domingo, 30 de junho de 2019

50 anos da Revolta de Stonewall



Finalizando com as postagens em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQ+, falaremos da Revolta de Stonewall que na última sexta-feira (28) comemorou-se 50 anos. Esse evento deu início a grandes movimentos ativistas de direitos LGBTQ+, assim como a tão conhecida Parada LGBTQ+.


Bares LGBT



Os anos 60 e décadas anteriores não eram tempos de boas-vindas para os americanos lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). Com isso, os LGBTQ+ faziam uso de bares onde podiam socializar e se divertir sem causarem problemas ou algum tipo de violência. Porém, houve uma lei que proibia a venda de bebidas alcoólicas para pessoas LGBTQ ou “suspeitas” de serem LGBTQ, sob o argumento de que os homossexuais faziam muita baderna. Muitos bares e clubes foram fechados devido a essa lei.

Graças aos esforços dos ativistas esses regulamentos foram revertidos em 1966, e os clientes LGBT agora podiam receber bebidas alcoólicas. Mas se envolver em comportamento gay em público (dar as mãos, beijar ou dançar com alguém do mesmo sexo) ainda era ilegal. O assédio policial aos bares continuou e muitos ainda operavam sem licenças de bebidas alcoólicas - em parte porque eram da Máfia da época.


Stonewall Inn 




A Máfia viu lucro com o público gay, principalmente porque ele estava sendo evitado em outros bares. A partir daí, a família criminosa Genovese controlava a maioria dos bares gays de Greenwich Village. Em 1966, eles compraram o Stonewall Inn (um local que antes tinha um público hétero), reformaram-no a preço baixo e o reabriram no ano seguinte como um bar gay.

O Stonewall Inn foi registrado como um tipo de bar particular, que não exigia uma licença de licor, porque os clientes deviam trazer sua própria bebida. Os participantes do clube tinham que assinar seus nomes em um livro na entrada para manter a falsa exclusividade do clube. A família Genovese subornou a Sexta Delegacia de Polícia de Nova York para ignorar as atividades que ocorriam lá.

O estabelecimento rapidamente se tornou uma importante instituição em Greenwich Village. Era grande e relativamente barato para entrar. Acolheu drag queens, que recebeu uma amarga recepção em outros bares e clubes gays. Era um lar noturno para muitos fugitivos e jovens gays sem teto, que mendigavam ou furtavam em lojas para pagar a taxa de inscrição. E foi um dos poucos - se não o único - bar gay que permitiu dançar.

As invasões ainda eram um fato da vida, mas geralmente policiais corruptos avisaram os bares controlados pela Máfia antes que as batidas acontecessem, permitindo que os proprietários guardassem o álcool (vendido sem uma licença de licor) e escondessem outras atividades ilegais. Na verdade, o Departamento de Polícia de Nova York havia invadido o Stonewall Inn poucos dias antes do ataque que iniciou as revoltas.


A revolta


Quando a polícia invadiu o Stonewall Inn na manhã de 28 de junho, foi uma surpresa - o bar não foi avisado desta vez. Armados com um mandado, policiais entraram no clube, agrediram clientes e, ao encontrar álcool pirateado, prenderam 13 pessoas, incluindo funcionários e pessoas que violavam o estatuto estatal de vestuário adequado ao sexo feminino (policiais do sexo feminino levavam suspeitos de vestir-se com roupas do sexo oposto para verificar seu gênero).

Fartos do constante assédio policial e da discriminação social, clientes e moradores da vizinhança ficavam do lado de fora do bar, em vez de se dispersarem, tornando-se cada vez mais agitados conforme os eventos se desenrolavam e as pessoas eram agressivamente maltratadas. Até que um policial bateu na cabeça de uma lésbica enquanto a forçava a entrar na viatura. Ela gritou para os espectadores que agissem, incitando a multidão a começar a jogar moedas de um centavo, garrafas, pedregulhos e outros objetos na polícia.



Em poucos minutos, um tumulto total envolvendo centenas de pessoas começou. A polícia, alguns prisioneiros e um escritor da Village Voice ficaram presos no bar e a Máfia tentou incendiá-los. O corpo de bombeiros e um pelotão de choque acabaram conseguindo apagar as chamas, resgatar os que estavam dentro de Stonewall e dispersar a multidão. Mas os protestos, às vezes envolvendo milhares de pessoas, continuaram na área por mais cinco dias, aumentando em um ponto depois que o Village Voice publicou seu relato dos tumultos.

