segunda-feira, 30 de outubro de 2017

'Once Upon a Time' ainda pode surpreender com uma fórmula antiga?

(Pode conter spoilers!)




Adam Horowitz e Edward Kitsis resolveram "inovar" Once Upon a Time depois de seis temporadas e uma queda na audiência que fez com que a atração deixasse os domingos e fosse para as sextas-feiras. De fato, já há algum tempo não via a mesma OUAT de antes. A quinta temporada, sobretudo, foi uma das piores, e embora a sexta tentasse resgatar seus anos áureos, não adiantou muito. Foi aí que os criadores resolveram resetá-la.

A história que eles propuseram por seis anos já estava na hora de acabar. Os personagens criados mereciam, sim, uma conclusão e um happy ending, e foi o que aconteceu ao final da sexta temporada. Desse modo, demos adeus à vários personagens e atores - a maioria do elenco principal. Uma "nova" história, com novos personagens, renovação de elenco e com a manutenção de personagens e atores antigos - para introduzir essa nova fase - é a proposta do sétimo ano da produção.

Apesar de tudo isso, os criadores não optaram por um spin-off, mas sim "meio" que um reboot - digo "meio", porque a fase anterior à essa não é tão nostálgica assim - que, apesar dos novos personagens e histórias, repete a mesma fórmula dos seus anos anteriores, principalmente do seu primeiro. 





Ao invés da história se passar em Storybrooke, agora será em Hyperion Heights. A protagonista feminina - Emma Swann - dá lugar ao seu filho em idade adulta - Henry. Ele é um escritor frustrado e motorista de Uber. Certo dia, a menina Lucy bate à porta do seu apartamento, dizendo que é sua filha e que ele deve salvar um reino encantado e que ele é esposo de Cinderela. Ele não acredita, porque a cidade, mais uma vez, está tomada por uma maldição que ainda não se sabe qual e quem a aplicou.

Todos da cidade são personagens de contos de fada, mas não sabem disso. Além de Cinderela, que é Jacinda, uma jovem que trabalha em um restaurante para sustentar sua filha Lucy; conhecemos a Madrasta Malvada,  Victoria Bellfray, uma empresária da cidade, e Drizella, que é sua secretária. Nessa temporada também será explorada a história da Princesa Tiana e da Alice (Eu sei que a história dela já foi vista no spin-off Once Upon a Time in Wonderland, mas é que de acordo com Edward Kitsis "ninguém assistiu e aqui será apresentado uma nova versão").

A partir da sétima temporada de OUAT (que eu não sei se perdurará por outros anos) a história será a mesma coisa, só que apresentada de forma diferente, entendem? Pode ficar clichê, cansativo, mas acredito que será algo parecido com Greys Anatomy: histórias e dramas que estamos cansados de ver, mas com personagens diferentes, que no final não enjoamos e assistimos à todas as temporadas, mesmo que elas perdurem até a 20! 






Mesmo que a série abra uma nova narrativa, ela não deixará seus anos anteriores para trás. Por esse motivo que acredito que ela não poderia funcionar como um spin-off. Desse modo, estão nesse novo ano: o Capitão Gancho, Regina (nossa eterna Evil Queen), Rumplestilskin e Emma Swann (em participações especiais). Contudo, muitos deles não são mais os mesmos, porque eles também sofreram os efeitos dessa nova maldição. Capitão Gancho, agora é o policial da cidade, e trabalhará ao lado do manda-chuva dos becos do bairro que é - nada mais nada menos -  Weaver, nosso senhor das trevas Rumplestilskin. Regina agora é Roni, dona de um bar de Hyperion Highs. 

Descobrir quem colocou a maldição na cidade e o por quê me fará ver esse novo ano da série. Quem será que fez isso? Por quais motivos? Será que foi a Madrasta Malvada? Por que Capitão Gancho, Regina e Rumplestilskin também estão sob seus efeitos? Por que Emma se separou de Capitão Gancho? A curiosidade e o ar misterioso já apareceram desde o primeiro episódio. Esse novo ano, portanto, responderá a todas essas perguntas, criando conexões entre os personagens e apresentando as explicações para cada um dos fatos.

Confesso que estava receoso e com medo dessa nova temporada. Até cheguei a falar comigo mesmo: "O que fizeram com a minha 'Once Upon a Time'? Eu quero ela de volta!". Mas a sétima temporada não tem o intuito de apagar os demais anos, pelo contrário, presumo que serão utilizadas referências dos outros anos e bastante easter eags, além disso, o lema não mudou: "Nunca parar de lutar por aquilo em que acreditamos, nunca desistir". Aposto todas as minhas fichas em Horowitz e Kitsis. Se eles foram criativos durante seis anos, porque não seriam agora? A criatividade já surge quando eles deram uma nova versão ao conto da Cinderela, diferente da primeira temporada e dos contos clássicos, e também por introduzir personagens que ainda não tinham sido explorados: Drizella, Princesa Tiana e Alice. 





