domingo, 30 de março de 2014

A cultura do atraso

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) causou estridência na última semana. O motivo? O resultado por amostragem das respostas de 3.180 entrevistados evidenciou o atraso na mentalidade de grande parte da população brasileira em relação a temas como igualdade de gêneros, homossexualidade e - principalmente - violência contra a mulher .

Afirmações como "Toda mulher sonha em se casar" (78,7% concordam ao menos parcialmente); "O homem deve ser a cabeça do lar" (63,8%); "Uma mulher só sente realizada quando tem filhos" (59,5%); e "Tem mulher que é para casar, tem mulher que é para cama" (54,6%) foram amplamente apoiadas.

A respeito do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar dos avanços recentes no tema, ainda foram constatados posicionamentos como: 59,2% dos entrevistados se incomodam ao ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando na boca e 46,2% não consideram possível o amor de dois homens ser tão bonito quanto o de um casal heterossexual.

Indo além, 51,7% simplesmente desejam que o casamento homossexual seja proibido, ecoando o pensamento dos 40,5% contra que casais homoafetivos tenham os mesmos direitos dos demais.

ABUSOS
Os números já representam o tamanho do preconceito e da discriminação contra mulheres e homossexuais no país. Porém, a situação torna-se ainda mais sombria quando são analisadas situações de violência relacionadas a aspectos comportamentais e sexuais das mulheres.

Absurdos 65,1% dos participantes declararam concordar que mulheres com roupas que mostram o corpo devem ser atacadas. Outros 58,5% acham que haveria menos estupros se as mulheres soubessem se comportar.

Questionamentos que visam desqualificar os resultados da pesquisa, como os direcionados à competência do Ipea para abordar assuntos além dos econômicos ou às palavras e frases usadas nos questionamentos, apenas tentam tapar o sol com a peneira e desviar o foco do resultado.

A verdade é que a culpabilização da vítima, misoginia e tolerância com a violência - muitas vezes sexual contra a mulher - permanece impregnada na nossa cultura machista e patriarcal. Em conjunto, é claro, com o preconceito e a discriminação ao público LGBT.

REAÇÕES
A indignação após a divulgação desses dados na imprensa levou a respostas de diversos segmentos da sociedade. Enquanto setores conservadores tentaram arranhar a credibilidade do trabalho, mulheres de todo país se mobilizaram para fazer com que suas vozes fossem ouvidas.

A partir da iniciativa da jornalista Nana Queiroz no Facebook, foi criada a campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada, que se espalhou rapidamente pelas redes sociais. Ela consiste em que mulheres posem total ou parcialmente nuas com mensagens que ninguém merece sofrer violência e abuso sexual.


   Nana Queiroz, a jornalista que lançou a campanha #EuNãoMereçoSerEstuprada na internet (Fonte: Facebook)


Outras imagens também ganharam repercussão na rede, como uma criativa campanha da ONG sul-africana POWA (People Opposing Women Abuse) em que um anúncio de revista tem duas páginas retratando o corpo feminino levemente coladas. Quando o leitor puxa-as, uma pra cada lado, fazendo um pouco de força e rasgando-as, surge a mensagem: "Se você tem que forçar, é estupro".


Professor da UFF compartilha criativa campanha sul-africana contra violência sexual 
(Fonte: perfil de Guilherme Nery Atem no Facebook)


Veja mais imagens auto explicativas:

 Think Olga



 Sociedade Racionalista




Tailor



 Uma outra opinião






Todo esse contexto de cultura retrógrada na sociedade; resistência ao reconhecimento dos direitos de minorias e grupos sociais historicamente oprimidos; perpetuação da violência e etc., apenas comprova que precisamos avançar muito na busca por uma sociedade mais justa e solidária. E que ela não vai chegar enquanto formos omissos, tolerantes, passivos ou inativos diante dessa realidade hostil e inaceitável. J-J

Por: Allan Virissimo

quinta-feira, 20 de março de 2014

Acertar nem sempre é o melhor negócio



Apresentado por André Vasco, nas tardes da Band, o programa Sabe ou Não Sabe já foi sucesso na Argentina, Portugal, Equador e Espanha. A atração é um game show diferenciado, gravado nas ruas de SP, e em breve, do RJ. É um jogo de perguntas e respostas, mas não é respondido pela pessoa que participa, e sim por outra.

