A notícia da morte da onça-pintada Juma no último dia 20 foi motivo de comoção nas redes sociais. Dizem que a onça foi exibida em um cerimonial das Olimpíadas de 2016, o carregamento da Chama Olímpica na cidade de Manaus. Durante o evento, o exército estava presente para preservar a vida do animal e das pessoas. Quando a onça precisava ser realocada em sua jaula, em um cativeiro do exército, ela avançou em um soldado, e foi necessário lançar dardos tranquilizantes, para acalmá-la, o que a deixou mais agitada. Foi aí que o exército tomou a decisão de atirar no animal e sacrificá-lo.
O que a mídia e as pessoas tem feito é demonizar a atitude do exército por meio de vários argumentos, não levando em consideração a verdade. Vamos aos pontos: 1- Têm-se falado que a Juma foi exposta e após o evento, ela foi morta; 2- Fala-se que o exército ameaçou a extinção da onça-pintada; 3- Apedreja-se o exército com somente esse fato isolado.
Será preciso ver como a mídia tratou o assunto e como o exército está sendo visto após esse incidente.
Exposta ou não?
Os holofotes de toda essa história
De acordo com o exército, a onça Juma não era a protagonista do evento, e sim Simba, que estava presa por correntes e por hastes seguradas por soldados da corporação. A onça Juma estava em outro local, que era seu habitat natural, presa por correntes. e que, por coincidência, a tocha olímpica passaria por ali. Veja o que diz a nota enviada pela corporação à imprensa:
"A onça-pintada 'Juma', mascote do 1º Batalhão de Infantaria de Selva (1º BIS), estava, por coincidência, no Centro de Veterinária do CIGS no mesmo dia do evento, para realização de revisões e cuidados da saúde como, por exemplo, a limpeza da cavidade bucal e a medição biométrica para acompanhamento do estado de higidez da onça".
Ela não estava fora do seu habitat, como a onça Simba. E sim em uma trilha que dá acesso a floresta. O exército tomou precauções, ao colocá-la acorrentada e um militar a segurando.
O Comitê Olímpico citou que a onça Juma foi exposta durante a condução da tocha olímpica, o que não deveria acontecer, de forma alguma:
"Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre os povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores.
Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos Jogos Rio 2016".
O próprio comitê se equivoca ao dizer que Juma foi exposta durante o evento. Ela estava ali para realizar exames médicos. Foi por acaso. Se o Comitê quisesse se desculpar, deveria ser com a onça Simba, não com Juma. Atrela-se o animal ao evento. A mídia e as pessoas fizeram muito isso. Vejam alguns posts:
"COVARDES!!!!
Mataram a onça Juma. Usaram o animal para se exibirem na tocha, o felino se agitou com a multidão, alvejaram com dardos tranquilizantes e quando faziam a remoção para a jaula, o animal foi para cima de um militar que atirou e matou o animal instantaneamente.
Tiraram o animal do seu sossego para abatê-lo.
NOJO DE TUDO ISSO!"
Existem vários pontos questionáveis nessa afirmação:
1- Usaram o animal para se exibirem na tocha: Me pergunto quem usou o animal para se exibir? Se o exército ou se os condutores da tocha. Existe uma diferença grande nisso aí. Talvez por oportunismo, pra aparecer ou pra postar fotos no Instagram, esses condutores posaram em frente ao felino. "Mas, Emerson. O exército quem permitiu isso". Mesmo que ele tenha permitido, não se pode colocar a culpa somente nele.
2- O felino se agitou com a multidão: Quem me garante que foi com a multidão? (Falarei em um subtópico a frente).
3- E quando faziam a remoção para a jaula: Faltou detalhar esse trecho. Porque removeram Juma? Foi por conta do evento, ou por que ela vinha de consultas veterinárias?
4- Tiraram o animal do seu sossego para abatê-lo: Qual o motivo de terem tirado a Juma da jaula? Respondam vocês mesmos!
A ilustração, abaixo, por sua vez, vai em favor dos animais, e não dos seres humanos. Observe:
Yuups
O caso da onça Juma não é o único episódio recente de sacrifício de animais. Um menino de dois anos foi morto por um jacaré aligátor no Grand Floridian and Resort Spa, na Disney. Foi o primeiro caso de ataque fatal em 45 anos de parque. Por motivo de investigação, foram sacrificados 4 jacarés do lago, para verificar se um deles havia arrastado o garoto. O menino foi encontrado morto e com o corpo intacto aos arredores do lago artificial, dias depois. A polícia não tem dúvidas que a morte foi provocada pelo jacaré aligátor - comum nos EUA.
Em um diálogo, os animais falam o seguinte:
"Jacaré: - Eu não entendi nada dona Juma...
Eu também não, amigo".
Se o réptil e a onça não entenderam, eu explico. Jacaré, você foi sacrificado para investigações policiais de uma morte causada por ti. Juma, você foi morta para evitar problemas drásticos no futuro. Antes que o Ibama venha me caçar, preciso dizer que amo animais, mas tem que se pesar a importância de um animal e um ser humano.
O que de fato aconteceu com a Juma, foi o seguinte:
Destaco um trecho desse texto:
"[...] a morte da onça não tem nada a ver com a tocha olimpica, apenas o ocorrido foi no mesmo dia. A onça estava sendo transferida da jaula principal para uma jaula menor, para ser realizada a limpeza da mesma, e infelizmente durante a transição o animal escapou".
CEREJA DO BOLO: O exército informou que o problema ocorreu quando o espaço ESTAVA FECHADO para visitação e APÓS a solenidade do revezamento.