Após esses eventos, as revoltas deram mais forças a movimentos ativistas, ajudando no desenvolvimento de numerosas organizações de direitos gays, incluindo a Frente de Libertação Gay (FLG), Campanha de Direitos Humanos, GLAAD (anteriormente Aliança Gay e Lésbica Contra a Difamação) e PFLAG (anteriormente Pais, Famílias e Amigos de Lésbicas e Gays).


FLG e Ativistas





A Frente de Libertação Gay (FLG - Gay Liberation Front) surgiu em meados dos anos 1960 após a Rebelião de Stonewall como um grupo revolucionário de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, que busca a libertação sexual, visando papéis sexuais e definições de sua natureza, além de ser uma contra-resposta a estrutura do papel sexual e do núcleo familiar. 

A FLG impulsionou mobilizações de massas que obrigaram o Estado e o Poder Legislativo a assegurar os direitos civis e garantir proteção jurídica a fim de por fim nas discriminações por parte de instituições públicas e privadas. 

De modo polêmico e desafiador, a FLG foi uma das primeiras instituições homossexuais a usar o termo "gay" em um de seus panfletos, que dizia o seguinte: "Você Acha que os Homossexuais Estão se Revoltando? Aposte sua Doce Bunda que Estamos!".

A militância gay surgiu exatamente com a FLG e seu trabalho tornou-se evidente para Frank Kameny e Barbara Gittings. Assim, a FLG bebeu da fonte de manifestações raciais e de antiguerra, objetivando a reestruturação estadunidense. 


Década de 1970

No verão de 1970 vários grupos foram criados para comemorar a Rebelião de Stonewall, por meio de paradas. Vários deles utilizavam a denominação FLV, já outros eram conhecidos pela Aliança de Ativistas Gays (AAG - Gay Activists' Alliance). 

Com isso, houve um boom de surgimentos de grupos da comunidade LGBTQ+, como: Campanha Contra a Moral Perseguição (CAMP, inc) e Lavender Menence - com esse último movimento mobilizações lésbicas começavam a ganhar destaque.   


Ativistas


A história conta com vários ativistas LGBTQ+. Destaco alguns deles:


Mark Segal

Mark Segal, um dos membros do FLG, promoveu os direitos dos homossexuais em vários locais, sendo um dos pioneiros do movimento gay. Deve-se à ele a criação de uma imprensa própria para a comunidade LGBTQ+, com os jornais The National Gay Press Association e National Gay Newspaper Guild e do prêmio Philadelphia Gay News - que comemorou seus 30 anos de existência.









O jornalista entendeu o poder da mídia, realizando várias coberturas de reportagem na temática. Em 1973, por exemplo, Segal conseguiu colocar o evento Walter Cronkite em mais de 60% dos lares americanos. Pela primeira vez muitos telespectadores viam e ouviam falar sobre a homossexualidade.

Seagal recentemente coordenou uma rede de publicações gays locais com o intuito de comemoração do mês da história gay que atingiu mais de meio milhão de pessoas. 


Jornais gays


Vários ativistas encontraram na mídia impressa a saída para expor suas ideias e proteger os LGBTQ+. Foi assim que surgiram os jornais Gay - já que o principal The Village Voice, recusava-se a imprimir a palavra "gay" nas propagandas da FLG; o Out!; e o Gay Power. A aceitação desses periódicos foi positiva, subindo de um público de 20.000 à 25.000.  


"Zap"


A AAG confrontou às autoridades com uma tática chamada Zap, em que abordavam um político desprevenido e o obrigavam a reconhecer os direitos LGBTQ+. Inúmeros deles foram "zapeados" por diversas vezes. 

Os membros da AAG eram bem ativos, porém pacíficos. Entre suas ações estão o enfrentamento à FPT e o envio de cartas ao prefeito Lindsay. 


O fim da FLV

A FLV teve praticamente seu fim em Nova York após a primeira Parada Gay de Stonewall em 1970, quando vários de seus integrantes saíram dela para formar novos grupos, como a AAG. 


Poder Gay




Já o slogan Poder Gay (Gay Power) originou-se no fim de 1967 com o desafio ao movimento de orientação dos direitos dos homossexuais. Foi Craig Rodwell que defendeu esse slogan, assim como Gay is good (Gay é bom, em tradução literal). 


Orgulho LGBTQ+







"Havia pouca animosidade aberta e alguns espectadores aplaudiram quando uma menina alta e linda andou carregando um cartaz escrito 'Eu sou lésbica'."
–cobertura do The New York Times do Gay Liberation Day de 1970



O Liberation Day, em 28 de junho de 1970, marcou o primeiro aniversário da Rebelião de Stonewall. As primeiras marchas gays americanas foram em Los Angeles e Chicago, depois ocorreram outras em anos subsequentes em Boston, Dallas, Milwaukee, Londres, Paris, Berlim Ocidental e Estocolmo. A marcha de Nova York abrangeu 51 quarteirões, mas, de acordo com informações do The New York Times foram apenas 15. 