Concluo dizendo que OUAT pode, sim, surpreender com uma fórmula antiga. Isso vai depender de como a trama irá se desenvolver. Do primeiro para o segundo episódio, já vi uma melhora muito grande. Acredito que foi tomada a decisão certa da renovação da série e de ter apertado o botão reset. Até a sexta temporada, acreditava que OUAT já tinha se esgotado, mas posso estar enganado. Vamos acompanhar agora as aventuras de Henry, Cinderela, Drizella, Madrasta Malvada, Alice, Roni, Weaver e o novo Capitão Gancho, que agora é o policial da cidade. J-J






Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

8 motivos para acompanhar 'O outro lado do paraíso' depois de 'A força do querer'





Essa semana (23) estreou a nova novela das 9h, O outro lado do paraíso. Com a estreia veio a responsabilidade de superar sua antecessora, A força do querer. Esta gerou uma grande audiência para o horário, o que não acontecia desde 2012 com Avenida Brasil

Realmente a tarefa será árdua. Como superar um sucesso como A força do querer, com uma boa história, personagens e produção? Ao acompanhar essa semana inicial de OOLP, percebo que a trama não fica minuto algum aquém de sua antecessora. Algumas fórmulas e o que deu certo em A força do querer, reaparecem agora com uma nova roupagem e concepção. 

Acredito que a novela tem cumprido muito bem seu papel de substituir a antecessora. No final das contas, os fãs de A força do querer não ficarão órfãos por muito tempo. O outro lado do paraíso tem tudo para ser um sucesso também e existem vários elementos que relembram A força do querer. Nesse post, portanto, irei elencar 8 motivos para acompanhar 'O outro lado do paraíso' depois de 'A força do querer'. Confira!


1- Fotografia e paisagens






As paisagens exuberantes de Parazinho (AM) e do Rio de Janeiro, agora dão espaço à do Jalapão (TO). É incrível a fotografia e paisagem de OOLP. Há um ar paradisíaco e desértico que enche os olhos dos telespectadores. Rochas, rios, areia... tudo contribui para que OOLP seja mais um sucesso das 9h.



2- Mistérios





Não tem como não comparar a personagem Mercedes com o índio de Parazinho (AM) de A força do querer. Enquanto este trouxe um ar místico, traçou o futuro e profetizou sobre a vida de Rui e Zeca ("O mesmo rio que uniu vocês, irá separar"), Mercedes também ao prever o futuro de Clara e todas as amarguras que ela irá passar. 

Personagens assim são interessantes, por instigarem os telespectadores a assistirem e verem o que acontecerá no futuro e como a profecia se cumprirá. 


3- Triângulo amoroso





Assim como na novela anterior, aqui também há um triângulo amoroso que promete muitos embates, conflitos e tretas. Clara, Gael e Renato não perdem em nada para Ritinha, Zeca e Rui. Esse trio será um sucesso! De um lado temos a romântica e doce Clara; do outro, o possessivo e bruto, Gael, e o ressentido e magoado, Renato. 

Parece que a moda do triângulo amoroso em novelas dará certo mais uma vez, né?! Apesar da mesma fórmula, acredito que essa nova tríade será bem diferente da anterior. 


4- Personagens fortes







Aos fãs que estavam preocupados em sentir saudades da sereia Ritinha, Bibi Perigosa, a lutadora de MMA e tenente da polícia Jeiza, da jogadora compulsiva Silvana, e do trans homem gay Ivan/Ivana, não se preocupem, em OOLP há vários personagens fortes que darão o que falar e ganharão o gosto do público! Já posso listar a professora ingênua e inocente Clara; o possessivo e bruto Gael; a sogra interesseira Sophia; a anã Estela; a vidente Mercedes; e a negra Januza. 

Acredito que o sucesso de A força do querer será repetido, afinal, uma novela não sobrevive se não tiver personagens fortes e impactantes com seus dilemas e conflitos.


5- Grandes atores






Glória Pires, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Marieta Severo, Eliane Giardini e Laura Cardoso em uma mesma novela? Alguém tem dúvidas que ela será um sucesso? Inclusive a atuação desses atores e de outros já tem se destacado e gerado comentários positivos da crítica especializada. Não posso deixar de mencionar a atuação contida, mas magnífica de Glória Pires; a amorosa e cheia de força de Lima Duarte; a fenomenal de Fernanda Montenegro; e a da Marieta Severo, como a principal vilã da trama. 


6- Temas sociais



Esse, verdadeiramente, é um tópico essencial para o sucesso de uma novela. Temas sociais em horário nobre permitem colocar em debate e reflexão assuntos que muitas vezes a sociedade desconhece ou não quer conversar em família ou mesas de bares. 


Em A força do querer vários foram discutidos: tráfico de drogas, sereísmo, transgenia, vícios em jogos, travestismo. E não seria diferente em O outro lado do paraíso, já que Walcyr Carrasco faz questão de trazê-los em suas novelas. Ele também ama gerar uma polêmica e desavença. Por isso listei alguns bastante importantes que serão debatidos/já são debatidos em OOLP, vamos lá?







