quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Quinta de série: The Good Place

Pode conter spoilers!






Bem vindos ao Bom Lugar! Mas será que ele realmente existe?! No Quinta de série de hoje falarei da série de comédia dramática chamada The Good Place. Produzida pela NBC e exibida pela Netflix, a série contou com quatro temporadas e 50 episódios de 25 minutos. Criada por Michael Schur (Saturday Night Live, The Office, Parks and Recreation, Brooklyn Nine-Nine e Master of None) a produção foi exibida de 19 de setembro de 2016 a 30 de janeiro de 2020. TGP teve em seu elenco Kristen Bell, William Jackson Harper, Jameela Jamil, D'Arcy Carden, Manny Jacinto, Ted Danson e Adam Scott. 

A produção conta a estória de Eleanor Shellstrop que acorda e descobre estar morta e entra na vida após a morte. Ela vai para o Good Place, o Bom Lugar, mas tudo é estranho e ela não merece estar ali. Sua ida para esse paraíso foi um erro, porque ela não foi uma pessoa exatamente boa em sua estadia na Terra. Logo que chega no local descobre, por meio de seu mentor Michael, que está nesse lugar por causa de suas boas ações. O Lugar Bom é um lugar onde as pessoas tem casas personalizadas com seus gostos em vida, mas Eleanor percebe que a casa não tem nada de pessoal. No local ainda não é permitido xingar, o que deixa a protagonista muito confusa, pois ela ama isso. Cada pessoa, ainda, tem sua alma gêmea.



Não demora muito para Eleanor descobrir que sua ida para o Bom Lugar foi um engano e que ela não merece estar ali. E agora, será que ela conseguirá esconder a verdade de Michael, o coordenador da vizinhança? Será que o Bom Lugar é realmente o "Bom Lugar"?

Nesse "paraíso" Eleanor conhecerá Chidi Anagonye, sua alma gêmea; Tahani Al-Jamil, a socialyte frustada; e Jianyu Li, o monge farsante. Esse grupo se tornará amigo de Eleanor. Juntos, descobrirão os mistérios da vida após a morte. Posso dizer que Eleanor e os demais tem mais em comum do que se imagina. 

O grupo conta com a mentoria de Michael e a ajuda tecnógica e sábia da robô Janet. Descobrimos que Michael é o criador e arquiteto do Bom Lugar e que ele guarda mais segredos do que se imagina, e que Janet é aquela robô que os heróis da trama podem contar para tudo. 



The Good Place é uma série que trata da vida após a morte de forma leve e descontraída. Além disso, fala de comportamento, humanidade, ética e moral. Tudo isso com boas pitadas de comédia, fantasia e, até mesmo, drama. Digo comédia porque a série te fará sorrir em vários momentos. Fantasia, porque os elementos da eternidade e da vida após a morte são um mistério e tudo é especulativo. E drama, porque TGP emociona, fazendo chorar em vários momentos e cenas. Enfim, TGP é isso: comédia, fantasia e drama em uma fórmula que deu certo na telinha.


Personagens



Eleanor: protagonista da trama. É definida como "lixo humano do Arizona", daí já se pode ver que não é flor que se cheire. Quando morre, é enviada para o Bom Lugar, mas existe algo de errado nessa história. Em vida, tinha as mais reprováveis atitudes, seja em seu trabalho ou até mesmo com seus amigos. Ludibriava as pessoas e as enganava, com o intuito de sempre se dar bem. 




Chidi: forma o par (nada provável) romântico com Eleanor. Ele é inseguro, paranoico e indeciso até nas decisões mais fáceis. Professor de filosofia, possui conhecimento de moral e ética, o que o tornava inteligente e charmoso. Apesar de suas qualidades, tem um jeito desajeitado e engraçado, sofrendo bullying tanto em vida como após a morte. 




Tahani: uma socialyte frustada que sofria rejeição dos pais em sua vida, pois eles achavam mais interessante sua irmã e a menosprezava. É apaixonada por festas, luxo e requintes. Sua alma gêmea é o Jianyu Li/Jason. Após o sucesso em TGP, a atriz Jameela Jamil tornou-se ativista contra os padrões de beleza da sociedade, sendo uma crítica ferrenha a reality-shows como a Família Kardashian e lançando a página I Weigh, com o intuito de ajudar pessoas com problemas de autoaceitação. 




Janet: fazia a assistente celestial quase robótica de Michael. Apesar das aparências, não é uma mulher nem um robô. Sabe tudo sobre o Bom Lugar e foi criada para servir e atender os pedidos dos moradores de lá. Sempre que alguém falava "Janet", ela surgia juntamente com um som eletrônico. No decorrer dos episódios apaixona-se por Jianyu. 




