No último dia 26, uma comoção mundial tomou conta das redes sociais, após a aprovação da Casa Branca de legalizar o casamento homoafetivo em todo o território americano. O criador do Facebook, Mark Zuckerberg, inspirado na decisão, desenvolveu um aplicativo que colore as fotos de perfis dos internautas com as cores da causa gay.
Artistas e pessoas comuns aderiram ao movimento. Marcas, tanto americanas, quanto brasileiras (algumas você vê na imagem acima) se multicoloriram. Os principais pontos turísticos do mundo, inclusive de onde saiu a decisão, ornamentaram-se com luzes coloridas (imagem abaixo). No meu Facebook, 20 pessoas coloriram suas fotos.
Uns, disseram que o Face estava lindo, com as cores do amor e do respeito; outros, enfrentaram os adeptos da família tradicional; os cristãos foram contra, e disseram que as cores da causa gay referem-se ao "arco-íris cristão". Chegaremos a todas essas discussões, mas primeiro, uma pergunta precisa ser respondida: Por que a decisão americana causou esse frisson, principalmente nos brasileiros?!
O Brasil multicolorido
A decisão americana de legalizar o casamento entre pessoas de mesmo sexo não era pra ser novidade. O EUA não foi o primeiro país a fazer isso. Aliás, o Brasil já permite a união homossexual desde 2011, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) equiparou-a à união de heterossexuais. Em 2013, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) obrigou os cartórios a celebrar casamentos do mesmo sexo. Ambas as decisões não foram comemoradas com vigor. Muitos brasileiros não deviam nem saber disso antes do feito da Casa Branca. Comentários como: "Agora só falta o Brasil", "Quando poderemos casar no país?", "É possível casar no Brasil?" foram constatados nas redes sociais.
Brasileiros comemoraram junto com os americanos, mas bem mais que eles. Avatares coloridos encheram o Face. Os americanos aderiram bem menos ao aplicativo multicolor que os brasileiros.
Isso mostra, mais uma vez, que os americanos que ditam as regras para o mundo. Já foi decidido aqui no Brasil? Ok. Foi decidido nos EUA? UAU! Mas tem que se levar em conta que se fala de duas culturas diferentes, que possuem leis também diferentes. No Brasil, a constituição reconhece a união estável entre homem e mulher.
Nos EUA, não especifica-se a entidade familiar, por isso, a Suprema Corte legalizou a união estável de homossexuais. Antes era permitida em 36 dos 50 Estados (lá, os Estados tem mais autonomia). Agora, a decisão é para todo o país. A comemoração brasileira até que é compreensível, já que aqui, ainda não instituiu-se oficialmente o casamento gay, mas a união estável, sim.
É curioso perceber, que a decisão nos EUA foi de 5 votos a 4. No Brasil, em 2011, foi de 10 a 0. Mas os brasileiros valorizam demais os EUA. Tudo vira festa, inclusive nas redes sociais.
Tudo multicolor no Face
Lésbicas, gays, simpatizantes, comemoraram a decisão da Casa Branca no Facebook. Não precisava gostar do mesmo sexo para aderir a campanha #CelebratePride e #LoveWins. Aliás, muitos disseram que "Pra defender os cães, não precisa ser cachorro"; "Pra combater o racismo não precisa ser negro"; "Pra lutar contra o machismo, não precisa ser mulher".
Vários amigos são heterossexuais e mudaram a foto de seus perfis. Em minha opinião, não precisa mudar a foto para dizer que você tem amor e respeito pelos homessexuais. Atitudes são mais importantes. Mas entendo a comoção social dos internautas. O que não entendo é a afronta de pessoas contra cristãos, e o autoritarismo de alguns para mudar o avatar a qualquer custo. Alguns dizem que se você não aderiu a modinha você é homofóbico. Não é por aí.
Outros, os ativistas gays, enfrentaram com veemência os cristãos no Facebook, por meio de afrontas e piadas de mal gosto.
