sexta-feira, 29 de março de 2019

Coca-cola e a diversidade: animais da mesma espécie unidos



Recentemente (15) a Coca-Cola introduziu ao lado de seu ícone maior, o Urso Polar, novos animais. A ideia é pregar a diversidade e união entre bichos de mesma raça. Sabemos que não há apenas o Urso Polar, mas outros tipos de ursos espalhados por todo o planeta Terra. Desse modo, a campanha apresenta o já famoso urso polar de cachecol vermelho abraçado com um panda, um urso pardo e um urso negro, todos tomando Coca-Cola

A campanha é da empresa alemã chamada Heimat e tem sido veiculada por meio de cartazes e pôsteres digitais em trens locais. No site da empresa e nas latinhas de Coca-Cola, contudo, não há nenhuma menção à esse novo conceito da marca. Aqui em casa, por exemplo, tenho latas de Coca-Cola que tem famílias de ursos polares. Veja:




Os ursos polares da Coca-Cola passaram por várias transformações de design e layouts desde sua origem. Só para terem ideia, os ursos polares da marca possuem quase um século - 97 anos para ser mais preciso -, sendo lançados pela primeira vez em 1922 na França. De lá para cá, ganharam famílias, filhotes e novos desenhos. 




Assista uma propaganda de natal que apresenta os ursos polares:





Agora, a Coca-Cola resolve inovar e trazer o urso polar com uma nova família, nada parecida com ele. 


Outros amigos do Urso Polar




A Coca-Cola decidiu trazer animais, da mesma raça, de todos os continentes, mostrando que é global e abrange todas as etnias. O Panda, por exemplo, é da Ásia - China; o Urso Polar - do Círculo Polar Ártico; o Urso Pardo - encontrado em vários continentes; e o Urso negro - encontrado do Alasca ao norte do México. 

A matiz de cores deles também é diferenciada e varia da cor branca, marrom claro, até marrom escuro e preto. 

A partir de agora, falo mais de cada um dos novos amigos do Urso Polar e do próprio Urso Polar. 


Urso Polar



É também conhecido como urso-branco e é um mamífero carnívoro da família Ursidae. Ele é encontrado no círculo polar Ártico e é o maior carnívoro terrestre conhecido e o maior urso de sua raça. 

Na campanha da Coca-Cola ele se apresenta como um urso amigo, de família e alegre. 



Panda




Também da família Ursidae, é encontrado na República Popular da China. Ele possui focinho curto, pelo preto e branco e um jeito pacífico e bonachão. 

Na nova campanha da Coca ele parece ser simpático e aberto à novas amizades. 



Urso negro




Ele também é conhecido como baribal e é um urso norte-americano, visto desde o Alasca até o norte do México. Pode alcançar 2,20 m de comprimento, 1,10 m de altura e 360 kg. O urso negro vive cerca de 15 anos, podendo chegar até os 40.  

Na nova campanha da Coca ele aparece com seu jeito doce, porém reservado. 



Urso pardo




Também da família Ursidae, é um mamífero carnívoro e que pode ser encontrado em praticamente todo o globo terrestre. 

Na campanha nova da Coca ele é um dos mais tímidos e retraídos. 




A mensagem



A nova publicidade da marca de bebidas apresenta a seguinte frase: We may look different. But there's more that unites us than divides us. Em português ela significa: "Podemos parecer diferentes. Mas há mais que nos une do que nos divide"

Legal essa mensagem, né?!



A Coca-Cola já trouxe o conceito de diversidade em outras oportunidades




Não é a primeira vez que a Coca-Cola apresenta o conceito de diversidade. Pode ser a primeira que incorpora em animais, mas ela já tratou do assunto no âmbito humano e social, com a campanha Viva a diversidade. Assista:






A propaganda apresenta pessoas de diferentes gêneros e raças e ainda brinca com montagens e adereços de aves. Bem interessante mesmo.


