O fim do WhatsApp no meu celular. | imagem:
LAYON YONALLER
Peço licença ao editor-chefe, colaboradores e leitores deste estimado blog para escrever a respeito do aplicativo WhatsApp que parou de funcionar no meu e demais smartphones com o sistema operacional Windows Phone – Microsoft. Além destes, o aplicativo de mensagens cessa suas atividades em determinados aparelhos [1] dos sistemas Android e iOS.
Desde julho de 2019 a loja de aplicativos da Microsoft retirou o WhatsApp e prometera que no dia 31 de dezembro do mesmo ano que o aplicativo pararia de funcionar. Mas recebi nova mensagem esticando o fim das operações em 14 de janeiro de 2020 (amanhã). O episódio em si não é o fim da vida para mim, mas levando em conta o investimento, a aposta e os contatos que consegui por meio do assim chamado “zapzap” ou “zap” torna-se algo horrível por estar virtualmente excluído dos demais viventes que já conheci.
Meu relato é de uma pessoa comum que não conhece todos os bastidores da tecnologia. Torço aos que lerão até o fim possam aprender com o meu testemunho, assim podendo mudar e refletir seus rumos a respeito do consumo em geral. Sem levantar bandeiras, apenas o meu texto puramente pessoal.
2013: a compra do smartphone Microsoft
No meio dos smartphones da Apple e com os demais que usam o sistema Android tomei a decisão de comprar um aparelho com o sistema operacional distinto e que me parecia inovador e prático. Um celular com câmera, filmagem, texto, vídeo, rádio e tudo mais era crucial para um então futuro recém-formado em Comunicação Social. Curso que consegui com sorte, suor e muito mais. Um aparelho sob a égide da Microsoft era para mim um casamento perfeito, pois poderia usar facilmente com um computador da mesma marca, da “mesma família”. Precisava de um telefone acessível e lógico.
Numa Black Friday (a sexta-feira negra que ocorre no final do mês de novembro no comércio dos Estados Unidos) que ocorreu na tarde nublada e pouco ventosa de domingo – isso me lembro bem! – comprei o aparelho da marca Nokia com este sistema Windows à vista depois de economizar quatro meses de dinheiro de meu trabalho. Foi difícil economizar porque no Brasil havia os imprevistos financeiros e a obrigação moral de ajudar nas despesas de casa.
Eu já era usuário da marca Nokia devido sua durabilidade e lógica ao usar seus aparelhos. Também jogava bastante os joguinhos dentro dos celulares como o “Snake” (a famosa “cobrinha” que crescia à medida que se alimentava e se tocasse a cauda e a parede o jogo acabava).
A venda, o desmonte e o fim dos suportes
No ano seguinte após o fim dos estudos e toda a expectativa de entrar no mercado de trabalho, acreditava que o meu telefone estaria daqui a alguns anos em pé de igualdade com os gigantes Android e iOS. Muitas empresas chegaram a anunciar a entrada de seus na loja de aplicativos Windows, mas estranhava o motivo da demora.
Antes disso, a Microsoft havia comprado a divisão de celulares da Nokia [2]. Posso não entender de tecnologia, mas só de saber da notícia já sentia que o investimento em comprar o smartphone teria ido por água abaixo. Mal sabia do que viria pela frente: as empresas deixaram de dar continuidade nos aplicativos. Este e demais problemas tecnológicos tiravam o brilho de ter um smartphone Nokia.
Dispositivos deixaram de funcionar e/ou foram retirados. E cada um foi deixando de funcionar: Twitter, Facebook, emissoras de rádio e televisão, Climatempo, Uber, o Lumia Panorama (tirava várias fotos para montar numa só imagem) e entre outros que nem me lembro mais... Isso sem contar que outros recursos demoravam atualizar e a interface ficava difícil de usar.
É aí que entra o WhatsApp
Antiga interface do app num aparelho Windows
Phone. | imagem: INTERNET
Confesso que resisti por algum tempo em adotar o WhatsApp no meu aparelho, pois ao descobrir que o endereço do usuário era o número do seu telefone fiquei com receio de adotar, pois se alguém tem o “seu zap”, logo possui o número do seu aparelho. Mas a medida que os contatos cresciam fui obrigado por estas e outras circunstâncias a adotar o serviço.
Meu perfil pessoal não me deixava ser obsessivo em usar o WhatsApp. Tanto que nem sofria muito com todas as vezes que o aplicativo saía do ar – ao contrário de muita gente que faltou se matar pelo “zapzap” ficar sem dar sinal de vida. Era e sou avesso a entrar em “Grupos de conversa do WhatsApp” porque há pessoas e pessoas que, ao meu modesto ver, não sabem ou abusam em usar o aplicativo.