Causa Mortis da Juma
Foram vários motivos que as pessoas encontraram para dizer por que a onça Juma morreu. Refutarei alguns desses:
1- Barulho e multidão: Talvez o ambiente estava bem barulhento e com muito fluxo de gente. Ou talvez não. Creio que onde Simba se encontrava, tinha muito mais gente, do que o local de Juma. Lá, era o ambiente principal do evento. A trilha da floresta, onde estava Juma, era apenas os bastidores, e um ambiente mais afastado. Mas não se sabe o motivo exato da agitação do animal.
2- Fogo da Tocha: Existem alguns argumentos que dizem que um animal fica agitado quando ver sinal de fogo ou de chama. Pode ter acontecido no caso de Juma, mas tem que se levar em consideração os condutores com as tochas, que fizeram questão de tirar fotos com o felino.
3- Agitação e estresse sem motivo aparente: Veremos como era a personalidade de Juma no próximo tópico, mas trata-se de um animal indomesticável e feroz, e não dá para prever os passos e a forma que ele irá reagir. E se o animal simplesmente quis ficar agitado e estressado sem motivo aparente? Sem o fogo da tocha, o barulho e a multidão terem nada a ver com isso?
Como era Juma?
Embora com uma natureza selvagem, Juma era bastante dócil. Embora com o instinto indomesticável, o exército nunca a tratou de forma desrespeitosa ou violenta. Contra fotos, não há argumentos!
O analista ambiental, Diogo Lagroteria, especialista em fauna silvestre e veterinário, disse em entrevista ao G1 que, mesmo com anos de treinamento e em cativeiro, a onça NUNCA poderá ser considerada um animal domesticado.
Fato isolado
O texto do G1 logo ratifica, e leva os leitores ao pensamento que as onças pintadas irão entrar em extinção: DRAMA DE ESPÉCIE AMEAÇADA. A mídia demoniza uma única atitude do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), levando a crer que o exército é responsável pela extinção do animal, quando na verdade não houve ao menos uma nota de caçadores ilegais desses felinos, que tem matado esses animais:
"[...] não lemos nenhuma palavra sobre as mais de 100 onças que são mortas todos os anos no Brasil por caçadores ilegais e envenenadas por fazendeiros criadores de gado na Região Norte".
Ao contrário do que se pensa, o exército não tem exterminado essa espécie, mas preservado:
[...] o CIGS resgata em média 15 onças por ano, a grande maioria delas por força de maus tratos e de caçadores clandestinos e envenenamento por fazendeiros. Dessas 15, em média 13 são devolvidas para a floresta.
Graças ao CIGS, o risco de extinção das onças pintadas está se reduzindo significativamente. Todas as onças que ficam mantidas no zoológico do Exército em Manaus, são as que não podem ser devolvidas à Natureza devido a feridas, traumas ou doenças.
E aí, quem maltrata as onças: o exército ou os caçadores?
A culpa é do exército!
Ao contrário do que se pensa, o exército não queria expor nenhum animal nesse evento olímpico, mas o governo do Amazonas interviu e disse que eles teriam que expor Simba, a onça-pintada principal da festa.
O exército não foi tirano, não foi maldoso e sentiu, sensivelmente, a morte do animal:
"O Exército está transtornado com a morte da Juma. Cheguei em casa muito triste com essa situação. Estamos todos muito abatidos. Foi uma fatalidade que jamais esqueceremos" disse o Coronel Luiz Gustavo Evelyn, porta-voz do EB.
"Mas Emerson, o exército jamais poderia manter um animal enjaulado". Queridos, antes de pronunciar esse argumento, procurem se aprofundar no assunto. Esses felinos costumam ser adotados pelo CIGS ao serem encontrados em situações precárias, mantidos em cativeiro ou em poder de caçadores. Muitos chegam lá doentes, machucados e traumatizados.
A mídia tem levado a crer também, que o CIGS não tem condições mínimas de espaço, cuidado e sobrevivência. BURROS! Os profissionais de comunicação deveriam ao menos entrar na floresta onde esses felinos são criados, ver o tamanho do local e que tipo de alimento dão a eles.
"Mas Emerson, o exército não poderia tornar Juma um mascote. Isso é exploração do animal". Que exploração?! Que mal há em tornar um felino em mascote de um batalhão e treinar o bicho para desfiles militares? O G1 disse que biólogos e veterinários condenam essa prática, mas não investigou a fundo como é o treinamento, nem falou com um profissional específico da área. A própria Juma já foi mostrada à BBC Brasil em 2014, e por que não investigaram os danos causados por sua exposição nessa época? O exército explicou à rede de televisão o porque de Juma está ali no CIGS:
"Na época, explicaram que a onça havia sido resgatada com ferimentos após sua mãe ter sido morta. Foi levada para o centro e ali cresceu sob os cuidados de tratadores".
Antes que me condenem...
Antes que o Ibama ou esses órgãos de proteções à animais venham me caçar por conta do post de hoje e o de ontem - que eu disse que "não gosto de snaps seguidos de cachorros, gatos ou qualquer outro bicho de estimação" - queria deixar claro que amo os animais, mas também amo os seres humanos.
Muitos tomaram a dor de Juma, assim como a do jacaré aligátor, tornando-se veterinários, especialistas em animais e funcionários do Ibama. Esse mesmo pessoal que criticou o sacrifício desses bichos, comem carne todos os dias em suas mesas!
Os fatos tem que ser colocados em seus lugares e analisados de forma coerente e plausível. J-J
Por: Emerson Garcia