sábado, 31 de agosto de 2019

Agosto Dourado: origem, conceitos, história, benefícios do aleitamento materno, publicidades, objetivos e temas da SMAM



Você sabe do que se trata a campanha Agosto Dourado?! Fui descobrir o significado recentemente. O Agosto Dourado é uma campanha em prol do aleitamento materno e um incentivo para que mães amamentem seus filhos, já que esse ato é em prol da saúde de ambos. A data é comemorada desde 2017 com recordações, ensinamentos e divulgação da importância do leite materno, sendo que as discussões sobre datam de 1990. Aqui em Brasília (Distrito Federal), por exemplo, já ocorreram vários Mamaços, que uniram mães incentivadas a amamentarem

E por que se chama Agosto DOURADO, Emerson?! Fiz várias pesquisas e descobri que o dourado faz referência à um dos líquidos MAIS RICOS e PRECIOSOS existentes. Não, não é a água. Mas o leite materno! Legal né?! Veja o que o site Saúde Naval disse a respeito da cor:

"A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. É uma cor toda especial, que já percorre o mundo com o seu laço simbólico."


O leite materno é um alimento INDISPENSÁVEL nos primeiros meses de vida do bebê, tanto que é chamado de "base da vida". Eu, por exemplo, fui amamentado com leite materno até os 6 meses. Minha mãe seguiu a recomendação mundial de que o aleitamento deveria ser exclusivo até os 6 meses e estendido até 2 anos ou mais com a adição de outros alimentos. Estudos demonstram que o aleitamento materno tem a capacidade de salvar a vida de cerca de 13% das crianças, menores de 5 anos, em todo o mundo

Contudo, dados demonstram que apenas 9% das crianças brasileiras beneficiam-se do aleitamento materno exclusivo, sendo que a média é de quase dois meses (54 dias) de amamentação por criança. E o que esses números significam, Emerson? Bem, evidenciam que é necessário uma maior adesão da campanha do aleitamento materno, daí a necessidade da intensificação do Agosto Dourado

Amamentar é um ato de vida, amor, de doar-se em prol do outro. A amamentação produz mudanças na vida da mãe e do bebê, já que causa impacto em todos os sistemas do organismo. Enfim, a amamentação, mais que uma atitude saudável, é um ato de amor sem limites. A coordenadora de Bancos de Leite Humano da SES/DF, Mirian Santos, disse que amamentar é uma dádiva:

"Tem que acabar aquela história das pessoas dizerem que se o bebê está chorando é por fome. Também é preciso mudar a ideia de que ser mãe é padecer no paraíso. Amamentar é o paraíso. Se está doendo, algo está errado e é preciso buscar ajuda do banco de leite". 



Amamentar é um ato de amor e é o paraíso, mas tem muitas mães que sofrem em dar o leite para seus filhos, como o caso da Simone Cajá, que sofreu até encontrar um equilíbrio na amamentação, como ela disse no texto intitulado Amamentar não é fácil. Por isso, é necessário buscar ajuda até que o problema seja resolvido. É importante não deixar de amamentar o bebê, tendo em vista todos os benefícios fisiológicos, psicológicos e sócio-econômico-culturais que o leite trará não só para este como para a mamãe. 


História




A história da Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) surgiu em 1990, durante um encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) com a UNICEF. Neste, gerou-se um documento chamado de Declaração de Innocenti - que fala dos direitos do nascituro, inclusive da amamentação. Logo no início, o texto fala dos benefícios da amamentação, como a diminuição de doenças infecciosas, nutrição de alta qualidade, contribuição para a saúde da mulher e satisfação à maioria das mulheres. Você pode ler o documento completo no arquivo abaixo:





Com o intuito de cumprir todos os deveres do documento foi criada a Aliança Mundial de Ação pró Amamentação (WABA, World Alliance for Breastfeeding Action), em 1991. No ano seguinte (1992), a WABA inaugurou a Semana Mundial de Aleitamento Materno, com o tema a ser explorado em materiais com tradução em 14 idiomas. 




