À procura de um entretenimento para o dia de natal com a família no dia 25 de dezembro de 2020, assistimos ao longa natalino Tudo bem no natal que vem, um dramédia lançado no dia 03 de dezembro de 2020. O filme é conhecido por ser o primeiro filme natalino brasileiro da Netflix. O serviço de streaming acertou em inúmeros fatores no longa, o que ocasionou em seu grande sucesso.
Tudo bem no natal que vem conta a estória de Jorge que odeia o dia de natal, apesar de ter nascido no dia 25 de dezembro. Mas o destino lhe prega uma peça quando, ao sofrer um acidente, ele perde a memória durante todo o ano, se lembrando apenas das vésperas do natal e tendo que viver o natal por uma sequência de vezes.
A trama lembra muito a do filme Grinch, personagem que odiava o natal. Apesar das semelhanças, Tudo bem no natal que vem traça o seu próprio caminho, "abrasileirando" esse ódio. Jorge odeia tudo que diz respeito ao natal, como o especial de fim de ano de Roberto Carlos, aquele tio chato do pavê ou pacumê, o trânsito caótico durante o feriado, as malditas caixinhas de natal, as uvas passas no arroz e aquele cunhado que só pede dinheiro. Desse modo, a trama tem o intuito de apresentar um universo natalino brasileiro, longe das comidas quentes e do clima friorento de países acima da linha do equador.
O looping temporal que Jorge vive não cansa, uma vez que apesar do protagonista viver o dia de natal, ele não é igual a cada ano. Na verdade, a cada natal a vida de Jorge está mais modificada, o que ocasiona situações hilárias, dramáticas e emocionantes. O looping que Jorge vive lembra muito o de Feitiço do tempo (já falado aqui), mas a diferença é que enquanto em Feitiço o protagonista vive o Dia da Marmota durante vários dias, em Tudo bem é o natal que é repetido, mas com suas diferenças a cada ano.
A repetição de tempo e épocas não foi utilizada pela primeira vez em um filme. Posso citar De repente 30 e Click. Aliás, Tudo bem no natal que vem está sendo comparado com esse último. Para muitos, Tudo bem no natal que vem é o "Click brasileiro". As semelhanças entre as tramas são visíveis: viagens no tempo, protagonistas falhos e rabugentos, ficam ricos mas não dão valor à família e levam os telespectadores do riso às lágrimas (Saiba todas as semelhanças nesse texto do IGN Brasil).
O filme acerta no enredo, roteiro, na escolha do elenco e na passagem de tempo que se reflete na construção dos personagens da história. A maquiagem, figurino e o trabalho corporal dos atores durante as diversas passagens de tempo, é um ponto bem produzido pelo diretor Roberto Santucci e sua equipe. O longa tem uma qualidade impecável que vai além de uma boa história, possuindo bons enquadramentos e fotografia.
A mensagem do filme é excelente e irá cativar a todos. Ele nos ensina sobre aproveitar os momentos mais simples da vida, ao lado de quem amamos. A vida do protagonista passa num piscar de olhos, sendo uma metáfora da vida do ser humano. Quantas vezes a gente fala: "Nossa, como esse ano passou rápido. Mais um natal chegou"? Mas não aproveitamos o ano como deveria. Desse modo, o filme mostra que devemos aproveitar cada momento da vida como se fosse o último.
A escolha do elenco foi acertada. Temos o comediante Leandro Hassum no papel principal, que fez rir mas também se emocionar; Danielle Winits, como a antagonista da trama; e a participação de Arianne Botelho, que mesmo não aparecendo tanto, com certeza emocionou quem assistiu ao filme.
O filme fez grande sucesso, mas isso não significa que ele é de todo perfeito. Tiveram cenas que se estenderam demais e outras em que o CGI fica muito evidente, mas isso não estragou a diversão e a mensagem principal do longa.
O primeiro filme natalino brasileiro da Netflix com certeza é um dos melhores dramédias de todos os tempos, recomendado para os diversos gostos e idades. Por uma série de motivos, alguns explanados nesse texto, é um verdadeiro sucesso que merece ser visto com a família e com quem se ama. E além de tudo: tem lições a cada cena! J-J
Olá ouvintes da Rádio Bagaralho FM (Rádio Bagaralho, a rádio do... povo). Aqui quem fala é o locutor Arthur Claro, aquele que é igual porém diferente. Com o oferecimento da Osmar Som - Som Automotivo começa o programa Ouça Essas.
