quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Muita coisa de um vídeo vazio de 1 minuto




O pós-modernismo é a época da dessubstancialização do sujeito e da desferencialização da realidade. O vídeo Jesus Cristo- O musical ao mesmo tempo que choca, banaliza, satiriza, faz com que o sujeito torna-se vazio.

O vídeo se desreferencializa da realidade de forma que a história real se desintegre. A imagem de um Cristo propagador do evangelho transforma-se na imagem de um Cristo supérfluo, que comete loucuras, que anda por ruas, pelas cidades, sugerindo a modernização de sua figura. E, como uma espécie de paródia, o destino daquele que veio salvar o mundo e propagar o evangelho é a morte. Uma morte que se distancia da realidade, mas, que, ao mesmo tempo, é bem contemporânea.

Levando em conta a desrefencialização da realidade percebe-se que o vídeo tem uma expressividade embasada no real. Em filmes, documentários e produtos desse gênero, há uma busca de fidelidade a história de Jesus Cristo (nascimento-crescimento-propagação do evangelho-morte-ressurreição), e por mais que em alguns filmes, como em A paixão de Cristo de Mel Gibson, haja um exagero e um sensacionalismo de tortura e morte, vemos que o diretor procurou essa fidelidade, mesmo que fragmentada e acentuando somente as últimas 12 horas da vida de Cristo. Já em O musical essa fidelidade é totalmente quebrada (propagação do evangelho-morte), deixando de lado o que antecedeu (nascimento-crescimento) e o que sucedeu (ressurreição). Esses fatos dá ao vídeo expressividade intrínseca.

O tema explícito do vídeo é a trajetória de Cristo e o tema implícito é a banalização de valores sociais. A começar pela trilha sonora (I Will Survive) que é de uma música dançante.

Agregado a banalização dos valores sociais encontra-se a desobediência de regras, como não olhar para os lados ao atravessar a rua e não utilizar roupas ao sair de casa. Ou qual pessoa andaria nua no meio da rua, chamando a atenção de outras pessoas?

Indo em direção a interpretação psicológica, o personagem principal é extrovertido, não cumpre regras, tem problemas mentais e faz o que vem a cabeça.

Fazendo uma interpretação simbólica, a música direciona muito as cenas por ser alegre e convida quem a ouve a se soltar, a dançar, a fazer o que vier a cabeça, como o personagem principal sugere.

E vocês, o que acharam do vídeo? J-J

Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A árvore da vida

Pense na sua vida como se fosse uma árvore. Isso, ela tem galhos, certo? Os galhos são a parte de fora, mas também tem as raízes. A árvore da minha vida e da sua vida, tem várias ramificações, umas mais profundas, outras nem tanto... Agora pense que cada membro da sua família é um galho ou um ramo.

É assim que penso a árvore da vida ou árvore genealógica.

Aqui no blog sempre falei pra vocês de ligações maternas. Do dia das mães, do dia da mulher, entre outros.

Agora, já que estamos no mês de agosto, mês dos pais. Quero falar dos pais, com vocês, inculcando um filme que vi há uns dois meses e meio e me fez pensar muito.

E porque é fácil falar de mãe e tão difícil falar de pai? Eu, por exemplo, tenho começado a entender isso, depois da leitura de Quem é seu pai, agora e da leitura de Os segredos do coração do homem.



É muito mais fácil de falar de mãe. Sempre tivemos uma ligação muito forte com ela. Ficamos alguns meses em sua barriga, para lembrar que o bebê e a mãe são um só e possuem intimidade. Intimidade esta que se dá, quando os bebês de partos-normais saem das vaginas de suas mães, um espaço íntimo e materno. E o bebê sai, vai se desenvolvendo mas sempre mantém essa relação com a mãe. Da vagina, passa para o peito, e daí por diante.

Ai chega a vez do pai... Bem secundariamente. Para quem é menino, começa a perceber que é diferente da mãe, e procura no pai essa imagem. Que se parece mais com ele e tal. 

De certa forma, a intimidade com o pai se dá de forma mais tardia, e algumas vezes a intimidade com o pai é fugaz, passageira, e outras vezes, nem existe.




O filme A árvore da vida me fez refletir como o papel do pai é importante na vida de um filho, como esses papeis podem ser distorcidos, como se dá a ausência, e o mais importante, como se pode reconstruir uma convivência.

O que mais me encanta no filme é que sempre temos uma segunda chance de reparar os nossos erros, de fazer diferente. Como li em uma crítica do site Omelete que "o filme tenta retratar o pecado, não como morte, e sim como redenção". E eu creio que é aí que se encontra o ponto nefrálgico.




Mais do que diálogos, o filme retrata imagens, cenas comovontes, ora dramáticas, de poucas falas, e que nos deixa no mínimo inquietos - como a meia hora de cenas, imagens em movimento, e nada de palavras... [nessa hora, minha mãe que estava vendo comigo foi dormir rsrsrs].

A fotografia do filme merece aplausos, assim como o roteiro, entre outros. Na sequência de imagens, ao contrário da minha mãe, fiquei maravilhado.




A forma como é construída a história também merece ser ressaltada. Chega em uma parte do filme que há uma fundição do passado, presente e futuro, belíssima, que mais uma vez, nos deixa inquietos.




Eu não tive um pai. Não fui criado por um. Tentei transferir a identidade dele para outro homem, mas não consegui. Fico me perguntando o que seria diferente, o que aconteceria se estivesse vivo, se me visse crescer, entre outros. As vezes sinto falta dele e me culpo por não ter um pai.

Por outro lado, me pergunto, o que é pior: "não ter um pai, ou ter um pai ausente?". O pai ausente do filme conseguiu se redimir, mas me pergunto, é assim de uma forma geral? Talvez se tivesse meu pai vivo, Deus o sabe, que problemas ele traria para ele e para a família, e talvez ele morresse, sem nunca eu pedi perdão pelos seus erros. J-J






FELIZ DIA DOS PAIS!

Por: Emerson Garcia
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