No Brasil a data é comemorada desde 1999. Já o Agosto Dourado foi oficialmente lançado em 2017 pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) com foco na Semana do Aleitamento Materno. 

As perguntas que ficam são: por que amamentar? Qual o benefício da amamentação para a mãe e o bebê?!


Benefícios do aleitamento materno




No início desse texto pincelei os benefícios que o leite materno produz para a mãe e o bebê. Agora, falo com detalhes.

Bem, o leite materno é um líquido completo, daí ser considerado precioso. Ele possui todas as proteínas, gorduras, vitaminas, açúcares e água necessários para o desenvolvimento de um bebê, além de anticorpos e glóbulos brancos que previnem as infecções e as doenças, como já falado. 

O site Conquiste sua vida citou 4 benefícios da amamentação. Resolvi colocá-los com as minhas palavras para facilitar o entendimento:

- diminuição da ansiedade da mãe: o relacionamento entre a mãe e o bebê requer tranquilidade e calma. Geralmente, a mãe fica sentada e em total dedicação ao filho, o que produz calma para ela e o bebê. 


- crescimento da segurança: ao amamentar a mãe percebe que agora um ser depende dela para tudo, isso aumenta sua confiança e segurança. 


- emagrecimento: a amamentação produz a queima de calorias (cerca de 700 Kcal por dia). Isso ocorre porque a ocitocina - hormônio produzido naturalmente pelo corpo - aumenta as contrações uterinas, o que ocasiona na redução de gorduras localizadas. 


- prevenção da anemia: amamentar permite que a quantidade de ferro do organismo esteja em preservação por um período maior de tempo, impedindo a anemia. 


OBS.: O site SBP disponibilizou mais benefícios da amamentação. Clique aqui


Além dos benefícios biológicos e fisiológicos, o aleitamento materno evita problemas fonoaudiológicos, respiratórios, auditivos, de deglutição e psicomotrocidade, de acordo com a notícia do UOL Campanha Agosto Dourado pretende incentivar a amamentação no Brasil. A fonoaudióloga Ana Lúcia Duran, da clínica Zambotti e Duran, explica:


"A sustentação da cabeça, que a criança acaba fazendo naturalmente na hora de mamar, é o que vai ajudar a promover o equilíbrio e sustentação para sentar, engatinhar e andar. Todo o esforço para sugar o leite ajuda a posicionar ainda a arcada dentária, a mastigação e consequentemente a deglutição também se tornam mais fáceis".


Cartazes, folders e peças temáticas são divulgados com o intuito de incentivar o aleitamento materno. 


Publicidades


Em pesquisas, encontrei várias campanhas publicitárias e outros materiais interessantes. Confira:


Campanha Nacional de Amamentação 2014






Essa propaganda apresenta a mãe Nívea Stelmann cuidando de seus dois filhos. O vídeo reforça os benefícios da amamentação. 



Campanha Nacional de Amamentação 2016







Já esta é uma conversa entre a mãe e o bebê. Meu trecho preferido é o seguinte: "[O leite] está sempre quentinho e prontinho. Vai direto do meu peito para a sua barriguinha".



Campanha de Aleitamento Materno





Ela explica por que a amamentação é a "base da vida", conceito trabalhado nesse post. 



Amamentação: incentive a família, alimente a vida 






O vídeo tem como foco principal o bebê e o que ele deve pensar quando é amamentado. É incrível a frase final que diz: "Porque, juntos, a gente cresce".


SBP














Essa é bem minimalista mas certeira na mensagem.


Agosto Dourado- Mês da Amamentação (Santa Joana- Hospital e Maternidade)






Esse é um folder completo que apresenta o Mês da amamentação, dicas para iniciantes, perguntas e respostas, benefícios da amamentação e doação de leite. O ponto alto do informativo é nas últimas páginas (17 à 20) ao apresentar desenhos e infográficos sobre a temática. Super recomendo esse material de divulgação.


