Dom do olhar: temas sociais

ou Dom do olhar: Kate T. Parker /Jackie Dives

Uma das categorias que admiro na fotografia, são as fotos de temas sociais. Elas contam histórias dramáticas, emocionantes, e sobretudo, reais, o que é plausível em um mundo manipulável e egoísta para com as causas sociais. 

O Fotojornalismo é algo que precisa de percepção do ambiente e de um olhar crítico sobre o mesmo. Algumas dessas fotografias são em P&B, e nacionalmente, temos o fotógrafo Sebastião Salgado (talvez fale dele em outro post).

Temas como a adoção e a recuperação de drogas são atuais e trazem amplas discussões para a sociedade. As fotógras Kate T. Parker e Jackie Dives entenderam isso.

Kate T. Parker

Fotógrafa norte-americana, que vive atualmente em Atlanta, nos Estados Unidos. Tem experiência em fotos documentais, e é autora do ensaio Blended (misturados), em que fotografou o processo de adoção de um bebê de sua irmã e de seu cunhado. 

Jackie Dives

É canadense e trabalha com retratos e fotografia documental. É autora de uma série de fotos em que retrata a recuperação de seu irmão (!) do vício da heroína. O ensaio, foi um pedido de Dives, para mostrar à sociedade sua luta diária contra as drogas.

Confira algumas fotos de ambos os ensaios!

Adoção

Tem como não se apaixonar por essas bochechas fofas? “Ele é o bebê mais feliz e bonitinho do planeta. Tenho tanta sorte de ter [esse] homenzinho em minha vida”, disse Kate T. Parker.

Confira o ensaio completo aqui.

O que me chamou atenção foi o amor e a igualdade racial. Duas coisas tão bonitas... caminhando juntas. A fotógrafa soube capturar a reação de uma criança que não é adotada, e quando ela é adotada. Em uma entrevista que Kate deu ao Huffington Post, ela disse que "sabia que gostaria de documentar o bebê sortudo que receberíamos na família." O amor dessa tia babona surgiu bem cedo e cheio de objetivos positivos: "o poder do amor, a espera agonizante (e depois o júbilo) da adoção, as boas-vindas a uma outra vida para nosso clã e o que significa ser uma família birracial.”

Recuperação de drogas

70 gramas de metadona + heroína

60 gramas de metadona + heroína 

Livre das drogas

Confira o ensaio completo aqui. 

Essas fotos me deram um misto de tristeza e alegria. É triste ver jovens nas ruas, em submundos fétidos, usando drogas, como o crack e  a heroína, retratada nesse ensaio. Nem todos conseguem sair, como Dives. Essa é uma realidade cruel. Mas há uma alegria no meu coração para com os jovens que conseguem se recuperar. Jackie fotografa com clareza e sem rodeios, momentos de emoção na vida do seu irmão. Ele traz bastante verdade em seu olhar, transmitindo dor, tristeza, alegria e agonia. “O que é importante para mim é um simples momento na vida do meu sujeito. Não é algo forçado ou artificial. Eu quero mostrar o meu sujeito de forma verdadeira“, disse Jackie em seu site.

Temas sociais em fotografias tem um poder incrível de fazer refletir. É certo que eles conseguem nos emocionar, mas não é uma emoção passageira, e sim duradoura, que levará a reflexão e críticas sobre a sociedade em que vivemos. J-J

Por: Emerson Garcia

7 paletas de cores de filmes

Sempre fui fascinado pela fotografia de um filme. Elas me deixam deslumbrado, emocionado, alegre e triste. São várias as sensações que elas produzem em mim. Confesso que reparo demasiadamente na fotografia de um filme. É algo que me faz refletir e viajar no porque daquelas cores, daquela luz, daquele tom na produção. O trabalho de um diretor de arte é bastante difícil, em minha opinião, porque ele vai ter que transmitir para as telas, o que ele percebeu de mais condizente como fotografia para aquele filme.

O site Movies In Color traz uma série de paletas de filmes (atuais ou não), além de discorrer do estilo de diretores e cinematografistas. É um site muito interessante. Para começar a brincadeira, escolhi 7 paletas de cores de filmes que me chamam a atenção, e irei falar um pouco sobre elas. Vamos lá?!