Michael: criador e arquiteto do Bom Lugar onde reside o Esquadrão da Alma após a morte. Projetou o Bom Lugar para ser um local paradisíaco e de paz. Cada casa construída por ele foi pensada de acordo com a personalidade de seu morador. Michael criou o manual de convivência do Bom Lugar e um placar para que os moradores acumulassem pontos de acordo com suas atitudes. Mas, nem tudo é como se parece. Michael guarda grandes segredos. 




Jianyu Li/Jason: é o monge farsante do Bom Lugar (entendedores entenderão). Pouco inteligente, o rapaz possui um bom coração, sendo considerado a "criança" do Esquadrão da Alma. Em sua vida preguessa era um DJ falido, mas por que se tornou monge após morrer? Só assistindo para saber. 


Evolução



Uma das coisas mais interessantes da série foi poder acompanhar a jornada e evolução desses personagens citados. O desenvolvimento de cada um deles foi incrível, notável e, sobretudo, natural. A partir de agora, discorrerei sobre o processo evolutivo de cada um dos personagens principais.

Começamos com Eleanor. Ela era egoísta, perdida e solitária, com o poder de afastar as pessoas e usando das suas piores qualidades para isso. A Eleanor do final da série aprendeu a importância de se relacionar com os outros e que ela não era o centro do universo. Ela, surpreendentemente, colocou o outro acima dela mesma e salvou o Bom Lugar em várias oportunidades. 

Chidi deixou de ser indeciso e ansioso, tornando-se uma pessoa cheia de confiança e calmaria. Ele, então, foi capaz de tomar decisões, sendo inundado pela paz e não se arrependendo de suas decisões. Suas últimas cenas foram emocionantes!

Tahani, no início era egocêntrica, insegura e que fazia de tudo para esconder sua profunda sensação de inutilidade. Obcecada por coisas externas e superficiais, no final conseguiu curar essas feridas, importando-se com os outros e focando seus objetivos em aprender, criar e ser útil. Enfim, Tahani deixou de ser uma pessoa solitária e perdida, e passou a ser confortável e segura consigo mesma. 

Janet iniciou TGP como uma espécie de Siri mais avançada - um computador com todo o conhecimento do universo. Por meio de várias reinicializações, a personagem tornou-se mais humana, aprendendo a ter empatia, importar-se e a amar. 

Michael evoluiu muito na série também. Ele mudou sua forma de ser e de agir para um não-humano muito melhor. Ele sempre teve curiosidade sobre o que significava ser humano e como seria ter uma vida humana. Michael tornou-se mais altruísta e teve um final surpreendente. 

No início da série, Jason/Jianyu Li era impulsivo, egoísta e bobão. No fim, ele consegue evoluir, crescer como pessoa e tornar-se mais maduro. 

Essa foi um pouco da magia de TGP: as pessoas podem mudar, e para melhor! 


Conceitos filosóficos



Apesar de ser uma série de comédia, TGP ensinou muito e tratou de temas "cabeças", como Ética, Moral, Metafísica e Utilitarismo. Autores como Aristóteles e Immanuel Kant tiveram suas teorias explanadas na série de forma inteligente. Diria que a filosofia, foi a matéria-prima para a produção da série. O que é bom? O que é ruim? Uma pessoa pode evoluir ou ela sempre será o que é desde sua origem? Essas foram algumas perguntas que a série soube responder com clareza e certo didatismo. A partir de agora, pincelarei os principais conceitos filosóficos da série.




Ética virtuosa de Aristóteles: tem a ver com o transcendental e com o equilíbrio entre o excesso e a falta. Para o filósofo, o agir das pessoas visa a algum bem, e o bem supremo, seria a felicidade. De acordo com ele, ela só pode ser atingida por meio de uma vida cheia de qualidades. Esta última só é obtida por meio da excelência moral, que seria o meio termo. Ele é a ação equidistante entre os extremos. O conceito foi desenvolvido em sua clássica obra Ética à Nicômaco. 




Ética prática de Immanuel Kant: é fundamentada nos imperativos morais universais. Sua teoria permite o julgamento das ações e do agir correto. Tal julgamento é adquirido pelos imperativos morais práticos, são eles: hipotético e categórico. Para Kant, comportamentos imorais como mentir ou roubar nunca são justificáveis. Mesmo que a pessoa esteja roubando um alimento para sustentar sua família.




Recompensa moral: a série traz esse conceito, quando Eleanor, por ser uma pessoa boa (Ou ao menos tentar ser), merecia algo bom em troca. Contudo, a série mostra que as pessoas não devem realizar suas ações apenas tendo em vista recompensas, sejam morais ou materiais.   




