quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

“De manhã, eu costumo dizer, que eu vendo a notícia e a tarde eu compro a notícia"



A jornalista Márcia Delgado diz que trabalhar como assessora de imprensa na Funasa é diferente de ser editora de cidades no Jornal de Brasília e reforça que o jornalista deve ter responsabilidade com a informação, ter critérios de cobertura e sempre checar, rechecar os fatos e as fontes





Maria Márcia Delgado Alvim tem 38 anos, nasceu em Minas Gerais em 6 de fevereiro de 1970. É formada em jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Já trabalhou como repórter de cidades e economia no Jornal de Brasília, como subeditora e editora de cidades deste, no Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como repórter, no Sindicato dos Transportadores de Carga como assessora de imprensa e no Jornal da Comunidade como repórter. Atualmente presta serviço no Jornal de Brasília há 12 anos, e na Assessoria de Comunicação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) há cinco anos. Márcia Delgado é solteira e possui um filho.


Jovem Jornalista- Como você, jornalista, se porta diante da informação?
Márcia Delgado- A gente tem sempre que se portar diante do fato pensando que você tem dois lados da história. Nunca se pode dar só uma versão da história, tem que dar as duas versões. Esse é um princípio do jornalismo, que eu acho que a gente deve levar em conta, porque ninguém é culpado antes de ser condenado pela justiça e ninguém é inocente antes de ser absolvido pela justiça. Então, nós, jornalistas, temos que ter muito respeito, muito critério, muito tato para lidar com a informação, porque a gente ainda tem casos que já foram evidentes de que uma informação incorreta pode destruir a vida de uma pessoa, assim como ela pode ajudar uma pessoa. Então, o poder da informação é muito grande e é necessário responsabilidade com esta.

J.J.- Então, no caso, seria investigar os fatos como eles se manifestam?
M.D.- Sempre checar, sempre investigar uma informação, rechecar, ter o cuidado de dar uma informação quando você tem certeza. É obvio que a gente nunca vai dar a verdade como ela é, porque você vai ouvir varias versões e ainda vai contar uma história de acordo com essas versões, com a sua apuração, para que você tente se aproximar ao máximo da verdade.

J.J.- Você crê que a sua maneira de agir frente à informação e aos fatos influencia a sociedade?
M.D.- Eu acho que a informação influencia sim, ela forma opinião. Pessoas que lêem um jornal, que vêem uma notícia, elas sempre vão poder opinar. Elas estão antenadas com aquele fato e um dado incorreto, impreciso, inverídico, pode sim causar um dano muito grande tanto na sociedade quanto na vida das pessoas envolvidas.

J.J.- Você crê que exista desvirtuamento do papel do jornalista?
M.D.-
Acredito que sim, mas essa é uma prática em que a gente, jornalistas e os que estão se formando em jornalismo, tem que procurar não levar para esse lado. Porque você não pode, primeiro, opinar sobre uma informação. Por isso existe nos jornais uma editoria de opinião. Se você quer dar o seu ponto de vista sobre um fato, escreva um artigo, uma crônica, agora o que não pode é opinar em cima de outra coisa ou ser tendencioso. Por isso que você tem que ouvir os dois lados e o leitor que tire sua conclusão. Se você colocar as duas versões, as três versões sobre um fato, o próprio leitor se posiciona. Então, o jornalista não precisa colocar a sua subjetividade na matéria. Ele pode ouvir, contar toda a história bem contada e o leitor que tire as suas conclusões, que julgue se quiser, que absolva se quiser.


J.J.- Qual a sua opinião sobre os jornalistas que manipulam a notícia?
M.D.-
Sempre tem que se seguir a linha editorial do jornal, mas como profissional você tem que se esforçar para chegar o mais próximo da verdade e não tentar manipular a informação e mostrar sempre todas as questões do fato.


J.J.- É válido quebrar regras e informar a sociedade?
M.D.-
Você tenta fazer o trabalho o mais transparente possível, fazer com que contribua para a sociedade. Agora, claro que você trabalha numa empresa. Você tem que obedecer a linha editorial dela, saber que você sempre tem alguma coisa além desse profissionalismo. Então, o jornalista tem que buscar isso todos os dias: noticiar, denunciar, ajudar, porque o nosso papel na sociedade é esse. Você não está aqui para destruir a vida das pessoas, você está aqui para fazer denúncias sérias, fundamentadas. Você trabalha para ajudar as pessoas, dar voz para a população. Então, a gente tem que buscar isso a qualquer preço sim. Agora é óbvio que nem sempre isso é possível, porque encima do jornalista tem os interesses da empresa e do veiculo de comunicação. Nem sempre é viável colocar isso de uma forma exarcebada, profissional, quanto se quer, quanto se deseja, quanto se aprende.

J.J.- Qual a sua opinião dos valores-notícia? Eles direcionam a notícia ou a tornam mais elitista?

M.D.- A notícia tem sempre um valor objetivo. Ela não tem o dever único de informar, você tem todo um valor agregado a ela que pode modificar a vida das pessoas, que pode contribuir para uma sociedade melhor. Então, quando se redige uma notícia não se pensa em só relatar o fato que aconteceu, e sim mostrar para a sociedade o que está acontecendo no universo em que ela vive ou num mundo, ou num país. Agora, tem valores agregados a essa notícia que são importantes como: dela você tem que contribuir para modificar a vida de uma pessoa ou de uma comunidade.

