quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Entre Frames #2: Movimento- Aretuza Lovi feat. Iza






NEntre Frames de hoje analisarei o clipe Movimento da Aretuza Lovi com participação da Iza. O clipe foi lançado no dia 26 de julho de 2018, conta com 10 milhões de visualizações e 167 mil curtidas. Dirigido e roteirizado por Felipe Sassi; com direção de fotografia de Daniel Primo; produção de Amanda Hayar, Lucas Barsalini, Michelle Lago e Rodrigo Rodrigues; direção de arte de Claudão Nascimento; produção de arte de Keila Araújo; e produzido por Ruxell, Pablo Bispo e Sérgio Santos 

Basicamente o vídeo é mais de coreografia, do que uma história contada visualmente, embora tenha alguns elementos que remetam à uma narrativa. Por exemplo, quando é cantado "te hipnotizo e te mostro o meu talento" aparecem cenas em que Aretuza está em uma mesa de tarot e hipnotiza um homem. 

A participação da Aretuza Lovi e da Iza está bem equilibrada. Não é porque é um clipe da Aretuza que somente ela brilha e tem voz, muito pelo contrário. Assista ao clipe agora:




Vamos aos tópicos observados por mim:


Estética do vídeo



O vídeo possui em um primeiro momento tons avermelhados, terrosos e amarronzados. A cantora Aretuza Lovi, por exemplo, combina com as ambientações ao usar um vestido vermelho.



Em outro (1:12), o tempo entardece com paletas de cores mais escuras. É quando Iza entra em cena com um vestido roxo. 


Closes

Principalmente no início há bastante closes em objetos - carta de tarot, rosa vermelha, velas, etc - que combinam com a atmosfera "vermelha" do clipe. 









Clima campestre



Eu particularmente achei o clipe bem campestre por conta de vários elementos, como um camponês que joga milho para uma galinha (0:32), várias gaiolas (0:39), uma mulher que lava roupas (0:54), além de pessoas em cima de barris e tocando violão em meio à natureza. 
















Qual é o movimento?



É difícil assistir o clipe e não captar qual seria o movimento. Basicamente, é juntar as mãos, soltá-las aos poucos e balançá-las. Em todo o vídeo essa coreografia é executada. 


O poliamor


Um assunto atual e polêmico é abordado no clipe: o poliamor, onde várias pessoas podem se amar ao mesmo tempo. Este é evidenciado quando a Aretuza beija a boca de várias pessoas a partir de 0:49


O vermelho e o roxo no clipe

Como falado acima, o vermelho é bastante evidenciado - esta cor que significa poder, paixão e força. Ela combina bastante com a proposta do clipe que é fazer com que você seja "hipnotizado e faça o movimento". A maioria das mulheres no vídeo usam vermelho.

O roxo também é bastante evidenciado - esta cor que significa espiritualidade e misticismo - o que também casa com a ideia do vídeo. 


Simetria





Uma das coisas que chamou a minha atenção no clipe foi a simetria. Tudo está simetricamente igual, seja em um frame de close; com a Aretuza ao centro durante a dança; pessoas em círculo ao redor de uma fogueira (2:15); ou até mesmo quando a Iza entra em cena e os lençóis e as pessoas estão alocados linearmente (1:12). 


O tempo

Basicamente, o clipe se passa de dia e de noite. De dia, principalmente quando Aretuza é a protagonista; e de noite quando Iza é a estrela (1:12). Desse modo, a partir de 1:35 - 1:54 os cenários são alternados, ora com o tempo ao entardecer; ora ao anoitecer. 


Cartas de tarot e ciganos

No clipe as cantoras e os figurantes são ciganos, mas também pessoas nômades e campestres. Por isso, há uma referência muito forte com as cartas de tarot que aparecem em cena. 

5 cartas aparecem com os seguintes nomes: Aretuza, Iza, Felipe, Catuaba e Os Amantes. A caracterização de cada um deles estão condizentes com as cartas. O ornamento que Aretuza usa na cabeça, por exemplo, tem uma estrela no meio e sua carta representa uma estrela. 



