1- O fabuloso destino de Amélie Polain

Esse é um dos filmes que mais gosto da fotografia. O diretor fotográfico foi bem ousado ao trazer como cores centrais o vermelho, o amarelo e o verde. Ficou simplesmente incrível. Além disso, a produção tem um tom alaranjado envelhecido, como se o filtro do filme fosse laranja. Isso trouxe uma atmosfera diferente e aconchegante. Parece que estamos envoltos em um clima nostálgico e de infância. 

2- Um olhar do paraíso

Primeiro, desculpa por não ter encontrado a paleta de cores do filme. O que me chama atenção em Um olhar do paraíso é o uso de cores e as tonalidades. A história, que se passa entre o céu e o inferno, trouxe ambientes um tanto quanto ousados, com diferenciação de cores, que são trabalhadas nas cores do céu e na intensidade da luz. Em algumas cenas parecia que eu estava dentro de uma aurora boreal colorida. Parabéns para o diretor de fotografia!

3- Pulp Fiction

Pulp Fiction não só ousou no roteiro como também na fotografia. O filme dos anos 80, trouxe cores vibrantes, intensas e melancólicas às telas. Quentin Tarantino, de acordo com minhas pesquisas, adora cores extravagantes e chamativas. Foi assim em Kill Bill, onde trouxe cores como o preto, o amarelo mostarda e o rosa choque. Já em Pulp Fiction, ele mistura as duas paletas: uma mais dark, e outra mais intensa.

4- The Hobbit: Uma jornada inesperada

O Hobbit é aquele típico filme épico com cores mais vintages e voltadas para o marrom, como puderam ver na imagem acima. Gosto muito desse tipo de fotografia. Acho que ornou muito com o tema de aventura que a produção sugere. 

5- Vanilla Sky

Primeiro, desculpa por não ter encontrado a paleta de cores do filme. Vanilla Sky foi lançado em 2001, mas trouxe uma fotografia ousada, em minha opinião. Antes de tudo, a paleta de cores ornou com toda a história de mistério que o filme propõe. Tons como vine e bordô permearam as cenas, além de algumas delas utilizarem cores intensas, para compor o céu bastante fictício (foi o que falei sobre a fotografia de Um Olhar do paraíso).

6- Amor além da vida

Primeiro, desculpa por não ter encontrado a paleta de cores do filme. Tudo bem que Amor além da vida é um filme péssimo, mas a ousadia dos diretores de fotografia e de arte me deixou boquiaberto. Como criar ambientações de céu e paraíso? Criando paletas de cores bastante coloridas e filtros claros, além de pinturas, em forma de cenas. Como criar o limbo e o inferno? Criando ambientes darks (que me deixou aterrorizado)   e com filtros bem escuros. Vale a pena ver só por conta da fotografia!

7- Onde vivem os monstros

Tudo nesse filme é fofo ♥ A trilha sonora, a história, e claro... a fotografia! O marrom, e suas tonalidades, além do amarelo, dourado e amarelo queimado, são as cores principais. Alguns filtros são claros, outros escuros, para dar um ar melancólico, nostálgico e alegre. Não tem cores muito fortes, e sim, cores contidas, mas não deixa de ter uma bela fotografia.

Gostaram das paletas dos filmes? Que outro filme você gosta da fotografia? Diga nos comentários! J-J

Por: Emerson Garcia

Upgrade nos rabiscos

Desde a infância somos seres visuais. Li recentemente que aprendemos mais vendo, do que ouvindo ou lendo. Quando crianças, fomos instigados a desenhar coisas que vimos, e soltar a imaginação com rabiscos e representações. Dos rabiscos mais elementais, até verdadeiras obras de arte. Não importava se você desenhava bem ou mal. O que importava era a expressão!

Fred Giovannitti é pai de crianças como essas: que amam rabiscar e desenhar. Frederico, Jaxton e Sofia estão na fase visual; e seu pai, que é um artista, resolveu dar um up nos desenhos de seus filhos, dando profundidade, cor, forma e expressividade. É um trabalho em que ele usa técnicas artísticas para sempre lembrar de suas crianças.