Essas publicidades e materiais corroboram para uma série de objetivos a respeito do aleitamento materno.


Objetivos da Semana Mundial do Aleitamento Materno


O site Minuto Saudável apresentou quatro objetivos da WABA para a Semana Mundial do Aleitamento Materno, divulgados em 2018. São eles:

1. Informar: esse é o objetivo principal. E a informação se dá pela divulgação de materiais e propagandas. 


2. Fixar: a partir das campanhas, a amamentação entra na agenda nutricional, de segurança alimentar e diminuição da pobreza. 


3. Envolver-se: o objetivo também é criar um relacionamento entre mães e organizações de saúde, criando um excelente diálogo. 


4. Reafirmar-se: o último é realizar uma promoção do aleitamento materno, bem como de seus benefícios. 


Tema da SMAM 2019 e outros temas



A campanha da Semana Mundial de Amamentação tem o seguinte slogan: "Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação. Hoje e para o futuro!"

Confira os outros temas desde 1992:

1992: Hospitais Amigos da Criança;
1993: Amamentação: Direito da mulher no trabalho;
1994: Amamentação: Fazendo o código funcionar;
1995: Amamentação: Fortalece a mulher;
1996: Amamentação: Responsabilidade de todos;
1997: Amamentação: Um ato ecológico;
1998: Amamentação: O melhor investimento;
1999: Amamentar: Educar para a vida;
2000: Amamentar: É um direito humano;
2001: Amamentação: Na era da informação;
2002: Amamentação: Mães saudáveis, bebês saudáveis;
2003: Amamentação: Trazendo paz para um mundo globalizado;
2004: Amamentação exclusiva: Satisfação, segurança, sorrisos;
2005: Amamentação e introdução de novos alimentos a partir dos 06 meses de vida;
2006: Amamentação: Garantir este direito é dever de todos;
2007: Amamentação na primeira hora, proteção sem demora;
2008: Amamentação: Participe e apoie a mulher;
2009: Amamentação em todos os momentos: mais carinho, saúde e proteção;
2010: Amamentar é muito mais do que alimentar a criança. É um importante passo para uma vida mais saudável;
2011: Amamentar faz bem para você e para o bebê;
2012: Amamentar hoje é pensar no futuro;
2013: Tão importante quanto amamentar seu bebê é ter alguém que escute você;
2014: Aleitamento Materno: uma vitória para toda a vida;
2015: Amamentação e trabalho: para dar certo, o compromisso é de todos;
2016: Presente saudável, futuro sustentável;
2017: Proteger a amamentação: construindo alianças sem conflitos de interesses;
2018: Aleitamento materno: a base da vida.


A campanha do Agosto Dourado possui 3 anos, mas a Semana Mundial do Aleitamento Materno 27 anos. Isso demonstra como essa iniciativa é primordial para que mães saibam da importância de amamentarem seus bebês. A campanha Agosto Dourado é importante, assim como o Outubro Rosa para a prevenção do câncer de mama e o Novembro Azul para o combate ao câncer de próstata.

E você, já conhecia o Agosto Dourado? O que acha dessa iniciativa? Diga nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Agosto Lilás: panorama da violência contra a mulher, tipos, Lei Maria da Penha e Ações


Agosto também está sendo conhecido como o mês de Combate e Prevenção da Violência contra a Mulher, o Agosto LilásA campanha foi institucionalizada em Santa Catarina no início desse mês (7) por meio de um decreto assinado pelo governador Carlos Moisés e pela secretária do Estado de Desenvolvimento Social, Maria Elisa de Caro. Embora sendo uma campanha local, o Agosto Lilás já reverbera por todo o país, uma vez que campanhas publicitárias e ações de prevenção de violência contra a mulher são praticadas. A ideia é que em um futuro próximo o Agosto Lilás seja uma campanha nacional, não apenas local.