Os "pacificadores" do Facebook quase obrigaram-nos, a colocarem riscos coloridos em suas fotos. Uma internauta até disse "Seria tão legal ver ele (Bolsonaro) assim". Eles não são obrigados. Assim como ninguém também é. Outra coisa: eles podem ser contra o casamento homossexual, mas perguntem-os se são contra os seres humanos?!
Contra o #CelebratePride
Nem todos os brasileiros comemoraram a decisão da corte americana. Tiveram os que não se manifestaram à favor, nem contra, mas também, os extremistas. Não precisa levar tudo para o lado da religião.
O símbolo do arco-íris diz respeito tanto a causa gay, quanto a cristã. Não é preciso polemizar uma simbologia, diferentemente do que aconteceu na Parada Gay 2015. Ali, o símbolo era cristão e ponto. O arco-íris é o mesmo símbolo do cristianismo e dos gays?! Sim, é. Mas em contextos e significados diferentes.
Tiveram aqueles que entraram na onda de fotos coloridas para discriminar o próximo e pra apontar o dedo e dizer que essa, ou aquela atitude, eram pecado. Você pode demonstrar o amor e o respeito sem a imagem colorida e uma mensagem tão forte, querido!
Da cor que quiser
Esse evento mobilizou grande parte dos brasileiros. É interessante perceber como somos pautados pelos americanos. A atitude de quem mudou a foto de perfil demonstrou amor e respeito, sim. Mas quem não entrou no movimento, pode amar e respeitar os homossexuais. Marcas famosas mudaram suas logomarcas para apoiar a causa, mas não significa que os donos são gays. Faltou respeito, tanto da parte dos ativistas gays, como dos cristãos. A lição que fica é: respeite acima de tudo. Use as cores que achar conveniente. Não as use, se também achar conveniente. Somos livres. J-J
Por: Emerson Garcia
Artistas e pessoas comuns aderiram ao movimento. Marcas, tanto americanas, quanto brasileiras (algumas você vê na imagem acima) se multicoloriram. Os principais pontos turísticos do mundo, inclusive de onde saiu a decisão, ornamentaram-se com luzes coloridas (imagem abaixo). No meu Facebook, 20 pessoas coloriram suas fotos.
Uns, disseram que o Face estava lindo, com as cores do amor e do respeito; outros, enfrentaram os adeptos da família tradicional; os cristãos foram contra, e disseram que as cores da causa gay referem-se ao "arco-íris cristão". Chegaremos a todas essas discussões, mas primeiro, uma pergunta precisa ser respondida: Por que a decisão americana causou esse frisson, principalmente nos brasileiros?!
A decisão americana de legalizar o casamento entre pessoas de mesmo sexo não era pra ser novidade. O EUA não foi o primeiro país a fazer isso. Aliás, o Brasil já permite a união homossexual desde 2011, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) equiparou-a à união de heterossexuais. Em 2013, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) obrigou os cartórios a celebrar casamentos do mesmo sexo. Ambas as decisões não foram comemoradas com vigor. Muitos brasileiros não deviam nem saber disso antes do feito da Casa Branca. Comentários como: "Agora só falta o Brasil", "Quando poderemos casar no país?", "É possível casar no Brasil?" foram constatados nas redes sociais.
Brasileiros comemoraram junto com os americanos, mas bem mais que eles. Avatares coloridos encheram o Face. Os americanos aderiram bem menos ao aplicativo multicolor que os brasileiros.
Isso mostra, mais uma vez, que os americanos que ditam as regras para o mundo. Já foi decidido aqui no Brasil? Ok. Foi decidido nos EUA? UAU! Mas tem que se levar em conta que se fala de duas culturas diferentes, que possuem leis também diferentes. No Brasil, a constituição reconhece a união estável entre homem e mulher.
Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (O grifo é meu. Constituição Brasileira, Artigo 226, parágrafo 3).
Nos EUA, não especifica-se a entidade familiar, por isso, a Suprema Corte legalizou a união estável de homossexuais. Antes era permitida em 36 dos 50 Estados (lá, os Estados tem mais autonomia). Agora, a decisão é para todo o país. A comemoração brasileira até que é compreensível, já que aqui, ainda não instituiu-se oficialmente o casamento gay, mas a união estável, sim.