O resultado fica incrível, confira:

Esse é um pai que participa ativamente da infância dos filhos! Para quem se interessou, nesse link tem mais imagens retrabalhadas por Fred. J-J

Por: Emerson Garcia

And Oscar goes to...

A 87ª edição do Oscar terminou por volta das 2h da manhã dessa segunda-feira (horário de Brasília). Com a apresentação de Neil Patrick Harris, a premiação máxima do cinema, trouxe performances como da Lady Gaga, interpretando A Noviça Rebelde; figurinos inusitados das atrizes; apresentações musicais; uma releitura de Neil, do filme Birdman; e muitas premiações. 

Birdman, foi o grande vencedor do Oscar com 4 estátuas (melhor filme, melhor diretor, roteiro original e fotografia), deixando o filme gravado em 12 anos, Boyhood, sem nenhuma premiação. Já O Grande Hotel Budapeste, foi uma surpresa em prêmios técnicos (melhor figurino, melhor cabelo e maquiagem, melhor design de produção e melhor trilha sonora).

Foi um Oscar justo, premiando Julianne Moorre (melhor atriz), por sua interpretação em Para sempre Alice; J.K. Simmons (melhor ator coadjuvante) em Whiplash; e Eddie Redmayne (melhor ator) em A teoria de tudo. Confesso que fiquei curioso para assistir Whiplash e A teoria de tudo por causa dos vencedores.

E como previsto no post anterior, Virunga não foi o melhor documentário, e sim Citizen Four.

Agora, vamos para os destaques desse Oscar!

(eles não ganharam o Oscar, mas bem que deveriam...)

1- O primeiro destaque vai para o lindo palco do Oscar, sobretudo o da abertura. Achei incrível a música sobre filmes e a sobreposição de grandes clássicos. Ficou bem criativo.

2- O figurino Escrava Isaura de Lady Gaga. Eu até tinha falado no meu Facebook, que não estava "tão excêntrico e tal", mas depois que vi as montagens na internet, mudei meu pensamento. 

3- A performance de Neil (ele estava demais ontem) fazendo uma releitura de um dos concorrentes a melhor filme, Birdman. A encenação ficou muito bem bolada, e vê-lo de cuecas, me fez rir muito!

4- Mais do Red Carpet: Kelly Osbourne, como a vilã da Pequena Sereia, e Marion Cotilland, em "deixa eu te apertar".

5- E as caras e bocas de Meryl Streep que renderam muitos memes.

J-J

Por: Emerson Garcia

Apostas do Oscar 2015

Há poucas horas de uma das festas mais famosas do cinema, a 87ª será uma das mais mornas edições, segundo críticos. O Grande Hotel Budapeste, assim como O Jogo da Imitação são fracos no roteiro, embora tragam uma boa produção e bela fotografia.

Já A Teoria sobre tudo traz uma boa história sobre Stephen Hawking e teorias importantes da Física, além de um belo romance. Contudo, pelo que tenho lido, não é um dos favoritos do Oscar.

Sniper Americano, também é um dos favoritos ao Oscar, que está com uma boa repercussão e bons índices de bilheteria. Contudo, Boyhood (que conta a história de um rapaz, desde a sua infância, e gravado em 12 anos) e Birdman (que concorre em nove categorias) podem ameaçar esse título.

Na categoria Documentário Virunga, que conta a história de uma colonização de gorilas no Congo, rica em recursos naturais, é o querido do público, mas isso não quer dizer muita coisa, já que na história do Oscar, os prediletos são zebrados, mesmo sendo uma produção do Netflix, bastante divulgada em publicidades e outdoors.

Pra quem vai sua torcida de melhor filme? Confira a lista completa abaixo:

"Sniper americano"

"Birdman"

"Boyhood: Da infância à juventude"

"O grande hotel Budapeste"

"O jogo da imitação"

"Selma"

"A teoria de tudo"

"Whiplash"

O 87th Academy Awards acontece hoje, às 20h30, com transmissão exclusiva do canal TNT e também pelas redes sociais do POP. Acompanhe também pelo Termômetro Oscar 2015. J-J

Por: Emerson Garcia