Nanismo: Me diga qual foi a novela que já trouxe uma anã como personagem? O nanismo será discutido com Estela, através do preconceito, desafios e dificuldades que os anãos sofrem. Walcyr Carrasco já começou a abordar a importância da inclusão social dessas pessoas na sociedade e família, bem como as adaptações de ambientes para eles. A polêmica e o preconceito se tornarão mais evidentes quando (SPOILER ALERT!) Estela namorar uma pessoa de estatura normal. 


Racismo: Sim! Entra ano, sai ano, entra novela, sai novela, e ainda precisamos discutir esse assunto. Nessa novela será através de Januza, uma jovem negra, amiga da protagonista Clara, que sofrerá preconceito de brancos, principalmente quando (SPOILER ALERT!) for trabalhar na mansão de Nádia que logo lhe dirá: "Você precisa voltar para o Quilombo, é lá que é o seu lugar!"

Homossexualidade: Esse assunto será discutido através do personagem Samuel, um homem casado que lutará contra sua natureza homossexual e que insistirá em permanecer dentro do armário. A homofobia que o personagem sofrerá vem principalmente dele mesmo, de não se aceitar como é.


Violência doméstica: Esse é um dos temas mais fortes, senão o mais intenso da novela! Será discutido os níveis de violência doméstica, assim como as modalidades, bem como o aprisionamento que muitas vítimas sofrem por estarem em uma relação abusiva. Gael é um marido extremamente ciumento e bruto que age ora com romantismo, ora com violência com sua esposa Clara. A cena do estupro durante a lua de mel essa semana foi bem chocante!


7- Boas histórias





Outro elemento que está presente em OOLP, assim como A força do querer, que irá contribuir para o seu sucesso. EM OOLP iremos acompanhar várias boas histórias, como (SPOILER ALERT!): o casamento abusivo de Clara e sua saga que irá do céu ao inferno em pouco tempo (Sim, senhores! Clara comerá o pão que o diabo amassou!); o triângulo amoroso entre Clara, Gael e Renato; a sabotagem para acabar com o casamento de Elizabeth; as vilanias de Sophia que começaram em ela aceitar o casamento de Gael e Clara só porque está de olho em umas pedras preciosas da fazenda do avô de Clara, Josafá; e os desafios da inclusão social de Estela. 


8-  Bônus!

Até aqui eu falei de OOLP tendo como referência A força do querer. A partir de agora, quero pontuar alguns pontos específicos que já percebi em OOLP. Vamos a eles?


Linguagem cinematográfica: créditos iniciais com os nomes de atores e das pessoas envolvidas na novela, foi assim que OOLP estreou. Algo que só víamos em filmes, vimos aqui. Aliás, o primeiro episódio não contou com abertura, adicionando elementos inovadores à ela. E não só isso me fez recordar a linguagem cinematográfica, mas a fotografia, os movimentos de câmera e os enquadramentos. Tudo estava impecável. 

Trilha sonora: a trilha da novela está fenomenal com músicas nacionais e internacionais, que variam do indie, country, até o alternativo. Sério! É um tiro sonoro atrás do outro. E não poderia deixar de citar a inserção de K.O. de Pabllo Vittar. 

Texto: diálogos marcantes, sensíveis e dramáticos, é assim que se define o texto de Walcyr Carrasco. Não tem como deixar de se envolver com o seu texto.

Direção: o diretor Mauro Mendonça Filho imprime características bem próprias nas filmagens e cenas. É algo bem poético e artístico, mas que não abandona os tons novelísticos e folhetinescos. 

Abertura: o tom de faroeste e as paisagens magníficas do Jalapão são bem marcantes na abertura. Além disso, a letra da música tem tudo a ver com a temática da novela. Assista:





Tom poético: várias cenas fugiram da objetividade, sendo bem subjetivas, poéticas e difíceis de serem entendidas, como a da Clara no rio se afogando, que não sei se é uma visão do futuro ou um sonho. 




Esses são os 8 motivos para acompanhar 'O outro lado do paraíso' depois de 'A força do querer'. Acredito que essa novela irá amenizar a saudade que sentiremos de sua antecessora. E vocês, irão acompanhá-la? J-J



Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quinta de série: Still Star-Crossed

(Pode conter spoilers!)








NQuinta de série de hoje trago uma produção baseada nos eventos que acontecem após a obra clássica de William Shakespeare, Romeu e Julieta; e no livro homônimo de Melinda Taub. Still Star-Crossed estreou no conhecido summer season americano e não durou mais que uma temporada, totalizando 7 episódios. A série foi criada por Heather Mitchell, produzida pela Shondaland e com produção de Shonda Rhimes e Betsy Beers. A produção foi exibida pela ABC.






O drama romântico conta os acontecimentos após as mortes de Romeu e Julieta e como suas famílias, que já eram rivais antes de suas mortes, tornaram-se inimigos mortais. Depois das mortes dos jovens, a rivalidade, ódio e intriga só se tornarão mais contundentes. Várias armações acontecem na trama, assim como brigas, que começam no dia do velório dos jovens. As famílias dos Capullets e dos Montéquios nunca foram amigas.