14 Bis - Espanhola
Angela Maria - Tango para Tereza
Biafra - Leão Ferido
Cidade Negra - A sombra da maldade
Donna Summer - Hot Stuff
Queridos ouvintes, quero agradecer a todos e espero que continuem ouvindo a Rádio Bagaralho. Peço que comentem nesse post as músicas que gostariam de ouvir, pode ser qualquer estilo musical. Um bom fim de semana repleto de felicidades. Sigam a Rádio Bagaralho no Instagram (@radiobagaralho). J-J
Sobrevivência, capitalismo e desigualdade social em um ambiente hostil e recluso.
Cena boa
Quando Goreng e seu colega de nível tem a ideia de fazer com que o banquete dure em todos os níveis da plataforma.
Cena ruim
O filme tem muitas cenas ruins e pesadas, mas posso citar as de canibalismo e assassinatos, pois foram cenas que fiquei bastante chocado.
Perfil
Um lugar misterioso, uma prisão incomum com vários níveis chamada de 'O poço' ou 'A plataforma'. Em cada um dos níveis há dois presos. Não se sabe quantos níveis a plataforma possui. Para alimentar os reclusos, há uma mesa descendente que contém comida para todos eles, mas para isso tem que regrá-la. Um lugar sinônimo de luta pela sobrevivência, mas também de solidariedade.
Opinião
Um filme chocante, impactante, cheio de simbolismos e críticas. Não tem como ficar calado ao assistir essa produção. Ele discute sobre capitalismo, desigualdade social, canibalismo e solidariedade de uma forma que no mínimo incômoda. A plataforma tem bons diálogos, uma trama e enredo que prendem e um final que conseguiu bugar a minha mente. O filmetem um pouco de Game of thrones, pois você consegue se apegar a personagens e estórias, mas de uma hora para outra as tragédias ocorrem. Não é um filme bonitinho e feliz, pois até a metáfora do banquete e de comidas deliciosas ganha uma proporção sombria. 'A plataforma' tem uma excelente fotografia, bons enquadramentos e um jogo de luzes surpreendente. A atuação dos atores escalados também foi satisfatória. Um bom suspense/triller da Netflix, por mais que nem todos irão gostar ou entender. É um filme para os fortes.J-J
A partir de hoje dou início à uma sequência de posts especiais no Entre Frames aqui JOVEM JORNALISTA. É o #EspecialDuaLipa, em que analisarei sete clipes da jovem cantora que tem se sagrado no pop dance nos últimos anos, principalmente de 2017 para cá com o estouro de New Rules. Dua Lipa é britânica, possui 25 anos, é cantora, compositora e modelo. Dua tem um estilo de pop dance, synthpop, dream pop, hip hop, funk, soul e tem uma pegada eletrônica e dançante.
O #EspecialDuaLipa estreia hoje com a análise de Break my heart. Nas próximas semanas serão analisados Don't start now, Levitating, New rules, Phisycal, IDGAF e Fever (Saiba mais detalhes ao final do post). Não sei qual é o ponto em comum nesses sete clipes, mas quero muito traçar um no decorrer desse especial (Eu e minhas teorias aleatórias).
O clipe Break my heart estreou no Youtube no dia 26 de março de 2020. Ele já conta com 395.402.758 visualizações, 4,3 mil curtidas e 105 mil descurtidas. O vídeo foi dirigido por Henry Scholfield.
Break my heart discute as provações e tribulações dos relacionamentos amorosos por meio de locações, cenários e ambientes diversos. Há todo momento no vídeo, a jovem cantora tenta fugir do amor pelo medo de não ter seu coração machucado. Com uma edição criativa e surreal, o trabalho de uma tomada continuar na seguinte é um dos pontos altos da produção. Somado à isso, estão a fotografia, efeitos visuais e o uso de cores vivas, neons e coloridas. Não posso deixar de mencionar as coreografias chicletes que, com certeza, viralizaram nos vídeos de challenge da rede social do momento - o TikTok. Assista à esse verdadeiro desbunde visual:
Quer outros detalhes? Você já deve saber o que vem a seguir, não é?