Já em 1972, participaram dos protestos LGBTQ+ as cidades de Atlanta, Buffalo, Detroit, Washington, D.C., Miami, Minneapolis, Filadélfia e São Francisco. 

Houve uma mudança importante após a Rebelião de Stonewall. As pessoas iam às ruas para reivindicar seus direitos, não tinham vergonha de serem quem são e os jornais não mais tratavam os homossexuais aquéns da sociedade. Frank Kameny, ativista gay da década de 1950, encabeçou movimentos em busca dos direitos LGBTQ+. Ele disse que a Rebelião de Stonewall foi marcante: 

"Na época de Stonewall, tínhamos de 50 a 60 grupos homossexuais no país. Um ano depois, havia pelo menos 1.500. Dois anos mais tarde, na medida em que pudéssemos contar, eram 25.000."


Juntamente com o Orgulho LGBTQ+, estava a Libertação Gay, termo utilizado para descrever o movimento de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais do final da década de 1960 até meados da década de 1970 na América do Norte, Europa Ocidental, Austrália e Nova Zelândia. 





Esse termo também é conhecido por ser um contraponto vivido pela sociedade estadounidense da época, em que questões como gênero e família ainda eram vistos de forma tradicional, ou seja, casamentos heterossexuais e somente gêneros masculino e feminino.

De Dia da Libertação Gay, passou-se a chamar-se de Dia do Orgulho LGBTQ+, como conhecemos atualmente. Termos como "gay" e "sair do armário" ganharam notoriedade até os dias de hoje. 


Conceito

De acordo com o Wikipedia, Orgulho LGBTQ+ é o conceito no qual lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e gays devem ter orgulho tanto da sua orientação sexual, como de sua identidade de gênero. 

O movimento tem três vias princiais, são elas:

1- As pessoas devem ter ORGULHO da sua orientação sexual e identidade de gênero;
2- A diversidade é uma DÁDIVA; e 
3- A orientação sexual e a identidade de gênero são INERENTES aos indivíduos. 


Orgulho

A palavra ORGULHO não foi escolhida ao acaso, mas como contrária à VERGONHA - usada ao longo da história como fim de controle e opressão aos LGBTQ+. Orgulho faz menção ao indivíduo e à comunidade LGBTQ+ como um todo. 


Símbolos


São símbolos do Orgulho LGBTQ+, entre outros: a bandeira do arco-íris, a borboleta, a letra grega lambda; o triângulo preto; mão púrpura; lábris, duplo Vênus; luas; triângulos bissexuais; e símbolo universal transgênero. 



Bandeira do arco-íris: a principal bandeira do movimento, representando a diversidade. Existem outras bandeiras específicas (Em breve faremos um post sobre elas). 


Borboleta: símbolo transgênero que significa metamorfose e transformação.




Lambda: é a décima primeira letra do alfabeto grego, que também vale ao número 30 grego. A letra foi escolhida pela AAG. 





Triângulo preto: antes considerado um símbolo nazista - utilizado para marcar mulheres antissociais - foi reconfigurado para um símbolo lésbico na atualidade.



Mão púrpura: em 31 de outubro de 1969, os membros da FLG e da SIR (Society for Individual Rights) marcharam para protestar contra uma série de artigos de um jornal de São Francisco. Na ocasião, manifestantes jogaram baldes de tinta no edifício do jornal, escrevendo slogans e estampando mãos em vários locais de São Francisco. 





Lábris: a ferramenta era utilizada pela deusa Deméter - Ártemis - deusa da Agricultura. Seus rituais envolviam atitudes lésbicas, o que acarretou em tornar o lábris um dos símbolos lésbicos mais conhecidos. 





Duplo Vênus: símbolo do relacionamento entre duas mulheres. 






Luas: nas cores rosa e azul em degradê, esse é um dos símbolos bissexuais. 







Triângulos bissexuais: figuras geométricas em rosa e azul interligadas é outro símbolo da bissexualidade. 






Símbolo universal trangênero: a figura, em degradê de rosa e azul, faz alusão à diversos gêneros. 



A luta continua


Recentemente (13 de junho), a comunidade LGBTQ+ pode desfrutar de mais uma conquista, com a criminalização da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal (8 votos a favor e 3 contra), onde equipara-a ao crime de racismo. Tal lei é de vital importância para proteção dos LGBTQ+.  