Gostaram da nova campanha da Coca-Cola?! Não vejo a hora de ver esses desenhos nas latinhas  e no site da marca. J-J



Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 27 de março de 2019

11 motivos para acompanhar o 'Tá no ar! A TV na TV'



No quarto post da parceria Jornalista  ≠ do ano eu e o Arthur Claro resolvemos apresentar vários motivos para acompanhar o Tá no ar! A TV na TV (já falado em um Quinta de série aqui), um programa exibido pela Globo que será finalizado esse ano na sexta temporada. Este é um show que eu e o Arthur temos o costume de assistir e podemos dizer que somos fãs.

TNA foi um programa inventivo que satirizou e ironizou a própria TV com suas esquetes e cenas. Após seis temporadas e indo ao ar desde 2014, a Globo decidiu por não mais exibi-lo. Um de seus idealizadores - Marcius Melhem - disse que chegou a hora da produção fechar um ciclo e que está se debruçando em novos projetos inovadores para o canal.

Quais são alguns dos motivos para acompanhar o Tá no ar! A TV na TV? Separei 11. Você também pode ver os que o Arthur elencou no blog dele aqui. Vamos lá?! 


1- Ele levanta questões, critica e ri do universo da própria TV


O programa retrata e apresenta temas atuais da sociedade e que passaram em telejornais e noticiários, sempre de forma ousada e progressista. Ele fala de atualidades em seu próprio tom bem humorado. 



2- Trabalha com vários formatos e gêneros






TNA brinca e trabalha com os vários formatos e gêneros da TV, entre eles: humorísticos, telejornais, realitys shows, videoclipes, séries, documentários, programas eleitorais e políticos, publicidades e propagandas e programas de canais pagos. O show aproveita a riqueza desses gêneros e formatos. 



3- Fala de questões políticas, comportamentos e sociedade





Misoginação, homossexualidade, poliamor, novas configurações familiares, meio ambiente, sustentabilidade, racismo, comunidades indígenas e eleições foram alguns dos inúmeros temas apresentados no programa. Sempre com um humor sagaz e ácido, ele os apresenta sem se tornar piegas ou clichê demais. 



4- Satiriza programas de outros canais, mas sem nomeá-los






O programa parodia e muda os nomes de vários programas e produções sem nomeá-los ou dizer de qual emissora ele faz parte, mas o telespectador rapidamente faz essa ligação. Isso que é legal! O humor é totalmente inteligente e subliminar. 



5- Parodia todas as religiões (TODAS mesmo!)






Ao contrário do Porta dos Fundos - que satiriza e ironiza as religiões, principalmente as cristãs, de forma pejorativa e apelativa -, o TNA faz isso de forma muito tranquila e light. Nenhuma (Eu disse NENHUMA!) religião deixa de ser satirizada. Eles costumam criar esquetes bem pensadas e engraçadíssimas sobre a umbanda, candomblé, macumba, catolicismo, protestantismo e até mesmo o ateísmo. 



6- Com o programa a Globo se autocritica





Nem mesmo a Globo fica de fora da zoação e da crítica. Programas e artistas da Casa são alvo de piadas e esquetes. Sem falar ainda que o TNA conta com um ativista nordestino que critica as esquetes e cenas do programa, incorporado por Marcelo Adnet, uma das partes mais criativas e engraçadas. 



7- Faz piadas com artistas e celebridades





Vários artistas e celebridades, até mesmo de outros canais, fizeram participações no programa, que costuma satirizá-los e utilizar até mesmo seus sobrenomes para fazer piadas. 



8- Esteticamente, é como se estivéssemos assistindo TV na TV mesmo






TNA utiliza de vários recursos para que a experiência de "assistir TV" seja incrível e verossímel. Como exemplo, posso citar: o exercício de zapear a TV; as legendas dos programas; o "atenção para o toque de 5 segundos"; "esse programa não é recomendado" ou "esse programa é recomendado"; plantão; o layout de programas e canais de músicas; e o rodapé com informações de programas, entre outros. 



9- Dialoga bem com a sociedade


O programa dialoga muito bem com a sociedade e, principalmente, com os telespectadores, que se veem assistindo aos programas, mudando de canais ou ouvindo canais de músicas. 



