Hoje finalizo a Pride Week 2022 em grande estilo, pois farei
um Entre Frames mais que especial, aonde analisarei a trilogia Blue Neighborhood de Troye Sivan, com os clipes que
formam uma história com início, meio e fim - Wild, Fools e Talk me down. A edição do diretor foi lançada no
dia 9 de agosto de 2016, contando com 31.775.616 visualizações e 456 mil curtidas. Os clipes foram dirigidos por Tim Mattia e produzidos por Brandon
Bonfiglio at London Alleey. A edição com apenas uma narrativa foi dirigda por Tim
Mattia, que cuidou dos novos cortes para o projeto ter sentido e uma estória
linear e congruente.
A trilogia conta a jornada de dois
meninos que se conhecem na vizinhança na infância, se tornando amigos
inseparáveis, e se relacionam de forma amorosa quando chegam na adolescência,
enfrentando a opressão e a discriminação do pai homofóbico de um deles. A série
tem um final trágico e triste, com a morte do pai de um dos garotos.
A primeira parte é focada na infância
de amizade entre os garotos, que passam por diversas aventuras e descobertas. A
segunda, eles entram na adolescência e mantém um romance intenso e amoroso,
tendo que lidar com o alcoolismo e a homofobia do pai de um deles. O terceiro
clipe é mais melancólico porque é focado na morte do pai de um deles.
Cada uma das partes tem uma vibe, filtro de cor e perspectiva. O espectador consegue diferí-los. A primeira parte é mais solar, a segunda tem tons mais de madeira, e a terceira azulados, tristes. Tudo isso ajudou a contar a história dos três clipes. Assista à trilogia agora:
Conheça sobre cada um dos clipes agora.
Dividi em três partes macros (Clipes) e micros (Tópicos de cada clipe).
Wild
É a parte em que os créditos são
inseridos, os personagens são introduzidos e a história começa a ser tecida. A
parte compreende 4:02 e traz a amizade entre amigos e pais; o alcoolismo de um dos pais;
e a descoberta do amor infantil entre os amigos. Há cores solares, alegres e
também azuladas. O clima nostálgico acompanha as memórias de Troye, que
relembra os bons momentos de sua infância. A câmera é subjetiva e intimista,
além de dinâmica. Foram utilizadas a luz solar, sombras e filtros. Há uma
valorização e apreciação da natureza, mesclado com momentos atuais e do
presente. Um amigo tem um cuidado e um carinho muito grande com o outro. Eles
realizam brincadeiras inocentes e é introduzido os primeiros problemas de
alcoolismo do pai de um deles, que demonstra ser ausente e
violento.
O vídeo é todo sobre inocência e
ingenuidade e traduz o início de um relacionamento. Troye consegue criar a
atmosfera ideal para o pano de fundo que rodeia a trilogia.
Cenas iniciais
Entre 0:00 e 0:12 aparecem os créditos iniciais.
Ouve-se o barulho do mar e o filtro da cena é azul. A câmera vai se aproximando
da praia e mostrando-a de forma panorâmica. Aos 0:03 um personagem surge de relance na
tela. Seus olhos azuis, combinam com a tonalidade azul da tela. Em 0:05, os protagonistas do clipe correm na
areia da praia em um clima de inocência e descontração. Em 0:08, o outro protagonista surge de relance
na tela. Aos 0:10, os meninos surgem brincando na praia. O filtro é azul e
frio.
Após essa introdução, há o fim dos
créditos e o início do clipe propriamente dito (0:12 - 0:14).
Infância nostálgica e divertida
A câmera se aproxima e chega bem
próximo da cena (0:12 - 0:14). Nos próximos segundos, filma-se os pés dos garotos correndo, em
filtro azul (0:14 - 0:15). Eles brincam e se divertem. A câmera é subjetiva e intimista,
filmando os detalhes da cena e objetos (0:15 - 0:28).