Cores e contrastes
Uma das primeiras coisas que chama a atenção no clipe são as cores de cada paleta e cenários. A vibração, com cores neons e coloridas, e a psicodelia, com toda a atmosfera criada, deixaram o aspecto visual mais interessante. O uso dos tons não é contido, mas tem muito lilás, rosa choque, azul vibrante, vermelho, que ora se contrasta em ambientes internos (restaurante, avião e hotel, por exemplo), como em externos (ruas e céu). Tenho dois bons exemplos sobre isso.
O primeiro, é quando a decoração do salão de festas/restaurante tem contrastes incríveis entre vermelho, azul escuro e azul com a cor lilás (0:45), que funciona como aquele "tchan a mais", sendo observado desde em fontes de luz como na roupa de Dua. Tal composição não é contida, mas tem o intuito de ser marcante, visível.
O segundo, é a composição de tons logo no início quando as cores escuras e azul escuro dos prédios e da noite se constrastam com as vibrantes dos carros e as janelas em rosa choque (0:00 - 0:03).
Perceba que os tons são fortes, com o objetivo de deixar o clipe jovial e marcante. O contraste entre os elementos das cenas e o figurino de Dua Lipa é interessante, sempre agrupando cores marcantes. Um detalhe importante é que cada roupa da cantora, assim como de outras pessoas, dialoga bem com o clima do vídeo.
Movimentos de câmera e enquadramentos
Câmera de cima para baixo, câmera subjetiva, câmera torta são alguns dos estilos de filmagem do clipe. O centralismo, alinhamento, são alguns dos enquadramentos. Perceba que Break my heart experimentou vários estilos, o que o deixou mais rico nesse aspecto. Irei comentar um pouco dessas dinâmicas agora.
No início (0:03 - 0:09) percebemos que a câmera começa a filmar de cima para baixo. A câmera consegue captar os elementos do trânsito e logo identificamos a cantora. Então, aquela, vai passeando pela tela, descendo sutilmente, até posicionar-se em frente ao rosto de Dua. Tudo é calculado de forma perfeita e harmônica, de tal modo que a distância entre Dua e qualquer uma das extremidades da tela é a mesma.
Logo que a câmera se posiciona rosto de Dua, percebemos um centralismo (0:10 - 0:13). Essa simetria é algo interessante de ser percebido.
Mas não é somente de filmagens certas e corretas que o clipe é composto. Entre 0:35 e 0:40 a câmera fica torta, assim como o ambiente da cena. A ideia é dar certo realismo à cena e às ações que acontecem nela. Dua parece escorregar assim como os objetos e um visor redondo é filmado. O que será que provocou essas quedas? Quais foram os efeitos? Revelarei mais à frente, mas aqui é preciso destacar esse trabalho incrível de câmera.
Em diversos momentos, a câmera acompanha os passos da cantora na tela, além de aproximar-se e distanciar-se das cenas com o objetivo de contextualizar ambientes e objetos, trazendo maior distanciamento ao clipe. Um exemplo claro disso é quando Dua Lipa anda pelo restaurante após dançar a coreografia do clipe e ela fica em frente à tela, como se aproximasse do espectador e com a câmera a acompanhando (2:47 - 2:56). Enquanto a cantora diz "Break my heart" por diversas vezes, a câmera se movimenta lentamente.
É interessante mencionar ainda que à medida que Dua anda pelo ambiente, as luzes vão se apagando uma por uma (2:51 - 2:56).
Voltando ao alinhamento e simetria agora... É claro que o clipe tem inúmeros exemplos nesse sentido, mas resolvi destacar apenas alguns deles. Também tem o frame de Dua e outras garotas, sentadas e alinhadas em uma poltrona laranja, no que parece ser um restaurante. Apesar de estarem dançando, o alinhamento foi mantido. Elas se levantam e ficam atrás da cantora, formando uma espécie de triângulo pontudo simétrico, com três mulheres de um lado e três do outro (2:31 - 2:47).