Em Santa Catarina o atual governador  procura efetividade e resultados com o lançamento da campanha Agosto Lilás, porque não havia a disponibilidade de um mês inteiro de conscientização, nem ações incisivas. O intuito com o Agosto Lilás é apresentar um pacote de ações que ofereçam um subsídio de enfrentamento da violência contra a mulher. E como fazer isso? Por meio da informação, do melhoramento do atendimento às vítimas e do encaminhamento a fim que essas mulheres se restabeleçam em todos os sentidos. 

O Agosto Lilás faz alusão ao aniversário da Lei nº 11340, a conhecida Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo então ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é uma das leis que atendem diretamente os direitos das mulheres frente aos seus agressores. Ela é tão importante que contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de feminicídios praticados dentro das casas das vítimas

Esse mês, portanto, está estabelecido como um mês de atividades de conscientização sobre as tipificações de violência contra a mulher (Físicas, emocionais e psicológicas) e como combatê-las, capacitando profissionais para o atendimento às vítimas. A mulher precisa saber, claramente, que está amparada por programas de apoio e segurança, como o Disque 180. Não só as vítimas agredidas devem ser informadas, como a população, uma vez que se você sabe que uma mulher está sendo agredida e não faz nada, você está sendo conivente com a agressão. 

E por que a cor escolhida para identificar esse mês é a LILÁS? Bem, desde algum tempo essa é a cor que identifica o feminino e as lutas femininas, inclusive feministas (Que não me aterei a falar sobre nesse post). O lilás é uma cor que não havia sido escolhida até então para representar lutas e ações mensais. Originalidade é isso. 

Sabe-se que os índices de agressões e feminicídios elevam-se a cada minuto. Uma ação como o Agosto Lilás é primordial para ao menos amenizar os casos de violência contra a mulher em nosso país.

Os objetivos desse post são os seguintes: traçar um panorama da violência contra a mulher e o feminicídio no Brasil e Distrito Federal; discutir os tipos de violência contra a mulher; falar sobre a Lei Maria da Penha; e de ações sobre o Agosto Lilás em publicidades e empresas


Panorama



Segundo uma pesquisa da Datafolha de fevereiro desse ano e do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados em um post do Endomarketing, os dados de violência contra a mulher são assustadores. Somente enquanto o artigo foi lido (Ou enquanto você lê esse post):

5 casos de lesão corporal dolosa enquadrados na Lei Maria da Penha foram registrados; 
116 mulheres foram vítimas de agressão física;
117 mulheres foram tocadas ou agredidas fisicamente por motivos sexuais;
309 mulheres foram vítimas de ofensa verbal, como insulto, humilhação ou xingamento; 
E 39 mulheres sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento. 


De acordo com uma pesquisa realizada pelo doutor em Direito Internacional pela USP, Jefferson Nascimento, somente em 2019 ocorreram mais de 200 feminicídios, em matéria divulgada pelo O Globo. O feminicídio é a medida mais drástica e profunda, o ponto crucial da violência contra a mulher.

Os dados no Distrito Federal (localidade onde resido atualmente) também não são nada animadores. Somente nos primeiros cinco meses do ano (janeiro à maio) o feminicídio cresceu 16%. O feminicídio no DF tornou-se algo sério e recorrente, motivo de estudo e alerta. Por aqui virou moda o homem dizer: "se não for minha não será mais de ninguém"

Dados importantes também foram divulgados pelo deputado distrital Jorge Viana. O primeiro deles diz respeito 71% dos feminicídios serem maiores entre as mulheres negras. Já o segundo é o de que a cada 2 minutos 5 mulheres sofrem violência no Brasil. 







A frase que ilustra esse tópico no início - A cada 15 segundos uma mulher cai da escada e a cada 1h30 uma mulher não sobrevive para contar a próxima desculpa - não é um conto da caroxinha, mas uma realidade. Uma triste realidade. Todos os dias é comum vermos, lermos ou ouvirmos sobre um caso de agressão à mulher, e o mais grave um caso de feminicídio. Acredito que muitos desses casos nem entram nas estatísticas e nos panoramas, uma vez que a situação é cada vez mais corriqueira, sem contar que muitas vítimas sofrem caladas e quem tem ciência da agressão não denuncia. 