Percebemos que a Rebelião de Stonewall e a criminzalização da LGBTfobia foram muito importantes para a comunidade. São 50 anos de luta, mas ela precisa continuar, pois ainda o ódio e a falta de amor são muito presentes na sociedade. Sonhamos com um mundo mais justo e igualitário. 


Essa foi a Semana do Orgulho LGBTQ+. Gostaram? Curtiram? Digam nos comentários. J-J






Por: Emerson Garcia e Thiago Nascimento

sábado, 29 de junho de 2019

19 propagandas LGBTQ+ que geraram polêmicas



Hoje é dia de polemizar no JOVEM JORNALISTA e na Semana do Orgulho LGBTQ+! Decidi apresentar 19 propagandas LGBTQ+ que geraram polêmicas, críticas e exclusões das mesmas pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

As propagandas são de marcas brasileiras conhecidas e algumas internacionais, sempre com o foco na comunidade LGBTQ+, ou seja, tem peças publicitárias com lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, etc. O objetivo desse post é analisar cada uma delas, falando também por que geraram polêmicas. Preparados?! 


1- Banco do Brasil (2019)




Esta campanha do Banco do Brasil foi retirada do ar à pedido do presidente Jair Bolsonaro. A propaganda havia sido produzida com o objetivo de atingir o público jovem e apresentava uma narradora LGBTQ+, uma atriz transgênero e jovens LGBTQ+. Bolsonaro não aprovou a peça que trazia atores negros e brancos em clara referência racial e sexual. A diretoria do Banco do Brasil retirou a peça do ar, concordando com o presidente e demitiu o diretor de Comunicação e Marketing da empresa.

Com bom humor, a narradora LGBTQ+ apresentava as funções do aplicativo do banco. Ela diz frases como: "Faz carão, biquinho de 'vem cá me beijar' e quebrada de pescoço para o lado"



2- Dia dos Namorados - O Boticário (2015)




Lembro que na época essa propaganda gerou muito burburinhos por trazer casais homossexuais, entre os casais de namorados retratados. Tanta polêmica na época rendeu até a abertura de um processo no Conar e reclamações no site Reclame Aqui. Boicotes e reprovações à marca também aconteceram.

Em resposta, a marca de perfumes disse o seguinte (com grifos): 

“a proposta da campanha Casais (…) é abordar, com respeito e sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor – independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual – representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados”. 


Achei a proposta da empresa de retratar diversos casais interesssante e não vi nada demais na propaganda. Não há beijos entre nenhum dos casais, apenas demonstrações de afeto através de um abraço. A trilha sonora é Toda forma de amor, de Lulu Santos. 



3- Comunicado Urgente para pais e mães - OMO (2017)





Essa campanha também gerou polêmicas e boicote à marca OMO. A ideia da marca foi de apregoar a ideologia de gênero, em pleno Dia das crianças; e dizer que não tem brinquedos para meninos nem para meninas, com "o objetivo de ressaltar a importância da experiência e do desenvolvimento das crianças". Nem todos a aceitaram de bom grado dizendo que a empresa foi longe demais. 

Na época, escrevi o post Omo, quem reforçou clichês de gênero foi você questionando o posicionamento da marca que outrora era um e depois passou a ser outro. 



4- Repense o elogio - Avon (2017)



Outra campanha que gerou polêmicas foi a Repense o elogio, da Avon, que dizia que a sociedade deveria repensar os elogios para as meninas. Para a marca dizer que uma menina "é uma princesa" é falar que ela não possui força e é submissa. Meninas também deveriam ser chamadas de aventureiras e desbravadoras do mundo. A polêmica se deu basicamente em uma parcela da população não aceitar a ideologia de gênero. 

A repercussão da campanha foi tão negativa que o vídeo recebeu 13 mil dislikes e 1,5 mil likes



5- Nova coleção do amor - Natura Faces (2019)




Nessa propaganda a Natura Faces retratou três casais LGBTQ+: duas lésbicas; uma mulher e uma drag queen; e uma trans mulher e uma mulher. A empresa contou suas histórias de vida e mostrou demonstrações de afeto e beijos entre as namoradas, com o mote "No amor cabem todas as cores"

A propaganda gerou repercussão, principalmente no Twitter, com a hashtag #BoicoteNatura. "Natura aqui em casa? Nunca mais" e "A Natura esqueceu que o público que fez a marca crescer foram as donas de casa conservadoras com as revistinhas revendendo para as amigas e não feministas lésbicas lacradoras", foram alguns dos comentários. Por outro lado, houve o apoio pela iniciativa de diversidade da empresa. 