Utilitarismo: o utilitarismo de Jeremy Benthan e John Stuart Mill diz que a escolha certa é advinda de um bem maior, ou prazer, e menos dor ou sofrimento. O personagem Doug Forcett ilustra isso, ao testar cosméticos perigosos em si próprio com o intuito de salvar a vida dos animais.  




Teoria do Eu como um feixe: a teoria de David Hume diz que o nosso Eu é um feixe de percepções em fluxo e nossa mente uma espécie de teatro, onde as percepções passam, rapidamente, e se esvaem em seguida. Para o autor, o que existe são percepções sensíveis que servem para avaliar a busca do maior prazer e da menor dor. 


Poder do Verso



A série é dotada de conceitos e ideias abstradas transformadas em algo palpável, como se pode observar no tópico anterior. Conceitos filosóficos difíceis de serem entendidos, foram transformados em episódios curtos, mas cheios de ensinamentos. Além disso, na série é possível observar que vários personagens possuem poderes e forças intuitivas para criarem universos inteiros, realidades alternativas e simulações. Por exemplo, há os criadores das luzes e trevas, do Lugar Bom, Médio e Ruim. Enfim, fantasia, filosofia e conceitos morais e éticos estão disponíveis em todo o seriado. 


Conheça os lugares de The Good Place

Como falado anteriormente, na série há o Lugar Bom, Médio e Ruim. Falarei de cada um deles e de suas peculiaridades agora.


Lugar Bom



É conhecido como paraíso. Para lá, vão todas as pessoas que fizeram o bem durante a vida e tiveram uma boa pontuação no sistema de pontos. Um lugar onde tudo é imaginado e os sonhos durante a vida são concretizados. 


Lugar Médio



Não é nem o inferno nem o paraíso. No Lugar Médio mora a única exceção ao sistema de pontos, que os moradores do além são submetidos: Mindy St. Claire. Ela não é nem boa, nem ruim, o que levou os arquitetos a criarem um lugar especialmente para ela. No Lugar Médio não há tortura, o que faz com que Mindy fique entediada. 



Lugar Ruim


É o que conhecemos como inferno. É o lugar para onde vão as pessoas que tiveram uma pontuação baixa durante a vida. Seres humanos, como Shakespeare e Einstei estão lá. No Lugar Ruim, os humanos são torturados por toda a eternidade por "demônios", seres imortais que são como os humanos mais desagradáveis possíveis. As Janets ruins (Sim! Existem várias versões dessa personagem!) vivem lá incomodando tanto os humanos quanto os seres imortais. 


Curiosidades 

Inferno e Paraíso são relativos, e TGP está aqui para ilustrar isso. Abaixo, 8 curiosidades sobre a criação da série. Confira! 


1 - Baseado em comportamentos reais



Os comportamentos dos personagens foram baseados em comportamentos reais. O criador da série, Michael Schur, idealizou um lugar onde as pessoas perderiam pontos ao fazerem ações negativas. 


2 - Inspirado em ficções



TGP é inspirada em Leftovers e Lost. Schur se inspirou em ambas as produções para criar o conceito de sua série. 


3 - Um arcanjo no elenco



Schur baseou-se no arcanjo Miguel, que de acordo com convicções religiosas é quem decide quem vai para o céu ou não, e criou o personagem Michael. 



4 - Contra estereótipos



Na série temos atores orientais, como Manny Jacinto de descendência filipnina. Desse modo, TGP subverte os prenceitos contra outras culturas.  



5 - Representante de Deus, representado por um crianção



O intérprete de Michael é puramente um bonação, que faz piadas e traquinagens com os colegas de elenco. 



6 - Eleanor não aprende, mas Kristen sim



Quando a personagem começa a ter aulas de Ética com Chidi, a própria atriz passou a se interessar pelo assunto e agora até cita autores em conversas pessoais. 



7 - Um bom papel, uma personagem detestável



No início, Jameela, detestava seu papel. Ela achava Tahani uma jovem passivo-agressiva. Foi somente na segunda temporada que a atriz passou a gostar mais de sua personagem. 



8 - Vencendo uma jovenzinha



A atriz e comediante D'Arcy Carden fez o teste e competiu com uma jovem atriz de apenas 16 anos. Ela, então, foi a escolhida para o papel, ficando surpreendida.  



Momentos inesquecíveis

Separei 5 momentos memoráveis da série. Veja:

1 - "Ya Basic"



Durante uma discussão entre Chidi e Eleanor, essa última não conseguia falar palavrão. Então, ela usa o melhor do seu vocabulário e diz ao rapaz "ya basic", algo como "você é básico"



2 - "Eu me sinto como Friends"



Enquanto sofria por não poder mais interferir na vida dos habitantes do Bom Lugar, Michael se isola com seu capuz e diz a fantástica frase, fazendo referência à Friends: "Eu me sinto como Friends na 8ª temporada. Sem ideias e forçando Joey e Rachel juntos, mesmo que não fizesse sentido". 