J.J.- Como é essa ponte entre trabalhar na Funasa e no Jornal de Brasília?
M.D.-
São dois universos totalmente diferentes. Uma coisa é um trabalho de assessoria e outra coisa é um trabalho de editoria de Cidades do Jornal de Brasília. De manhã, eu costumo dizer, que eu vendo a notícia e a tarde eu compro a notícia. Então, de manhã nós estamos mostrando para a sociedade o que está sendo feito pela instituição, o trabalho que está sendo desenvolvido. O objetivo é cuidar da imagem da empresa. Aqui na Funasa eu atendo a imprensa e de tarde o meu papel é outro. É de servir a sociedade como um todo, mostrando as notícias que acontecem na nossa cidade, tentando melhorar um pouco a sociedade onde a gente vive.

J.J.- Você publicou uma notícia em 11 de janeiro de 2006 para o Jornal de Brasília intitulada “Mais segurança na hora de comprar remédios”. Nela você dá dicas de como alertar os consumidores do fabricante, do lote, da dosagem entre outros, além de mostrar que tais remédios deveriam ser autenticados. De que forma o papel do jornalista na sociedade se aplica a essa notícia?

M.D.- É fundamental, o direito do consumidor, a política do cidadão sobre uma informação de um remédios. Eu sempre trabalhei, quando repórter, com o direito do consumidor. Eu creio que é uma das áreas mais importantes dentro do jornalismo, porque não é sabido de muitas pessoas. Você quer informar o que é correto, dar dicas, fazer alertas. Esse é o nosso papel. Porque muitas vezes os consumidores são ludibriados nesse país e muitas vezes não tem voz. Eu acho importantíssimo informar, e se for saúde melhor ainda. O que a gente busca hoje é ter saúde. Então, matérias relacionadas à essa área sempre vai ter muita leitura e muita abrangência.

J.J.- O que você pensa dos jornalistas que não apuram os fatos e publicam notícias falseadas?
M.D.-
Totalmente abominável. Você tem que apurar os fatos até eles serem esgotados. O jornalista não pode ter preguiça de apurar a matéria. Eu sempre digo para os repórteres do Jornal de Brasília que uma história tem 90% de chance de ser bem contada se ela for bem apurada. Então, você investiga bem, ouve todos os lados. Eu acho que com isso você se aproxima ao máximo da verdade e notícias falsas, obviamente, é abominável.

J.J.- Você crê que a internet possui todas as informações necessárias e corretas que precisamos?

M.D.- A internet é uma ferramenta importante no nosso trabalho. Eu sou de uma época que não tinha esse instrumento e que nós recorríamos a outros métodos, buscar a informação com a leitura, a pesquisa. Então, hoje a internet facilita, mas você deve ter cuidado com as informações que você busca na rede, porque a gente sabe que tem muita informação falsa, que não corresponde a verdade. Como jornalista você tem que ter a preocupação de filtrar bem a informação e saber se aquilo que está sendo informado é correto ou não.

J.J.- Como é o trabalho do editor?

M.D.- O editor trabalha com o texto dos seus repórteres. Ele trabalha com o texto da melhor forma possível. Às vezes, você tem que reescrever o texto, às vezes tem que mandar o seu repórter rechecar uma informação. Essa é a preocupação do editor. O repórter manda o seu material para ser publicado, mas é o editor que tem que ter a responsabilidade naquilo que será veiculado. Então, o meu papel é pegar esse material, trabalhar ele da melhor forma possível para que o jornal tenha qualidade, que ele seja lido, que as pessoas gostem daquilo que elas estão lendo.

J.J.- Qual o seu papel como editoras de cidades?
M.D.-
O meu papel como editora de cidades é coordenar um trabalho, apresentar um produto final na banca de um trabalho que começa a ser feito logo no início da manhã com a chefia de reportagem, com os repórteres nas ruas, e o meu serviço é pegar todo esse material e condensar dentro da editoria, dando prioridade a alguns assuntos, descartando outros, tendo cuidado de ver se aquela informação é correta. Todos os dias a gente trabalha para mostrar à nossa comunidade o que está acontecendo do lado dela, o que foi notícia no dia anterior, o que movimentou a cidade. Sempre estamos orientando os nossos repórteres a checar a informação, a rechecar sem dúvida, perguntar. Isso é um princípio básico do jornalismo.

J.J.- Onde entra a objetividade e a subjetividade do jornalista em meio aos fatos?

M.D.- Pois é, tem matérias que você pode colocar uma dose de subjetividade se for matéria humana. A gente tem vários exemplos disso nos próprios jornais locais. Você pode colocar a sua alma ali, você pode contar uma história de uma forma mais leve, não tão objetiva, não tão sisuda. A notícia tem que ser contada de maneira objetiva, em geral é assim que funciona. Mas, algumas matérias lhe permitem que você seja mais solto, que você coloque um pouquinho mais a sua cara ali. É obvio que quem está escrevendo a matéria não é um robô, é um ser humano. Então, você leva em conta os seus valores e os seus sentimentos. Cada jornalista deve discernir onde ele pode colocar um pouco de subjetividade e aonde ele deve ser sempre objetivo.

J.J.- Você crê que a notícia e a reportagem podem ser lidas por todos?