10- O programa consegue ser genial em poucos segundos





Em meio à zapeadas dos canais, TNA consegue ser genial, criativo e inovador. Em poucos segundos, com uma cena ou a manchete de uma notícia, ele consegue ser engraçado e o telespectador não consegue nem ao menos pegar no ar aquela piada. Por isso, o site GShow separou uma lista de 60 vezes que o programa foi genial e o telespectador não prestou atenção. 



11- Ele consegue inovar e mudar o layout da logo da Globo em todos (Eu disse TODOS!) os programas






Sempre na chamada de alguma nova produção do canal costuma-se mudar o layout e cores da logo. A de Órfãos da Terra, por exemplo, é uma logo meio arenosa e de cor marrom. Agora, o Tá no ar consegue fazer isso durante todas as terças-feiras de exibição de uma forma criativa. Confira algumas das transformações da logo:





Confesso que esse é um motivo para assistir ao programa. Eu sempre fico ansioso por saber qual será a próxima transformação de logo. 


Esses são alguns dos inúmeros motivos desse programa que só falta alguns episódios para chegar ao fim.


E você, já conhecia esse programa? Gostou dos motivos? Digam tudo nos comentários! J-J











terça-feira, 26 de março de 2019

Rádio Bagaralho: Programa "Entrevista musical" #6 - Layon Yonaller






Olá ouvintes da Rádio Bagaralho FM (Rádio Bagaralho, a rádio do... povo). Aqui quem fala é o locutor Arthur Claro, aquele que é igual porém diferente. Hoje o programa é uma entrevista com o colaborador Layon Yonaller aqui do JOVEM JORNALISTA. Espero que gostem dessa entrevista como gostei de fazer.


Arthur: Quando você era criança, ouvia música? Qual ouvia?
Layon: Não me ligava muito para música. Ouvia mais o que passava nas rádios como uma companhia para não ter silêncio em casa.






Arthur: Você tem vergonha de alguma música que você gostava e hoje em dia não? Se sim, me diga qual.
Layon: Não tenho vergonha, mas gosto da música Alcazar, de Roger Henri. Estou curtindo as músicas instrumentais porque elas por si só são suficientes para passar o tempo.




Arthur: Você costuma dançar/cantar com a música?
Layon: Não. Nem faço isso sozinho.


Arthur: Você tem algum ídolo musical? Qual?
Layon: Não.


Arthur: Além de passar o tempo ouvindo música, qual outra atividade você usa a música como companhia?
Layon: Escrever e desenhar.


Arthur: Sobre música nacional, você gosta?
Layon: Não muito. Passo por cada estação de rádio como faço com o controle remoto da televisão.


Arthur: Você escuta só as rádios da sua cidade ou de outros lugares?
Layon: Graças a internet ouço as rádios de todo o Brasil e mundo. Ouço mais de madrugada porque o conteúdo é bom e por que me faz companhia antes de dormir. Não consigo dormir sem um rádio ligado, caso contrário fico com muita dificuldade de pegar no sono. Ouço outras rádios fora de Brasília por pura curiosidade, pois gosto de radiodifusão. Utilizo o TuneIn e os sites das emissoras de rádio. Quando me dei conta percebi que escuto cada vez menos o rádio físico ou o rádio do celular. Mas prometo que escutarei o que se passa no dial.


Arthur: Tem alguma música que você começou a gostar após alguém indicar?
Layon: Não. Ninguém me indica nada para mim, o que dirá música. Do jeito que a música está me sinto agradecido.


Arthur: Você gostaria de ir em algum show? Pode ser de hoje em dia como do passado.
Layon: Me arrependo até hoje de não ter ido ao show de aniversário dos 500 anos do Brasil que ocorreu na Esplanada dos Ministérios. Minha irmã e meu pai foram e fiquei vendo pela televisão. Não era pelas músicas e cantores, mas pelo evento em si. Mas hoje, e assim como no passado, não quero ir para show nenhum. Ao ir a muitas festas familiares com tanto barulho senti vontade de não estar por lá, mas criança não tem vontade. Hoje, adulto, fico feliz por não estar perto de shows: o pessoal que vai para lá bebe bastante, arruma briga e até mata e morre lá. E mais: por que frequentar um show onde pago mais que uma mulher? Como disse o Julius, da série Todo mundo odeia o Chris, prefiro ficar em casa que é grátis.


