domingo, 26 de fevereiro de 2017

Supercrítica Oscar 2017: melhor animação




Antes de começar a Supercrítica Oscar 2017: Melhor Animação tenho que pedir desculpas por não ter assistido Minha vida de Abobrinha. Vocês não imaginam o quanto foi difícil achar essa animação e a minha dificuldade pra achar a legenda em PT-BR, que acabei por não encontrar. Então, infelizmente deverei a minha crítica desse filme. Vou falar que nem a Glória Pires: "Não assisti. Não sou capaz de opinar". Então, farei as crítica dos outros 4 desenhos.

As animações que também concorrem a Melhor animação esse ano são: Moana- Um mar de aventuras, Zootopia- Essa cidade é o bicho, A tartaruga vermelha e Kubo e as cordas mágicas. Todas as produções possuem sua sutileza nas histórias, que são traduzidas por seus traços, cores e fotografia. 

Kubo e as cordas mágicas traz traços quadráticos e ambientes de encher nossos olhos. Moana possui traços realísticos - como estamos acostumados em ver em animações da Disney e Pixar - e personagens havaianos que me lembraram bastante Lilo & Stich, além de paisagens marinhas magníficas. Falando em mar, A tartaruga vermelha possui uma das melhores fotografias entre os concorrentes, ao trazer uma imensidão azul que salta da tela e chega até os nossos olhos. Contudo, em comparação à Moana, sua produção de desenhos e traços é mais simplória. Zootopia (outra animação da Disney/Pixar que concorre nessa categoria) traz uma vibe colorida, alegre e cheia de detalhes aos personagens animais que vivem como pessoas.

Vamos às histórias e outros detalhes de cada filme agora. Kubo e as cordas mágicas tem uma carga emotiva e um bom gancho, que tem a ver com se aventurar por um bem maior. Kubo é um menino encantador que tem a capacidade de fazer origamis apenas tocando seu violão. Confesso que dos roteiros esse foi o que menos gostei.

Moana conta a história da primeira "princesa" da Disney da América Latina. Menina cheia de sonhos, que é escolhida pelo mar para uma grande missão, sendo que seu pai não é muito à favor disso. Gostei bastante dos personagens, das músicas e de toda a carga de sonhar e acreditar que o filme traz. É um excelente candidato ao oscar de animação esse ano.

A tartaruga vermelha é a única animação indicada que não possui nenhuma fala. Isso não desabona em nada a produção. Entendi a história através das atitudes do náufrago - personagem principal, dos sons e gestos das tartarugas. A fotografia, sem dúvidas, ganha em disparada com relação às outras. Mesmo sendo um bom filme, não sei se ganha a premiação logo mais.

Zootopia já chega ganhando um prêmio de outra cerimônia de cinema. Sim, Zootopia tem enormes chances de ganhar mais esse prêmio! A história da coelhinha encantadora que sai da roça e vai para a cidade com o sonho de tornar-se policial é muito boa e cativante. Como todos os filmes da Disney, esse traz importantes ensinamentos para levarmos para nossas vidas.

No geral, gostei bastante das animações indicadas. De todas que assisti, posso tirar lições valiosas. Creio que a disputa ficará entre Moana e Zootopia. Só para fugir um pouco do óbvio, será Moana a animação vencedora. Escrevam isso! J-J


Por: Emerson Garcia

Supercrítica Oscar 2017: melhor filme



São 9 os melhores filmes indicados ao Oscar esse ano (em 2016 foram 8). O que percebi nos indicados é um amplo número de filmes com temática dramática, além de um musical e uma ficção científica. Outra coisa que pude perceber é o roteiro de muitas produções que contam histórias de desprezados, negros e estrangeiros, como Estrelas além do tempo, Moonlight, Um limite entre nós e Lion. Preparem seus lencinhos, pois os indicados trazem histórias para lá de emocionantes! 

Então, vamos aos indicados e a quantidade de categorias que cada um está concorrendo. La La Land- Cantando Estações (14 categorias), A chegada (8 categorias), Moonlight- Sob a Luz do Luar (8 categorias), Manchester à beira-Mar (6 categorias), Até o último homem (6 categorias) e Lion- Uma jornada para casa (6 categorias).