Tipos de violência contra a mulher



Antes de citar os tipos de violência, é preciso salientar que ela atinge mulheres ricas e pobres, de várias idades, níveis de escolaridade, raças e religiões. A violência só escolhe gênero, e mais nada. É comum que mulheres sofram violência doméstica, ou seja, que ocorre em casa, entre pessoas da família ou que mantenham relações íntimas de afeto mesmo que não convivam em uma residência. A maioria das vítimas costumam estar em uma relação abusiva com o agressor e não se desvencilham disso por fatores econômicos e afetivos. 

Basicamente, a Lei Maria da Penha (Que falarei no tópico seguinte) apresenta cinco tipos de agressões que violam os direitos da mulher e que precisam ser denunciadas. São elas: Violência física, Violência Psicológica, Violência Sexual, Violência Patrimonial e Violência Moral. A partir de agora, esmiúço cada uma delas:


Violência física: agride a integridade ou saúde corporal da mulher. Pode acontecer por espancamento, arremesso de objetos, estrangulamento, sufocamento, lesões com objetos perfurantes, ferimentos por queimaduras ou armas de fogo, ou tortura. 

Violência Psicológica: causa dano emocional e diminuição da autoestima, de modo a influenciar no desenvolvimento psicológico da mulher. E de que forma ocorre? Ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, insultos, chantagem, exploração e uma infinidade de outras coisas. 

Violência Sexual: conduta que constranja a mulher a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada, por meio da intimidação, ameaça, coação ou força. Pode acontecer por meio do estupro, obrigação da mulher a fazer atos sexuais que lhe causem desconforto ou repulsa, impedí-la de usar a contracepção ou forçá-la a abortar. Enfim, são muitas as nuances desse tipo de violência. 

Violência Patrimonial: configura retenção, subtração, destruição parcial ou total dos objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos da mulher. Ocorre pelo controle do dinheiro, destruição de documentos pessoais e objetos que ela goste, furto, extorsão, dano, estelionato ou até mesmo não pagar a pensão alimentícia. É um erro acreditar que essa violência não agrida a mulher por não ser física, psicológica ou sexual. 

Violência Moral: configura calúnia, difamação ou injúria. É violentar a mulher com frases de baixo calão, xingamentos e palavras que a menosprezem ou retirem seu real valor. Uma palavra pode machucar. Uma palavra machuca tanto quanto um tapa na cara ou uma violência sexual. Então, garotas, prestem atenção em como seus namorados ou companheiros tem as chamado. Se você aceita, tudo bem, não há o que reclamar, mas se não, é a hora de denunciar.

O site Finditect resumiu os tipos de violência e suas atuações em um banner interessante:



O site Santa Catarina Por Elas disponibilizou o conhecido círculo da violência, em que parceiros agridem as mulheres e elas acreditam que eles irão mudar após um pedido de desculpas. Mas acontece que eles não mudam, repetindo, assim o círculo da violência. 





Fiz questão de pontuar os tipos de violência que uma mulher pode sofrer, pois ela pode estar sendo agredida de uma forma, sem saber. Daí a importância da conscientização e da informação e também do Agosto Lilás.   



Lei Maria da Penha: 13 anos



De que forma a violência contra a mulher e o feminicídio podem ser combatidos? Por meio da Lei Maria da Penha, uma lei federal cujo objetivo principal é punir de forma adequada e coibir atos de violência contra a mulher. Ela entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006 e desde sua publicação é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. 

Sua ementa diz o seguinte (com grifos):

"Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências."