Coreografia
Se se trata de Dua Lipa tem que ter coreografia, não é mesmo?! E, por favor, que ela seja contagiante, dançante e chiclete, digna dos vídeos de dança do TikTok! Entre 1:00 e 2:21 Dua dança a coreografia pela primeira vez, repetindo em outras, sempre no refrão. A coreografia tem passos fáceis e simples (Isso quer dizer que um ogro e um inimigo do ritmo como eu teria condições de dançá-la KAKAKAKA!). O objetivo da coreografia é a de promover a felicidade, o sorriso e a dança, mesmo que a letra fale de relacionamentos que não deram certo e corações quebrados.
Fugindo do amor
Se você me perguntasse qual é a estória do clipe em poucas palavras, eu te responderia: é sobre Dua Lipa fugir a todo instante do amor, seja ao tentar fugir dele em um engarrafamento, de caminhar por hoteis e restaurantes e até mesmo viajar de avião. Tudo que Dua quer fazer, como já dito, é fugir desse sentimento para não se machucar depois.
A partir de 0:14 Dua anda no trânsito que está engarrafado, com o intuito de fugir desse sentimento. Mesmo assim, ela ainda consegue ver duas situações amorosas: uma de romance, outra de briga. Como fugir de algo tão presente na sociedade? Dua chega a ficar perturbada com todas as situações amorosas, colocando as mãos em sua cabeça (0:17).
Continuando sua fuga, Dua caminha pelos recintos de um hotel luxuoso, enquanto a câmera vai acompanhando seus passos. Ela passa pelo salão/restaurante do hotel, enquanto as pessoas a observam curiosas. Os homens ficam embasbacados com a aparência da cantora, como um que a observa enquanto a mulher reclama com ele e o empurra. As mulheres, por sua vez, olham com cara de recalque para Dua (0:47 - 0:59). Apesar da cantora fugir do amor, ela ainda consegue chamar a atenção de várias pessoas.
Mesmo fugindo, Dua se depara com uma situação muito constrangedora: seu ex namorado com outra moça! (1:28 - 1:35). Percebemos que o que Dua mais temia, lhe acontece: ela tem o coração quebrado, mais uma vez! Sentimos seu olhar desconsertante de tristeza e de drama.
Dua, então, embarca em um avião (Tem outros eventos anteriores, mas deixei para falar nos tópicos seguintes), a fim de livrar-se do amor. Ela descobre, contudo, que o amor irá procurá-la até nos ares! Ela se sente perseguida quando se senta na poltrona e canta o seguinte trecho: "Me pergunto se devo estar em sua mente". Nesse momento, o avião começa a se movimentar de forma psicodélica, como se a cantora estivesse em um sonho (1:38 - 1:47), mostrando que ela não se viria livre tão cedo do amor.
Ela fica desesperada, enquanto os passageiros guardam suas malas e quer sair do avião de qualquer forma, passando entre eles e os empurrando (1:47 - 1:52).
Dua olha assustada para a calda do avião, prevendo que algo de terrível iria acontecer. A calda é destruída por conta de uma explosão (Falarei dela mais a frente com detalhes), assustando os passageiros, inclusive a cantora (1:53 - 1:57).
Alguns segundos depois, Dua acorda na cama com um rapaz no que parece ser um encontro casual. Prontamente, a jovem se assusta, já que ela não quer ter nenhum relacionamento amoroso, e se levanta rapidamente, pegando seus pertences e saindo quarto (2:15 - 2:18). Tudo que Dua quer é não se apaixonar e não se envolver em nenhum lance, por mais que seja somente uma noitinha de prazer.
Contudo a vida, ou melhor, O AMOR prega uma peça em Dua, uma espécie de brincadeira. Quando ela sai do quarto e se esconde na porta, ela observa que o rapaz com quem dormiu tem sua cama e ele puxados para a esquerda da tela e uma nova cama com outro rapaz surge... e mais uma nova cama com outro rapaz também, deixando a moça desconsertada e surpresa. É interessante que a cada mudança de cama e de rapaz, a paisagem fora do quarto é modificada, como se fosse uma roleta giratória (2:18 - 2:24). A ideia foi fazer com que o espectador imaginasse que a cantora saiu com todos os rapazes, em um dos momentos mais divertidos e cômicos do vídeo.