Bem, não é novidade pra ninguém que o favorito para ganhar a estatueta de Melhor filme é La La Land, o musical romântico de Damien Chazelle - que também dirigiu Whiplash. Preciso dizer que esse foi um dos melhores filmes do gênero que já assisti, justamente pela parte sonora não ser irritante. As músicas estavam lá, mas vinham pra somar com a história. Os atores não saiam cantando a torto e direito. City of stars é uma canção que me tocou profundamente e eu tenho certeza que ganhará o Oscar de Melhor Canção Original. Desde a música e o flash mob de abertura, passando pelos cenários da produção, diálogos, canções, tudo é incrível, colorido, belo, irresistível. Cada estação do filme promove uma sensação, seja por conta das cores ou do ritmo do roteiro. O final é simplesmente incrível, dando um tapa em nossas caras à respeito de expectativa vs. realidade. O roteiro também é genial: os sonhos e os amores da atriz Mia e do pianista Sebastian. Com certeza o filme concorre na categoria certa!

A Chegada traz um gênero diferente: um sci-fi moderno. Esse foi um dos filmes que assisti. Ele me prendeu do início ao fim. A história conta sobre doze nave que aterrizam em pontos distintos da terra de forma misteriosa e com um motivo. A partir daí, começam investigações e a tentativa de comunicação. O filme lembra bastante Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Contato. O roteiro está impecável e o trabalho de direção também. Não sei se a produção ganha a estatueta de Melhor filme devido a complexidade da história.

Até o último homem, dirigido por Mel Gibson, é um filme que mescla drama, romance e guerra. Ao meu ver, essa mistura deu certo, porque fiquei vidrado na história do homem que sonhava em ser médico de guerra e que detestava tocar em uma arma de fogo. É um filme que conta a história real do soldado Desmond Doss, que mesmo não gostando de violência, conseguiu salvar mais de 75 homens na guerra! Realmente uma história emocionante. Merece destaque também o seu romance com sua esposa e as cenas de guerra, tão reais e viscerais (Tem duas que fiquei chocado). Pra mim, deveria ganhar o Oscar de Melhor filme e outros como Montagem e Som

Estrelas além do tempo, ao meu ver, é outro que deveria ganhar o oscar de Melhor filme (Esse ano está bem difícil rs). Assim como Até o último homem, esse traz fatos históricos muito interessantes: a história de três matemáticas que venceram o preconceito racial e de gênero dentro da Nasa. Está certo que em alguns momentos o roteiro derrapa, por trazer cenas monótonas e desinteressantes, mas no geral é um bom show. Cenas cheias de drama, superação, lições feministas, sutilezas e o que eu achei mais interessante: bom humor. Em algumas cenas eu morri de rir. Foram bem boladas. 

Lion traz a história real de um menino  indiano chamado Saroo que quando tinha 5 anos se perde do irmão mais velho em uma estação de trem e pára a 1600 Km, em Calcutá. Ele enfrenta diversos perigos nas ruas, até que é adotado por uma família australiana. Quando cresce, manifesta o desejo de reencontrar com seu irmão. Lion é um excelente filme que traz cenas emocionantes e comoventes. Em algumas, tive que segurar as lágrimas. A fotografia, como falei em outro post (mais cedo), é excepcional. Não sei se é o favorito à Melhor filme, não.

Moonlight é outro forte candidato ao oscar de Melhor filme. Sim, o filme é muito bom, mas acho que mesmo assim La La Land leva. Ele conta a história de Chiron em 3 momentos diferentes de sua vida: infância, adolescência e adulto. Ele é um menino que vive no subúrbio e passa por várias dificuldades: mãe usuária de drogas, bullying e homofobia. O filme conta isso de forma poética e sensível. Não é preciso muitas falas e uma produção grandiosa para captarmos o que a cena quer dizer. A cena no mar é sensacional! A fotografia e a trilha sonora é algo notável também.

Um limite entre nós é o terceiro filme dirigido por Denzel Washington, baseado em uma peça de mesmo nome escrita por August Wilson. O roteiro conta a história do lixeiro Troy, um homem amargurado e durão com a vida e com seus conflitos familiares. A produção me lembrou bastante uma peça teatral por conta de passar em praticamente em um só local, pelas atuações e diálogos dos atores. É um filme que tem seus momentos dramáticos, mas que peca pelo seu tamanho extenso (2 horas e 15 minutos). Nada que a atuação belíssima de Denzel Washington e Viola Davis não possa resolver. Creio não ganhará a estatueta de Melhor filme

A qualquer custo é uma excelente produção, mas creio que não tenha cacife pra concorrer com La La Land e Estrelas além do tempo. É um faroeste moderno, cheio de sangue e cenas de ação que conta a história de dois irmãos que pra salvar o rancho da família fazem uma série de assaltos à bancos. O filme, então, gira em torno da perseguição policial de xerifes da cidade para pegá-los. 