Entre 0:29 e 0:30, a cena corta da nostalgia para o
momento de Troye Sivan já adulto nos ombros de outro rapaz (0:29 - 0:30). É como se ele tivesse se recordando
de sua infância. Nos segundos seguintes (0:33 - 0:38), a cena corta para o passado e mostra
os garotos descendo da árvore e voltando para suas casas de bicicleta,
evidenciando uma união e a vontade de um estar ao lado do outro. Há simetria e
centralismo na cena. Entre 0:39 e 0:40, um chega em sua casa e se despede do outro, com pesar e tristeza. Em 0:45 e 0:52, um deles corre para a sacada para ver
o outro ir embora. Há um clima de romance e saudades entre ambos e a vontade de estarem para sempre juntos. Entre 0:52 e 0:54, Troye fica mais sentido e nostálgico
no ombro do rapaz.
Momentos lúdicos Vs. Problemas
familiares
Os amigos continuam brincando e
realizando atividades lúdicas juntos, como brincar com prendedores de roupas,
jogar videogame, correr pela floresta e andar de bicicleta (0:55 - 1:01). O pai de um deles mantém um barco,
enquanto eles passam em câmera lenta e em slow motion (1:03 - 1:04). Os frames se alternam entre eles
brincando e o pai de um deles bebe cachaça e entra no alcoolismo lentamente (1:12 - 1:22).
Troye relembra desses momentos alegres e difíceis no ombro do seu crush, ora com nostalgia, ora com pesar (1:23 - 1:24). Entre 1:26 e 1:27 há uma sincronia do barulho de palmas batendo e de um dos meninos batendo suas mãos.
Pais
Essa primeira parte mexe muito comigo
pois fala da relação paterna com seus filhos. É uma parte emocionante, assim
como as outras seguintes. Entre 1:28 e 1:41 há uma transição de um dos pais
(bêbado e alcoolizado), para o outro (brincalhão, presente e divertido).
Segundos depois (1:44 - 1:45), os pais e filhos se encontram e
brincam na praia. Os pais possuem certa amizade e admiração, assim como seus
filhos também. Entre 1:50 e 1:54, Troye se lembra desses episódios nos ombros do seu amado. O pai
de um dos garotos sente falta deles, enquanto eles brincam e se aventuram na
floresta da praia. Eles encontram um polvo, o pegam e ficam com nojo (1:54 - 1:56). O pai alcóolatra fica com vontade de
beber e coloca a garrafa na boca, olhando para o lado com certa desconfiança.
Os garotos se divertem, enquanto o pai enche a cara (1:57 - 2:01). Troye fica cada vez mais sentimental
nos ombros do crush (2:02 - 2:04).
Amor floresce
Entre 2:37 e 2:41, os amigos ainda brincam na praia e
jogam carangueijos no mar. Já jovens, eles se abraçam com maior intensidade, a
ponto de não se desgrudarem mais (2:41 - 2:42; 2:44). Na cabana, durante a infância, eles são despertados para um
sentimento novo, intenso - o amor (2:44 - 2:46). A amizade, cuidado e carinho de um para o outro são reconfigurados
para um sentimento mais forte.
Aos 2:47 e 2:51, já jovens continuam abraçados e em
clima romântico. Crianças, de mãos unidas, na cabana, há um clima e química
entre os amigos (2:52 - 2:53). Na praia, ainda crianças, os amigos manifestam carinho, dedicação e
amor um pelo outro (2:55 - 2:56). Eles acarinham o rosto um do outro, sorriem e se abraçam.
Há uma transição de cenas entre 2:56 e 3:00. Os meninos correm pelo deck da praia,
até que corta para a perna e pé de um deles correndo. O pai de um dos garotos
fica alterado por conta da bebida e começa a fazer brincadeiras (3:08). Há brigas e desentendimentos na
praia (3:14 - 3:26), até que a discussão fica mais acalorada entre os pais, enquanto os
garotos retornam (3:27 - 3:30). A briga termina e os garotos se separam (3:32 - 3:34).
Os garotos se lembram dos tempos de
alegria, juntos (3:42 - 3:49), ficam tristes por se separarem e, adultos, se lembram desse momento
abraçados, unidos e grudados (3:50 - 3:51). Entre 3:58 e 4:01 há uma transição para a segunda parte do vídeo, Fools.