O participante precisa ter intuição para saber que pessoa escolher para responder a pergunta para ganhar o prêmio de R$ 1500 ou R$ 3000. A pessoa escolhida nem sempre precisa saber a resposta. Dependendo das instruções do jogo, o jogador precisa encontrar uma pessoa que "sabe" a resposta, ou que "não sabe". Acertar nem sempre é o melhor negócio. Uma resposta errada pode fazer com que você fique no jogo.


É um programa divertido, que faz com que você torça pela pessoa, ria, se emocione com ela. É engraçado ver as pessoas respondendo a pergunta corretamente, e o apresentador dizer que devido ela ter acertado, o participante está fora; ou a pessoa dizer que não sabe ou falar a resposta errada, e ele dizer que o jogador continua no jogo.

Dependendo da pergunta do André Vasco, o participante deve procurar uma pessoa com um perfil que ela ache que saberá a resposta ou que não saberá. Por exemplo, uma pergunta sobre desenhos animados e animação, dificilmente um idoso conseguirá responder; ou uma pergunta do rock dos anos 70 ou da Jovem Guarda, dificilmente uma pessoa de 20 e poucos anos saberá; ou ainda uma questão de futebol internacional, é mais fácil perguntar para um rapaz jovem. Isso que é o legal do programa: procurar as pessoas certas para responder as perguntas.

Para chegar ao prêmio de R$ 3 mil, o participante passa por 6 perguntas: a primeira valendo R$ 500, a segunda R$ 750, a terceira R$ 1000, a quarta R$ 1250 e a quinta R$ 1500. Na sexta ele tem direito de ficar com os R$ 1500 que acumulou ou arriscar. Nesta etapa, ele pode escolher entre dois envelopes, um vermelho (não sabe) e o verde (sabe) e procurar alguém para responder a pergunta. Se ela não obtiver sucesso na escolha da pessoa, ela perde tudo!

Durante todo o jogo, o participante tem uma segunda chance, caso perca, de uma "ligação de emergência", em que ele pode ligar para um amigo ou um parente para responder a pergunta. Se a pessoa não atender ou se a resposta não for a esperada, a pessoa está fora do jogo.

Além disso, algumas vezes a produção realiza gincanas divertidas, sendo que o vencedor delas é o participante.



Achei a ideia do programa inovadora. Eu realmente não vi nada parecido. Às vezes eu ligo a TV para assistir de tarde e fico alegre, bem disposto. Sabe ou Não Sabe testa os nossos conhecimentos gerais e faz com que torçamos por uma pessoa que nunca vimos na vida. J-J

Então fica a dica: Sabe ou Não Sabe, segunda a sexta às 15h, na Band!

Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 19 de março de 2014

O dia chegou!



Mais de 6 anos se passaram. Nesse caminho, muitas lutas e provas, algo que tirou as minhas forças, me deixou sem chão. O ano de 2011 para mim foi um dos mais difíceis, em que eu tive que trancar a faculdade faltando 1 semestre para eu concluir o curso. Não tinha condição de continuar por mais que me esforçasse. Tive que me ausentar da faculdade por 1 ano e meio. Cheguei a pensar que jamais voltaria, que minha vida tinha acabado, que meus sonhos tinham morrido.

Mas existia uma esperança no fundo. Uma força que me impulsionava para frente. Algo que me dizia, "vai dar tudo certo, tenha fé". Comecei a acreditar, afinal os meus sonhos não poderiam ser frustrados. Eu não poderia morrer na praia. Isso seria um triste fim. Coloquei na minha mente que precisava voltar pra faculdade, e quando tive esse pensamento tudo começou a mudar. 