Em linhas gerais, a Lei Maria da Penha atua para proteger as vítimas do agressor, de modo a interromper o processo conhecido como escalada da violência - a intensidade das agressões contra a mulher. Ela tem esse nome por causa de uma mulher chamada Maria da Penha que ficou na cadeira de rodas por ser agredida excessivamente pelo seu companheiro. 

É por meio da Lei Maria da Penha que mulheres podem se "sentir protegidas", uma vez que ela exige que o agressor seja mantido à uma distância mínima da vítima e dos filhos e que o feminicídio pode ser evitado em muitos casos. 

A Lei, desse modo, mudou a forma de atuação do poder público na proteção às vítimas. É certo que o cenário da violência contra a mulher foi modificado, mas não se pode ser negligente a ponto de dizer que nada mais precisa mudar. Os números e panoramas estão aí e não mentem. É preciso, sim, intensificar as ações e medidas a respeito da violência contra a mulher. 


Ações


Empresas e organizações criaram ações sobre Agosto Lilás, violência contra a mulher e feminicídio. 

Em Santa Catarina, "berço" do Agosto Lilás foram desenvolvidas esse mês palestras na área rural, escolas, presídios, centros de atendimento socioeducativo e lançado o site Santa Catarina Por Elas - uma plataforma digital de apoio à mulher, com o intuito de restabelecê-la e melhorar o atendimento da rede inteira de serviços. Com os tópicos: quero entender, quero conhecer e quero ajuda o site é referência não só estadual, como nacional. 

Algo que tem disponibilizado no site e que gostei muito é a medição do tom do relacionamento, que pode ser saudável, realizada, não sei se sou vítima de violência e acho que sou vítima de violência. Ao clicar nessa aba você é levado diretamente para os tipos de violência que uma mulher pode sofrer e as características do possível agressor. 










De semelhante modo, o portal de notícias Metrópoles criou o espaço Elas por elas, destinado em mulheres contarem suas experiências de agressão, assim como realizar a contagem numérica dos casos de violência contra a mulher no Distrito Federal no ano de 2019. 




A Fenae criou uma arte que evidencia os tipos de violências contra a mulher nas cores lilás e rosa choque. O resultado é esse a seguir:




O deputado distrital Jorge Viana disponibilizou uma série de artes sobre o Agosto Lilás (Algumas já foram apresentadas nesse post). 





Já o Progic disponibilizou materiais para download a respeito do tema. 












O Ministério Público de Alagoas publicou uma série de depoimentos de filhas e esposas vítimas de agressões de homens. Com a hashtag #Aoutravítima, leitoras e leitores leram cartas emocionantes e chocantes. Veja o depoimento de M.E. de 15 anos. É ESTARRECEDOR, esteja avisado:






Outras ações


O site Endomarketing disponibilizou outras ações que podem ser realizadas em ambientes corporativos internos e externos. São elas:

Workshop: que tal tratar de violência doméstica e seu impacto no mercado de trabalho? É importante verificar profissionais de gabarito para abordar o tema. 

Comitê da Mulher: é possível implementar esse comitê afim de ser um agregador às mulheres da empresa e para que as informações sejam repassadas até o ambiente familiar. 

Roda de Conversa: conversar abertamente sobre o tema pode ser outra saída. Crie rodas de conversa com mulheres, pessoas e profissionais ligados ao tema e veja o efeito que isso fará.

Apoio psicológico: a empresa pode oferecer apoio às funcionárias por meio de indicações, convênios e parcerias com profissionais da área. 

Promoção do empoderamento feminino: por meio de campanhas e dinâmicas de grupo, funcionárias podem ser empoderadas. Essa ação é válida, pois mulheres não tem o costume de amar-se primeiro, colocando os outros à frente, e sabemos que isso agride sua saúde tanto física quanto mental. 

Apoio à instituições: a organização pode realizar doações para instituições, como o Instituto Maria da Penha.


Vamos apoiar essa causa! Finalizo esse texto com a música Todxs Putxs de Ekena, que fala da força feminina. 

