sexta-feira, 30 de abril de 2021

Mark Hamill- militante de causas brasileiras



O ator Mark Hamill, conhecido pelo personagem icônico da saga Star Wars Luke Skywalker, tem causado burburinho nas redes sociais por ter feito várias postagens tomando posições políticas e de entretenimento de assuntos relacionados ao Brasil. Ele tornou-se um verdadeiro militante de causas que não entende nem um pouco.

E o que é ser militante? É ter visão e agir de forma mobilizadora sobre escolhas próprias ou que dizem respeito à uma sociedade. É ter a visão de mudar o mundo, a vizinhança, a escola, a família e até mesmo um sistema. Quem age dessa forma, assume o posicionamento de outras pessoas e torna-se seu porta voz. Em resumo, de acordo com o Dicio - Dicionário Online de Português - militante é:

"A pessoa que defende uma causa ou busca transformar a sociedade através da ação e não da especulação, que luta, que sai em defesa de uma causa, um partido etc."


Mark Hamill já militou por diversas vezes em causas brasileiras: pediu a reeleição de Lula em 2022 e cancelou e foi a favor de participantes da atual edição do Big Brother Brasil e a do ano passado (BBB20). 

Sob influência dos seus fãs e de brasileiros nas redes sociais, Hamill demonstrou sua preferência por Lula logo após a decisão do juiz Fachin de anular as condenações contra o ex presidente. 



O eterno Luke Skywalker ainda foi influenciado a apoiar hashtags contra e a favor aos participantes do Grande Irmão brasileiro. Ele ajudou a disseminar o #foraGizelly, #ForaKarolConká, #Juliettecampeã e #FicaBabu



Com um posicionamento contundente e influente, mesmo que obrigado, Hamill conseguiu ser um militante e tanto, surpreendendo a todos e sendo capaz de viralizar seus posts. O próprio ator ficou surpresíssimo com o sucesso de seus posts, com muitas curtidas e retweets. Um dos seus posts teve mais de 65 mil likes no Twitter. O artista disse o seguinte sobre esse fato:

"Quando você honra um pedido para retwittar uma frase que nem sabe do que se trata e ela ganha mais de 65 mil ‘likes’."


Já outro post ultrapassou os 134 mil likes

A militância forçada de Hamill só pode acontecer porque ele tem uma relação sadia com seus seguidores e porque está sempre ativo na rede social do passarinho azul. Ele só pode ser um militante por acaso porque atendeu à um pedido de um fã que disse em inglês:

 “Por favor, tuíte FORA KAROL CONKÁ, é muito importante.”


E o que aconteceu? O eterno Luke Skywalker foi lá e fez isso!


Mark entrou na onda do "Ele não", ajudou a reportar os youtubers racistas do Xbox Mil Grau, entre outros. Ele é um verdadeiro militante de causas brasileiras, mesmo que não entenda muito sobre isso.  J-J


Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Entre Frames #41: Não passa vontade - Anavitória e Duda Beat






O Entre Frames de hoje está cinematográfico, pois nele apresento o clipe Não passa vontade de Anavitória com a participação de Duda Beat. Lançado no dia 26 de novembro de 2020, o clipe já possui 4.934.728 visualizações, 200 mil curtidas e 6,5 mil descurtidas. Não passa vontade foi produzido pela F/Simas e Universal Music; com direção de Gabriel Dietrich; roteiro e produção executiva de Felipe Simas; direção de produção de Isadora Silveira; fotografia de Thiago Cauduro; e montagem de Pedro Alves

O clipe é baseado em filmes clássicos do cinema do século 21, que marcaram a geração de Anavitória e Duda Beat. A produção, movimentos de câmeras, figurinos e conceitos de Não passa vontade estão incríveis, sendo mais que um clipe, mas uma homenagem à sétima arte. O trabalho visual, de luz e cor está um primor e, com certeza, você se lembrará na hora de ao menos um filme. 

Em pouco mais de 4 minutos, o clipe faz referência e homenageia as seguintes produções e seus diretores renomados: Os excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001), A pequena Miss Sunshine (de Valerie Faris e Jonathan Dayton, 2006), As vantagens de ser invisível (de Stephen Chbosky, 2012), Os sonhadores (Bernardo Bertolucci, 2003), Encontros e desencontros (Sofia Coppola, 2003), (500) dias com ela (de Mark Webb, 2009) e Quero ser John Malkovich (Spike Jonze, 1999). O interessante é que cada releitura casa muito bem com o momento da música cantado e encenado. 

Assista a esse desbunde visual. Depois volto para conversarmos mais um pouco.




Pescou todas as referências? Que tal irmos para as minhas considerações agora?


O início

É bem minimalista, com o intuito de não ofuscar o que vem a seguir. O clipe se inicia com um instrumental com os créditos iniciais passando na cor branca, sob um fundo preto (0:00 - 0:08). A ideia é não chamar a atenção com cores fortes e fontes muito extravagantes.

O clipe é todo em referência à grandes obras cinematográficas e detalharei a partir de agora.