Confesso que Manchester à beira-mar é a produção que menos gostei dos indicados. A história é monótona e cansativa. A produção conta  a história do zelador Lee Chandler, que perdeu tudo na vida, mas volta para a cidade natal por conta da morte do irmão e para cuidar de seu sobrinho. O filme não me prendeu em nenhum aspecto, talvez pela frieza e o tom inóspito que ele me apresentou. Não é um bom filme.

Aí estão as minhas modestas críticas sobre os indicados à Melhor filme logo mais. Confesso que para assistir todos foi uma luta contra o tempo e a indisposição. Além disso, tive dificuldades para achá-los, assim como suas legendas. Mas no final deu tudo certo. Agora, é só esperar que La La Land leve a estatueta pra casa. J-J


Por: Emerson Garcia

Supercrítica Oscar 2017: melhor fotografia



A fotografia de um filme sempre chamou a minha atenção. Colocação de cores, luzes, texturas, é um trabalho árduo para os diretores de fotografia, que precisam traduzir visualmente toda uma produção cinematográfica. Essa é a primeira vez que falo de Melhor Fotografia em uma Supercrítica. Veremos se eu vou bem ou não.

5 filmes concorrem nessa categoria esse ano, são eles: A chegada (Bradford Young), Lion (Greig Fraser), La La Land (Linus Sandgren), Moonlight (James Laxton) e Silence (Rodrigo Prieto). Todos os filmes indicados traduzem alegria, tristeza, solidão e emoção em suas fotografias.

A chegada possui um trabalho visual bonito com cores ora intensas, ora suaves. Em várias cenas fiquei deslumbrado com o que o ambiente queria traduzir para mim. As cenas dentro da cápsula mostravam uma matiz de cores escuras, mas com determinada beleza. Já as externas, traziam um frescor e um amarelado sob a tela. Sem me esquecer ainda dos trechos em azul, que davam emoção e intensidade à produção.

Com relação a A chegada, Lion é totalmente o oposto. A fotografia aqui é traduzida apenas de uma forma: algo saturado com um filtro de luz amarelo queimado. O teor emocionante e dramático da produção é traduzido por sua fotografia. Uma das cenas iniciais, quando Saroo está na estação de trem, é um dos pontos altos da fotografia. O fotógrafo Greig Fraser nos presenteia com um jogo de luz e efeitos perfeitos.

La La Land é o favorito a essa categoria e não é para menos. A fotografia - morna, porém ousada - me encantou nesse musical. Há toda uma matiz de cores que tornam o tom de Los Angeles mágico. Gostei muito de como a fotografia foi trabalhada nas quatro estações, principalmente no Inverno ao trazer bastante azul.

Moonlight possui uma fotografia intimista que traduz o que o personagem e a cena querem dizer. Não precisou de muito para o fotógrafo James Laxton prender a minha atenção com seu trabalho. Os filtros de luzes são incríveis e emocionantes, embora simples e sem pouca novidade.

Gostei bastante da fotografia de Silence. O fotógrafo concorre pela segunda vez nessa categoria (a primeira foi com O segredo de Brokeback Montain). As paisagens do filme ornam bastante com seus jogos de luzes. O fundo histórico do filme também une-se de forma congruente com a fotografia. Merece destaque no filme as cenas em tons azulados.

Cada filme indicado tem sua particularidade de fotografia. Uma curiosidade: todos os fotógrafos concorrem pela primeira vez nessa categoria, com excessão de Rodrigo Pietro (Silence). Os meus favoritos nessa categoria são La La Land e Silence. Creio que La La Land irá ganhar. J-J


Por: Emerson Garcia

sábado, 25 de fevereiro de 2017

De seminua (nua) à vestida: A vinheta "Globeleza 2017" e o que tudo isso implica




"Vem pra ser feliz
Eu tô no ar com o Globeleza
Eu tô, que tô legal.

Na tela da tv no meio desse povo,
A gente vai se ver na Globo. (2X)"


Você com certeza já deve ter ouvido esses versos alguma vez. Ele é cantado e encenado na TV Globo há mais de 15 anos. A vinheta é uma criação do designer Hans Donner (que também criou aberturas com mulheres como das novelas Tieta (1989), Pedra sobre Pedra (1992); e com homens, como O Clone (2002)) e a letra de "Samba da Globo" é de Jorge Aragão e Franco Lattari, cantada por Quinho. Conheça mais dessa origem (com grifos):

“A Globo faz escola no Carnaval deita e rola”, anunciava a primeira vinheta de carnaval que a modelo Valéria Valenssa protagonizou, em 1990 [...] a chamada ganhou o nome de Globeleza no ano seguinte, quando foi apresentada a música Samba da Globo [...] Em 1993, Valéria apareceu sozinha na vinheta e recebeu o título de Globeleza", Memória Globo sobre o Globeleza. 