Arthur: O que você achou desta entrevista? Agora sugira uma música para os nossos ouvintes.
Layon: Achei que responderia uma pergunta invasiva, mas se ninguém pergunta como saber? Quase suei frio, mas está tudo bem. Se é para recomendar uma música recomendo a... Vamos ver... Hum... Cuando calienta el sol de Luis Miguel. Um ótimo cantor que infelizmente o Brasil não conhece muito, apenas faz sucesso nos países hispânicos. Uma qualidade musical de ponta. Indiquei outra canção dele no quadro Entre Frames porque Luis Miguel é um cantor por excelência.




Queridos ouvintes, quero agradecer a todos e espero que continuem ouvindo a Rádio Bagaralho. Vocês também podem ser entrevistados para esse quadro se manifestarem o desejo! Um bom restante de final de semana repleto de felicidades. Beijos e abraços. J-J























Por: Arthur Claro

segunda-feira, 25 de março de 2019

5 anos do 'Arthur Claro Igual porém diferente': as bodas de madeira



Exatamente hoje o blog do Arthur Claro, o Arthur Claro igual porém diferente, realiza 5 anos de existência. Resolvi fazer uma homenagem para o seu espaço. 

5 anos já demonstra a maturidade de seu blog e representa bodas de madeira. A madeira representa algo forte, rígido, mas também vida, árvore, natureza, ar puro. Percebo que o blog tem se mostrado forte e resistente, sendo difícil que algo o derrube. 

É comum ver esse elemento em árvores, representados por seus troncos e raízes profundas. Essa é a fase do Arthur de, literalmente, criar raízes profundas, fortes e eternas. Algo sólido e resistente que não é qualquer coisa que terá a capacidade de destruir, somente se for um serrote ou um facão.

Desse modo, o blog realizar 5 anos hoje significa que ele criou raízes, resistência e rigidez frente aos desafios e dificuldades que podem existir ou vir pela frente. 


A comemoração

A madeira está relacionada com a primavera, cor verde e, como falei, árvores. Casais costumam comemorar a data com decorações rústicas e bucólicas, presenteando seus parceiros com caixinhas de madeira com bombons; árvores; piquenique em lugares naturais e com gramas; caixas de madeira esculpidas com nomes, mensagens ou partes dos votos. 

A criatividade pode rolar livremente, sem ressalvas. Vai da imaginação de cada um. 


A homenagem


Pensei muito em como presentear o Arthur e seu blog nessa data. A homenagem não será algo físico, mas virtual e espero que goste.

Bem, pensei em encontrar uma fonte que relembrasse a madeira para criar a minha homenagem. Encontrei as fontes Drift e Alphawood




Depois de encontradas as fontes para realizar a imagem, procurei um fundo claro e simples, para que minha mensagem fosse dita de forma clara. 

Por último procurei balões com desenhos de árvores. Não achei. Foi aí que pesquisei "balões verde sem fundo" e encontrei alguns para compor a minha homenagem.

O resultado final foi esse abaixo:



Espero que o blog tenha muitos e muitos anos e que a parceria entre o JOVEM JORNALISTA e ele não acabe tão cedo. J-J


Por: Emerson Garcia

sábado, 23 de março de 2019

O ar psicodélico e bucólico do clipe 'Deus meu' de Israel Subirá e Marcos de Almeida




Hoje apresento um videoclipe muito legal que assisti esses dias. Trata-se de Deus meu do Israel Subirá e Marcos de Almeida. O vídeo foi publicado no dia 13 de março e já conta com quase 300 mil visualizações, 40 mil curtidas e 164 descurtidas

O vídeo é uma produção de FJR CREW (Flauzilino Jr + Trentino) que produziu e realizou nada mais nada menos que o INCRÍVEL clipe Liberdade de Priscilla Alcântara (já falado aqui). Flauzilino Jr já realizou mais de 50 vídeos e tem se tornado um diretor com características bem próprias. 