Com a tentativa de por fim à guerra entre as famílias, o príncipe Escalus de Verona ao assumir o trono real tem a "brilhante ideia" de unir os Capullets e os Montéquios através de um casamento entre a prima de Julieta - Rosaline Capullet - e o primo de Romeu - Benvolio Montéquio. É claro que será uma tentativa frustrada né? Já que Rosaline não ama Benvolio e vice e versa. A prima de Julieta na verdade é apaixonada pelo príncipe Escalus e ele também por ela. Ou seja, não haverá paz tão cedo e a guerra durará enquanto puder ou até quando todos se matarem.

A série tem uma história bem de novela né? Um dramalhão que a gente está acostumado a assistir. A produção tem suspense, segredos e aquela enrolação das novelas de só saber o que acontecerá no próximo episódio ou bloco. 





Still Star-Crossed, contudo, não traz nada inovador e que irá prender sua atenção. A história é bem clichê e pouco interessante. As atuações dos atores são fracas e parece que eles foram obrigados a atuarem. É tudo muito água com açúcar demais. Se teve um único episódio que gostei foi muito. Aliás, o piloto foi horrível, cafona e sem graça. Já a série, no geral, não me deixou saudade alguma.

Quando vi que essa era um show produzido por Shonda Rhimes, logo me interessei. Mas Still Star-Crossed está longe de chegar aos pés de sucessos como Greys Anathomy, ScandalHow to Get Away with Murder. Ela até que traz um enredo que conhecemos da Shonda: relacionamentos difíceis, improváveis de acontecer e com bastante sofrimento, mas a premissa e a ideia foram muito mal executadas. Tanto foram que os protagonistas - Rosaline e Benvolio - não me cativaram, diferente de outros casais da Shonda. 

Fica claro que a série foi feita somente por fazer, para cumprir um horário ou preencher um espaço e isso é realmente frustrante. O pano de fundo de época e medieval poderiam ser melhor aproveitados. A série não fez jus às locações exuberantes, com castelos medievais, e o figurino impecável dos personagens. No final das contas, estes ficaram perdidos e sem razão para brilharem. Um romance de Shonda que passaria em um universo de guerras, com uma pitada de fantasia e ar clássico seria interessantíssimo. Algo que não tinha visto até agora vindo dela e, infelizmente, também não foi dessa vez que vi.






A única ousadia e ponto positivo que percebi em Still Star-Crossed foi a integração racial, ao trazer atores negros e brancos. Por exemplo, a protagonista, Rosaline, era negra, assim como o príncipe Escalus e Romeu. Além disso, o elenco estava bem dividido entre atores negros e brancos, algo que os fãs de Shonda Rhimes já estam acostumados. A protagonista de Scandal é negra e a de How to Get Away with Murder também. Não poderia deixar de falar dessa representatividade de raças! 

Still Star-Crossed foi uma grande tristeza e um fracasso pra mim. Um fracasso que foi até mesmo adiado de estrear, mas quando estreou foi terrível. Antes eles não colocassem esse trabalho no ar. A premissa foi muito boa, mas a execução foi bastante fraca. De uma pobreza de qualidade inigualável. 

Acredito que se a série fosse criada por Shonda Rhimes, os resultados seriam outros. Mas como não foi os registros de audiências foram bem baixos. Só para terem ideia, seu piloto foi visto por apenas 2,4 milhões de espectadores (Sim! Essa é uma audiência baixa!) e seus episódios posteriores provavelmente foram vistos por menos, já que somente os corajosos (Eu, no caso!) deram uma chance e resolveram continuar. De acordo com o Wikipédia, a série teve uma aprovação de 39%, um número bem inferior.

Espero que tenha conseguido com que vocês não assistam a esse desastre. Se verem, será por conta e risco de vocês. Enfim, Still Star-Crossed conseguiu estragar os fatos posteriores de um clássico tão importante e não é outra coisa a não ser uma série vazia. Vazia mesmo. J-J







Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O preço de querer "velocità"

Estamos rápidos demais. E agora? | INET/ Teste de velocidade


Caros leitores, convido-os a refletir sobre o tempo e a velocidade na vida de todos nós. Juro não cair na dicotomia rápido/ devagar/ rápido/ devagar...

Quantas vezes ouvimos notícias de gente morrendo literalmente de trabalhar? O quanto nossa saúde foi pro lixo em troca de atender as demandas do tempo? Como e por que chegamos ao ponto de fazer tudo depressa? Por que criamos prazos cada vez mais curtos e rápidos?

Durante o curso da história mundial o ser humano sempre quis se superar em todos os sentidos: isso vai de competições esportivas até entregas em domicílio. Em nossa época, ter velocidade é um chamariz para atrair clientes e, por conseguinte, ganhar dinheiro... Muito dinheiro. Quando bate um recorde de corrida, natação ou algo assim o atleta se esforça sempre para fazer a mesma coisa em menos tempo.