M.D.- Acredito que sim e a gente trabalha para isso: contar a história da maneira mais simples possível para que todos tenham entendimento e compreendam a notícia e que ela seja universal, assim todas as pessoas terão acesso.

J.J.- Qual é o verdadeiro papel do jornalista?
M.D.-
A pessoa que se forma em jornalismo, que atua como jornalista tem que ter noção de que ela tem um papel fundamental na sociedade. Eu acho que a informação tem um poder muito forte e você diante desse poder não pode se deslumbrar, você não pode achar que é superior aquilo, pelo contrário, você está a serviço de uma sociedade. Esse é o verdadeiro papel do jornalista, em minha opinião. Nós estamos aqui para informar, fazer um trabalho de utilidade pública, denunciar o que está errado na nossa sociedade e contestar. J-J

Por: Emerson Garcia

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Dom de reportagem: Português ganha força


Decisão de maior cobrança dessa matéria nas provas objetivas e peso maior na redação das provas do vestibular e PAS da UnB suscitam, ainda mais a importância do português para a vida pessoal e profissional dos alunos



Ler, interpretar e possuir senso crítico são essenciais para o domínio da língua portuguesa. As mudanças no vestibular da UnB e do PAS reforçam que, para entrar na universidade, é preciso ter a língua como aliada.

A decisão tomada pelo Decanato de Ensino de Graduação, de maior cobrança da língua portuguesa e redação, partiu da pesquisa dos colegiados de curso. De acordo com Márcia Abrahão, decana há três anos e professora de geologia e geociência há 16, não houve problemas, e sim a necessidade de atender ao perfil de alunos que a instituição anseia. “Há perfis específicos e, também, características similares, em que objetivos como ler, interpretar e escrever são primordiais”, explica.

A redação passa a ter caráter classificatório, ou seja, a nota será calculada junto com outras provas. A atitude aumentará seu peso, pois dará maior vantagem aos alunos.

O método do Sigma, que teve 248 alunos aprovados no último PAS, tem metade das questões discursivas da prova, textos em língua portuguesa, onde se corrigem aspectos micro estruturais da escrita, como gramática e ortografia.


Josino Neto, coordenador e professor de português do Sigma, dá aulas para o 6º ano de ensino médio e detecta na articulação das idéias e na lingüística textual os maiores problemas dos alunos. De acordo com ele, as novas regras só reforçam o ensino do português. A decisão da UnB é tardia, pois os alunos e as demais pessoas devem compreender o texto e comunicar-se através da redação.

Dominar a língua portuguesa faz parte de um processo que deve ser acompanhado desde o início da vida escolar, pois é a partir dessa etapa que se verifica a capacidade de cognição dos alunos. A familiaridade com as letras, a junção delas e as primeiras leituras são exemplos de alfabetização. Iago da Silva, seis anos, está no Jardim 3 da Escola Classe 43 de Ceilândia e, apesar de ainda não ler e escrever em sua plenitude, já ensaia as atividades. Ao perguntar como se escreve uma palavra, ele já consegue ordenar palavras pelas formas das letras. “Como se escreve amor? É o “a”... o que tem três perninhas... a bolinha e o que tem a bolinha e duas perninhas?”, ensaia o pré-alfabetizando.

É essa capacidade de cognição que pode ser verificada no ensino médio, através da prática da escrita. No colégio Sigma a redação é avaliada a partir de três pontos principais: a lingüística, seu domínio e o desenvolvimento da idéia. No que diz respeito às formas de avaliação, há três instâncias diferenciadas. A primeira é a elaboração do discurso, a partir da interpretação do texto. A segunda é a utilização da língua através da redação. A terceira seria a alternativa correta.


ENSINO DA LINGUAGEM ULTRAPASSA BARREIRAS

As mudanças só vieram reforçar o domínio da língua portuguesa para o desenvolvimento humano. O coordenador Josino Neto explica que o aspecto global da língua portuguesa permite compreendê-la em uma esfera humana, pois as habilidades vão além da matéria. “O aluno utiliza na vida social e profissional, pois adquire vocabulário em outras áreas”, explica.

Para André, atual estudante de psicologia da UnB, o ensino da língua portuguesa é um dos mais dinâmicos existentes, pois ultrapassa barreiras. “A escola se encarrega de transmitir a informação técnica, objetiva, mas o contexto de utilização prática da língua é o próprio indivíduo que aprende em seu convívio social”, defende.

A importância da língua para a vida pessoal e profissional é óbvia: ela é um instrumento de comunicação. Contudo, sua utilização pode ser diferenciada para ambas as áreas, uma vez que depende da roupagem que é utilizada em cada uma. “A língua pode persuadir, influenciar manipular, no que diz respeito às áreas da vida”, explica André.


Énio diz que o conteúdo e organização das idéias são os grandes vilões dos alunos, e não o domínio da língua portuguesa em si. Os estudantes não tem interesse pela prática da leitura e escrita. Deve-se estimulá-lo a ler e raciocinar e, muitas vezes, o efeito vem a partir da brincadeira. “No Mackenzie realizamos dinâmicas e jogos sobre concordância, regência e colocação pronominal, além de, em cada aula de gramática, apresentar uma palavra desconhecida, onde o aluno é instigado a questionar-se sobre novos vocabulários”, reitera o professor.