Fools
A segunda parte vai de 4:02 até 7:49 e mostra que o relacionamento dos garotos fica mais intenso. Além disso, há brigas, violência e homofobia por parte do pai, o ensaio de uma heteroafetividade forçada e o distanciamento dos garotos. Temas como esse são tratados nessa nova parte: primeiro beijo, descoberta do amor, homofobia, sexo e decepção amorosa. As cenas dessa parte são mais densas, tristes e emocionantes. Os cortes e edições são mais bruscos, o filtro e cor azul se mantém e a câmera é subjetiva, dinâmica e intimista.
Após o afastamento na primeira parte, os garotos crescem e seguem suas vidas. O pai está cada vez mais no alcoolismo. À medida que crescem, relembram de memórias de suas infâncias, até que se reencontram e mantém um relacionamento amoroso e de sexo. O pai de um deles descobre e resolve agir com muita violência. Os garotos se separam e se reencontram de uma forma não muito boa, decepcionante, quando um deles resolve ter uma experiência hétero. Há lembranças e montagens de cenas da primeira com a segunda parte. Apesar do clima pesado, a música dessa segunda parte é mais animada, eletrônica e ritmada.
Fools é sobre o momento no qual a ingenuidade acerta as contas contigo. Retrata a negação da própria identidade, entre outros assuntos bem espinhosos. O final traz uma prévia da próxima parte da trilogia, onde surge um funeral!
A segunda
parte inicia, fazendo referência à primeira. Os amigos estão apaixonados e se
beijam, genuinamente (4:02 - 4:07),
Entre 4:13 e 4:16, Troye
Sivan começa a cantar a segunda música. O filtro é azul.
Entrega
Os amigos retornam a viver suas vidas,
sem a presença um do outro e crescem distantes (4:16 - 4:19). Após, corta para cenas atuais e do
presente deles se amando e se querendo bem (4:19). Os amigos aparecem, juntos, e já
crescidos na praia, rindo e curtindo a presença um do outro (4:28 - 4:29). Há um foco e close no cantor Troye,
alinhado à esquerda da tela (4:28 - 4:29).
Entre 4:30 e 4:32, os amigos se abraçam e se amam
intensamente e se entregam um ao outro. A seguir (4:33 - 4:34), o cantor é alinhado à direita no
refrão da música, com tonalidades azul. Em 4:35 há cenas de sexo e entrega, ao
passo que entre 4:35 e 4:36, o pai de um deles se entrega, ainda mais, ao álcool. A seguir, os
meninos ainda se entregam um ao outro (4:36), até que o pai dá umais um gole na
cachaça e entra bêbado dentro de casa (4:37). Ele briga com os garotos (4:38 - 4:39) e eles ficam desnoteados e sem ter o
que fazer, ocasionando uma briga (4:41 - 4:42).
A briga
continua (4:43 - 4:45) e há uma
transição interessante do garoto sendo jogado por seu pai na cama e depois por
seu namorado durante o sexo (4:46 - 4:47). O menino
fica apreensivo na cama apanhando do seu pai. Há muitas cenas gratuitas de
violência (4:53 - 5:01).
Após a atitude violenta
Depois de
apanhar, o menino fica recluso e encolhido na cama do seu quarto (5:17 - 5:18). O pai
fica pensativo e reflexivo no jardim da casa, com a mesa cheia de bebidas. Ele
olha para a mão que bateu no menino com pesar, parecendo estar arrependido do
que fez (5:22 - 5:25). O menino
está depressivo (5:25 - 5:26) e o pai
chora, com tristeza (5:27 - 5:28).
Reencontro
Cenas do passado e do presente se
misturam (5:32 - 5:49). Os garotos relembram sua infância e se reencontram. O menino avista o
outro e fala para o pai esperar um pouco que ele voltaria ao trabalho (5:52 - 5:54). O outro fica com cara de paisagem e
o menino chega até ele (5:56 - 5:57). Eles se aproximam e o pai os deixam, saindo de costas (5:58 - 6:01).
Os amigos começam a discutir e a se
desentender, até que um deles se distancia (5:58 - 6:01). O pai discute com ele e o outro vai
embora de cabeça baixa (6:19 - 6:23). O pai se orgulha pela decisão de seu filho e o abraça (6:24 - 6:25).