Toda essa dinâmica influenciou como nos alimentamos, dormimos e nos relacionamos com outras pessoas. E é claro que o preço foi alto. É uma mistura de tudo: sanha desenfreada por ganhar dinheiro, passar por cima dos outros para cumprir prazos, alimentação e bem-estar ruins, além de prazos curtos para cumprir uma paleta de tarefas infinitas. Talvez por isso procuro pessoalmente um pouco de paz na Guiana Francesa ano que vem

Em meu caso paguei caro pelo tempo me dominar: até hoje sinto que fiz falta na vida do meu único filho. Até hoje não sei como não consegui me relacionar e ter mais filhos. Sei lá, caros leitores, depois que minha esposa morreu me faço estas perguntas sem saber o destino disso tudo.


Na cultura e nas artes


Filme e música que nos faz refletir sobre o tema de hoje. | Imagens de internet


O preço da pressa foi refletida em filme e música. O cantor Lenine com sua canção Paciência nos deixa a pensar a noção do tempo rápido e a vida de cada um que se perde ao passar da rapidez. No cinema, o filme Click - estrelado por Adam Sandler - mostra que controlar o tempo e cumprir nossas tarefas a todo custo têm consequências gravíssimas na vida social e familiar. A similaridade entre a canção de Lenine e o filme é de que maneira lidamos com a dinâmica do relógio e de que forma isso afeta nossas vidas.


Trecho da canção "Paciência." | Vagalume


Por falar em filme, recomendo que veja O feitiço do tempo (Groundhog Day) onde aborda de forma divertida e interessante como lidar com o tempo e se superar como pessoa.


Para terminar...

...Esse texto não serve para que você opte por ser mais lento ou algo assim, mas que te oriente em usar o tempo e a velocidade ao seu favor. Não se esqueça de tua saúde, não se esqueça de seus entes queridos que te querem bem. Não ignore o futuro, mas não se preocupe com o mesmo.

Fique com a música de Jamiroquai que ilustra o texto de hoje.






Até mais, pessoal. J-J















Por: Pedro Blanche

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Primeiras Impressões: The Good Doctor

(Pode conter spoilers!)





The Good Doctor é a nova série médica que tenho acompanhado. Baseada em um drama sul-coreano de Park Jae-burn,  ela é exibida pela Sony e ABC e conta com a produção de David Shore (Dr. House) e Daniel Dae Kim (Lost e Hawaii 5-0). 

TGD despertou a minha atenção, primeiro por se tratar de uma história médica; segundo, porque tem como protagonista Freedie Highmore - o eterno Norman Bates, de Bates Motel; e, terceiro, por conta da sua premissa. Na série acompanhamos o jovem Shaun Murphy, um cirurgião pediátrico com autismo e Síndrome de Savant - um distúrbio psíquico em que a pessoa possui dificuldade de comunicação e relacionamento, mas uma inteligência acima da média. O médico, então, tem o desafio de trabalhar no Hospital San Jose St. Bonaventure, com profissionais bem preconceituosos. TGD vem com uma história inovadora, embora baseada em uma obra, que ainda não tinha visto pelos corredores hospitalares das produções que já assisti.

TGD me lembrou três séries médicas. Não há como não compará-la à Dr. House. Falamos de dois protagonistas emblemáticos, que possuem distinções, mas questões parecidas. Enquanto Dr. House é um médico ranzinza, cínico e sarcástico, Dr. Shaun é um médico bom, cativante e simpático. Contudo, eles possuem os mesmos problemas: a dificuldade de relacionamento, aquele por conta da sua personalidade, e este por conta da sua condição. Por fim, Dr. House e Dr. Shaun quebram regras médicas, possuem insides criativos e vão até as últimas consequências para salvar vidas.

O drama também me lembrou Grey's Anatomy e Atypical. A primeira, porque TGD também trata de questões pessoais e profissionais. A segunda, por conta da temática, com o intuito de discutir o preconceito que os autistas sofrem e a dificuldade de suas inserções na sociedade e na família. 






Com tantas semelhanças com séries médicas, TGD pode vir a floppar. O drama conta com muitos clichês que já estamos carecas de ver. Nos quatro episódios já lançados, Dr. Shaun foi barrado pelos médicos tradicionais por conta dos métodos que iria aplicar nos pacientes - como já vimos exaustivamente em Grey's Anatomy e Dr. House. Além disso, há muitos clichês de gênero, como a supremacia dos médicos, em relação às médicas; o clichê do vilão, o chefe da equipe Neal Melendez que tem um preconceito extremo com relação à Shaun mas  sem motivos aparentes (Um clichê enorme, né?); e o clichê de cada episódio ser apresentado um caso novo que, ao mesmo tempo pode deixar a trama exaustiva ou inovadora - como em Dr. House, que se sustentou por 8 temporadas com casos diferentes e criativos.  

Mesmo com possíveis flops - que li em muitas críticas que não foram nada amigáveis com TGD - a série, claro, tem bons motivos positivos que a podem sustentá-la por várias temporadas. Vamos a eles?