De 1990 - quando foi ao ar a primeira vinheta de carnaval - até 2016, a propaganda trazia uma mulher de pele negra (com exceção da de 2016 de tom mais claro) que estava nua, apenas com o corpo pintado com tinta e glitterA Globeleza mais conhecida é Valéria Valenssa - que já sambou com diversas artes com tinta (inclui indígena, tecnológica e com detalhes metalizados) e até mesmo grávida em 2003 - mas tem outras modelos: Gianne Carvalho, Aline Prado, Nayara Justino e Erika Moura (Leia mais sobre no Memória Globo).

Foi nesse ano (2017) que a Globo decidiu inovar a vinheta do Globeleza. A atual globeleza aparece vestida e não mais sozinha. Assista:






Que paradigmas a Globo pretende mudar com essa vinheta? Que aspectos de nossa cultura ela abraça? 


Paradigmas

Ficou claro para mim que a Globo não quer centrar mais o carnaval em torno de apenas uma pessoa (Aqui lê-se uma mulher com belas curvas e com um corpo exuberante), mas quer ampliar sua visão de mundo e a ideia de que carnaval não é só peito, bunda e mulheres sambando. O intuito é mudar o estereótipo de mulher brasileira. Para isso, decide-se vestir a mulher na propaganda e colocá-la lado a lado com outros protagonistas do carnaval brasileiro, tão importantes como ela.

Se isso é um avanço? Eu não sei. Diria que é uma mudança de paradigma. O que observamos (até pouco tempo) é a exposição do corpo feminino em anúncios de cerveja, propagandas de automóvel e traseiros femininos em outdoors nas estradas. Se é pra anunciar uma cerveja, tem que anunciar a "boazuda"; se é pra fazer com que homens comprem carros, coloca-se uma mulher com a bunda empinada encima dele; se é pra vender carnaval, mostra-se o traseiro e o bico do peito das modelos e por aí vai. A socióloga Rosa Schwartz, em entrevista para a UOL, disse que a nudez feminina não é proibida em nenhum veículo, mas quando é usada para fins comerciais, transforma a mulher em objeto sexual:

"Você pode fazer o que quiser com o seu corpo, mas quando a mídia usa a nudez de uma mulher está reforçando o machismo e o sexismo".


Eu não sei se a mídia reforça o machismo e o sexismo. O que eu creio é que ela reforça estereótipos e impõe paradigmas, do tipo: "carnaval é só peito e bunda" "carnaval tem que ter mulher gostosa". Dizer que a atitude é "machista" e "sexista" seria extremo demais da minha parte.

Tal paradigma também pode ser visto em outras emissoras, como a Band e a antiga TV Manchete. O colaborador Layon Yonaller quem traz essa informação (com grifos):

"Tanto a Bandeirantes (ou Band) quanto a extinta Manchete tiveram suas musas seminuas em vinhetas de carnaval. A da Band foi neste esquema até assumir uma nova diretriz em fazer a cobertura do carnaval de Salvador na década de 2000. A Rede Manchete herdou sua cobertura em carnaval da revista Manchete - especializada em fazer belíssimas coberturas carnavalescas".


Em 1995, a Manchete trouxe uma modelo que seguia os moldes das globelezas da Globo: corpo bem torneado e até mesmo glitter e tinta no corpo (Criatividade mandou abraços). Por sua vez, em 1999, a Band trazia um ícone da época em trajes íntimos e com toda sensualidade: a Tiazinha, a musa inspiradora de muitos adolescentes. A atitude das emissoras não era de machismo, mas de apenas ressaltar estereótipos e modelos de paradigmas. Veja as vinhetas:










E as vinhetas e aberturas com boys?

Esse discurso da socióloga de falar que é "machista" e "sexista" as antigas vinhetas da Globeleza é algo difícil de lidar (Não. Não quero polemizar essa história de machismo e feminismo, como a Fany fez recentemente), uma vez que trabalha com dois pesos, duas medidas. 

Na TV, quando há uma exposição do corpo feminino, vem os dedinhos levantados e a seguinte fala: "Olha! Isso é uma falta de respeito! Fere meu pudor!". Mas, quando homens aparecem nus ou seminus em aberturas e vinhetas não existe isso. Que manifestação a socióloga fez, por exemplo, quando a Globo veiculou a abertura das Olimpíadas de 1992 e 1996? Ou quando ela exibiu a abertura de O Clone - realizada pelas mãos e o olhar incrível de Hans Donner - em que trazia um homem nu em pêlo em pleno horário nobre? 