No meio de 2012 voltei ao lugar que jamais pensaria em voltar. O estágio que tanto me frustrou. Mas voltei de cabeça erguida. Deus me deu forças. Em outubro de 2012 sai de dentro de mim e resolvi desabafar. Foi ai que a cura começou. Fiquei muito mais confiante, com coragem para seguir em frente e retornar ao espaço acadêmico. Foi no final de 2012 que as coisas foram se movimentando de uma forma boa e eu destranquei a faculdade. 

No início de 2013 estava retornando a faculdade. E entrei novamente naquele local com o coração muito grato, extremamente emocionado, estava vendo que os sonhos e as promessas não se frustram. O ano de 2013 foi um dos mais excepcionais e incríveis da minha vida. Deus fez mais do que imaginei! Entendia os conteúdos como nunca antes (quando estava doente não entendia nada); tirei excelentes notas; fui aprovado no tcc e elogiado; pude viajar para Manaus na minha primeira viagem profissional (nunca imaginei que isso fosse acontecer); fiz amizades na universidade (algo que eu não pensava antes por estar muito fechado para o mundo). E concluí com maestria as 6 disciplinas que restavam.

E agora, no início de 2014, precisamente ontem, no dia 18 de março de 2014 tive a minha colação de grau! Me formei, com direito a beca e certificado. Há 3 anos recebi a palavra que vestiria a beca e que o diploma era meu. Meu sentimento ontem foi de felicidade, de missão cumprida, de certeza que eu venci tudo. Agora é uma nova fase. A formatura de ontem foi apenas uma fase da minha vida, como bacharel em Jornalismo. Ainda não estou completo. Sei que ainda tenho muitas realizações, formaturas, desafios e um caminho de sucesso a frente.

Tudo isso se deve primeiro a Deus, as pessoas próximas que acreditaram em mim, a eu que acreditei em mim, a perseverança, esperança, confiança, mesmo com tudo dizendo o contrário. Eu só tenho a agradecer por tudo! Por acreditar que esse dia chegaria... J-J



Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 3 de março de 2014

O Brasil por um correspondente brasileiro

Como deve ser a nação vista pelo lado de dentro?





O povo, conhecido pelas matas, ouro, animais do pantanal, é extremamente receptivo, solicito, hospitaleiro e alegre. A dica para que um estrangeiro possa ser tratado bem é se portar de forma agradável sem ferir, de alguma forma, o brasileiro.

O futebol é uma das grandes paixões. A maioria se identifica, fazendo com que a nação seja das melhores. É obrigação do estrangeiro ter noções de como funciona o esporte, caso contrário será taxado como inculto e “por fora” de algo tão marcante no país. Ele não pode dar a entender que sabe mais do que um brasileiro, pois isso o irrita fortemente; muito menos considerar sua nação como a que possui o melhor futebol. Tratar de futebol é um assunto que gera sempre discussões.


Futebol brasileiro. Pinterest.


O carnaval, por sua vez, é algo marcante na festa do país. Quem vem de fora deve saber o significado e, sobretudo, dançar, nem que seja minimamente, o samba, caso contrário será taxado como palhaço. É costume no país, por exemplo, participar de festas, danças e consumir bebidas alcoólicas.




De forma geral, os brasileiros não se importam com etiquetas e regras. Pelo contrário, eles são autênticos e liberais. É normal não possuir modos convencionais de alimentação, encontros, relacionamentos. Eles preferem quebrar protocolos para ser felizes. Geralmente, não são pontuais, por isso não se importam se chegar atrasado ao encontro.

Eles possuem a característica da vida boêmia e não se preocupam com problemas. Muitos deles praticam a arte da malandragem e enganam as pessoas, passando por cima de escrúpulos e regras (é comum no Brasil pessoas deverem uma dívida pelo resto da vida).


"Tenha calma e beba caipirinha". Pinterest.


Para alguns estrangeiros é difícil relacionar-se com o brasileiro, devido alguns hábitos serem próprios. Eles devem ser menos acanhados e mais receptivos. J-J




Texto produzido para a disciplina Jornalismo Político e Econômico da faculdade de Jornalismo.

Por: Emerson Garcia
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