O pós-modernismo é a época da dessubstancialização do sujeito e da desferencialização da realidade. O vídeo Jesus Cristo- O musical ao mesmo tempo que choca, banaliza, satiriza, faz com que o sujeito torna-se vazio.
O vídeo se desreferencializa da realidade de forma que a história real se desintegre. A imagem de um Cristo propagador do evangelho transforma-se na imagem de um Cristo supérfluo, que comete loucuras, que anda por ruas, pelas cidades, sugerindo a modernização de sua figura. E, como uma espécie de paródia, o destino daquele que veio salvar o mundo e propagar o evangelho é a morte. Uma morte que se distancia da realidade, mas, que, ao mesmo tempo, é bem contemporânea.
Levando em conta a desrefencialização da realidade percebe-se que o vídeo tem uma expressividade embasada no real. Em filmes, documentários e produtos desse gênero, há uma busca de fidelidade a história de Jesus Cristo (nascimento-crescimento-propagação do evangelho-morte-ressurreição), e por mais que em alguns filmes, como em A paixão de Cristo de Mel Gibson, haja um exagero e um sensacionalismo de tortura e morte, vemos que o diretor procurou essa fidelidade, mesmo que fragmentada e acentuando somente as últimas 12 horas da vida de Cristo. Já em O musical essa fidelidade é totalmente quebrada (propagação do evangelho-morte), deixando de lado o que antecedeu (nascimento-crescimento) e o que sucedeu (ressurreição). Esses fatos dá ao vídeo expressividade intrínseca.
O tema explícito do vídeo é a trajetória de Cristo e o tema implícito é a banalização de valores sociais. A começar pela trilha sonora (I Will Survive) que é de uma música dançante.
Agregado a banalização dos valores sociais encontra-se a desobediência de regras, como não olhar para os lados ao atravessar a rua e não utilizar roupas ao sair de casa. Ou qual pessoa andaria nua no meio da rua, chamando a atenção de outras pessoas?
Indo em direção a interpretação psicológica, o personagem principal é extrovertido, não cumpre regras, tem problemas mentais e faz o que vem a cabeça.
Fazendo uma interpretação simbólica, a música direciona muito as cenas por ser alegre e convida quem a ouve a se soltar, a dançar, a fazer o que vier a cabeça, como o personagem principal sugere.
E vocês, o que acharam do vídeo? J-J
Por: Emerson Garcia