Quer dizer que não existe problema em exibir músculos, coxas, abdômens e outras partes do corpo masculino em rede nacional, mas sim o corpo feminino? Quando exibe-se o corpo masculino fala-se: "É arte. Inovação. É vanguardismo". Já sobre o corpo feminino se diz: "É violência. Estupro. Violação dos direitos femininos". Ambas os retratos (corpo feminino e masculino) fazem parte de paradigmas criados, então por que diferenciá-los?

Mesmo assim, tanto na TV, como no cinema e séries, é aceitável aparecer peitos femininos ali, bundas femininas aqui, e quando possível (Só lembrar de Game of Thrones) nudez frontal feminina, mesmo que isso gere polêmica. Mas existe um tabu em não mostrar a nudez masculina, principalmente a frontal (As aberturas e vinhetas da Globo eu não observo isso, mas nas séries e minisséries da emissora, filmes e séries no geral, sim). Esse é mais um paradigma criado pelos atores da indústria cultural: nudez feminina dá dinheiro, audiência e polêmica, a masculina, não. 


Abertura de Brega & Chique


Aliás, minto um pouco. A nudez masculina já foi motivo de polêmica na TV, sim, com a abertura da novela Brega & Chique - criada (por coincidência também) por Hans Donner. O cartão de visitas da novela trazia o modelo Vinícius Manne com a bunda à mostra, ao som de "Pelado, pelado Nu com a mão no bolso". Isso foi motivo de censura, de acordo o Memória Globo (com grifos):

"Inicialmente, a Censura Federal exigiu que a nudez fosse coberta com uma folha de parreira. No segundo dia de exibição da novela, a folha estava lá, escondendo o traseiro do modelo. Mesmo assim, a Censura não achou suficiente e exigiu que o tamanho da folha fosse aumentado. Após negociações, a versão original foi liberada e voltou a ser exibida como no primeiro capítulo, embalada pelo refrão “pelado, pelado, nu com a mão no bolso”". 



Confira a abertura sem censura:





Confira a com censura:







Fez-se alarde com a abertura de Brega & Chique no passado, e hoje em dia, tem-se feito com mulheres que estão bem mais vestidas (com tinta e outros acessórios).



Sobre o novo paradigma



A Globo, com a vinheta de 2017, celebra um novo paradigma mais amplo que engloba os vários ritmos brasileiros do carnaval, não só o samba. É uma oportunidade de diversidade e de mostrar o que o Brasil tem de melhor. Veja o que o Memória Globo diz (com grifos):

"A vinheta do Carnaval Globeleza 2017 é uma celebração de vários ritmos. Frevo, maracatu, axé, bumba meu boi e a festa tradicional da Avenida estão representados. Cinco dançarinos acompanham a musa Globeleza, Erika Moura, na coreografia de Wilson Aguiar, que passeia pelos gêneros tradicionais de diferentes regiões do Brasil. Os figurinos são de Rita Comparato."


A jornalista Rafiza Varão acredita que esse novo paradigma encaixa-se perfeitamente na necessidade atual da indústria cultural:

"Sobre a nova vinheta de carnaval da Rede Globo: é preciso subjugar os discursos para enquadrá-los diante das novas lógicas de consumo."


Mas, mesmo com esse fundo capitalista, a Globo entendeu que é preciso abrir espaço para a variedade da identidade brasileira, para outros estereótipos de gênero e de raça. Ou seja, a emissora acompanha as mudanças de paradigma que estamos vivendo. Se para melhor ou pior? Eu não sei. J-J


P.S.: Essa foi a Semana pré-carnaval JJ. Durante 5 dias, apresentamos 5 posts sobre vários temas ligados ao carnaval. Esse foi o último. Esperamos que tenham gostado. Se não leram todos, leiam e não deixem de comentar. Um bom carnaval!




Pesquisa e colaboração: Layon Yonaller
Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

5 fantasias bizarras e 5 elaboradas





No post de ontem a Stephanie Ferreira (Quem não leu o post dela leia, pois está muito legal) disse o seguinte (com grifos):


"Mas o melhor do carnaval não são todos esses dados acima descritos, e sim a liberdade que temos de nos soltar e nos divertir como a cabeça de cada um diz que deve. Não há julgamento de roupa, trejeito, religião ou sexo, afinal não se sabe se pode ser apenas uma fantasia".


No post de hoje do Jornalista  ≠ eu e o Arthur Claro falaremos justamente disso: FANTASIAS! Em uma conversa via Whatsapp decidimos fazer um post com 5 fantasias de carnaval que julgamos bizarras e outras 5 que achamos elaboradas

Não somos experts em moda, mas bom senso serve pra tudo. Existem fantasias bem legais em nossas escolhas e outras nem tanto. O Arthur escolheu algumas e eu outras. Agora, farei os comentários delas. Ah! E tem DUAS SURPRESAS também no post! 