- A temática: O autismo e a Síndrome de Savant merecem ser discutidos e como a série os apresenta pode ser o grande ganho. TGD até agora tem sabido como tratá-los - a partir de uma inclusão social e com muita humanidade. Os temas são apresentados com delicadeza e cuidado, como, se por um instante pudéssemos saber como Shaun vive e o que ele passa. 

- A carga dramática: No primeiro episódio lágrimas já poderiam me definir. TGD me pegou pela emoção, dramas e experiências negativas que o protagonista passou e tem passado na vida. Não tem como não se emocionar.





- Os flashbacks: Eles tem ajudado a conhecer melhor a personalidade de Shaun e porque ele é exatamente como é. Os flashbacks são muito bem feitos e caem como uma luva na cena atual. Os atores que interpretam Shaun e seu irmão na infância são excelentes. 

- Os insides do Dr. Shaun: Visualizar como a mente do protagonista funciona tem sido uma experiência enriquecedora para mim. Assim como Dr. House apresentava viagens pelo corpo humano, também temos em TGD, mas com um diferencial: vemos o organismo a partir da perspectiva do jovem médico, com sua inteligência ativa. Dr. Shaun e Dr. House resolvem os casos a partir desses insides criativos. Sobre isso, li algo interessante na resenha do Série Maníacos:

 "A mente de Shaun fascina e lembra até mesmo Sherlock em seu palácio da mente, mostrando figuras e esquemas capazes de nos dar a sensação de estarmos dentro da cabeça do personagem e compreendê-lo, nem que seja por um minuto"






- A sinceridade do Dr. Shaun: Embora tenha dificuldade de se relacionar, o jovem médico protagoniza cenas sinceras e humanas com os outros personagens, em que ele é sincero, verdadeiro e diz o que lhe vem à cabeça. Desse modo, a série ensina muito mais do que medicina, mas sobre a vida.

- Ingenuidade e momentos de humor: Dr. Shaun é bastante ingênuo, o que cativou-me  e me fez gostar do personagem. A série, em meio ao preconceito, carga dramática e o tema, ainda consegue ter um alívio cômico interessante e boas cenas de humor.

- Freddie Higmore: Com certeza esse é o grande acerto da produção! Freddie Higmore é um excelente ator, versátil e com capacidade interpretativa. Deve ter sido dificílimo para ele interpretar um jovem psicopata e tem sido como um autista com síndrome de Savant, mas Freddie surpreendeu-me com os trejeitos, os tiques e a voz do Dr. Shaun. Contudo, vejo que ainda a série tem se escorado muito em Freddie e em seu personagem. Perto dele, os demais atores ainda não brilharam, com exceção de Antonia Thomas (como Claire Brown) e Nicholas Gonzalez (como Neal Melendez).


Esses são os bons motivos para acompanhar TGD. Espero que a cada episódio a série fique mais emocionante, criativa e com bons casos e possa criar sua própria trilha de sucesso. Com certeza, a temática e o peso de Freddie Highmore fazem toda a diferença. A produção teve a confirmação de uma temporada completa com 18 episódios. Agora, resta aguardar o desenvolvimento da trama. J-J






Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Omo, quem reforçou clichês de gênero foi você!": a moda da agenda da Ideologia de gênero













Duas semanas atrás (06) um comunicado público da empresa de materiais de limpeza Omo deu o que falar. Para promover a Semana das Crianças, foi veiculado no Youtube um vídeo que incentivava os pais a deixarem seus filhos brincarem livremente, sem se preocuparem com padrões, regras e normas. Assista:






Um vídeo curto que, a princípio, não tem nenhum problema, mas que pelo visto tem gerado revolta nos internautas - já que são mais de 245 mil dislikes, contra 50 mil likes (até o momento dessa publicação). Você pode se perguntar: mas qual o problema de meninos se divertirem com brinquedos e brincadeiras de meninas e vice-e-versa? Diria que nenhum, mas a forma como a marca colocou que é o grande problema da questão. Irei transcrever o Comunicado (com grifos):


"Comunicado urgente para pais e mães

Omo convoca pais e mães a fazerem recall de todas as brincadeiras que reforcem clichês sobre gênero, com o objetivo de ressaltar a importância da experiência e do desenvolvimento das crianças. Meninas podem, sim, se divertir com minicozinha, miniaspirador e mini-lavanderia, mas também podem ter acesso a fantasias de super-heróis, bloquinhos de construção, carrinhos velozes e dinossauros assustadores. E meninos também devem ter toda a liberdade para brincar de casinha, gostar de castelos, trocar fraldas de bonecas e ter uma incrível coleção de panelinhas. Porque mais importante do que o brinquedo é a brincadeira, a participação dos pais no processo de aprendizagem e os momentos que vão marcar a vida delas para sempre. Esse comunicado tem caráter educativo e busca convidar pais e mães, nesta data tão especial, a incentivarem seus filhos a se divertirem sem se preocupar com cores, regras ou padrões. Junte-se à Omo na campanha pelo direito de toda criança de se sujar e brincar livremente.


Compartilhe o vídeo e seus #momentosquemarcam ao longo da semana com a gente. Não deixe o Dia das Crianças passar em branco."