Marca da Iza

Logo quando Iza entra em cena (1:15-1:18) uma buzina é tocada, esta que tem virado sua assinatura. 


Referência à Rock Balboa


Uma referência interessante é quando se canta na música "Rock Balboa" e Iza faz um sinal de luta como o competidor famoso. 


Letra

A letra tem boas estrofes, rimas (Hoje eu vou dançar Eu não vou parare não é pobre de sentido. O refrão, por sua vez, é bem chiclete: "Faz o movimento-o-o Faz o movimento-o-o Faz o movimento-o-o Te hipnotizo e te mostro o meu talento".


Melodia

A melodia tem um ritmo contagiante, com batidas e repetições sonoras interessantes. 

Espero que tenham gostado da minha análise. Até a próxima! J-J















Por: Emerson Garcia

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Revista Hevillant - Vilões Ilustrados



Dia desses vi no Instagram um projeto de design muito interessante. Trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do londrinense Thiago Rodrigues dos Santos. Ele criou um projeto de jornalismo, cinema e design, a Revista Hevillant - Vilões Ilustrados (2015). 

Hevillant traz os maiores vilões do cinema em infográficos ilustrados incríveis. A revista foi totalmente concebida por Thiago - desde as ilustrações até os textos. Para sua criação, ele estudou os vilões à fundo, apresentando a filmografia, detalhes, curiosidades, histórias, curtidas no Facebook de cada um, etc. Veja o que ele disse no editorial do impresso (com grifos, alterações e acréscimos):

"Hevillant estuda as características psíquicas, psicológicas, patológicas, histórias e visuais de alguns dos principais vilões do cinema. E traz para você inúmeras curiosidades sobre [eles] e a produção dos seus filmes. Além disso você ainda poderá curtir ilustrações muito bacanas [...]".


Foram ilustrados, com muita maestria, vilões como: Frankenstein, Hannibal Lecter, Norman Bates, Coringa, Jigsaw, Chuck, Freddy Krueger, Darth Vader e Voldemort. As ilustrações estão incríveis e autorais. Cada fundo de página do vilão retratado está em uma cor; os textos estão em branco para gerar contraste; e os tópicos, assim como os nomes dos vilões, estão em uma fonte jovial e diferente. O interessante é que o autor os organizou pelo filme principal e o ano. 








Cada um dos textos da revista são dotados de ícones e ilustrações que facilitam o entendimento e que tem a ver com o que está sendo dito. 










Hevillant possui 28 páginas. Achei um trabalho incrível e de qualidade. Houve uma incrível pesquisa detalhada, criação, ilustração, finalização, etc. Quem quiser vê-lo completo, basta acessar esse link (Também é possível fazer o download da revista). Tem o vídeo de defesa do projeto para quem tem interesse em conhecê-lo melhor. Assista:






Um designer e tanto





Thiago possui larga experiência como designer e ilustrador, além de atuar como diretor de arte. Ele é especialista em criar marcas e identidades visuais para empresas e layouts para sites com a plataforma Wordpress. Na descrição em seu site ele sabe como vender seu peixe:


"Eu sou claramente o cara que pode elevar o seu negócio até um outro nível. Independente se você precisa de: uma marca nova, um branding completo, um novo design, textos persuavisos, anúncios que vendem todos os dias, funil de vendas, uma estratégia de inbound… não importa. Eu quero estar junto contigo nesta empreitada e oferecer todo o meu conhecimento!"


Confira abaixo alguns dos seus outros trabalhos:


Design para Facebook e Instagram


Thiago também realiza planejamentos para redes sociais, como materiais e artes. 












Cerveja Bee Beer


O designer concebeu todo o material gráfico da marca, como logotipo, rótulos, embalagens, ilustrações e anúncios.










Negro


Thiago criou a identidade visual, branding e embalagens dos produtos para a cafeteria Negro









Urbansoft


Thiago criou toda a identidade visual da empresa.








Já conheciam o designer Thiago Rodrigues? Gostaram da Revista Hevillant? Dos seus outros trabalhos? Diga tudo nos comentários! J-J



Mais informações
Site
Canal no Youtube
Behance


Por: Emerson Garcia

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Áudio original, legendado ou dublado: quando um ou outro é o conveniente em um programa de TV, reality show ou série?