6- #LollaisON – A música une. Skol dá a liga Lollapaloza e Skol (2015)




Essa propaganda gerou polêmicas por motivos de: apresentar um casal lésbico dando um beijo de língua em plena TV aberta. A cena tem poucos segundos, mas gerou o maior burburinho na época.



7- Todo mundo é gay - Mix Brasil (2014)




Essa não gerou tanto burburinho, mas decidi colocá-la por conta da criatividade e ousadia dos produtores. De maneira bem humorada, a propaganda apresenta várias situações em que as pessoas são taxadas de gays, mesmo que não sejam, mostrando que o preconceito ainda é imperativo no Brasil. A peça ganhou destaque internacional e foi premiada no estrangeiro. 



8- Pense menos, ame mais - Sonho de valsa (2015)




A peça publicitária do chocolate ganhou destaque por mostrar vários casais se beijando em clima de romance, dentre eles um lésbico. Com o mote "Pense menos, ame mais", o texto da campanha é interessante e reflexivo, onde o narrador levanta hipóteses sobre os pensamentos dos casais enquanto se beijam.

Apesar do teor da campanha, ela não chegou até o Conar, mas lembro de todo o barulho que ela fez nas redes sociais. 



9- O amor une, a homofobia, não! - Mel (2015)




Essa campanha do Movimento do Espírito Lilás (MEL) gerou polêmicas por ser a primeira brasileira a apresentar um beijo gay. Ela retrata um casal homossexual em clima de romance, em que um leva café da manhã na cama para o outro e os dois se beijam. O vídeo é finalizado com a frase "Respeitar a diversidade é um dever de todos". A propaganda foi veiculada em todos os canais da mídia televisiva da Paraíba. 



10 - Pepsi (2009)




Esta campanha britânica da Pepsi apresenta um rapaz com dois amigos que o encorajam para que ele conheça alguém. É aí que ele toma um gole de Pepsi. Em todo o tempo, o vídeo dá a entender que o rapaz se aproximará de uma mulher, mas ele destroí as expectativas dos amigos e dos espectadores e se dirige para um homem. 

A publicidade foi duramente criticada pela instituição norte-americana American Family Association por "promover um estilo de vida gay". 



11- Dia das mães - Heinz (2008)




Quer afronta maior que apresentar um casal gay em pleno Dia das mães?! Essa campanha mostra crianças que dão adeus para um rapaz que chamam de 'mãe' e depois entra em cena outro que dá um beijo no chef. O vídeo rodou por uma semana nas tvs britânicas, mas a Heinz decidiu tirá-lo do ar, pois o conceito da campanha - mostrar que o gosto do molho era tão bom como se tivesse um profissional na cozinha - não havia sido atendido. Devido à autocensura, parte da comunidade LGBTQ+ europeia decidiu fazer boicote aos produtos da marca. 


12- As famílias mudam, o jeito de cuidar não - Nebacetin (2008)




O objetivo da marca de curativos foi retratar diversas configurações familiares, como: mãe e pai; mãe e mãe; e pai e pai. A campanha gerou polêmicas sobre o que é ou não uma família e sobre a adoção de crianças por homossexuais. 



13- Doritos (2011)




Essa propaganda é polêmica e divertida ao mesmo tempo. Lembro que gerou bastante discussão quando foi veiculada aqui no Brasil. Ela apresenta dois rapazes em uma sauna, enquanto um deles olha para a virilha do outro desconsertado e tímido, até que pega um pouco do salgadinho que está entre suas pernas. A ideia é que a campanha fosse veiculada no Super Bowl 2011, o que não aconteceu. 



14- Misture, ouse e divirta-se - C&A (2016)




Essa propaganda foi bastante criticada por abordar a ideologia de gênero. Várias pessoas e famosos fizeram boicote contra a C&A. A campanha apresenta pessoas desnudas, sem identidade e roupas, que correm para se vestir com vestimentas sem gênero. O objetivo da empresa foi mostrar que as pessoas não nascem com um gênero definido. Em 2016, comentei toda a repercussão da campanha.  