Énio fala que os problemas dos alunos referem-se ao vocabulário limitado e jovial, pois estão acostumados com a linguagem coloquial e os meios que freqüentam, como twitter e MSN. A simplificação das linguagens deixa o estudante preguiçoso, sendo necessária a adaptação do uso da língua e sua utilização em momentos diferenciados. A linguagem da internet não deve ser associada à norma culta.

Com as facilidades que a língua propõe, como a simplificação de obras em minisséries televisivas, a língua perde sua elegância e normas. “O uso das palavras incomuns é retirado e colocam-se palavras fáceis que impedem os alunos de possuir senso crítico”, defende o professor.


Outro fator que conta como uma falta de domínio da língua portuguesa seria a falta de interesse de cultivar o patriotismo. “Na França, os franceses amam o francês. Assim como em Portugal eles defendem o uso correto da língua. Mas no Brasil há o desprezo”, explica. J-J


*Matéria de minha autoria para o Jornal da Comunidade publicada no mês de maio/2011.


Por: Emerson Garcia

sábado, 1 de dezembro de 2012

Top Lista 2011/2012!



Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

4 anos de blog floridos e doces!



Hoje, 26 de novembro de 2012, é um dia muito especial para mim!! Confesso que desde às 8h da manhã estou feliz nesse sentido! Meu blog, Jovem Jornalista, exatamente hoje faz 4 anos de idade! Lá no dia 26 de novembro de 2008 estava a escrever o meu primeiro texto, chamado Em breve revista inside nas bancas!!! E nesse texto, confesso, NÃO TIVE NENHUM COMENTÁRIO!! rsrs Nessa época na verdade, o blog era totalmente diferente do que é hoje em dia. Era só um espelho da minha faculdade de jornalismo que estava no fim do seu primeiro ano. Foi somente no dia 17 de agosto de 2009 que o blog teve um foco "mais ou menos" definido no post chamado O traço do JJ e uma promessa. Um pouco depois desse período o blog ganhou uma marca registrada: "Jovem Jornalista- Comunicação, Indústria Cultural e Jornalismo em um só lugar!"

Foi no dia 12 de julho de 2009 que eu tive minha primeira crise na blogosfera e a minha primeira crítica de um leitor no post Shiuuuu- O som do segredo. Que, aliás, deu muito pano para a manga!!! Gostaria de ressaltar que amo críticas, elas nos fazem pensar, e talvez por isso, o blog chegou onde chegou, aos seus 4 anos, porque eu quero o retorno de vocês, leitores!!!

No primeiro ano de blog, tive 12 leitores assíduos, muitíssimo meus amigos, como vocês veem no post Presenteando blogs.... Hoje, 3 anos depois, confesso que chego a ter mais de 20 leitores que são "verdadeiros amigos".

O blog não é feito somente de coisas boas, mas também de ruins, que nos ajudam a melhorar. No meu caso, teve um momento "muito chato para mim". Foi o ano de 2011, em que quase esse blog não chegaria aos 3 anos, que dirá 4 anos de existência. Janeiro de 2011, tudo bem; Fevereiro, também; Março, já comecei a estranhar - estava com a vida muito acumulada: estágio, mono e faculdade - Abril, quase nem postei, fui postar no fim do mês em Feriados. Aí chegou Maio...

O mês mais difícil de toda a minha vida! O mês que eu fiquei em depressão profunda!! E que tudo, inclusive esse blog, iria acabar. Fiquei muito desanimado e triste e fui tentando, nem que fosse pouquinho, postar aqui... Durante todo o ano de 2011 só tive 31 posts, mas o importante é que dei a volta por cima e o blog não acabou!!! Agradeço por ter passado por esse momento de trevas em minha vida.

E hoje, eu estou aqui, firme e forte!!! Com 256 posts publicados; 1053 comentários; 60 seguidores45.179 visualizações de páginas; 32 "curtidas" na página do face e muitos sorrisos em muitos rostos!!!!

Pois é, só gostaria de agradecer por esses 4 anos juntos de todos vocês e o blog tem que continuar crescendo, pois em 2013 ele fará 5 anos!!!

Pesquisei na internet e meu blog tá fazendo bodas de frutas e flores!!! Que coisa mais legal, colorida e alegre!! Afinal, esse é o ano MAIS ALEGRE do blog! [e da minha vida também]. 

J-J



















Que eu possa ter mais momentos floridos assim!!! 

Crédito das fotos: Emerson Garcia e Sullivan André




Feliz niver, blog!


P.S: Preciso da ajuda de vocês em uma série de enquetes para fazer uma TOP LISTA de posts do ano 2011/2012, quem estiver interessado, só olhar aqui à direita na coluna e votar! A votação vai até o dia 30 de novembro de 2012!

Por: Emerson Garcia

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Saiba o que é Convergência Digital

No mundo web que vivemos, com o crescimento de blogs, jornais onlines, podcasts, entre outros meios de informação eletrônica, torna-se necessário que um profissional da área de comunicação organize dados, informações, materiais e que veicule para a internet. Isso é possível, a cada dia, por causa da difusão da rede mundial de computadores e da inclusão digital, que faz com que a cada período cresça o público de pessoas tem acesso a rede.

Mas o que seria convergência digital? Segundo a enciclopédia livre, Wikipédia, "convergência digital é uma integração de mídias que se convergem para interagir em um único ambiente". Se pensarmos nos meios de comunicação como a TV, o rádio e o texto, por exemplo, e inserirmos tudo em um único meio perceberemos o quão multiforme e completa essa informação será, chegando a ser multimídia.