Experiência hétero
Entre 6:46 e 6:51, um dos garotos caminha na sacada de
sua janela, rememorando uma cena da primeira parte. Segundos depois,
entre 6:55 e 6:58, um dos garotos resolve investir em um relacionamento hétero, chegando
a caminhar com sua nova namorada pelas ruas.
O garoto vê
seu ex namorado com uma garota (6:58), se sentindo tristíssimo. A seguir (7:00 - 7:15), corta
para uma cela de romance homo e, depois (7:15 - 7:17), para uma
do casal hétero de mãos dadas.
Corta para o
menino triste na varanda, com memórias do passado (7:17 - 7:22). O garoto
vai para casa decepcionando e vendo seu romance do passado desmanchando (7:22 - 7:24). Por fim,
há cenas de memória e saudades na varanda (7:28 - 7:33).
Os segundos
finais dessa parte, retomam a briga do pai com o filho, com ele rechaçando a
orientação do filho e por ele ter ficado com um garoto. O diálogo e a briga
aparecem de forma audível e sonora (7:37 - 7:48).
Talk me
down
A terceira parte traz a parte mais dolorosa da trilogia, com a morte do pai, reencontro dos amigos, memórias, consolos, decisões, escolhas e um desfecho. Ela vai de 7:49 à 12:32. A música é triste e depressiva, a tonalidade e filtro é em sua maioria azul, há um clima mórbido no cemitério, lembranças, reencontros, tristeza, drama, melancolia, brigas entre o casal hétero, abraços calorosos entre amigos, cenas mescladas do passado e presente, e claro, os créditos finais.
Não há como não ficar triste e emocionado com essa parte. Talk me down encerra de forma comovente o enredo onde Troye, gay, vive um romance proibido que acaba sendo abafado pelo preconceito do pai de seu amado.
Funeral
A terceira parte inicia com cenas em um
cemitério (7:49 - 7:57). O pai de um deles falece. O filtro é azul e a câmera passeia pelo
ambiente, até mostrar os presentes para o funeral.
Troye surge cantando e se arrumando
para o funeral do pai de seu amigo. Ele arruma sua gravata e se dirige para o
cemitério (7:59 - 8:00; 8:10 - 8:11). Por lá, as pessoas estão tristes e emocionadas e Matt se lembra dos
momentos BONS que passou com o seu pai. Claro que Matt passou por momentos
difíceis e complicados com ele, mas ele resolve se lembrar apenas dos bons e
dos momentos de brincadeiras que teve (8:12 - 8:15; 8:19 - 8:21).
Troye
termina de arrumar e coloca seu paletó, até chegar no cemitério para transmitir
suas condolências ao amigo (8:22 - 8:25). Ao
chegar, olha para o seu ex namorado com olhar de apaixonado, enquanto ele é
consolado pela sua namorada. Foco na visão dele, olhando ele ser acarinhado
pela mão de sua namorada (8:27 - 8:30). Troye,
então, olha com ciúmes para o casal (8:36 - 8:41).
O enterro
vai se encerrando e o ex namorado sai desolado; ele anda pelo cemitério e
relembra dos bons momentos que teve com seu amigo (8:51 - 8:52; 8:57 - 9:03). A
seguir, há montagem de cenas bem editadas com a namorada consolando Matt, e
depois pai e filho se acarinhando (9:04
- 9:07).
Troye se
senta no chão; e Matt chega até ele; Matt se lembra de mais momentos com Troye,
enquanto ele encosta a mão em seu ombro (10:01 - 10:03; 10:09 - 10:11; 10:12 -
10:17). Surpreso, Troye se levanta assustado e eles se lembram dos momentos de
alegria, amizade e amor juntos (10:19 - 10:24).
Troye Matt
se lembra e fica mexido com a situação (10:25 - 10:28). Há mais memórias do
passado dos meninos (10:28 – 10:37). A namorada vê a cena dos dois com certo
desdém (10:37 – 10:39). Os dois se separam do abraço (10:41 – 10:43) e a
namorada olha com olhar desconfiado para os dois e Matt tenta se explicar (10:47
– 10:49). Matt se lembra da briga com o seu pai (10:49 – 10:50) e, temendo que
isso aconteça novamente, foge de Troye (10:50 – 10:55).
Então, se
direciona até a namorada, que não gostou nada do que viu (10:58 – 11:04). Matt
dá uma última olhada para o seu ex namorado e passa mais memórias (11:04).