Em minha opinião, meninos podem, sim, brincar de casinha, de escolinha, trocar o futebol pelo parquinho, e isso não significa que no futuro ele será homossexual nem nada do tipo. Mas nesse comunicado a Omo descaradamente é a favor da ideologia de gênero, além de influenciar os pais e determinar como eles devem agir com seus filhos. 

Não irei discutir Ideologia de gênero nesse post, até porque ela já foi discutida por Pedro Blanche em postagem anterior. O foco do texto será em como as marcas, redes de televisões, programas jornalísticos e de entretenimento tem aderido à essa agenda, por estar na moda, por ser 'cult' e atual, além de definirem como os pais devem criar seus filhos. O que a Omo - e recentemente a Avon - querem levar em consideração são suas influências nas famílias, e não as dos pais, que envolvem cultura, visão de mundo e formas de educação.

Ser a favor da Ideologia de gênero é ser contemporâneo e vanguardista, mesmo que esta não seja a sua opinião realmente, nem o que acredita em seu íntimo. E daí que você tinha outro posicionamento? O que importa é sua opinião atual e ir na onda da maioria. O que penso ser irônico é uma empresa de sabão falar para pais "não reforçarem clichês de gênero" e "incentivarem seus filhos a se divertirem sem se preocupar com cores, regras ou padrões", sendo que outrora - precisamente em 2016 e em anos anteriores - fora ela mesma que estereotipou brincadeiras de meninas e meninos. Duvida? Veja a imagem abaixo!














Para a Omo, até certo tempo menino brincava de bola e menina brincava de bambolé. Ela não inverteu os papéis: menino com bambolé (Nem vestido de princesa, como a propaganda da Avon!) e menina jogadora de futebol. "Mas, Emerson. Agora os tempos são outros". É mesmo?! Os tempos são outros, mas muito me surpreende uma empresa mudar sua identidade assim da noite para o dia. Uma identidade que já estava construída há 15 anos.


A identidade da Omo em 5 vídeos

Agora, irei traçar como a Omo retratava as crianças e os gêneros até pouco tempo através de 5 vídeos.


1- Menino aventureiro!



Para a Omo, ser aventureiro, corajoso e vertir-se como escoteiro pertencia ao padrão masculino. Na propaganda abaixo não é uma menina que se aventura e visualiza um filhote de onça pela câmera. Assista:






2- Atividades desafiantes



Superação de desafios, obstáculos e perigos eram atividades de rapazinhos para a Omo, por mais que seja apenas andar de bicicleta! Já perceberam que só quem enfrentava o perigo eram os meninos (Vídeo 1 e 2) nas propagandas da marca de sabão em pó, né? "Mas Emerson, você está sendo muito radical!" Eu radical? Agora vocês verão quem é!






3- Futebol? É com rapazinhos!



O vídeo a seguir é bem recente (março desse ano), e prova a minha teoria que a Omo aderiu a agenda da Ideologia do gênero por estar na moda, mais do que ser sua identidade, visão e valores. Na propaganda, um menino entra com uma bola de futebol todo cheio de lama em uma sala e seu pai o vê. Futebol? Era com rapazinhos! Observe:







4- Por que não uma mulher?!


Quando vi o vídeo abaixo me perguntei por que não é uma mulher que pode construir uma montanha-russa muito louca, fazer um totó artesanal, entre outras invenções? Porque para a Omo, até pouco tempo atrás, ser criativo, inventivo e inovador eram atividades masculinas. "Bloquinhos de construção" - fazendo uma correlação com o comunicado recente - eram brinquedos de menino. Uma guria jamais poderia construir uma pista de corrida ou uma montanha-russa. Assista:





5- Brincadeiras de meninos e meninas


Deixei o melhor vídeo para o final. Aqui a fabricante deixa claro quais eram as brincadeiras de meninas e de meninos. Nele, um menino está com um óculos malucos e se aventura a se equilibrar em um muro, enquanto sua mãe o observa; outro anda de bicicleta (vídeo 2 apresentado); uma garotinha pula serelepe em uma poça de lama; e outra brinca de escorregador em um parquinho e canta toda fofurinha uma música em inglês. Para a Omo, uma menina não poderia estar se aventurando em um muro, nem um menino brincando de parquinho ("Não vai jogar futebol, não, rapaz!", é o que a Omo lhe diria). Veja:






O tal do recall


Quando vi o comunicado BRILHANTE e BRANCO (Olha o trocadilho! kkk) da Omo logo me perguntei qual teria sido o sentido dela ter usado a expressão recall - que aparece no início do texto. Pesquisei dois conceitos na internet, um do Google e o outro do Procon do Pará. Leia-os (com grifos):

"recall ɹɪ'kɔl/ substantivo masculino: convocação por parte de fabricante ou distribuidor para que determinado produto lhe seja levado de volta para substituição ou reparo de possíveis ou reais defeitos." - Google

"[...] o Recall, ou chamamento, é o procedimento gratuito pelo qual o fornecedor informa o público e/ou eventualmente o convoca para sanar os defeitos encontrados em produtos vendidos ou serviços prestados. O objetivo essencial do Recall é proteger e preservar a vida, a saúde, a integridade e a segurança do consumidor, além de evitar e minimizar prejuízos físicos ou morais." - Procon do Pará