Pronto, pensamos em convergência digital. Mas, agora, quem é que vai realizar esse trabalho? O jornalista, que por sua vez interpretará a realidade da sua forma, selecionará que tipo de informação irá veicular e em que meio publicará. Em linhas gerais, é isso que esse profissional realiza. Ele deve ter em mente, sobretudo, o crescimento da internet, e de sua utilização, e optar não só pelo meio impresso, televisivo e radiofônico, como o digital. Hoje em dia uma notícia que é passada em um jornal televisivo pode ser acessada na íntegra na internet; o público que assiste ao jornal pode tirar suas dúvidas através de um bate-papo na internet; vídeos na internet são complementados com diversos links, como making-offs, entrevistas na íntegra.




Um exemplo. O jornalista Carlos Alexandre Monteiro é o autor do blog Lost In Lost [agora ex autor, já que o blog acabou de vez, assim como a série]. Para quem não sabe, Lost [já falei aqui, aqui e aqui no blog] é uma série americana que conta a história de sobreviventes de um acidente de avião que cai em uma ilha no Oceano Pacífico. É cheia de mistérios. O jornalista utilizou o blog para contar as novidades da série, assim como promos das temporadas e cenas intrigantes. O blog cresceu muito, porque, além de ter a série na tv, existe um espaço que sana dúvidas dos leitores. O autor optou por fazer a cada semana um podcasting. "Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mídia digital" (Wikipédia). E pode estar na forma de vídeo, foto ou de áudio. Um meio bastante válido e eficaz. Um bom exemplo de convergência digital.

Percebemos que atualmente não basta só escrever uma boa matéria ou veiculá-la pela tv. É preciso outros subsídios que façam com que a informação seja melhor complementada e entendida pelo leitor ou espectador. Jornalista hoje precisa ser multimídia. Saber de tudo um pouco. Ele necessita compreender como enriquecer seu trabalho. Se preciso, que ele trabalhe em conjunto, senão, seguir em frente, dar o melhor de si. J-J

Por: Emerson Garcia

domingo, 18 de novembro de 2012

5Q: Cosmópolis









Moral
Quando os opostos se chocam, o que sobra? Até que nível duas realidades opostas podem ter coisas em comuns? Como o capitalismo pode torna-se o fracasso e não ter mais serventia? Até que ponto ter computadores, celulares, limosines pode ser considerado uma coisa ultrapassada?

Cena boa
Eu acho interessante, mas não lá essas coisas, a cena em que a cidade está em colapso e o mundo acaba do lado de fora, pessoas vestidas de ratos gigantes, com placas e muita tinta na limosine, pichações, baderna, e o principal do filme, calmo, dentro do carro, sem nenhuma reação, com os vidros do carro trancados.

Cena ruim
Eu achei de muito mal gosto a cena que o bilionário, sem mais nem menos, na rua, fica conversando com seu guarda-costas normalmente e pede a arma dele e com a própria mata quem era de confiança. Foi muito sem noção essa cena.

Perfil
Erick Parker é um bilionário rico, que passa o maior tempo da sua vida, dentro de sua limosine luxuosa, que tem tudo o que quer, e quando não consegue, tem a força. Extremamente sexual ativo e viciado em sexo, que não tem relações profundas com ninguém, talvez nem consigo mesmo.

Opinião
O capitalismo é só uma forma mais eficaz de se chegar a tristeza, depressão e destruição e é apenas o retrato do século XXI.



Em janeiro desse ano eu falei desse filme, para quem quiser, só clicar aqui.


Por: Emerson Garcia

terça-feira, 13 de novembro de 2012

5Q: Palavras Mágicas



Hoje estreia 5Q com o filme Palavras Mágicas. Vai funcionar da seguinte forma, eu trarei um filme, mas não farei crítica, sinopse nem nada do filme, vai ser mais pessoal, muito mais pessoal. Tipo uma impressão minha de cada filme em 5Q, como o nome diz, e no final, vocês quem decidem se verão ou não! Vamos lá?







Moral
Como alcançamos o ouvido de Deus? Como falamos com Ele? Quando nos dedicamos a alguma coisa, alcançamos nosso objetivo ou não? Sempre podemos ver mais além de nossos olhos? Existe o sobrenatural fora dessa dimensão?

Cena boa
Quando Elisa tenta soletrar uma palavra e se sente perdida e insegura, parece que há uma força maior que a ajuda a soletrar a palavra e ela fecha seus olhos e como "umas partículas" que a envolvem e ela acaba por ver, nesse gesto sobrenatural, a palavra formada nela mesma.

Cena ruim
Na parte de Elly tendo um ataque epilético, chegando a cair no solo, tremendo muito e se contorcendo sobremaneira, até ser levada a um lugar muito claro e cheio de luz, que só é possível se ela conseguir ficar em um estágio de espiritualidade e desplanalização.

Perfil
Elisa é uma menina dedicada, meiga, simpática, receptiva, que sente as dores dos que a rodeiam. É também inteligente e esforçada. Além disso, é doce, amiga, sonhadora, sensível e muito curiosa, muito mesmo... Sempre busca coisas novas e interessantes para sua vida. 