Há mais
memórias da infância e juventude dos garotos (11:11 – 11:13; 11:16), memórias
negativas e positivas (11:19 – 11:30). O clipe finaliza com os garotos pulando
no mar e, depois, Troye de um penhasco com vista para o mar, parecendo que
cometeu suicídio, depois de anos de homofobia. Ele faz isso devido a perda de
seu grande amor (11:31 – 11:33).
A tela fica
preta e os créditos finais surgem (11:33 – 12:32). Os créditos fornecem linhas
diretas para prevenção de suicídio.
Trilogia Blue Neighborhood
Essa é uma
trilogia tocante com abordagem desde das relações familiares, passando pelo
verdadeiro amor e com o fim tráfico do suicídio. Esse é um projeto incrível de
Troye Sivan, ao lado do diretor Tim Mattia, que é executado de forma perfeita,
por eles apresentaram uma história belíssima em apenas 12 minutos, ou seja, um
curta-metragem. O retrato é convicente, emotivo, sem ser algo clichê. A coragem
de filmar esse tipo de história também deve ser ressaltada, para aumentar a
conscientização e entendimento das pessoas. Além disso é, sem dúvidas, uma
incrível obra de arte.
Há
referências aos rituais religiosos que Mary, mãe de Bobby, em Orações para
Bobby, realiza para curar o seu filho de sua orientação, como quando o pai do
garoto Matt o obriga a encerrar qualquer tipo de relacionamento que tenha com o
seu amado, interpretado por Troye. Na parte final, Talk me down, há algo
similar no que acontece no longa mencionado anteriormente: Bobby, após não
aguentar mais as desavenças que encontra, além da confusão que sua mãe lhe
traz, se lança do alto de um viaduto.
As mensagens
apresentadas são fortes e claríssimas. Abordam depressão, preconceito,
ignorância, arrogância e conflitos que muitos indivíduos enfrentam sós. Não há
jeitinho, repressão ou supressão do que se sente. Deveria haver apenas pessoas
que seguem suas vidas da forma que querem seguir.
A trilogia
foi indicada ao VMA 2016 na categoria de Melhor Clipe em Longa-Metragem, mas
perdeu para Lemonade, de Beyoncé.
Troye Sivan
É incrível
como o cantor consegue mostrar diversos pontos de vista da história dos clipes.
Troye quis retratar pessoas incertas com sua sexualidade, reprimidas pela
família, religião. Ele quis dizer que todos os envolvidos nessas situações
sofrem demais durante a vida. Em curta-metragem, ele tratou de temas como
amizade, amor, família e preconceito.
Troye é um
ser admirável, pelo fato não só dele ser gay assumido e militante, mas o
conteúdo que ele apresenta sem aproveitar de sua própria sexualidade para falar
algo. Isso significa que a orientação sexual dos indivíduos é irrelevante, com
relação ao que ela apresenta e faz com qualidade.
Letras
Discorrerei
sobre as três letras. Em Wild, Troye encanta os ouvintes ao resumir um amor
proibido, que mesmo gerando feridas, te faz insistir, pois você está envolvido
e completamente apaixonado. Separei alguns trechos:
“Tentando
duramente não me apaixonar
No caminho
de casa
Você estava
tentando me cansar, cansar
Me beijando
nas cercas e muros
No caminho
de casa
Eu acho que
está tudo dando certo, agora”
(Tentando
duramente não me apaixonar
No caminho
de casa
Você estava
tentando me cansar, cansar
Me beijando
nas cercas e muros
No caminho
de casa
Eu acho que
está tudo dando certo, agora)
“Leave this blue neighbourhood
Never knew loving could hurt this good, oh
And it drives me wild
'Cause when you look like that
I've never ever wanted to be so bad, oh
It drives me wild
You're driving me wild, wild, wild
You're driving me wild, wild, wild
You're driving me wild
(Wild, wild,
hey!)”
