou não é, como se identifica e como se percebe. Não é a família, amigos, colegas de trabalho que possuem essa função. E se ela vier a sofrer preconceitos e discriminação é só lembrar-se de quem ela é.
Como saber se você é uma pessoa não-binária e/ou de gênero fluido?
Ter ciência a que gênero pertence pode depender de como você se sente, algo que adiantei no tópico anterior. O site Psicologia online criou um teste para saber se o indivíduo é não-binário ou possui fluidez de gênero. Basta se identificar com uma ou mais características descritas abaixo:
- não-identificação com nenhum dos gêneros;
- identidade de gênero instável;
- identificação com elementos de ambos os gêneros;
- utilização indistinta dos pronomes de gênero ou pronomes de gênero neutro; e
- look não atribuído a nenhum gênero ou varia entre os dois.
Não-binários e gêneros fluidos famosos
A revelação da identidade de gênero de artistas de forma inesperada recentemente ampliou as discussões a respeito da comunidade LGBTQIA+. A aceitação e expressão em rede nacional dessas figuras públicas deu voz e coragem às pessoas que até então estavam reclusas.
A partir de agora, falarei de algumas pessoas que assumiram a não-binariedade e a fluidez de gênero recentemente.
Miley Cyrus
Se assumiu como pessoa trans não-binária por não se encaixar em um padrão de "feminino ou masculino". O gênero das pessoas que conhece não importa muito, sendo definida outrora como pansexual.
Demi Lovato
Esse ano a pessoa artista norte-americana descobriu-se como pessoa não-binária e quer ser tratada pelos pronomes they/them (eles/deles). Em um podcast, elu - como seria chamade no Brasil - está representade na fluidez de gênero.
Bárbara Paes
Recentemente também, a atriz (já que ainda quer ser tratada no feminino) descobriu-se como uma mulher e homem não-binário. Em entrevista, ela disse que é "muitos, muitas" e que quando jovem precisou desempenhar papeis sociais femininos e masculinos. Por isso, ela se considera "metade menino, metade menina".
Ruby Rose
A atriz - que foi a papel-título da primeira temporada de Batwoman - se identifica com o gênero fluido por transitar nos dois gêneros facilmente. Ruby falou que utiliza os pronomes ela/dela e que não quer mudar isso.
Ezra Miller
Em 2018 descobriu-se como alguém do gênero-fluido. Além de não se identificar como o gênero feminino e masculino, Ezra também não se identifica como ser humano.
Linn da Quebrada
Atriz, cantora, compositora, travesti e ativista social brasileira, ela se define como terrorista de gênero.
Tico Santa Cruz
Também nesse ano cantor descobriu-se como gênero fluido. Ele disse que sua sexualidade é fluida e livre e que não se identifica somente como homem, muito menos apenas como mulher. Sua declaração gerou muitas críticas e ataques ao cantor.
Conclui-se que
A não-binariedade e a fluidez de gêneros existem e elas são tão comuns e saudáveis como qualquer outra identidade de gênero. É preciso amar e respeitar essas pessoas, pois somente elas sabem o que sentem e o que se passa em suas cabeças. J-J
terça-feira, 29 de junho de 2021
10 aplicativos, ferramentas e sites LGBTQIA+
7 Influenciadores digitais e criadores de conteúdo LGBTQIA+
Nessa #WeekPride também
quero apresentar influenciadores digitais e criadores de conteúdo LGBTQIA+. São
creators e influencers que informam, divertem e proporcionam entretenimento em
seus conteúdos. O universo LGBTQIA+ é imenso e riquíssimo e esse pessoal que
selecionei manda muito bem no que faz, em suas postagens, influenciando com
suas ideias, ideais, posturas, publicidades, entre outros.
A minha seleção é de instagrammers, sendo que
alguns deles realizam conteúdos no Youtube. Não preciso mencionar que todos os
perfis são de pessoas que conheço e acompanho, não é mesmo?! Coloquei o
endereço de cada perfil para quem se interessar seguir também. Então, confira 7
influenciadores digitais e criadores de conteúdo LGBTQIA+ que você precisa
acompanhar, pois eles são bem representativos.