"Eu tenho pressa e eu quero ir pra rua
Quero ganhar a luta que eu travei
Eu quero andar pelo mundo afora
Vestida de brilho e flor
Mulher, a culpa que tu carrega não é tua
Divide o fardo comigo dessa vez
Que eu quero fazer poesia pelo corpo
E afrontar as leis que o homem criou pra dizer"





E você, já conhecia o Agosto Lilás? O que achou da campanha?! Diga nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Hiatus interrompido: O SBT e as campanhas contra as crises econômicas





Campanhas de TV contra as crises econômicas que assolavam o Brasil em distintas épocas. | SBT


Nós do JOVEM JORNALISTA interrompemos o hiatus neste 19 de agosto 2019 – dia em que o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) faz 38 anos – para mostrar que a emissora divulgava em seus intervalos comerciais frases de incentivo para os telespectadores.

É sabido pelo brasileiro que o SBT é conhecido como uma emissora popular, simpática e otimista. Parte desta fama é intimamente ligada ao dono da TV e animador Silvio Santos. Em três épocas o SBT usou sua força de vice-líder de audiência para passar mensagens de otimismo e estimular o brasileiro a coragem para superar os momentos de austeridade e de crises econômicas.

Desde sua fundação o SBT divulgou ao menos três campanhas institucionais que é possível superar os momentos de “vacas magras”. Mensagens curtas da emissora do dono do Baú.


1987: “Se você fizer a sua parte o Brasil vai...”

Em 1986 entra em vigor o “Plano Cruzado” (Cz$) no governo do presidente José Sarney. O que inicialmente foi um alívio, se mostrou um “voo de galinha”. O Brasil voltou a ter uma recessão. Em 1987, o SBT lançou a campanha com o slogan “Se você fizer a sua parte o Brasil vai...” onde se vê trabalhadores em suas áreas de atuação com a imagem da bandeira nacional a tremular como pano de fundo.






1999: “Com crise se cresce!”

Mesmo com a nova moeda em vigor desde 1994, o Brasil passou por várias crises que geraram a desvalorização do Real (R$). Muitas empresas faliram ou se fundiram com outras corporações mais fortes. O SBT lançou a campanha “Com crise se cresce!” onde se infere que dias melhores virão. A vinheta é de um céu enegrecido para um azulado e o jogo das palavras “crise” e “cresce”. Até o ponto de interrogação vira-se de perfil, formando um ponto de exclamação.






Curiosidade: nem todos gostaram desta campanha do SBT: na seção de cartas disponível no site do jornal Folha de S.Paulo, em 06 de junho 1999 (domingo) [1],  um leitor chamado Fabiano de Oliveira de Jundiaí (SP) disse:

"Estou cansado da frase que o SBT apresenta nos intervalos da programação: 'Se cresce com crise' e 'Com crise se cresce', que tenta fazer com que o povo brasileiro se acomode com o problema pelo qual o país está passando e que espere de braços cruzados até que esse problema seja solucionado."


2008/2009: Frases e discursos famosos

Em 2008, outra crise mundial afeta a humanidade. No Brasil os efeitos são poucos sentidos inicialmente, mas veio com força total nos anos seguintes.

O SBT lançou uma campanha de superação da recessão econômica com a locução de frases e discursos de diversas personalidades mundiais. Se não me engano, pessoalmente me lembro de ter visto uma frase ou discurso do presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt (1882-1945).

Encontrei uma do físico Albert Einstein (1879-1955) no qual encerrava assim: “...A verdadeira crise é a crise da incompetência.” No vídeo narrado pelo locutor e voz-padrão da emissora, Carlos Bem-Te-Vi.