(Deixe essa
vizinhança triste
Nunca soube
que amar poderia doer tanto, oh
E isso me
deixa louco
Porque
quando você olha assim
Eu jamais
quis ser tão mau, oh
Isso me
deixa louco
Você me
deixa selvagem, selvagem, selvagem
Você me
deixa selvagem, selvagem, selvagem
Você me
deixa selvagem
(Selvagem,
selvagem, ei!) )
Fools
continua a saga em um caminho oposto, com Troye dizendo ser idiota por gostar
demasiadamente de alguém. No refrão, Troye reflete em um conflito interior,
sobre a total dedicação vista na música anterior e percebe que, mesmo sem
conseguir viver sem, ele é um tolo por cair nesse jogo de sedução.
“I am tired of this place
I hope people change
I need time to replace what I gave away
And my hopes, they are high
I must keep them small
Though I try to resist
I still want it all”
(Estou
cansado desse lugar
Espero que
as pessoas mudem
Eu preciso
de tempo para substituir aquilo que eu dei
E as minhas
esperanças, elas são altas
Eu deveria
mantê-las pequenas
Apesar de eu
tentar resistir
Eu ainda
quero isso tudo)
“Only fools fall for you, only fools
Only fools do what I do, only fools fall
Only fools fall for you, only fools
Only fools do what I do, only fools fall”
(Apenas
tolos se apaixonam por você, apenas tolos
Apenas tolos
fazem o que eu faço, apenas tolos se apaixonam
Apenas tolos
se apaixonam por você, apenas tolos
Apenas tolos
fazem o que eu faço, apenas tolos se apaixonam)
A letra de
Talk me down é totalmente trágica e sincera. Para dar vida à música, ele chamou
o produtor Emile Haynie. Juntos, fizeram uma faixa delicada e épica sobre
dormir eternamente ao lado de quem se ama. Essa é a faixa mais delicada, por
conta do coração partido de Troye. A letra cria uma atmosfera triste, de
saudade de coisas e uma vibe irremediavelmente romântica, com doses de sonho,
esperança e fragilidade.
“I wanna sleep next to you
But that's all I wanna do right now
And I wanna come home to you
But home is just a room full of my safest sounds
'Cause you know that I can't trust myself with my 3 A.M. shadow
I'd rather fuel a fantasy than deal with this alone”
(Eu quero
dormir ao seu lado
Mas isso é
tudo que eu quero fazer agora
E eu quero
voltar pra casa, pra você
Mas casa é
só uma sala cheia dos meus sons mais seguros
Porque você
sabe que eu não posso confiar em mim e em minha sombra das 3 da manhã
Eu prefiro
alimentar uma fantasia do que lidar com isso sozinho)
“I wanna hold hands with you
But that's all I wanna do right now
And I wanna get close to you
'Cause your hands and lips still know their way around
And I know I like to draw that line, when it starts to get too real
But the less time that I spend with you, the less you need to heal”
(Eu quero
dar as mãos com você
Mas isso é
tudo que eu quero fazer agora
E eu quero
chegar perto de você
Porque suas
mãos e lábios ainda sabem seus caminhos
E eu sei que
eu gosto de traçar um limite, quando começa a ficar muito real
Mas quanto
menos tempo que eu passo com você, menos você precisa para se curar)
Música
Wild, Fools
e Talk me down possuem vibes sonoras muito distintas. Wild tem um delicioso
eletropop minimalista e crescente, com coral infantil, que suaviza sua
densidade.
Fools, por
sua vez, começa com um suave piano que recebe elementos eletrônicos e bastante
energia, crescendo a cada momento até atingir seu ápice no fim. Ela é uma das
preferidas dos fãs, pois começa como uma balada, mas, em seguida, se transforma
em um grandioso eletropop durante o refrão. Entre 2:44 e 3:05 há um grande
coral, precisamente na parte “only fools”, que foi extraído de uma das
primeiras apresentações ao vivo da música, num show privado para fãs, colocado,
de forma brilhante, na versão final.
Talk me down
troca as batidas por uma orquestra, dando um toque único à canção. A produção
da música, em conjunto com os vocais e letras, criam uma atmosfera bem
peculiar. Essa faixa, junto com o visual/tema de seu clipe, é de uma
responsabilidade enorme e não sai da sua mente tão cedo.
Finalizamos o Entre frames de hoje que está mais do que especial! Espero que o leitor tenha gostado! Assim finalizamos a Pride Week 2022! J-J