Dua se vira e percebemos que ela está em seu banheiro. Ela se direciona até a banheira e mergulha para fugir, mais uma vez, das situações adversas (2:24 - 2:31). Percebemos que por mais que ela tente se desvincilhar do amor, ele sempre a persegue, tornando-se um sentimento cíclico, repetitivo, em que sempre as situações acontecem uma e mais uma vez. Não há um ponto final, uma solução (Você entenderá melhor mais à frente).
Coração quebrado! Paredes e avião também!
Em algumas cenas do clipe as estruturas de alguns ambientes, como paredes e até mesmo o avião, são destruídas. Essas estruturas quebradas nada mais significam que o próprio coração da moça. Destaco a parte em que é cantado justamente o trecho "Break my heart" e a parede do restaurante se despedaça e Dua Lipa é sugada para fora do ambiente, chegando a ficar desmaiada no céu, que também possui cores vibrantes em rósea e lilás. A explosão do amor fez com que Dua ficasse desfalecida (É um sentimento forte e avalassador mesmo). Uma poltrona aviária voa pelo céu, Dua se senta nela e imediatamente está dentro de um avião (1:35 - 1:38), mostrando um trabalho primoroso de tomadas contínuas e bem amarradas (Falarei em detalhes no próximo tópico). O restante da cena já descrevi (É porque eu gosto de escrever de forma não-linear também, mesmo não sendo nenhum cineasta ou roteirista! HAHAHA!).
Transições constantes
O que deixou os espectadores do vídeo babando (Eu inclusive) foram as transições criativas de uma tomada para outra, em um trabalho incrível de edição em que uma parte do clipe dialoga muito bem com a outra, sendo praticamente uma continuação da cena anterior e deixando o clipe amarradinho e coerente, como se não tivesse nenhuma edição. Destaquei algumas dessas transições que abrilhantaram o vídeo.
A primeira, está representada na montagem acima. A tomada de Dua entre um carro, continua magistralmente em um de brinquedo que gira na tela, unindo duas cenas completamente diferentes, já que a segunda mostra um cenário de um hotel com uma criança brincando com carrinhos semelhantes ao do trânsito da cena anterior (0:25 - 0:26). Dua, que estava no trânsito até poucos segundos atrás, já aparece no mesmo corredor onde o menino brinca.
Entre 0:40 e 0:45 vemos mais uma incrível continuação de tomada. Lembra no início do texto que disse que a câmera fica torta, provocando a queda de Dua e de objetos em um quarto de hotel?! Mas por que isso aconteceu? Quando a câmera se distancia da cena, vemos uma janela redonda e, logo após, uma maquete de barco. Na verdade, Dua estava dentro de um barco, que aparece declinado porque estava torto. Na sequência, uma mão o coloca no lugar novamente. Descobrimos que a mão que arruma o barco é de, nada mais nada menos, Dua Lipa! Essa sequência de cenas somente foi possível devido à essas transições bem amarradinhas e criativas.
As transições constantes e bem elaboradas continuam, quando, após uma parte do avião ser destruída (Que eu já devo ter dito também, né?!), uma parte da aeronave passa pela Dua e ela é envolvida por uma capa amarela, que segue na próxima tomada com ela em uma cama com um cobertor amarelo (Cena também já comentada nesse post) (2:11 - 2:14).
Transição semelhante ocorre quando Dua se deita em uma banheira de espumas, que vira um espumante em uma taça de champagne, segurada por uma mulher com esmalte nude que está em uma festinha onde a própria Dua está presente (2:24 - 2:31).
A última transição a ser mencionada, é quando Dua fica na frente de uma janela redonda com grades, que se transforma em uma rodinha da casinha de um hamster no frame seguinte. O hamster é observado por Dua Lipa (3:04 - 3:06).
Essas transições são efeitos visuais interessantíssimos, mas o melhor ainda está por vir.
Rebobine
E se fosse possível rebobinar o clipe? A partir de 3:08 isso é possível com o retorno de vários frames anteriores, a partir de uma nova perspectiva, seja por conta dos movimentos de câmera, outros enfoques e com Dua Lipa meio que "voltando as cenas" caminhando de costas para a posição inicial. Assim, revemos Dua em frente a parede quebrada, em cima do carro no trânsito, fazendo a coreografia no restaurante, na poltrona do avião ao lado de outros passageiros, na taça de champangne e retornando para a banheira do seu banheiro (3:08 - 3:19). É como se fosse um looping temporal, um restart, em que as cenas se repetem, mas a partir de uma nova perspectiva.