Mas não foi com o sentido publicitário que a Omo utilizou essa expressão, afinal, nenhuma linha de seus produtos voltou para as indústrias (Pelo menos não tenho conhecimento disso). O que a empresa quis dizer é que as atitudes dos pais precisam passar por uma reformulação e ela estaria ali de prontidão para isso. Vamos relembrar o que foi dito? (com grifos)

"Omo convoca pais e mães a fazerem recall de todas as brincadeiras que reforcem clichês sobre gênero, com o objetivo de ressaltar a importância da experiência e do desenvolvimento das crianças."


Para a Omo, o posicionamento dos pais está com defeitos e pode trazer prejuízos físicos e morais. Como se ela palpitasse que a forma de educação, visão de mundo e cultura destes estão ultrapassadas, sendo necessário que eles "retornem à fábrica", revejam seus conceitos e obtenham posicionamentos mais atuais e contemporâneos. 

Se a empresa possui essa visão, é sensato que ela também passe por um recall de identidade, uma vez que até pouco tempo reforçava clichês de gênero. A empresa, a partir dessa lógica, também deveria retornar à fábrica por estar cheia de defeitos e estereótipos já formados. Sendo assim, depois do recall da empresa, quero que ela traga uma NOVA PEÇA PUBLICITÁRIA com meninos brincando de casinha, se sujando com molho de tomate ao cozinhar e com vestidos cheios de lama! Quer fazer recall? Então faça direito! Quer ser a favor da Ideologia de gênero? Então faça bonito! Isso é pra agora, pra ontem!



Era preciso mesmo o engajamento da Ideologia de gênero para a campanha #Momentosquemarcam?


Me pergunto se era mesmo necessário que a Omo apelasse e aderisse para a Ideologia de gênero para promover uma hashgtag. Isso porque a empresa sempre reforçou clichês de gênero, como puderam ver em seus próprios vídeos. 

Era mais fácil ela ter lançado a campanha #Momentosquemarcam pelo que já fazia com frequência e tradição. Me lembro muito bem do slogan "Por que se sujar faz bem" que era criativo e interessante. E a empresa não precisou apelar para Ideologia de gênero, nem nada. Agora, ela faz isso, o que soou falso, hipócrita, destoante e contrário à sua identidade. Leia a forma como a Omo lançou a campanha #Momentosquemarcam (com grifos):

"Não existe brincadeira de menino e brincadeira de menina. Toda criança tem o direito de se sujar e se divertir livremente, sem cores, regras ou padrões. Junte-se à OMO nesta campanha. Não deixe o Dia das Crianças passar em branco. Compartilhe o vídeo e seus #MomentosQueMarcam com a gente."


Realmente não há distinção entre brincadeiras de menino e de menina, mas o problema é como a Omo colocou isso, como já havia dito, e como ela quer promover a agenda da Ideologia de gênero de qualquer maneira, mesmo que isso não seja sua visão.

Recentemente (11), a empresa publicou um novo vídeo explicando "realmente" o que ela quis dizer com o comunicado e e a campanha. De acordo com ela, "toda criança tem direito de se sujar e brincar livremente". Mas o que há por trás desse discurso é aderir à moda da agenda Ideologia de gênero. Veja o vídeo publicado:






Colocou-se uma 'encenaçãozinha' de uma menina e um menino brincando com tintas, e duas garotas andando de skate. Mas isso soou falso e não tem a ver com a identidade tradicional da marca, em minha opinião. O vídeo também está longe (BEM LONGE!) de ser um recall da Omo. Aliás, minha proposta está de pé, vamos relembrar?

"Sendo assim, depois do recall da empresa, quero que ela traga uma NOVA PEÇA PUBLICITÁRIA com meninos brincando de casinha, se sujando com molho de tomate ao cozinhar e com vestidos cheios de lama!"


Por último, deixo a descrição do vídeo acima (com grifos):

"Vimos que tem muita gente falando da mensagem de OMO sobre o Dia das Crianças. Nossa intenção é celebrar que toda criança tem direito de se sujar e brincar livremente, de maneira positiva e saudável. Mais importante que o brinquedo é a brincadeira, o aprendizado, a participação dos pais e os momentos que marcam. É o que promovemos há 15 anos: os momentos positivos que resultam do brincar. Junte-se à OMO para comemorar o Dia das Crianças.

Viva, se suje e compartilhe momentos que marcam."



"Emerson, e você é a favor ou contra a Ideologia de gênero?!". Caros, esse não é o objetivo do post, mas sou contra, piamente, a mídia, marcas e empresas pautarem como as pessoas devem ser e agir. A Omo, Avon, Rede Globo, etc, entraram em uma seara que não lhes dizem respeito. E, muitas vezes, ao comprar essa briga pode ficar feio para as empresas, que antes tinham uma visão de mundo e agora outra. J-J


Por: Emerson Garcia
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