3 - "Eleanor, você é uma mocinha sorrateira"




Eleanor tem um espírito perspicaz e descobre o maior segredo de Michael. O arquiteto só consegue dizer: "Eleanor Shellstrop, você é uma mocinha muito sorrateira!"



4 - "Como saberemos quem é quem?"



Devido a um efeito colateral na programação feita por Janet, os humanos são transformados em Janet's. Quando percebem que não estão mais em seus corpos, eles se desesperam e Michael procura compreender quem é quem no meio de toda essa confusão.


5 - "Um burrito sabichão"



Em uma das cenas mais emblemáticas do show o grupo vai até à Juíza Gen com o intuito de provarem que evoluíram como pessoas. Ao chegarem lá, dão de cara com um burrito em cima da mesa e acreditam que estão diante de Vossa Alteza. Então, Eleanor se apresenta ao alimento, garantindo ótimas gargalhadas. 



Abertura

Traz o nome da série sobre um fundo verde e uma trilha instrumental. A abertura é singela e minimalista. Assista:






Pesquisando no Youtube, encontrei essa abertura extendida que traz os protagonistas, com a trilha sonora maior. Acompanhe:






Audiência

A série teve uma boa aceitação no início, mas teve uma audiência mediana do meio da primeira temporada em diante, como exposto no gráfico abaixo (Dados do Wikipédia):





Crítica



TGP foi uma série que me surpreendeu. Ela misturou comédia, drama e fantasia, criando algo inovador na telinha. TGP possuiu cenas emocionantes, reflexivas e filosóficas. 

Os personagens são carismáticos e com boas histórias. Cada um deles possui uma personalidade diferente. Foi interessante ver a evolução e o desenvolvimento dos heróis. Meus personagens preferidos são a Janet e o Jianyu. A Janet por seu jeito eficiente de ser, o Jianyu por ser avoado. 

Os episódios tinham bons ganchos e reviravoltas do começo ao fim. Os heróis passaram pelas mais distintas aventuras, descobertas e ensinamentos.

TGP tem um roteiro inovador e não repetitivo. Os diálogos são bem construídos. A série possui poucos episódios, de pouca duração, não a tornando cansativa. Enfim, não há barrigas no roteiro. 

Durante as temporadas os personagens viajam por diversas dimensões, visitam memórias e lugares. Achei interessante a composição dos cenários e das ambientações. Cada pedacinho do cenário foi bem pensado e construído. O figurino dos personagens também é algo que merece destaque. 



Os episódios finais produziram um quentinho no meu coração e acredito que a série fechou com chave de ouro. Será que os personagens aprenderam? Evoluíram? Como os personagens tiveram seus desfechos concluídos? Só posso falar algumas coisas: portal... decisões... escolhas... pó... e nova fase.



TGP ensina que a nossa vida terrena é incerta, cheia de obstáculos, momentos ruins e bons. Mas também ensina que todos podem evoluir e tornarem-se pessoas melhores. Então fica os questionamentos: precisamos de muito para nos sentirmos completos? Seremos completos aqui na vida terrena? O que é ser completo? Qual é o propósito da vida? 



Essa foi o Quinta de série de hoje. Já conhecia a série? Ela te ensinou lições? Diga nos comentários. Até o próximo Quinta de série! J-J





Por: Emerson Garcia

9 comentários :

  1. Bom dia obrigado pelas dicas meu querido amigo. Bom final de semana.

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  2. eu AMO essa série, já finalizei
    e realmente as primeiras temporadas foram bem melhores que as últimas, mas não apagou meu amor por ela haha

    beijo
    A mina de fé

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  3. Nunca assisti essa série, mas o assunto de céu, inferno etc me deixa curiosa pra assistir. Parece tratar desse assunto de forma bem diferente.
    Adorei o post, super completo :)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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  4. Um post bem completo sobre uma série que tenho ouvido falar muito bem! :) Bom fim de semana.
    --
    O diário da Inês | Facebook | Instagram

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  5. Nunca assisti, mas já ouvi falsar bem. Deve ser bem divertida.

    Beijos/Kisses.



    Anete Oliveira

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  6. Parece-me muito bom de ser assistido. Parabéns pelo post, ficou completo. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  7. Amei o post super completo e com curiosidades sobre a série.
    Comecei a terceira temporada e tô gostando muito.
    Beijos

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  8. O sucesso cada vez menos é a recompensa dos bons, há para aí muito sucesso em que tudo é fake!!
    xoox

    marisasclosetblog.com

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