5 fantasias bizarras

1- Coisa Fail


Não estou sabendo lidar com esse menino que achou que estava parecido com o Coisa do Quarteto Fantástico. A intenção de colocar pedaços de isopor foi muito boa, mas não chega nem perto do que é o herói. Peraí, o que é isso no cinto?! É uma carta de 4 do Uno! kkkk Preciso dizer que é o acessório mais legal da fantasia.


2- "Eu tenho a força!" (Aonde, meu filho?)


Que fantasia é essa? O cara achou que pegando uma faca de cozinha, uma peruca de loira oxigenada da Feira do Paraguai e umas fitas cinza iria ficar parecido com o He-Man? Não mesmo né?!



3- Arthur Claro é Coringa! Não, pera.


Gente, peraí! Esse não é o Arthur Claro?! Hahaha Ele quis ficar parecido com o seu ídolo (Coringa) mas o resultado foi que o personagem não saiu de uma história em quadrinhos, mas de um filme de terror. Acho que ele ficou mais parecido com o Jigsaw. Só faltou a bicicletinha! rsrsrs



4- É o Wolverine? É um gato? É um vampiro? "Quidiabeisso?"



O cara achou que estava abalando, mas ficou parecendo uma capivara com garras ou um vampiro. E essas garras grossas e gigantes? Creio que o Wolverine real não tenha as unhas enormes assim.



5- Estudos comprovam que esse é o herói da Marvel mais rico. Será mesmo?




Esses detalhes em cartolina da fantasia é o que mais me chama a atenção. Quer dizer, esses improvisos de durex e TNT. Ééérr... quer dizer, esse círculo azul de canetão que imita a luz que sai da mão do Homem de Ferro. Na verdade, estou na dúvida do que mais me chama a atenção (negativamente) nessa "armadura".


5 fantasias elaboradas

1- Quando alguém pede um nude seu no Whatsapp


A primeira fantasia elaborada desse post. Com apenas uma cartolina em degradê e um origami (Que lembra a setinha do The Sims), você pode arrasar em bailes de carnaval, festas de Hallowen e festas à fantasia. Mas, Emerson, o que tem debaixo da cartolina? Será que as meninas estão vestidas? Aí vai da criatividade malícia de cada um.


2- Ems Grey




Peraí! Quem é esse?! Sim, sou eu! HAHAHAHA Essa foi uma "fantasia" que usei em uma festa à fantasia, mas vale para o carnaval também. Estava com pouca grana na época e resolvi apostar em um terno cinza, gravata cinza, camisa cinza clara e uma máscara para imitar... QUEM SERÁ QUE EU IMITEI? Sim! o Cristian Grey, da série Cinquenta Tons de Cinza! rsrsrs Na época, o segundo filme (do baile de máscaras) - Cinquenta Tons Mais Escuros - estava longe de estrear. Foi nesse filme/livro que eu me baseei. Só tive trabalho mesmo pra imprimir e cortar a máscara. E aí, ficou elaborado?


3- É a Barbie ou o Ken na caixa? Buguei hahaha!




Achei incrível a criatividade desse cara de ficar parecido com a Barbie dentro da caixa. Creio que ele precisou apenas de uma caixa de papelão, cartolina rosa, biquini, óculos e peruca. Para os homens que no carnaval gostam de se transformar em mulheres, aí está uma boa dica. 


4- Crê em Deus pai!


Muito elaborada essa fantasia! É de arrepiar. Fico me perguntando se tem duas ou uma pessoa nela. Talvez eu nunca compreenda. 



5- O Homem-Camisinha





Essa daqui também é bem fácil de fazer e bem divertida. O cara quis imitar uma camisinha e para isso usou tecidos.


Confira também no blog do Arthur o que ele comentou essas mesmas fantasias. Será legal para vocês perceberem se a gente tem a mesma visão e opinião. 



E aí, gostaram das fantasias? Em qual vocês votam como mais bizarra? E a mais elaborada? Diga nos comentários! J-J




Por: Emerson Garcia

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

É carnaval!



Ahh! O carnaval. Eita época boa! Enfim vai começar o ano!


Essas são expressões sempre escutadas nessa época. Também há aqueles que não gostam, mas mesmo esses aproveitam o feriado e  mesmo não indo para as festas populares aqui do Brasil, aproveitam o verdadeiro sentido do carnaval.