EXEMPLOS: Para um indivíduo escrever o que queria ele gastava de três a quatro mensagens para completar uma frase, algo que não gosto. É mais ou menos neste padrão:
MENSAGEM 1 (08h00min) “Oi!”
MENSAGEM 2 (08h01min) “Você está aí?”
MENSAGEM 3 (08h02min) “Preciso”
MENSAGEM 4 (08h03min) “Falar contigo.”
MENSAGEM 5 (08h04min) “É algo urgente.”
O contrário também acontecia. Um bloco titânico de texto (o famoso textão) para falar algo que só precisa de três a quatro linhas:
MENSAGEM 6 (08h05min) “ALERTA!!! URGENTE!!! O mundo está em perigo. É necessário estarmos todos atentos a respeito de nossa responsabilidade individual. Com todos os hábitos desta sociedade moderna dos dias de hoje é necessariamente urgente que todos nós façamos nossa parte ou todos nós perderemos nossas vidas com nossos costumes destruidores. REPASSE ISSO PARA DEZ PESSOAS E TERÁ UMA BOA NOTÍCIA DAQUI A DEZ DIAS.”
Isso sem contar no exagero dos chamados “emoticons” sem sentido e outros vícios estéticos enviados para este ser que vos escreve.
2019/2020: o fim do suporte do WhatsApp no Windows Phone
Ao saber bem usar o WhatsApp fui me acostumando com a plataforma. Fui compreendendo pessoas e máquinas. Quando o aplicativo não era mais medo ou complicação para mim passei a receber mensagens de que o WhatsApp encerraria o suporte a partir de 31 de dezembro de 2019 e que desde o dia 1º de julho do mesmo ano o aplicativo não estava mais disponível na loja da Windows Phone.
No final do ano veio nova mensagem mudando a data final da vida do “zapzap” no aparelho: o dia 14 de janeiro de 2020. Independente da data eu fui notificando parentes, amigos e demais contatos de que poderia perder o elo entre eles por meio do WhatsApp em breve. A medida que conhecia novas pessoas tive que dizer que “não tinha/ não tenho” o número do WhatsApp até porque com o fim do suporte era inútil fornecer contato por meio deste.
Sentimentos e reflexões
Em mim aflorou o desgosto de ter comprado o aparelho, a perda dos aplicativos, contatos e o isolamento virtual. Porém me fez refletir sobre o quanto estava preso neste universo de bits e bytes, de telas (ou “ecrãs” como se fala em Portugal) táteis e o quanto tudo aquilo que adquiri com o smartphone era realmente necessário.
Creio que terei de comprar um novo aparelho que tenha Android ou iOS, porque a Windows Phone infelizmente morreu. Falta dinheiro, muito dinheiro para isso e outras coisas que necessito e desejo. O que era uma opção legal para os usuários que a adquiriram tornou-se num trambolho tecnológico sem vida. Porém é legalzinho de usar como os textos e rascunhos que escrevo no Office, o sistema de mapas que mostra se uma rodovia está congestionada ou não. E é claro, de fazer o básico: ligações.
Enquanto colunista do blog é necessário um elo entre os demais viventes. Enquanto ser humano passei a revisar o quanto o que tinha acumulado era necessário ou supérfluo. Atualmente raramente uso o Facebook para conversas – é mais para saber o que os outros fazem. Meu único contato frequente por lá teve sua conta encerrada para sempre e de lá perdi a razão em visitar a rede social criada pelo Mark Zuckerberg. O Google+ nunca me foi útil e morreu sem deixar saudade para mim.
Ainda estou ativo no Twitter por causa do meu canal de vídeos no YouTube [3]. O convite está feito! Meu endereço no Twitter está no final dos vídeos. Além de claro, estou sempre a publicar meus textos no JOVEM JORNALISTA.
Considerações finais
Aproveite o tanto de vida que Deus te deu e passe a literalmente ver gente. Ao comprar um aparelho verifique se o investimento é de longo prazo. Saiba dominar a máquina e evite que ela domine você. Ainda bem que não me tornei um dependente virtual. J-J
Conheça o retrospecto dos aparelhos da Windows Phone. Está neste link: [4]
P.S.: aos amigos e contatos – estou em outra rede social, mas aí só falarem por e-mail ou por mensagem direta pelo Twitter!
Por: Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM ORNALISTA