Os excêntricos Tenenbaums



Entre 0:09 e 0:34 todas as referências dizem respeito ao longa Os excêntricos Tenembaums. O estilo vintage do vídeo, elementos, movimentos de câmera e detalhes lembram o filme. A câmera em slow motion, o enquadramento centralizado, a aproximação dos elementos... tudo baseado no longa dos anos 2000. Anavitória são caracterizadas como personagens do filme. Vitória desce de um ônibus verde, como a personagem Margot (Gwyneth Paltrow), indo em direção à Ana que está caracterizada como Richie (Luke Wilson). 

A cena retrata o encontro de dois personagens e o anseio para que ambos se reencontrem. O trecho da música casou muito bem com esse contexto, pois diz: "Quando é que você chega, amor? Tô com saudade de você Já me arrumei inteira pra te receber Eu quero tanto passear contigo [...]".

Separei um gif do longa para você perceber a semelhança:




A pequena Miss Sunshine



O próximo filme a ser referenciado é A pequena Miss Sunshine entre 0:35 - 0:57, 1:25 - 1:31 e 1:35 - 1:40. As cantoras Anavitória e Duda Beat vestem camisas esportivas e tênis all star vermelho, todas representando a protagonista do filme, Abigail (Olive Hoover). Assim como a garotinha corria para entrar dentro da Kombi, as cantoras também fazem o mesmo com caras cansadas, mas empenhadas em entrar dentro do veículo. Duda é a primeira a subir na Kombi (0:35 - 0:57), seguida de Anavitória em 1:25 - 1:31 e 1:35 - 1:40



Nessa cena retrata uma espécie de viagem e é no mesmo instante que se canta: "Eu quero tanto levar você pro mar Pra gente se banhar".

A cena é uma das mais emblemáticas do longa e no clipe sentimos as mesmas emoções de desafio, diversão e que no final tudo daria certo. Também separei uma cena original do longa para vocês perceberem a semelhança. 




Quero ser John Malkovich?



Duda Beat e Anavitória entre um monte de pessoas com máscaras de Duda Beat. Quer cena mais Black Mirror que essa para homenagear uma das cenas mais notórias do filme Quem quer ser John Malkovitch? A referência ao clássico ocorre entre 0:57 - 1:27 e 2:29 - 2:40, sempre no refrão da música que diz "Você vai lembrar de mim Você vai pedir por mim", que simplesmente caiu como uma luva na cena retratada, pois o trecho mostra uma necessidade muito grande de ter a pessoa, assim como as inúmeras máscaras com o rosto de Duda Beat. 

O movimento de câmera é interessante, passando lentamente da esquerda para a direita e vice-e-versa, de cima para baixo e de baixo para cima, com vários cortes e planos. É necessário destacar que os frames misturam Duda Beat entre a multidão de seus clones e as cantoras Anavitória. 




Eu particularmente acredito que essa seja uma das melhores releituras de todo o clipe. Agora veja uma imagem da cena original e fique embasbacado.




Encontros e desencontros




































Outra incrível releitura é de Encontros e desencontros quando vemos cenas deliciosas das cantoras em uma noite de karaokê soltando a voz e cantando trechos da música. Duda representa a garota Charlotte (Scarlett Johansson) de peruca rosa, enquanto Anavitória representam o mesmo personagem, Bob Harris (Bill Murray). Tudo é muito igualzinho, desde o cenário, o figurino e até mesmo as luzes e filtros. 

A cena clássica em que Charlotte deita no ombro de Bob é encenada entre 1:41 - 1:45, em um dos momentos mais fofos de todo o clipe. A cena retratada no clipe pelas meninas mostra o centralismo e alinhamento. Mas não para por aí. As cantoras também reproduzem a clássica cena no karaokê utilizando a própria música como faixa do karaokê, quando a letra aparece na tela para elas acompanharem. Esta reprodução é um dos pontos altos de todo o clipe, pois as cantoras interagem e cantam de toda alma e coração. 




CURIOSIDADE: A cena de Charlotte no ombro de Bob, relembra quando Alisha Boe encostou sua cabeça no ombro de Shawn Mendes no clipe de Lost in Japan, de 2018, também referenciando o longa em questão. 




Agora, veja minha seleção das cenas originais e compare!









Os sonhadores



Entre 2:09 e 2:28 Ana, Vitória e Duda Beat surgem imersas completamente nuas dentro de uma banheira de espuma fumando "maconha" em clara referência ao longa Os sonhadores. Ana passa o cigarro de boca em boca para as outras meninas. O interessante é que a cena ocorre no mesmo momento em que se canta "Namorar pelado até o sol cansar de ficar acordado", mostrando, mais uma vez, uma congruência entre a letra cantada e a cena representada. 





As vantagens de ser invisível




























A penúltima referência mostra as cantoras em uma caminhonete com teto aberto em um túnel, relembrando claramente As vantagens de ser invisível. Isso acontece entre 2:59 e 3:39. A cena original foi protagonizada pelos atores Ezra Miller, Emma Watson e Logan Lerman (Patrick, Sam e Charlie), tornando-se um marco cultural cinematográfico desde o lançamento do filme em 2012.