Como posso afirmar isso? Posso afirmar apenas depois de saber que ele não surgiu no Brasil, não veio do samba, axé ou frevo e sua origem é bem mais antiga e não significava propriamente tamanha festa.

Para começar a explicar, vamos a origem morfológica da palavra. Carnaval vem de carnis levale do latim que significa "retirar a carne". Origina-se essa nominação numa tentativa da Igreja Católica de trazer uma festa pagã para as tradições da religião. Existia essa festa antes de iniciar a quaresma, onde haveria 40 dias de jejum até a Páscoa. A tradição perdura até hoje e, como sabemos, é muito levada a sério pelos brasileiros.

Na antiga Babilônia duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval: as saceias. O que elas tinham em comum com o atual carnaval era a inversão de papéis: nobres se vestiam de servos e condenados eram tratados como reis. Hoje na modernização temos as fantasias e as representações através delas. Por isso, pode liberar a criatividade à vontade. Represente, brinque porque, ao contrário da Babilônia que no final o condenado era morto, aqui no máximo (para os mais animadinhos) terá uma baita ressaca.



O Entrudo é considerado a origem do carnaval brasileiro. Há relatos históricos que mostram a realização do Entrudo em Pernambuco em meados do século XVI, mas o primeiro baile de carnaval no Brasil aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em 1840. Ele foi organizado por uma mulher italiana que pretendia reproduzir no Brasil um dos aspectos do carnaval veneziano. Hoje o carnaval carioca é considerado pelo Guinness a maior festa popular do mundo.







Mas o melhor do carnaval não são todos esses dados acima descritos, e sim a liberdade que temos de nos soltar e nos divertir como a cabeça de cada um diz que deve. Não há julgamento de roupa, trejeito, religião ou sexo, afinal não se sabe se pode ser apenas uma fantasia. 

Temos frevo de Olinda, temos axé da Bahia, temos samba do Rio, temos a opção de nos retirar das festas e descansar na bonança ou fazer uma aventura ecológica. Temos, acima de tudo isso, tempo - bem mais precioso do trabalhador brasileiro. Como é precioso esses dias de folga e diversão a cada início de ano!



Para você, folião que ficará no DF, pesquise. Aqui tem um pouco de cada opção que citei. Por exemplo, os blocos de rua, escolas de samba e a opção de ir um pouquinho pra fora e curtir a natureza - nem precisa sair tanto dos limites. E se ficar em casa também não tem problema. A nova moda é passar o carnaval com um balde de pipoca e a companhia da Netflix. Seja qual for o seu modo de folia, divirta-se! J-J




Por: Stephanie Ferreira

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Aquela cena: Morte de Vadinho em 'Dona Flor e seus dois maridos'





Caros leitores, o Aquela Cena de hoje está em ritmo de carnaval, carnaval de Salvador para ser mais preciso. Já no primeiro capítulo da minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos, o boêmio Vadinho (Edson Celulari) se diverte com seus amigos de farra até que de repente morre. Enquanto isso, sua esposa Dona Flor (Giulia Gam) fica em casa.

Como morre Vadinho? De tiro? De carro? Veja como o destino de Vadinho começou ser traçado:





A minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos é de autoria de Dias Gomes (1922-1999) - adaptada da obra homônima de Jorge Amado (1912-2001) - exibida de 31 de março a 1º de maio de 1998 em 20 capítulos às 22h30 pela Rede Globo.

Até mais, pessoal. J-J




Por: Pedro Blanche

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Músicas que só fazem sucesso no carnaval


Em todos os carnavais (desde que eu me entendo por gente) tem a música que é hit do momento. Uma música que é eleita pra tocar em todos os lugares onde tem folia. Muitos a chamam de "canção de verão", um nome bastante propício já que seu tempo de duração é curto, durando apenas alguns meses. 

Me pergunto por onde ainda toca Metralhadora hoje em dia? E olha que essa foi escolhida para embalar os foliões em 2016... Na época do seu auge só ouvia-se as pessoas cantando e dançando "Trá trá trá trá trá trá, as que comandam vão no trá trá trá trá trá". Não importava se você gostava de carnaval ou da música, ela ficava grudada em sua mente por mais que não quisesse.

O mesmo aconteceu com Murissoca soca, RebolationLepo lepo, Xenhemhem, Gordinho gostoso, Por que homem não chora, ZiriguidumBeijinho no ombro, Ai se eu te pego, Largadinho, Arrocha e tantas outras... Se eu listasse todas passaria o dia todo.

Esse fenômeno me faz refletir em como a música, sobretudo a brasileira, tem sido algo fútil, passageiro, de plástico. Os teóricos da Indústria Cultural já diziam que o objetivo desse tipo de música não é fazer refletir, mas apenas gerar dinheiro para quem faz esse tipo de trabalho. É uma verdadeira indústria.