Se a cena da coreografia veio antes do avião, nesse rebobine é o contrário: ou seja, a cena do avião e depois Dua e outras dançando a coreografia. Assim, nessa nova cena do avião um frasco de perfume é mostrado, reaparecendo na tomada seguinte no restaurante (3:19 - 3:20). O frasco de vidro tem escrito "Break my heart", em um frame que você só deve ter visto com atenção por meio desse quadro (Ok, estou me achando! HAHAHAHA!).
Perceba que as transições bem amarradas e criativas continuam, mas de forma a voltar as cenas do clipe, com o objetivo que a última cena seja a primeira. Assim, a pista de dança se transforma em um pontinho da peça de dominó - que é o mesmo que aparece no início do clipe. Vemos as peças enfileiradas enquanto Dua derruba a primeira peça e realiza um efeito dominó (3:24 - 3:26), que tem a ver com esse looping temporal - onde as cenas se repetem e você continua com o coração quebrado por amor seja no momento que for.
Segundos após é filmado novamente o carrinho no solo de um corredor de hotel, que continua para uma das primeiras cenas que é a do trânsito (3:33 - 3:42).
Mostra a cantora em cima de um dos carros. Ela masca chiclete e faz uma bola, em que observamos o barulho dela estourando. A cantora olha para o lado e o clipe é finalizado com um fade out em preto (3:42 - 3:45).
Break my heart é concluído quase no mesmo frame em que começou, mostrando um trabalho redondinho e interessante. Observamos que toda a fuga do amor de Dua não resultou e não valeu de nada. E que, nessa vida, sempre iremos nos ferrar e decepcionar, pois a história se repete e é cíclica. Um dia a decepção irá te alcançar, pode ter certeza!
Clipe
Em um post no Twitter Dua Lipa revelou que o clipe foi gravado em temperaturas negativas no inverno estadunidense de -8ºC e que ela fez algo que acredita mesmo que todos amem. Ela finalizou o post, dizendo: "Obrigada, Henry Schofield, nós fizemos mais um!”. Sim, Dua, eu amei o clipe. Preciso dizer mais alguma coisa?!
Letra
A letra fala de alguém que tenta de todas as formas deixar de apaixonar-se e pensar em um antigo amor, porque ela sabe que se isso acontecesse ia dar merda. Ao mesmo tempo que a letra fala de superação, ela fala de apego, mesmo que a outra pessoa chegue a machucar seu coração. Separei alguns trechos.
"Had to love and lose a hundred million times
Had to get it wrong to know just what I like
Now I'm falling"
(Tive que amar e perder um milhão de vezes
Tive que errar só para saber o que eu gosto
Agora estou me apaixonando)
Quem nunca amou e foi feito de otário? Ou quem nunca sofreu por amor? O amor é esse sentimento que ninguém vive sem, por mais que algumas vezes cause uma ferida ali ou aqui.
"I would've stayed at home
'Cause I was doing better alone
But when you said, "Hello"
I knew that was the end of it all
I should've stayed at home
'Cause now there ain't no letting you go
Am I falling in love with the one that could break my heart?"
(Eu teria ficado em casa
Porque eu estava melhor sozinha
Mas quando você disse, "Olá"
Eu sabia que era o fim de tudo
Eu deveria ter ficado em casa
Porque agora não há como te esquecer
Estou me apaixonado por aquele que pode partir o meu coração?)
A gente sabe que vai quebrar a cara, que vai se machucar, mas a gente gosta de ser enganado e ser feito de cachorrinho. E no final das contas, a pessoa que a gente se doou some, desaparece e deixa a gente sofrendo.
"I wonder, when you go, if I stay on your mind
Two can play that game, but you win me every time
Everyone before you was a waste of time
Yeah, you got me"
(Eu me pergunto, se fico na sua mente quando você vai embora
Dois podem jogar este jogo, mas você vence de mim sempre
Todos antes de você foram um desperdício de tempo
Sim, você me pegou)
O amor é tão forte que nos deixa pensativos e com aquela pessoa em nossa mente por horas ou até mesmo dias. Tem aquela pessoaa que nos vira do avesso, um amor avassalador, que nos deixa doente de amor.