1- Igor Cosso
Inicio a lista com esse ator mineiro que está no ar na novela global Salve-se quem puder. Igor também já atuou na RecordTV em Apocalipse e Os dez mandamentos. Assumiu sua homossexualidade recentemente, o que lhe rendeu muitos unfollows, mas bastante follows e apoios. Mantém um relacionamento com o dançarino Heron Leal, que está no ar na Super dança dos famosos.
Igor é um ator em ascensão, que já fez teatro e que inclusive tem uma peça escrita. No seu Instagram (@igorcosso) posta sobre seu dia a dia, além de publicidades, momentos amorzinhos com seu amado e muita lacração contra os preconceituosos de plantão.
2- Pedro HMC
Com certeza você já deve ter ouvido falar desse
influenciador, senão, em que mundo vive? Autor de Um livro para ser entendido e
criador do canal e portal Põe na roda, Pedro HMC é um homem gay cis que possui
418 mil seguidores apenas no Instagram (@pedroHMC).
No canal interage com outros influenciadores, fala com bom
humor e leveza sobre a comunidade à qual pertence, cultura pop e lifestyle. O
canal conta com entrevistas, curiosidades, muito humor e uma linguagem que
todos LGBTQIA+ entendem. Já no portal compartilha notícias e informações diversas do mundo LGBTQIA+. São notícias nacionais e internacionais.
Pedro HMC mantém um relacionamento com um homem trans. Ele também foi roteirista de programas como Amor & Sexo, Adnight, CQC e Furo MTV, além de ser colunista da Folha de S. Paulo.
3- Lucca Najar
É um homem trans mineiro que compartilha seu processo de transição no Instagram (@luccanajar) e no Youtube. Lucca uniu sua profissão de videomaker com a vontade de falar de sua transexualidade. Ele serviu de inspiração para a atriz Carol Duarte, que interpretou um homem trans durante a novela A força do querer.
Tanto no Insta como no YT, Lucca traz temáticas como transições de gênero, desafios e tudo sobre sua vida como LGBTQIA+. Ele produz os vídeos com qualidade alta e um investimento estético descomunal. Lucca é simpático, didático e acessível.
4- Le morais
Leandro Morais é um homem cis gay que atualmente
mora em San Francisco (EUA). O conheci ainda nos tempos de faculdade e já o
admirava por sua perspicácia, criatividade, inteligência e bom humor. Jornalista
formado, atualmente trabalhar como criador de vídeo no Youtube, além de ser um
influenciador incrível no Instagram (@leandromorais).
Em seu Instagram posta sobre o seu dia a dia e
cobertura de eventos de entretenimento e do mundo pop. No seu canal no Youtube posta sobre o universo LGBTQIA+, dicas de tecnologia e entrevistas com
celebridades pops.
Le Morais é antenado de atualidades, tecnologia e comunicação. Mantém um relacionamento amoroso com um também homem cis gay.
5- Mandy Candy
Amanda Guimarães, ou Mandy Candy, é uma mulher
trans que aborda sobre tudo em seu canal no Youtube - seja sobre redesignação
sexual, sua vida na Coreia do Sul, tutoriais de make e lives jogando. É ela a
responsável por aqueles vídeos O início de un sonho e Deu tudo errado, chegando até virar meme.
No seu Instagram (@mandycandy) posta sobre seu dia a dia, por meio de posts como looks bem produzidos e reels divertidos.
6- Diva Depressão
A dupla Fi e Edu é uma das mais sensacionais do
momento e o canal no Youtube Diva Depressão é muito conhecido (Eles até
chegaram a fazer uma participação na série Sinta-se na Casa). Eles falam de
assuntos diversos das celebridades, sempre com um tom de zoação. Eles avaliam
festas, rememoram momentos icônicos da TV brasileira e falam de várias
polêmicas.
No Instagram (@divadepressao) o casal mais gongado da internet posta memes, bastidores e dia a dia.
7- Eldo Gomes
Mais um influencer LGBTQIA+ que tenho a
oportunidade de dizer pra vocês que o conheço pessoalmente e que admiro o seu
trabalho. Jornalista, Eldo é youtuber, influencer, comunicador, vlogueiro,
blogueiro e tudo mais que você pensar. A criatividade dele me impressiona, assim
como sua irreverência, estando sempre antenado dos assuntos mais relevantes do
momento.
Seu Instagram (@eldogomes) já é verificado (!) e ele posta vlogs, IGTV's, Reels, Filtros autorais e uma infinidade de conteúdos legais.