Tropas japonesas entrando em Singapura. | Wikipédia em Português
No último dia 27 de outubro de 2016 foi publicado no Jovem Jornalista um texto sobre um documentário da BBC acerca da bomba atômica jogada no Japão. Não entro no mérito do vídeo pois a autora cumpriu sua missão em expor aos leitores deste site. Mas, o que me chamou atenção é a última parte sobre as questões levantadas acerca da atitude do governo dos Estados Unidos de usar as bombas:
"Será que realmente era necessário o uso de uma bomba nuclear? E será que valeu a pena sacrificar a vida de milhares de pessoas simplesmente por orgulho, e não aceitar se render? Por que o ser humano, para conseguir o que quer, tira a vida do próximo?"
Sim, Késia. Era necessário sim a bomba atômica.
Ao descarte do contexto da época qualquer um se espanta e crê que a ofensiva nuclear foi algo, digamos, "desnecessário, humilhante e ditatorial". Mas, convido-o a conhecer o contexto que levou a que parassem com a sanha imperialista japonesa.
Resumo: ascensão e queda do Japão Imperial
A chamada "Restauração Meiji" ocorrida no século XIX fez transformações em todos os níveis da sociedade japonesa nas áreas da política, economia, industrialização e, principalmente, na área militar. É verdade que o Japão ganhou um salto desenvolvimentista impressionante, mas gerou uma expansão territorial a custa de sangue estrangeiro. O Japão entrou em guerra com a Coreia (unida antes da divisão), a China e Rússia onde impôs uma derrota monumental as forças do Czar e fez a terra do sol nascente despontar como potência militar no início do século XX.
Além de atacar e dominar a Manchúria e se aliar aos ditadores Hitler e Mussolini, o Japão formou um grande império territorial com suas áreas de influência e nada indicava parar. Confira o tamanho da expansão japonesa:
Tamanh o do então Japão Imperial. | Wikipédia em Português
A decisão de bombardear
O Japão teve, digamos, a audácia de atacar Pearl Harbor (EUA) e Darwin (Austrália). Isso mostra que o país não fazia distinção entre asiáticos e ocidentais. Os filmes Pearl Harbor e Austrália mostram que as forças imperiais estavam determinadas a expandir seu domínio. Aliás, o último filme citado mostra como os japoneses atacaram de surpresa o povo australiano:
A sanha incontrolável do Japão Imperial tinha de parar. O vídeo abaixo da Prager University (traduzido) em português mostra a decisão dos Estados Unidos em jogar as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945. Lembre-se: AGOSTO! Se os alemães se renderam em MAIO, os americanos tiveram que tomar esta decisão levando-se em conta a determinação dos japoneses. Assista:
Não, de jeito nenhum quero pintar os americanos de "bonzinhos" e os japoneses de "vilões", mas deixar claro ao leitor que decisões políticas não se baseiam nos moldes de uma música hippie do John Lennon, mas nas intenções e interesses nas potências de cada nação. A guerra é feia, cruel, e sem toques de piedade. Mas com certeza seria pior se as potências do Eixo não fossem paradas. Não existe opção "C" nestes dilemas.
Até mais, pessoal. J-J