De um lado, programas de TV e realities shows prezam pela originalidade das falas dos apresentadores estrangeiros - sem dublá-las e utilizando o recurso de legenda; do outro, preferem dublá-las. Exemplos disso, são os apresentadores francês e americano, Erick Jacquin e Buddy Valastro, respectivamente, dos programas Master Chef Brasil e Master Chef Profissionais e Batalha dos Confeiteiros.  

O fato que optar por dublar um apresentador, com a premissa de aproximar o programa dos telespectadores brasileiros, nem sempre é uma boa saída. Quer dizer, muitos até se distanciam de suas versões dubladas por considerarem superficiais e fakes. Eu, por exemplo, desinteressei-me de assistir Batalha dos Confeiteiros justamente devido à dublagem de Buddy Valastro. 

Ao dublá-lo, perde-se metade da essência do que o apresentador quis dizer, além dele não possuir a credibilidade devida. De acordo com o blog Fabio TV, na versão original o chef dos confeiteiros é mais incisivo e tem até mesmo um ar ríspido com os participantes. Na dublagem, parece que é um velho camarada ou um amigo íntimo. Em segundo lugar, o fato do dublador ser o mesmo que o do Goku do Dragon Ball Z cria uma linha tênue entre ambas as dublagens (É difícil não associar o Buddy ao Goku) e tira do programa o tom sério e de competição, deixando-o inverossímel. 




Essas questões geram um ruído no programa acrescido de um outro fator. Por que dubla-se o apresentador e não os participantes estrangeiros? Quando esses últimos se comunicam é utilizado o recurso de legenda. Ou seja, fica um programa dublado e legendado ao mesmo tempo. Por que não tornar um programa dublado ou legendado por completo? Tal atitude trouxe, também, um ar artificial ao reality show. 

Que bom que a ideia de dublar as falas de Erick Jacquin não foi em frente, pois incorreria nos mesmos erros da dublagem de Buddy Valastro. Outrossim, prezou-se pela originalidade da fala do apresentador, sem esconder até mesmo seu sotaque. Os telespectadores se divertem e não reclamam quando o chef francês fala "tômpero" ou tem algumas frases truncadas e enroladas. A legenda está ali, em respeito à personalidade e a língua de Erick. Aliás, ela aparece em vários momentos, seja quando se fala algo "inaudível", "incompreensível" ou em "tom baixo". Se existe um programa que sabe utilizar a legenda é o Master Chef Brasil e Master Chef Profissionais.



















Daí me pergunto: Por que o Batalha dos Confeiteiros não legendou as falas de Buddy Valastro? Ah, porque quer deixar o programa mais próximo dos telespectadores brasileiros. E quem disse que legenda afasta estes últimos? Pelo contrário, conheço diversos brasileiros que preferem ver programas, realityes shows e séries em seus áudios originais e com legenda, por alguns motivos como esses: não perde a essência da fala do personagem, é mais verossímil e verdadeiro, além de não "cobrir" nenhum tom de voz mais acentuado, uma pausa, um sentimento ou uma interpretação na voz. 

Acontece que quando dublamos, perdemos a grande magia da interpretação do personagem, apresentador ou ator. Quando se dubla, parece que o dublador está lendo um texto e passando por cima da interpretação do personagem - não há sentimento, fôlego ou pausas na voz. Nenhum dublador está preocupado com o tom de voz e interpretação do personagem. O intuito é só colocar uma voz que preencha o áudio original. 

O chef Erick Jacquin tem um sotaque tão carregado, cheio de interpretação e de termos em francês que fica difícil alguém dublá-lo. Seria como se perdesse sua essência mais criativa e admirável. Buddy Valastro também tem um sotaque americano bem carregado, além de uma interpretação caricata, e ao dublá-lo perde-se todas essas características. 