O trabalho faz parte do projeto Som do Reino, idealizado por André Aquino, Alessandro Villas Boas e Brunão Morada. 

O clipe tem um ar psicodélico e bucólico que apresenta diversas colagens que se sincronizam com o ritmo da música e com o vídeo. Assista-o:






O trabalho audiovisual de Deus meu enaltece a natureza, além de apresentar um astronauta que interage com o universo e e as borboletas que invadem toda a duração da obra. Merecem destaque as seguintes imagens e frames: planeta Terra, flores, prédios, monumentos, edifícios, carro, galáxias, universo, estrelas, borboletas, silhuetas de pessoa e urso. 

O astronauta é o grande protagonista do vídeo, além do carro verde - que parece ser um Chevette (Sim! Eu não entendo nada de carros!) - e das borboletas. O astronauta caminha nas cenas, corre, além de dançar e fazer vários passinhos contemporâneos enquanto borboletas invadem o ambiente. Já o carro verde perpassa a estrada e chega até mesmo a entrar em um túnel arredondado ao final. Por último, as borboletas - laranjas com bordas pretas - estão presentes voando e apresentando sua beleza por todo o videoclipe. 

As principais cores da obra que pude perceber são as seguintes: verde, amarelo, branco, azul e laranja, que se combinam e a deixa mais vivaz e alegre. 

O vídeo conta com letra, que facilita a visualização e memorização das pessoas. 


O clipe, a letra e a melodia


A letra fala de alguém que não se apega às riquezas e benefícios da vida terra, mas sim, em Deus e em seu poder. "O que tenho eu além de ti? E que certeza há no amanhã? E que motivo há pra sorrir Se não for você?"

Todo o universo irá passar, assim como as galáxias e estrelas, e só ficará alguém com quem nós poderemos nos apegar: à Deus. "A terra vai passar e nada nela vai ficar Todo ouro é abandonado e tesouro esquecido De que vale a minha riqueza na face da morte? Mas de mãos vazias, e o coração cheio Eu abro mão dos meus caminhos Para andar em ti".

O clipe faz referências a vários trechos da música. O universo e a galáxia representados fazem referência ao trecho que diz "a TERRA vai passar". O astronauta caminhando e correndo faz alusão clara aos versos: "eu abro mão dos meus CAMINHOS para ANDAR em ti".  

Percebemos que o clipe apresenta objetos, ícones, imagens e símbolos da vida terrena - flores, universo, planeta terra, carro, estrelas - e, nas entrelinhas, demonstra que nada disso é eterno e que não devemos nos apegar à essas coisas.

O ritmo e melodia da música é dançante, criativo, alegre e lembra bastante o gênero folk gospel.


E você, gostou do videoclipe? Já conhecia? O que você tirou dele? Digam tudo nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 21 de março de 2019

Quinta de série: Os dias eram assim

Pode conter spoilers!







No Quinta de série desse dia apresento a produção Os dias eram assim. Exibida entre 17 de abril e 18 de setembro de 2017, esta foi uma supersérie produzida pela Rede Globo que contou com 89 capítulos. Apresentada na faixa das 23 horas e com censura de 16 anos, fora escrita por Ângela Chaves e Alessandra Poggi, com direção geral e artística de Carlos Araújo. O elenco teve a presença de Sophie Charlotte, Renato Góes, Maria Casadevall, Gabriel Leone, Cássia Kiss Magro, Marcos Palmeira, Letícia Spiller e Carla Salle. 