Opinião
Sempre que temos fé e acreditamos em alguma coisa, nos acercamos mais de Deus, não importando como chegamos a Ele: através da religião, da elevação de pensamento da mente ou por simplesmente pela espiritualidade.


Por: Emerson Garcia

sábado, 10 de novembro de 2012

Diários de motocicletas



Conta a história de dois jovens apaixonados pela medicina. Ernesto Guevara (Che) é estudante de medicina. Seu amigo se chama Alberto Granado e é bioquímico. Em uma motocicleta (La poderosa) eles resolvem se arriscar em viagens por vários lugares do mundo (Machu Pichú, Peru, Cuzco...) para buscar soluções para as suas curiosidades. Os amigos são muito curiosos e através da profissão querem descobrir segredos...



La Poderosa é a companhia dos dois amigos. Quer dizer... algumas vezes ela torna-se inimiga pois quebra-se frequentemente durante o caminho das viagens.

Os dois amigos deixam na Argentina uma grande mulher: Chinchina e quando os dois se despedem de seus amigos, Chinchina faz questão para que os amigos mandem cartas da viagem (é ai que vem o título do filme). Durante todas as viagens, pelos lugares que os dois passam, eles mandam cartas para Chinchina dizendo sobre as curas que eles fizeram, das aventuras que foram muito radicais, dos problemas que enfrentaram, como a crise de asma que Alberto passou.









Um filme muito interessante para esse final de semana que mostra como a amizade é importante! J-J





Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dom de reportagem: Personalidade construída em parceria




Entenda até onde a palmada educa ou não, que benefícios existem no diálogo e na pedagogia dos “cortes”, além da importância de projetos educativos escolares no processo de formação infantil

A personalidade, o caráter e os valores transmitidos a uma criança passam, em grande medida, pela forma como pais e a escola atuam. Na opinião de especialistas, existem duas formas básicas de educar os filhos. A educação rígida, que envolve imposição de regras; e a educação positiva, pautada pelo diálogo. Quanto mais essa relação se estabelece em parceria, maior a chance de que os meninos e meninas se sintam seguros no processo.

De acordo com a pedagoga Leda de Freitas, 45, funcionária da direção de Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, a presença dos pais é fundamental. “A criança que tem apoio dos pais e da família possui um desempenho. A criança que os pais deixam para lá tem outro”, explica.

Leda diz que a diferença da criança que vem com o afeto, com a atenção dos familiares, é visível na escola. “A criança é tranqüila, interage bem com os outros. Agora a criança que é largada, bate nas outras, é indisciplinada e encrenqueira”.

Para a pedagoga Viviane da Silva, 38, que trabalha no Marista, não existem fórmulas certas de educar os filhos, “porque o ato educativo é uno”, mas a presença e a escuta possuem dimensões importantes. “A presença nem sempre é física, mas é qualificada pelo exemplo, pelo vínculo estabelecido, pela coerência, transparência ao estabelecer contratos de convivência e de corresponsabilidade”, diz.


“A presença nem sempre é física, mas é qualificada pelo exemplo, pelo vínculo estabelecido, pela coerência”
Viviane da Silva, pedagoga






PALMADA X DIÁLOGO

Viviane diz que a palmada é sempre maléfica, pois nesse tipo de “educação” a criança não tem como se defender, fica imóvel, medrosa. “Educação rígida lembra autoritarismo, que é a conquista pela força”, comenta. Na concepção da ex estudante de pedagogia da Faculdade Anhanguera, Odineia Ferreira, 37, a pedagogia ensina a entender melhor os sinais emitidos pelas crianças. “A pedagogia ensina o diálogo, o exemplo, a tomar decisões corretas em relação a disciplina”.

No mesmo tom, Leda sustenta que não há como construir uma sociedade com violência, mas, sim, a partir do ouvir e do respeitar. A criança, outrora, era educada pela punição. Se errasse levava palmatória. Na opinião dele isso criava uma série de neuroses. “Hoje nós trabalhamos com a criança como sujeito e pessoa”, diz.

De acordo com a pedagoga Neide de Almeida, 46, hoje, ensina-se a criança através de brincadeiras, músicas e atividades diferentes. E é exatamente através do brincar que se observam a personalidade, o caráter e o convívio familiar do aluno.



FORMAS DE EDUCAR

Odineia é mãe de Samara, 13 anos. Ela utiliza a educação positiva com sua filha. Ou seja, dialoga, conversa e expõe o que é certo e o que é errado, sendo que a decisão final cabe a Samara. Para Odineia, a palmada é um reflexo da raiva do pai, mais do que educação. “Você bate primeiro e não explica nada depois”, complementa.

Já na opinião da auxiliar de laboratório Conceição de Maria, 47, às vezes é preciso bater. “Eu converso quando precisa e brigo quando precisa, mas nada de forma excessiva”, diz. Segundo ela, a palmada é abusiva quando machuca e deixa marcas.

Uma das formas de educação que alguns pais utilizam é a educação rígida. Existem aqueles que acreditam que a palmada educa e aqueles que dizem que não, que é uma forma de agressão. Segundo Odineia, cada vez que se utiliza desse tipo de violência, a criança tende  a obedecer só dessa forma. Ela não aprende pelo diálogo, e sim porque está apanhando.