É necessário fazer um balancete: É conveniente dublar sempre? Legendar não seria melhor? Deixar o áudio original é mais interessante? Esses questionamentos me lembram a participação do chef dos chefes, o francês Laurent Suaudeau (Lê-se Laurénce Suádor), na quinta edição do Master Chef Brasil. Devido ao seu português mais fluente que o de Erick Jackin optou-se por deixar o áudio original, sem legendas. A minha percepção é que o chef possui um português bem afiado, não sendo necessário dublar ou legendar sua fala.

Esses são três exemplos que mostram que a dublagem nem sempre é o melhor caminho. O melhor mesmo é legendar e deixar o áudio original, pois isso traz originalidade às falas dos artistas. J-J



Por: Emerson Garcia

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Artista austríaco Gerhard Haderer satiriza a humanidade com suas ilustrações




Você já conhece o trabalho incrível de Gerhard Haderer? Ele cria ilustrações de sátiras e reflexões acerca da humanidade. 

Haderer nasceu em 1951 em Leonding na Áustria, a partir de 1965 estudou artes em uma escola de Linz por quatro anos e também gravuras em Estocolmo. Também trabalhou em agências de publicidade como ilustrador e designer, onde aflorou um estilo realista e crítico. Em 1985, mudou um pouco de identidade e começou a desenhar caricaturas de políticos. Desde 1991, o trabalho de Gerhard é disponibilizado no periódico alemão Stern na coluna Haderers Wochenschau (Notícias semanais de Haderers, em tradução para o português) e também na revista austríaca Profil





Publicou sua própria revista de 1997 a 2008, com quadrinhos satíricos mensais chamada Moff. A sátira é o seu carro-chefe e lhe rendeu críticas, polêmicas e até mesmo condenações. 




Foi o caso do seu álbum Das Leben des Jesus (Life of Jesus em inglês / A vida de Jesus em português, 2002) que ofendeu a Igreja Católica por conta de ilustrações um tanto atípicas de Jesus. Por esse episódio, Haderer foi condenado à 6 meses de prisão em 2015. Contudo, este veredito foi corrigido quando o artista recorreu da decisão, o que ocasionou em sua absolvição. 





Só pela capa do livro já dá pra perceber o tom das ilustrações. Em uma delas, Jesus Cristo está um tanto quanto contemporâneo andando sobre as águas em uma prancha e somente de roupão. Veja:





Haderer é um artista singular, polêmico e satírico. O fato de ser condenado no passado não o parou, pelo contrário, ele criou trabalhos mais ousados que criticam a sociedade que vivemos. Com 67 anos o artista traz desenhos do mundo moderno, de forma sincera e ousada e chamando a atenção à assuntos socio-políticos atuais. Confira algumas das ilustrações que selecionei:



Conectado à todo momento. TODO MESMO. Esse é um exemplo de "Cagada Cultural" que o Arthur Claro falou em uma de suas postagens.




O silêncio e o "eu não sei, não ouvi" da Igreja Católica. Mas Deus vê tudo!






A natureza que nos prega peças.






Vale tudo por uma selfie? Selfies perigosas que colocam a vida em risco é o que mais vemos em noticiários. Aliás, vocês viram as jovens que despencaram de uma ponte de 10 metros após uma foto no Piauí?






Aproveitamos todos os momentos bons da vida como deveria?






Isso é o que sai da Casa Branca. Imagina o que não deve sair do Congresso Nacional, heim?!






Como disse o Rosa de Saron em seu último cd, vivemos em um mundo cheio de desnecesselfies, sorrisos forçados e felicidades editadas que nada tem a ver com nossa realidade.





Não se fazem mais crianças como antigamente!






É muita informação para pouco armazenamento e assimilação.






Os encontros amorosos nos dias de hoje.






Comemorando o natal?





A privacidade fica aonde mesmo?






Uma reunião de família: estamos juntos, mas não juuuntos.






Está aberta a temporada de diversão e lazer no plenário e governo! Sim, eles zoam da nossa cara.






Já imaginou que poder a educação teria se houvesse investimento nela?






Contrastes econômicos.



Essas são algumas das várias ilustrações satíricas de Gerhard Haderer. E você, já conhecia o artista? Gostou do seu trabalho? Diga nos comentários! J-J





Por: Emerson Garcia
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