Os dias eram assim foi o primeiro produto da emissora considerado como supersérie, ou seja, uma obra com similaridades de novela e série ao mesmo tempo. Esta supersérie assumiu o que se conhecia até então como novela das onze

A supersérie tem como pano de fundo os anos 1970 e 1980, quando o Brasil passava pela chamada ditadura militar. Nela conhecemos o casal Renato Reis e Alice que se apaixona, mas que passa por dificuldades, que envolve o momento político da nação da época. Além dessas dificuldades, eles também devem vencer a fúria e o ódio de Vitor, ex namorado de Alice, que não gosta nada da ideia da aproximação dos dois e arma sempre para separá-los.

A produção é mais que uma história de romance e dificuldade, mas de luta, ideias políticos e um retrato de como a sociedade se portava. Os dias eram assim foi uma obra corajosa por mostrar sem filtros ou edições a realidade da época. E que realidade era essa?! As torturas, exílios, paixões proibidas, tentativa de mudar o sistema, o processo de Diretas Já, o tri mundial da seleção brasileira, a descoberta da Aids etc. 




Desse modo, Os dias eram assim é uma história de romance, mas também de luta, de busca por ideias e de tentativa de mudança política e social. O interessante é que a trama aborda o auge da ditadura militar e o seu fim nos anos 1980 (Ela abrange os anos de 1970 até 1984), com detalhes e informações - vídeos, documentos, mídias e jornais da época. 

Em ODEA acompanhamos o drama de Alice e Renato que se amam, mas que não podem ficar juntos por questões políticas. Idealistas e sonhadores, mesmo com os empecilhos da vida, procuram mudar a realidade ao seu redor, mesmo com a distância e o passar dos anos. Será que esse amor tem o poder de vencer um regime político tão forte?! Será que com o decorrer dos anos e longe um do outro, Alice e Renato ainda se amam? Perguntas que só quem assistiu ou assistirá a supersérie pode responder. 


Personagens


A supersérie contou com duas fases distintas: a primeira de 1970 à 1979 e a segunda de 1979 à 1984. Com o passar dessas fases, alguns atores mudaram e outros se mantiveram. Selecionei personagens marcantes da trama. 




Alice: protagonista da trama. É uma estudante idealista e questionadora que se apaixona por Renato, mas que é afastada dele por vários motivos. 





Renato: também protagonista da trama. É um médico idealista, sempre disposto a ajudar e salvar vidas. Se apaixona por Alice, mas tem que se afastar dela e ir morar exilado no Chile. 





Vitor: vilão e antagonista da trama. É o ex namorado de Alice, que afasta ela de Renato junto com a ajuda de Arnaldo. 





Rimena: médica chilena que se encontra com Renato quando ele vai para o Chile. Os dois constituem uma família e tem um filho. 





Gustavo: irmão de Renato. É estudante, músico, que luta pelos seus ideais e contra a ditadura militar. Em um momento da trama é preso. 





Túlio: jovem idealista e amigo de Gustavo. É contra a ditadura e planejou ao lado do amigo o atentado contra uma construtura que apoiava o movimento da época. 





Vera: viúva e mãe de três filhos - Renato, Gustavo e Maria. É dona de uma livraria em Copacabana. 





Arnaldo: dono da construtora Amianto e apoiador da ditadura militar. É pai de Alice e Fernanda e fará de tudo para que sua primogênita (Alice) se case com o magnata e advogado Vitor. É ambicioso e inescrupuloso. 





Cora: é a mãe do vilão, Vitor. Extremamente oportunista e interesseira. 





Fernanda: conhecida como Nanda, é a irmã mais nova de Alice. Extremamente boêmia, gosta de viver a vida como se fosse seu último dia. Ela adquire Aids em uma época que a doença era pouco conhecida. 


Questões políticas


A trama aborda a questão política, passando pelos Anos de Chumbo. O interessante é que a Globo retratou a época de forma verossímil, ao contrário do que aconteceu na realidade, quando ela apoiou o movimento. Então, essa série é uma forma de retratação do canal. 

Torturas são apresentadas de forma realística. Há bastante sangue, violência e assassinatos desmedidos. Desse modo, a série não é nenhum pouco leve e light. Ela mostra e personaliza os torturadores da época em personagens como Arnaldo (Antonio Calonni), Vitor (Daniel de Oliveira) e Olavo Amaral (Marco Ricca). 