15- PSOL (2014)




Mesmo sendo um partido que apoia a diversidade e as causas LGBTQ+, essa propaganda eleitoral do PSOL causou polêmica quando foi veiculada por inserir beijos gays e lésbicos, homens vestidos de saia, drag queen e apregoar a ideologia de gênero. A propaganda é finalizada com o discurso eleitoral de Ailton Lopes, iniciado com a frase  "Amar e ser feliz é um direito de todos e todas"



16- Mãedrasta, Bisamãe, Irmãe, Multimãe e Mãemãe - Natura (2014)




A propaganda mostra várias definições de mães, entre elas a de mãeemãe - uma família formada por duas mães. A ideia da Natura foi apresentar configurações familiares. Claro que a campanha gerou polêmica, principalmente dos conservadores que acreditam em apenas uma configuração familiar. 



17- Dia das mães #Escolha o amor - Gol (2015)




Em sua campanha de Dia das mães, a Gol mostrou que o amor "é a escolha certa, em qualquer situação", com várias configurações familiares, entre elas a de um casal gay que adotou um menino. 



18- True colorsGGB – Grupo Gay da Bahia (2017)




Com a trilha sonora da música True colors - um hino LGBTQ+ bastante difundido - o GGB divulgou essa campanha de Dia dos pais em que traz um trans homem que é pai, mas também mãe do garoto que narra a propaganda. O garoto finaliza dizendo: "Mas sabe, papai, o que eu acho mais especial em você é saber que eu vim da sua barriga. Lembra?". Essa propaganda gerou polêmica e abalou as estruturas da família tradicional brasileira. 



19- Dia dos misturados - C&A (2016)





A campanha se insurgiu em críticas por apresentar casais heterossexuais que trocavam de roupas entre si. A C&A mais uma vez difundia a ideologia de gênero e que homens podem usar roupas femininas e mulheres masculinas, que isso não afetaria nada em sua sexualidade. Claro que os politicamente corretos não gostaram nada da propaganda e pediram o boicote da marca. Em 2016, fiz um post sobre isso. 


Essas são algumas das inúmeras propagandas LGBTQ+ que geraram polêmicas. Lembrando que a retratação da comunidade LGBTQ+ na mídia é importante, mesmo que cause preconceitos e polêmicas por parcela da sociedade. J-J




















Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 28 de junho de 2019

8 livros com temática LGBTQ+



Dando continuidade à Semana do Orgulho LGBTQ do JOVEM JORNALISTA falarei sobre alguns livros que abordam assuntos LGBTQ+ como encontrar o primeiro amor, se aceitar, se assumir, além de outros. Então, sem mais delongas...


1- Com amor, Simon



Também com o título de Simon vs a agenda homo sapiens, Com amor, Simon conta a história de um garoto que é gay, mas não é assumido para sua família e amigos, até que uma pessoa, também não assumida, usou o blog da escola para contar o seu segredo anonimamente. Simon então manda um e-mail para a tal pessoa, identificada na postagem como Blue. Mantendo também o mistério, Simon decide colocar seu nome como Jacques. Então eles começam a trocar e-mails, até que Simon comete um erro. A partir daí, um colega – Martin – descobre sobre os e-mails de Simon para Blue e tem que lidar com isso, mas nem tudo sai como planejado. O livro foi adaptado para os cinemas e lançado em 2018.


2- Leah fora de sintonia




Leah fora de sintonia é uma história que se passa depois dos acontecimentos de Com amor, Simon. A trama conta a vida de Leah, melhor amiga de Simon, após ter uns sentimentos despertados por Abby, uma de suas amigas. Embora ela esteja bem resolvida com ela mesmo e sua sexualidade, prefere manter em segredo. Então ela precisa aprender a lidar com seu amor platônico – que pode ou não ser –, assim como sua vida após o ensino médio, afinal, eles estão se formando.



3- Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo



Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo é uma história tão linda e cheia de surpresas que me deixou preso do início ao fim, se tornando um dos meus livros favoritos atualmente. Aristóteles decide ir nadar na piscina do bairro, mas ele não sabe nadar. Ao chegar lá, ele pede para um dos instrutores ou salva-vidas para ensiná-lo, mas... Então Dante, que frequenta a mesma piscina, viu a luta de Ari e decide ensiná-lo a nadar e, a partir daí, nasce uma amizade que vai se desenvolvendo em algo maior. Toda a trama é bem amarrada, com seus momentos dramáticos e tensos, mas ao mesmo tempo divertidos e felizes.


4- Me chame pelo seu nome



A cada verão, a família de Ellio acolhe por semanas um escritor que ajuda seu pai com algumas coisas em troca de hospedagem. Ele já está acostumado com isso, afinal, muitas pessoas passaram por sua casa de verão antes. Então, o norte-americano Oliver chega e encanta Ellio. A princípio, os dois não se dão muito bem, mas partindo do desdém inicial, surge um amor. O livro te deixa imerso nos sentimentos de Ellio durante toda a trama de modo que quase você sinta o que ele está sentindo. A história foi adaptada para os cinemas em 2017.