Música
Break my heart faz parte do segundo álbum da cantora, o Future Nostalgia (2020). A faixa foi lançada como terceiro single do álbum e tem interpolações de Need you tonight, da banda australiana INXS.
E assim inauguro o #EspecialDuaLipa. Espero que tenha gostado! Até a análise de Don't start now, daqui quinze dias. J-J
AAquela cena de hoje é de uma cena que tem a minha trilha sonora instrumental preferida da novela Gênesis, da RecordTV. Até antes da cena, acreditava que fosse apenas uma trilha sonora instrumental, mas depois descobri que a música possui letra, incrível por sinal. A música, que já é perfeita somente com os instrumentos, por ser emocionante, linda e romântica, agora, tornou-se ainda mais bela. Não que a música precisasse de uma letra. Agora, eu amo a música tanto instrumental como cantada. Como o quadro é de cena, primeiro explanarei sobre a cena com a música cantada e depois sobre a música instrumental.
Na cena - que foi ao ar no dia 19 de abril de 2021 na fase Abraão (a 5ª) - a personagem Sarai (Adriana Garamboni) canta (Sim! É ela mesma quem canta. Não há dubladores nas cenas musicais de Gênesis) a música Lembranças, uma composição de Surama-Lu Reys. Como o próprio título da música demonstra Sarai lembra-se dos momentos em que estava ao lado do seu esposo, Abrão. Separada dele, Sarai encontra-se no palácio de faraó, sempre triste e cabisbaixa. Em uma das noites, ela está em seu quarto real e se lembra do amado ao olhar o céu e as estrelas. A cena, então, mostra a vida de Sarai no palácio e os momentos que ela vivia com Abrão. Assista:
Triste e chorosa, Sarai canta essa belíssima música, enquanto imagens de flashbacks são exibidas. Dá para perceber (e até mesmo acreditar) na emoção da personagem. A gente sempre torceu para o romance de Sarai e Abrão e quando os vemos separados a única coisa que nos resta é torcer para o seu reencontro e que eles fiquem juntos novamente.
Trechos da letra dizem o seguinte:
"Lembrei de mais um dia aqui sem você
Estou cercada por estranhos
Sorrisos gelados que não aquecem o meu coração
E não afugentam a solidão
Ah, mas se eles soubessem
O quanto o teu sorriso aquece
E é igual ao sol queimando a pele"
As frases conseguem imprimir o sentimento de Sarai naquele momento e como ela sentia falta do sorriso do seu amado.
As declarações de amor de Sarai continuam, quando ela canta:
"E quando a noite vem
E traz com ela lembranças
De como nos queremos bem
E como nos tornamos um
Você e eu
Ah, eu trocaria mil palavras
Por um beijo seu, um beijo seu"
Nesses versos percebemos claramente a dor de Sarai e como a noite era um desencadeador da saudade de seu marido. Sarai seria capaz de tudo para ganhar um beijo de Abrão.
A música é finalizada com as seguintes frases:
"Ouça querido
Mandei o vento dizer
O quanto eu amo você"
Lindas e tocantes a música e a cena, não é mesmo? Agora imagine a trilha sonora instrumental... Dê play no player abaixo e continue o texto!
A música foi arranjada por Raphael Batista e apresenta vários instrumentos, como o violino, que se harmonizam entre si e que criam uma doce e linda melodia. A canção traz uma paz, suavidade e calma imensas, além de ser romântica. Ela é ideal para ser tocada em cerimônias de casamentos.
Desde que a música instrumental foi exibida, ainda na fase Ur dos Caldeus, simplesmente me apaixonei por ela. A procurei no Youtube e em outras redes sociais como Shazam e não a encontrava, até que a encontrei enquanto fazia esse post e fiquei maravilhado por isso. A música está disponível no Youtube desde o dia 2 de abril de 2021.
A música instrumental e cantada, assim como as trilhas sonoras que fazem parte da novela, estão no álbum oficial Gênesis e podem ser ouvidas nas principais plataformas digitais e os videoclipes no canal oficial da Banda Universos.
Essa foi a Aquela cena de hoje. Uma cena encantadora, com uma belíssima música e que, ainda por cima, tem uma música instrumental que ganhou o meu coração bem antes da cena em questão. J-J