Uma indústria que todos os anos se debruça em criar produtos para bombar apenas nesse período. Melodias grudentas, ritmos que não saem da nossa cabeça, inúmeros gemidos e onomatopeias. Não dá pra esquecer da onomatopeia "Tion tion" de Rebolation, a repetição exaustiva de "Ziriguidum, ziriguidum, ziriguidum..." e "Ai se eu te pego, ai se eu pego".

A música do carnaval/verão esse ano é Deu onda (já falado aqui) e ela encaixa-se perfeitamente nisso. Há uma pobreza musical por repetir sons e toques e a frase "O pai te ama"

Contudo, ela não foi criada do nada ou sem algum objetivo. Há um por que ser exatamente assim. Estudos comprovam que essa batida faz um enorme sucesso (vide as outras músicas de carnaval), bem como essa repetição de palavras a torna mais fácil de aprender e de grudar em nossas cabeças. Deu onda tem uma batida melodiosa que se parece muito com outras músicas de sucesso como Moves like Jagger, I Gotta Feeling e We Found Love

No artigo Como nasce um hit musical? compositores de diversos sucessos contaram os segredos para uma música tornar-se um hit. Entre os segredos estão: frases simples, melodia fácil, palavras da moda, memes, assuntos ligados a festas e curtição, além de tudo que falei nesse post. 

Hoje, a música do carnaval é Deu onda. Ano que vem, será outra. Mas é interessante saber que nenhuma música fugirá ao modelo de sucesso de outros hits. J-J





Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Discurso de ódio e o idiota útil!



Todo esquerdista (e posso afirmar com absoluta certeza que todos mesmo) apresentam o discurso de defesa dos mais oprimidos, um discurso populista de que o governo tem que fazer o bem pra sociedade. Mas, para isso, divide a sociedade em classes. Mulheres são diferentes de homens, cristãos diferentes de ateus, heterossexuais diferentes de homossexuais, brancos de negros e por aí vai.

O argumento para defender a mulher é que a sociedade é machista. Para defender o homossexualismo é que a sociedade é conservadora demais. Para ser a favor dos negros é dizer que eles foram escravos no passado e agora são coitadinhos. Fora tantas outras justificativas que já inventaram que ainda não sei. 

Quando esses argumentos são derrubados - ou ignorados - por serem extremamente chulos, nos é atribuído o “discurso de ódio” ou títulos como homofóbico, machista, coxinha ... São inúmeros títulos e a cada dia o número cresce.

A toda ideia que diverge do ideal de minorias é dado o nome de discurso de ódio. Só não vejo como pode ser taxado de ódio dizer que o negro é tão capaz quanto o branco; que o homossexual não é vítima alguma da sociedade; ou que a violência contra a mulher nada tem a ver com o machismo. No mínimo são argumentos que nos fazem ter uma ideia diferente, mas para aqueles que separam a sociedade, inferiorizam para poder lutar por uma igualdade já existente isso é incitar o ódio. Não vejo diferença em dizer que a mulher apanha por causa que o homem é homem. Isso incita ódio das mulheres contra os homens, por exemplo.



Esses idiotas são extremamente úteis para a esquerda tomar o poder, tanto que a campanha do Lula já mostrava isso. Ele usava dos sindicatos e incitou durantes suas campanhas grevistas sindicatos, sindicalizados e  a classe trabalhadora contra o empresário. O bonito discurso do Partido dos Trabalhadores que ia melhorar as condições de trabalho, salários e carga horária acabou iludindo o necessário para os levar ao poder máximo do Estado. Quando chegaram lá não foi o que se viu.

O PT, o escândalo na Petrobrás, a Operação Lava Jato e o impeachment da Dilma é o resultado da esquerda no poder. Universidades preenchidas por um programa social que não passa da obrigação do governo de patrocinar a educação que é cobrada nos impostos, criando seres que acham que devem ao poder. Um poder que afundou a economia do país e desvalorizou a empresa estatal brasileira de maior lucro. E é apenas um pequeno começo do que ideais comunistas podem fazer. Tome como exemplo as diferenças sociais entre as duas Coreias ou os relatos sobre as diferenças entre a atual Rússia e a União Soviética.




São exemplos extremos eu sei, e nem citei Cuba. Mas procurem saber como começaram os discursos políticos antes de chegarem a tal ponto e por favor não seja um idiota útil e nem acuse ninguém de discurso de ódio. Observe o seu primeiro! J-J


Por: Stephanie Ferreira
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