Neide é mãe de Letícia, 13 anos. Ela desenvolve a educação dos “cortes” com a filha. Quando Letícia a desobedece, corta algo que ela goste. “Você vai ficar sem computador porque desobedeceu essa e essa ordem”, é o que Neide diz, por exemplo. Segundo a mãe da pré-adolescente, ela aprende mais assim. “Você nunca pode dizer que seu filho está de castigo. Nunca use essa palavra. Você diga que ele vai ficar sem isso, por causa disso”. Ela ainda comenta que é preciso que a criança reflita, peça desculpas se precisar, e pense se o que fez é correto.

APOIO ORGANIZADO

A primeira coisa que um professor precisa fazer quando uma criança sofre violência em casa é identificar e observar juntamente com o apoio da escola. É necessário não só um envolvimento do professor, mas do coordenador pedagógico e diretor, para que haja um apoio organizado. Depois disso, é preciso ir atrás dos responsáveis daquela criança. Perguntas como: “por que essa criança sofreu violência?” e “como isso acontece?”, precisam ser respondidas.

Para Neide, existem dois pontos a ser levados em consideração. Se a criança aparecer com manchas roxas na escola, é necessário conversar com os pais. Se isso persistir, chama-se o Conselho Tutelar. Se a criança tiver sido abusada sexualmente, o Conselho Tutelar é chamado imediatamente.

BRINCAR É SÉRIO!

Projetos que a escola desenvolve são importantes para a educação dos alunos e ajudam a lapidar o caráter e a personalidade. Na escola em que Neide leciona existe um projeto de leitura, no qual uma mensagem ou uma história que fale sobre os valores é levada para os alunos. A mensagem mais recente foi “A arca de Nóe”, com a qual se trabalhou a obediência.

Há também a brinquedoteca, onde é possível, pela brincadeira do aluno, conhecer a realidade dele. “É através do brincar que se observa e descobre como é a convivência familiar”. J-J





Matéria para o Jornal Artefato no mês de Maio/Junho 2010


Créditos dos infográficos e artes: Thiago Fagundes do blog Pirata Perna Curta, vale a pena conferir aqui


Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Demorei mas retornei!



Sei que devo explicações a vocês pelo meu sumiço repentino, de quase 2 meses! Sim, tem preguiça no meio, mas também tem o cansaço desse final de ano que pra mim tem sido bem atípico.

Resolvi voltar hoje, tipo seria agora ou nunca. Daqui há exatamente 1 mês o blog Jovem Jornalista fará 4 anos. Não foram anos fáceis, mas também não foram anos sem colheitas. Foram anos de altos e baixos, de "sumidas repentinas", como essa minha última, mas de muito aprendizagem!

Eu, em 2012, resolvi dar um novo layout, uma nova casa ao blog e um novo endereço (jj-jovemjornalista.com). Depois de muito bater a cabeça ano passsado e de falar "que quero um layout novo a qualquer preço" e de procurar durante os meses de junho, julho e agosto, finalmente encontrei a minha designer de layouts, na qual eu tenho muito apreço nela: a Samandra Cubiaco, do blog Kandis Design!!

Confesso que fiquei ansioso de ver o resultado e quando estava pronto no início do mês de outubro, meus olhos brilharam, saíram lágrimas! Vocês, que tem blog, deve saber a sensação de cuidar de uma coisa que é sua, cuidar bem e fazer mudanças mais agradáveis!!!

Esse foi o primeiro presente de 4 anos de blog, que eu dei de mim para mim, como minha mãe fala! E ai, o blog tá aprovado por vocês?

Beijos e até mais!! [prometo não demorar!] J-J

Por: Emerson Garcia

sábado, 8 de setembro de 2012

O que ninguém viu do filme Batismo de Sangue

Helvécio Raton nasceu em Divinópolis, MG, em 1949, militou no movimento estudantil na década de 70, quando exilou-se no Chile, onde trabalhou em diversas produções. Tornou-se internacionalmente aclamado como cineasta. Dirigiu Dança dos Bonecos, Menino Maluquinho e Amor & Cia. Batismo de Sangue é baseado no livro de memórias homônimo escrito por Frei Betto (Daniel de Oliveira), e conta a história de Frei Tito (Caio Blat) e o envolvimento de frades dominicanos com o líder revolucionário Carlos Marighella (Marku Ribas), executado a tiros pelo truculento delegado Sérgio Paranhos Fleury (Cássio Gabus Mendes), um dos cabeças das forças de repressão.




Juntamente com seus colegas de seminário, Tito foi preso e barbaramente torturado. Mesmo depois de libertado como parte de um grupo de presos políticos trocados pelo embaixador suíço Giovani Bucher, Tito jamais conseguiu se livrar dos fantasmas de seus torturadores e, anos depois, vivendo num convento na França, decidiu pôr fim ao seu martírio cometendo suicídio por enforcamento.
Na estrada, estudantes estão a caminho do sítio onde seriam abrigados os estudantes da UNE, quando são parados por um policial rodoviário. Ele pede os documentos do motorista do carro para averiguar e pergunta: "São religiosos?". O motorista diz: "Somos". O policial não possui preconceito e se despede: "Vão com Deus". A ação do policial revela o conceito de relativismo cultural, já que ele compreende a cultura religiosa católica mesmo não a praticando.
Policiais invadem o abrigo da UNE com hostilidade, agressão verbal e física. Policiais, a mando da ditadura da época, reprimiam jovens estudantes os impedindo de ter liberdade de pensamento e capacidade de expressão. Estudantes são jogados ao chão, muitos empurrados, outros, vitimizados com chutes e pontapés. Os policiais usavam da força e do argumento de que a cultura deles deveria prevalecer. Estudantes eram alvos de piadas maldosas, como: "Vocês não queriam ir para o sítio? Agora vão passar o resto da vida ouvindo o galo cantar". A ditadura seria uma ação positiva, ao contrário do comunismo. A aculturação por dominação está presente no sentido dos policiais quererem acabar com a cultura comunista.