A Globo obteve êxito em criticar o movimento político que, alguns dizem, ter a ver com os dias atuais de nossa sociedade. Há quem fale que os dias eram assim, estão assim e tendem a ficar assim. Então, a produção critica a censura, exílio e a falta de democratização. 

Para amenizar sua posição de apoiadora da ditadura militar, a Globo utilizou o recurso de edição de reportagens em que, claramente, retratava somente um lado das Diretas Já

Outra questão política muito forte são os movimentos estudantis, em que pessoas idealizavam  e eram a favor da democratização do país. 


Questões sociais


A série inicia-se com a comemoração do tricampeonato da seleção brasileira. Um momento de alegria, descontração e felicidade, que contrastava com o que acontecia no país. Seria possível comemorar um título em meio à exílios e torturas?! Não sei como o governo se aproveitou desse título na época, mas deve ter utilizado de forma positiva, de modo a enaltecer a nação e só mostrar seu lado bom. 

Também merecem destaque, as criações artísticas - seja por meio de livros, músicas, televisão ou teatro - que mesmo em uma época de extrema censura, ainda se conseguia produzir bons conteúdos. 

Por outro lado, o movimento de libertação sexual estava em alta, em que as pessoas buscavam o prazer à qualquer custo. Desse modo, a obra discute a bissexualidade e a homossexualidade. 


Aids



Um dos melhores temas tratados pela produção foi a Aids. Na época em que a trama se passa a doença ainda estava em descoberta e não havia os remédios (coqueteis) de tratamento disponíveis. A trama apresentou todo esse drama através da história de Nanda, uma jovem apaixonada pela vida que a viu se transformar com a descoberta da doença. A interpretação e maquiagem do personagem merecem destaque. 

Na época que se passa a história, foi quando perdemos Renato Russo e Cazuza para a doença, dois astros do rock nacional. 


Abertura e trilha sonora


A abertura conta com a trilha sonora Aos nossos filhos, de Ivan Lins e é incrível e curiosamente cantada pelos protagonistas da trama: Sophie Charlotte, Renato Góes, Gabriel Leone, Daniel de Oliveira e Maria Casadevall. Fiquei sabendo disso no último capítulo, quando a trama foi encerrada com eles cantando nos bastidores. 





Achei interessante a iniciativa de atores da trama cantarem a trilha sonora. Seria plausível que outras tramas fizessem o mesmo. 



Audiência


A audiência da supersérie oscilou entre 22,7, 27, 26 e 23 pontos. - números bastante expressivos. Sua média foi de 21 pontos e a trama bateu recorde de 32 pontos

Os dias eram assim foi uma das tramas das onze mais assistida desde que o horário de fora criado. Verdades Secretas detinha esse recorde com 20 pontos de audiência. Já Os dias eram assim 21 pontos. 



Crítica

A trama apresentou uma temática inovadora, mas que não traduziu fielmente sua complexidade nos capítulos. As autoras preocuparam-se mais em destrinchar a história de romance do casal de protagonistas, que relatar com profundidade a ditadura militar. Esses fatos foram tratados de forma simplória, pasteurizada e movidas por clichês que podem, ou não, ser confirmados. 

Contudo, em seus momentos de contextualização histórica  a trama resgatou reportagens, imagens e músicas da época, em uma documentação até que relevante. O pecado encontrou-se quando foi incorporada à trama uma música que somente foi lançada em 1986, Tempo Perdido, sendo que a trama foi até 1984. Mesmo com esse impasse, não poderia deixar de citar a música de Renato Russo tão bem representada por Thiago Iorc. 






Algo que pode ter atrapalhado a trama também foi sua duração (89 capítulos). Há quem diga que não era necessário essa quantidade de capítulos e que ela poderia ser mais enxuta.

Os dias eram assim possui boas cenas, ganchos e cliffhangers, mas não podemos esquecer que trata-se de uma obra de ficção. J-J






Por: Emerson Garcia
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

Template por Kandis Design