Este ano a “Grande Depressão” – crise econômica que se iniciou em 1929 – fará 90 anos. Neste texto de hoje registre-se que a cada década de crise, o SBT ao menos lançou uma campanha institucional incentivadora ao brasileiro. A lição que fica é que nos momentos de dificuldade é possível dar a volta por cima. J-J




Por: Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Eu vi #21: Pane no chroma key em afiliada da Globo em Goiás; Propaganda indireta no rodapé; e palavrão durante o 'Brasil Urgente'



Os detalhes que passaram despercebidos na TV. | montagem: LAYON YONALLER


O Hiatus de Inverno [1] do JOVEM JORNALISTA é interrompido para a volta do quadro mais detalhista da televisão do Brasil. A edição número 21 do Eu vi mostra o que muita gente não viu na TV.

Hoje teremos um chroma key que mostra imagem errada no estúdio virtual, uma propaganda indireta de uma conhecida loja de varejo e um operador de switcher que fala um palavrão ao vivo no ar.


Imagem errada no chroma key em telejornal de Goiás

Em 08 de julho de 2019 às 19h36 (Brasília: UTC-3h) assistia o final do Jornal Anhanguera 2ª edição (ou JA2) – edição que passa em todo o estado de Goiás exceto na capital Goiânia e região. O telejornal é exibido na TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo de Televisão.

O chroma key que adorna o estúdio trocou de imagem por 3 (três) segundos. Em vez de aparecer o cenário virtual apareceu a imagem de fundo que havia no monitor atrás do apresentador Luciano Cabral. Confira:






O chroma key é aquela técnica de vídeo que consiste na troca do fundo verde ou azul do cenário físico que é substituído por imagem virtual.


Propaganda indireta no rodapé

Na madrugada das 5h36 (Brasília | HBV UTC-3h) do dia 06 de agosto de 2019 o noticioso matutino Café com Jornal da TV Bandeirantes (Band) exibia uma matéria sobre uma usina solar flutuante no estado da Bahia. Na chamada da notícia que ia ao ar estava escrito: “Estrutura poderá abastecer até 1800 casas na Bahia.” Fica perceptível uma propaganda indireta à loja de varejo brasileira chamada Casas Bahia, mesmo não sendo proposital escrever a chamada desta maneira.

O termo “casas na Bahia” te lembra alguma coisa? | Band


Alguém disse na tela do Brasil Urgente: “filho da p...!”

O operador da mesa falou um palavrão ao vivo. | Band


Por volta das 18h49 (Brasília: UTC-3h) do dia 08 de agosto de 2019 o programa jornalístico policial Brasil Urgente da Band estava se preparando para separar a rede. A emissora reserva 30 minutos na grade para a exibição de programas locais.

Antes do apresentador José Luiz Datena chamar a próxima matéria – que se tratava dum assaltante que roubou mais de 100 ônibus – ele conversava com seu colega o operador de switcher “Latino” sobre o vídeo citado.

O switcher é uma mesa de corte que insere áudios, vídeos e caracteres em uma emissora de televisão. Ao saber a quantidade de coletivos assaltados pelo bandido, “Latino” disse um palavrão que pôde ser ouvido no ar. Confira:






Acompanhe a transcrição do diálogo:

DATENA: ...Hein?
LATINO: Cinquenta tá bom, né!
DATENA: Não, tá bom não. Tá mal, cinquenta estaria mal.
LATINO: Acredito que sim, né!
DATENA: Cinquenta? Não! ‘Cê’ tá enganado, Latino. Agora fala “óóó! Faóó!” O cara roubou mais de cem ônibus, cara!
LATINO: Filho da puta!
DATENA: Ahn, o que ‘cê’ falou, Latino?
PESSOAL DO SWITCHER: (risadas)
DATENA: Eu não entendi o que ‘cê’ falou. Tá ligado o microfone, Fidel? O que que é, Araruta, o quê? Xingou o cara do quê? Sujeito batuta?
LATINO: É!
DATENA: Roubou mais de cem ônibus do Latino que falou “que sujeito batuta!” Marcele Setúbal na tela, o sujeito roubou mais de cem ônibus! Cem ônibus! Ainda bem que o Fidel fecha o microfone ali. Põe na tela, ô Latino.

E foi isso o que eu vi. J-J




Por: Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA
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