          A Japonesa Taeko entra em uma sala e traz as fotos da cobertura da invasão policial em um sítio que abrigava a liderança estudantil para Beto, integrante do movimento. Taeko, em um gesto de soberania, traz café para ele, que diz que as fotos ficaram ótimas. Taeko diz que precisa revelar algo. "Sabe o que é, que eu gosto muito de você", ela diz com brilho nos olhos. "Também", retribui Beto. Daí a japonesa diz que o gostar dela vai além da amizade. Beto a repreende dizendo que, por ser dominicano, a relação amorosa não irá vingar. Taeko, não se importa muito com isso: "E daí, eu sou japonesa", sorri. Nessa cena é possível o conceito de aculturação, no sentido de assimilação de uma cultura e outra, já que a japonesa queria relacionar-se com um dominicano (ambos viviam em um mesmo território: Brasil). A relação vista na cena é pacífica, já que haveria uma relação amorosa e um possível namoro. A aculturação da cena não poderia ser classificada por sincretismo, já que não havia o intuito da japonesa de mostrar sua religião ao dominicano. Na mesma cena o conceito de relativismo cultural está presente.
Em uma missa, representantes estudantis participam da religião católica e são comunistas. Encontram na Igreja, a única forma de fugir da ditadura da época. Na cena, eles rezam e participam de rituais. O comunismo, como cultura, une-se a religião católica através da aculturação por sincretismo. Entre o público presente, um senhor policial do DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social), Raul Careca, espiona os estudantes na missa com gravador na mão. Um representante estudantil diz ao microfone: "Será que ele veio rezar, ouvir a palavra de Deus ou está aqui para nos vigiar para depois mandar prender?", fala o estudante revoltado. O policial levanta-se e diz em alto tom: "Você é um comunista, desgraçado, que usa batina e o nome de Deus para pregar desordem, pregar subversão". Após dizer essas palavras o policial faz o sinal da cruz e sai do templo. O filme todo gira em torno da possibilidade de ser comunista e religioso.




Na delegacia, após ser capturado, o estudante Tito é interrogado pelo delegado. Este o trata com desprezo, discriminando-o por sua cultura de pensamento e também pela sua cultura geográfica. Tito é nordestino, cearense, e veio para São Paulo. Na fala do delegado, nojo e desprezo: "Você é nordestino é? Tá fazendo o que em São Paulo, ô cabeça chata?". "Eu estudo Filosofia na Universidade de São Paulo", explica Tito com sotaque nordestino. Nesse caso, o delegado insinua que ser paulista é mais culto do que ser nordestino. A maioria dos nordestinos que vem para São Paulo são tratados com desprezo. Quando Frei Tito é preso ele sofre o mesmo preconceito, sendo chamado de "Nordestino Terrorista de merda".
Em outra cena, a agressão física é exarcebada. Representantes da UNE são capturados e levados ao Ministério da Marinha ao encontro de "Papa". Um deles é interrogado no auditório, o outro na sala de arquivos. "Papa" começa falando: "Sabemos que vocês apoiam o terrorismo de Marighella". O grupo de estudantes de fato apoiava o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, mas o rapaz diz que só o conhece de jornal. "Papa", portanto, pede que ele tire a roupa, mas o rapaz fica imóvel sendo recebido com um esporro na cara. Papa grita: "Tira a roupa, terrorista fila duma puta!!!". O suposto terrorista acata a ordem, sendo amarrado, prensado em uma barra de ferro e posto de pés e mãos juntos e pendurado entre dois armários. A partir daí, agressões físicas e verbais. Com chutes e "barradas" de ferro na costela e no corpo inteiro, além de choques no peito e no cérebro - que fazia a vítima espumar saliva pela boca.
Na prisão, a discriminação religiosa aparece quando "Papa" entrega uma Bíblia para o Frei Tito, que se encontra atrás das grades e diz em tom de deboche e sarcasmo: "Quer rezar para o professor, Menezes? Ele deve tá precisando". Todos os ditadores riem em coro. 




A liberdade de expressão religiosa aparece na prisão, mesmo sendo contrário aos princípios ditatoriais. Os 4 integrantes do comunismo presos realizam uma missa, com reza, pregação, sermões. Muitos deles rezam conosco. Com palavras de encorajamento, um deles diz que foi a religião e o comunismo que os uniram. Eles realizam uma Mesa Eucarística, onde diversas opiniões estão presentes: muitos riem, outros dizem que eles são traidores, outros falam que eles merecem respeito. Preces são ditas pelos presos e colocadas diante de Deus. A Ceia composta por pão e suco de uva é servida aos presos e aos guardas que vigiam o local, mas eles não aceitam o Corpo de Cristo. A ação dos guardas demonstra relativismo cultural, onde eles compreendem aqueles rituais e não os recrimina. J-J

*Por Emerson Garcia e Joellia Krisney para UCB

Por: Emerson Garcia
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