5- Apenas uma garota



Apenas uma garota mostra o processo de transição de uma adolescente sexual, enquanto discute alguns outros assuntos como preconceito e bullying, assim como autoaceitação e amizade. Nós vemos a jovem Amanda Hardy se identificando como uma jovem trans, mas ela ainda tem suas dificuldades e lutas que adolescentes costumam ter, assim como os relacionamentos que a cercam. Como descobrimos durante a história, seu próprio pai ainda tem dificuldade em aceitar a identidade da filha. A história tem seus momentos dramáticos e discussões importantes, principalmente atualmente quando esses temas estão sendo discutidos com mais naturalidade, embora algumas pessoas ainda tenham um ódio inexplicável quanto assuntos de diversidade de gênero e sexualidade.



6- Sobre garotos que beijam garotos



Esse foi o segundo livro com um protagonista LGBTQ+ que eu li na minha vida – inclusive consegui meu próprio autógrafo pelo autor junto de uma foto. O autor é brasileiro e se chama Enrique Coimbra, e ele consegue te prender e te cativar em uma história tão pequena – o livro tem menos de 100 páginas –, mas ao mesmo tempo muito linda. Enzo não gosta de se apegar, e faz questão de só se apaixonar quando sabe que não vai ser recíproco que, segundo ele, isso faz com que não seja responsável pelos sentimentos de outra pessoa. Até que ele conhece Ian, um rapaz hétero que estava ficando com sua amiga e é quando algumas coisas começam a mudar.


7- Moletom



Outro livro bem curto e de um autor brasileiro é Moletom, de Julio Azevedo. Pedro vai morar com a sua tia após contar para seus pais sobre sua sexualidade, que não são pessoas tolerantes. Enquanto caminhava em sua cidade nova, uma chuva o pega de surpresa, e como ele estava com coisas na sua mochila, decide se abrigar em uma cafeteria próxima e é aí que conhece Lucas. Pedro, um pouco incomodado - talvez até constrangido por sua situação e do jovem Lucas estar perguntando se tudo está bem com ele - decide sair, mas acaba esquecendo sua mochila. Então no dia seguinte, ele precisa retornar ao local para pegá-la e é quando ele e Lucas iniciam uma conversa que transforma esse grande infortúnio em uma grande amizade e talvez até um pouco mais.


8- Quinze dias




Felipe é um garoto que é muito atormentado em sua escola devido a seu físico que não segue os padrões de beleza. Então ele não vê a hora de chegar as férias de verão para que possa tirar o seu tempo de ver séries e vídeos no Youtube, já que amigos também não é seu forte. Só que quando o momento chega, sua mãe o avisa que ela aceitou hospedar o filho da vizinha, o Caio do 57, durante quinze dias porque sua família está viajando. Só que o que sua mãe não sabe é que Felipe tem um crush em Caio e vai precisar lidar com seus sentimentos, assim como com suas inseguranças acerca do seu corpo.


O que acharam das recomendações? Está faltando algum livro? Se interessou por algum dos comentados ou já leu algum deles? Deixe nos comentários. o/ J-J





















Por: Thiago Nascimento

quinta-feira, 27 de junho de 2019

RuPaul’s Drag Race: as drags mais icônicas do programa




Prosseguindo a Semana do Orgulho LGBTQ+ aqui no JOVEM JORNALISTA, nada melhor do falar sobre o programa que é o mais LGBTQ+ Culture atualmente: RuPaul’s Drag Race. Mostrarei, como sugere o título, as drags mais icônicas que passaram pelo programa. Lembrando, que elas não estão em ordem de preferência porque não quero descreditar o trabalho de nenhuma – que é muito difícil, diga-se de passagem –, embora eu tenha as minhas preferidas. Ah, e cuidado! Se você não assistiu todas as temporadas, você pode pegar algum spoiler. 😉


Violet Chachki 




Violet Chachki, alter-ego de Jason Dardo, foi participante e vencedora da 7ª temporada de RuPaul’s Drag Race. Sempre com seus looks inovadores e seus shades para as demais queens da temporada. Ela foi uma das participantes na história do programa a chegar a final sem nunca ter ficado no “Bottom Two” (as duas piores do episódio ficam no Bottom Two, sendo passíveis de eliminação), além de ter ganhado três desafios.







Katya 



Katya Zamolodchikova (sobrenome difícil, né?), alter-ego de Brian Joseph McCook e também participante da 7ª Temporada de RuPaul’s Drag Race. Sua drag tem uma personalidade russa, por isso esse nome. Ela foi eliminada no episódio Hello, Kitty Girls! e foi, na minha opinião, uma das melhores drags da sua temporada. Ela foi eleita Miss Congeniality.