É curioso perceber, que a decisão nos EUA foi de 5 votos a 4. No Brasil, em 2011, foi de 10 a 0. Mas os brasileiros valorizam demais os EUA. Tudo vira festa, inclusive nas redes sociais.
Tudo multicolor no Face
Lésbicas, gays, simpatizantes, comemoraram a decisão da Casa Branca no Facebook. Não precisava gostar do mesmo sexo para aderir a campanha #CelebratePride e #LoveWins. Aliás, muitos disseram que "Pra defender os cães, não precisa ser cachorro"; "Pra combater o racismo não precisa ser negro"; "Pra lutar contra o machismo, não precisa ser mulher".
Vários amigos são heterossexuais e mudaram a foto de seus perfis. Em minha opinião, não precisa mudar a foto para dizer que você tem amor e respeito pelos homessexuais. Atitudes são mais importantes. Mas entendo a comoção social dos internautas. O que não entendo é a afronta de pessoas contra cristãos, e o autoritarismo de alguns para mudar o avatar a qualquer custo. Alguns dizem que se você não aderiu a modinha você é homofóbico. Não é por aí.
Outros, os ativistas gays, enfrentaram com veemência os cristãos no Facebook, por meio de afrontas e piadas de mal gosto.
Primeiro, não é porque nem todos aderiram ao #CelebratePride que se é homofóbico. Segundo, não é porque o silêncio de alguns prevaleceu, que se fará um boicote a uma rede social. Terceiro, como uma instituição brasileira pode boicotar uma empresa americana e universal?
Alguns internautas, também, fizeram chacotas com figuras públicas, que são contra ao casamento homossexual.
Os "pacificadores" do Facebook quase obrigaram-nos, a colocarem riscos coloridos em suas fotos. Uma internauta até disse "Seria tão legal ver ele (Bolsonaro) assim". Eles não são obrigados. Assim como ninguém também é. Outra coisa: eles podem ser contra o casamento homossexual, mas perguntem-os se são contra os seres humanos?!
Contra o #CelebratePride
Nem todos os brasileiros comemoraram a decisão da corte americana. Tiveram os que não se manifestaram à favor, nem contra, mas também, os extremistas. Não precisa levar tudo para o lado da religião.
O símbolo do arco-íris diz respeito tanto a causa gay, quanto a cristã. Não é preciso polemizar uma simbologia, diferentemente do que aconteceu na Parada Gay 2015. Ali, o símbolo era cristão e ponto. O arco-íris é o mesmo símbolo do cristianismo e dos gays?! Sim, é. Mas em contextos e significados diferentes.
Aproveitar o fato, para evangelizar as pessoas também não é uma atitude sábia. Evangelize com outras ideias, com outras manifestações. Deixe a história de fotos coloridas para o #CelebratePride.
Tiveram aqueles que entraram na onda de fotos coloridas para discriminar o próximo e pra apontar o dedo e dizer que essa, ou aquela atitude, eram pecado. Você pode demonstrar o amor e o respeito sem a imagem colorida e uma mensagem tão forte, querido!
E por último, os que ficaram de "biquinho" com a campanha e não deram crédito a ela. Você pode não ser a favor do #CelebratePride, mas que tal deixar os outros serem?! Mobilizações sociais estão aí. Você não precisa aderir à elas, mas menosprezar também não. A causa gay foi legal pra alguns. A causa da fome pode ser legal pra outros.
Da cor que quiser
Esse evento mobilizou grande parte dos brasileiros. É interessante perceber como somos pautados pelos americanos. A atitude de quem mudou a foto de perfil demonstrou amor e respeito, sim. Mas quem não entrou no movimento, pode amar e respeitar os homossexuais. Marcas famosas mudaram suas logomarcas para apoiar a causa, mas não significa que os donos são gays. Faltou respeito, tanto da parte dos ativistas gays, como dos cristãos. A lição que fica é: respeite acima de tudo. Use as cores que achar conveniente. Não as use, se também achar conveniente. Somos livres. J-J
Por: Emerson Garcia