Duda Beat abre asa asas, ou os braços, na caminhonete que passa pelo túnel com Ana e Vitória sentadas no banco da frente que admiram a catarse da pernambucana. Uma curiosidade interessante é que as cantoras conseguiram fechar o túnel exclusivamente para a gravação do clipe. 

Em 3:27 e 3:39, a música vai abaixando em um efeito de fade out de som e de imagem, informando que o clipe está acabando. 

Fique agora com uma imagem da cena original:





(500) dias com ela




A última referência é uma recriação da cena clássica no elevador de (500) dias com ela em que Duda interpreta Summer (Zooey Deschanel), enquanto Anavitória Tom (Joseph Gordon-Levitt) entre 3:39 - 4:03. Percebemos que Anavitória está ouvindo Não passa vontade no fone de ouvido (Quer easter egg maior que esse?!), quando Duda vira para elas e fala, enquanto elas tiram os fones de ouvido, em uma das cenas mais engraçadas e sensacionais de todo o clipe:

"Eu amo as Anavitória".

As garotas respondem com dúvidas:

"Oi?"

Duda continua:

"Eu disse que eu amo as Anavitória!

'Você vai lembrar de mim
Você vai pedir por mim'

Eu amo elas!"

O elevador para no andar, Duda sai dele e as garotas ficam com cara de paisagem. O clipe é então finalizado e os créditos finais passam (4:03 - 4:08). 

Agora relembre uma imagem da cena original e compare:




Releituras dos pôsteres dos filmes

As cantoras reproduziram as capas alternativas dos filmes em suas redes sociais (@dudabeat e @anavitoria) a fim de divulgar o clipe antes de sua estreia. O resultado ficou melhor do que a encomenda e os pôsteres tem um quê do filme, mas também um quê das cantoras. 

Veja e se surpreenda:
 



Outros detalhes



Não passa vontade foi gravado em dois dias e é uma parceria entre a música mais popular e amorosa de Anavitória (o MPB rural como elas gostam de chamar) com o estilo techno e brega de Duda Beat, mais conhecida como rainha da sofrência pop

Para o lançamento da megaprodução com ares cinematográficos, as três artistas divulgaram pôsteres em seus Instagram (Como já foi apresentado) e se reuniram em uma live, onde conversaram um pouco sobre a produção e bastidores antes de lançarem o clipe.

Todos os filmes retratados tem em comum a década em que foram lançados (década de 2000) e fazem parte do cinema indie, ou seja, cinema independente com filmes produzidos por pequenas empresas, com baixo orçamento e que não conseguem entrar nos circuitos comerciais de divulgação.


Letra

A faixa foi escrita por Ana Caetano e mostra o anseio por um encontro íntimo entre dois amantes, que se entregam e são obstinados ao amor e desejo mútuo, com pele com pele, além de retratar a saudade desse toque.  

Separei alguns trechos e coloquei breves comentários.


"Quando é que você vem, amor?
O coração chega a doer
Se tu demora, o dia acaba e faz chover
Eu tô querendo te abraçar faz tempo"

A saudade pode doer e doer bastante. E o que mais pode atrapalhar é o tempo, que quando a gente mais precisa passa devagar. 


"Eu quero tanto levar você pro mar
Pra gente se banhar
Deixar meu beijo no teu beijo e namorar pelado
Até o Sol cansar de ficar acordado
E você vai lembrar"

Um trecho que tem certo erotismo e romance.


"Você vai lembrar de mim
Você vai pedir por mim
Vai se perguntar, ah, ah, aah
Quando é que eu vou chegar
Você vai lembrar de mim
Você vai pedir por mim
Vai se perguntar, ah, ah, aah
Quando é que eu vou chegar
Iê, iê, iê, iê
Iê, iê, iê, iê"

Dizem que as pessoas inesquecíveis são aquelas que nos deixam excelentes lembranças e momentos. O trecho mostra o anseio que já falamos no primeiro parágrafo desse tópico. Quando verdadeiramente se ama a gente quer ficar perto da pessoa, perguntando quando ela estará de volta.


"Me fala, que eu te acho, amor
E a gente pode se perder
Invento um canto, uma viagem com você
Tô te chamando pra mostrar meu mundo"

O amor provoca as reações e atitudes mais inóspitas e gostosas que já se tem conhecimento.



"Olha dentro do meu olho
E não passa vontade, não (passa vontade, não, passa vontade)"

Quando você olha no olho de alguém você conhece sua essência, sua alma. E aqui tem um ar de desejo, de tesão mesmo. 


Música

A música tem um ritmo gosto de ouvir e é dançante na medida do possível.


O feat entre Anavitória e Duda Beat é ao mesmo tempo doce, picante e inesquecível. Ou seja, os versos de Ana Caetano são acalentadores, a voz de Vitória estonteante, a presença de Duda atordoante e a produção de Lux & Troia é impecável. Um verdadeiro desbunde visual e sonoro e uma incrível homenagem à indústria cinematográfica dos anos 2000. J-J
















Por: Emerson Garcia
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