Jinkx Monsoon 



Jinkx Monsoon, alter-ego de Jerick Hoffe, foi participante da quinta temporada, mostrando todo seu “charisma, uniqueness, nerve and talent” e vencendo a temporada com seus looks inovadores.








Bianca del Rio 




Bianca Del Rio, alter-ego de Roy Haylock, foi participante da sexta temporada (a melhor temporada de RuPaul’s Drag Race, na minha opinião). Ela, por ser comediante, e tendo looks criativos (na maioria das vezes) teve muita facilidade em alguns desafios, se destacando, o que acabou a levando a ser a vencedora da temporada. Recentemente, ela se envolveu em algumas polêmicas com suas piadas de cunho ofensivo, o que fez com que perdesse uma parte de sua fan base







Sharon Needles 




Sharon Needles, alter-ego de Aaron Coady, foi participante da quarta temporada. Ela conseguiu se destacar desde o começo com seus looks macabros, mas ao mesmo tempo, deslumbrantes, o que a levou a ganhar o prêmio de American’s Next Drag Superstar.







BenDeLaCreme 




BenDeLaCreme, alter-ego de Benjamin Putnam, competiu na sexta temporada e logo se tornou uma favorita dos fãs, mas ela infelizmente foi eliminada no episódio Glitter Ball, terminando em 5º lugar na temporada. Depois, ela retornou para o All Stars 3, onde ganhou 5 desafios, se tornando a drag a ganhar mais desafios em uma mesma temporada. Ela desistiu da temporada do All Stars 3 porque, segundo ela, ela já havia se provado e que as outras participantes mereciam a coroa mais do que ela.

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Bob The Drag Queen 




Bob The Drag Queen, alter-ego de Caldwell Tidicue, foi participante da oitava temporada. Outra queen com um enorme talento pra comédia, o que ajudou com o destaque na maioria dos desafios de comédia, ganhando três em sua temporada (incluindo o Snatch Game). Ela mostrou possuir “charisma, uniqueness, nerve and talent”, sendo assim, vencedora de sua temporada. 







Kim Chi 





Kim Chi, alter-ego de Sang-Young Shin, também participou da oitava temporada do programa, ganhando o primeiro desafio e, mais tarde, se tornou uma das três finalistas, mas perdendo a coroa para Bob The Drag Queen. 







Sasha Velour



Sasha Velour, alter-ego de Alexander Hedges Steinberg, foi participante da nona temporada, uma temporada muito acirrada, onde concorreu com outras três finalistas: Peppermint, Trinity Taylor e Shea Couleé, que passaram por duelos de dublagens, onde Sasha recebeu a coroa da temporada. Ela é majoritariamente conhecida por suas esquisitices e conceitos na passarela.





Shea Couleé 




Shea Couleé, alter-ego de Jaren Merrell, participou da nona temporada, sendo uma das finalistas junto de Sasha Velour, Peppermint e Trinity Taylor. Sua performance no último desafio antes da final, no episódio intitulado Category is... foi um dos seus melhores momentos, tanto que RuPaul decidiu que ninguém seria eliminado nesse desafio. 





Eureka 



Eureka O’Hara, alter-ego de David Huggard, foi participante da nona temporada, onde sofreu uma lesão e teve que ser retirada do programa, mas ganhou passe livre de RuPaul para que retornasse na próxima, o que ela fez. No seu retorno ao programa, ela foi finalista, mas perdeu a coroa para Aquaria. 





Monet X Change 



Monet X Chance, alter-ego de Kevin Bertin, foi participante da décima temporada, onde ficou em sexto lugar, mas ganhou o prêmio de Miss Congeniality. Mais tarde, ela foi convidada para o All Stars 4, onde foi vencedora ao lado de Trinity Taylor.




Novamente esclarecendo que em nenhum momento quero dizer que essas são as melhores drags, e sim, as que mais se destacaram. Todas as drags do programa são maravilhosas só de fazer o que fazem. A arte drag está começando a ser mais valorizada agora, principalmente depois de programas como RuPaul’s Drag Race e artistas como Glória Groove e Pablo Vittar chegarem ao mainstream e espero que cresça ainda mais. Drags precisam de mais visibilidade, pois não é um trabalho fácil.

Então, concorda com as drags mencionadas? Faltou alguma? Deixe nos comentários e até a próxima postagem! J-J






Por: Thiago Nascimento
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