sexta-feira, 5 de julho de 2024

Desenhos retratando a pauta LGBTQIAPN+ 3 (tempos atuais – serviços de streaming)

A partir dos anos 2000, desenhos LGBTQIAPN+ foram criados e serviços de streaming surgiram. Com isso, pautas com essa representatividade tornaram-se frequentes. Aos poucos, o público se deparou com mais animações e personagens trazendo temáticas LGBTQIAPN+ de maneira mais explícita, profunda e responsável, como é o caso de Hora da Aventura, Steven Universo  e She-Ra, por exemplo. 

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Desenhos retratando a pauta LGBTQIAPN+ (1934 - 1990) 

Desenhos retratando a pauta LGBTQIAPN+ 2 (1990 - 2000)


A partir dos anos 2010, a representação LGBTQIAPN+ nas séries animadas ocidentais evoluiu e desenvolveu bastante, ainda mais para o final da década e no início dos anos 2020. A representatividade foi apresentada de forma mais natural. Além disso, os personagens da comunidade tiveram papéis de maior destaque nas tramas. Diversas razões houveram para isso acontecer: pressão da internet para que tivesse mais representatividade nas produções; insistência dos criadores dos desenhos para que essa diversidade fosse incluída; e a ascenção dos streamings - já que não era preciso anunciantes, como na TV aberta. 

Vários foram os marcos da representação LGBTQIAP+, tais como: o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo em um desenho da Disney (2017), em Star VS As forças do mal; o primeiro casamento de um casal do mesmo sexo em série animada (2018), em Steven Universo; e a primeira personagem bissexual em uma série de animação da Disney (2020), a protagonista de A casa da coruja


Antes do streaming, quando a TV à cabo era mais popular, grandes canais não davam tanta liberdade à representatividade LGBTQIAPN+, pois precisavam da veiculação de comerciais, que, à época, não consideravam lucrativo apoiar a causa. 

Em A hora da Aventura há o casal Marceline e Jujuba, que possuem um romance e se beijam. Apesar de ser um casal, existem países em que essa relação fica subentendida, pois é ilegal esse tipo de conteúdo. 


A Lenda de Korra traz o casal lésbico Korra e Asami, que se tornam verdadeiramente um casal ao final. Numa das cenas de beijo há um clarão que envolve as duas, onde não é possível ver o beijo. Mesmo com a liberdade, houve essa restrição. A cena é uma clara referência de The last airbender, onde Aang e Katara se tornam um casal. Korra e Asami foram bem discretas, pois elas sabem que só é possível um casal LGBTQIAP+ namorar na televisão se não se beijarem. 



Steven Universo conta a história de um garotinho que não compreende a necessidade de gênero e possui amigas extraterrestes que se consideram não-binárias (que não se identificam exclusivamente como homem ou mulher). As personagens Ruby e Saphire decidiram passar o resta da vida fundidas e apaixonadas. E por terem essa atitude, são consideradas indecentes no planeta onde vivem. Além delas, tem Pearl que se apaixona por Rose Quartz, a líder das Crystal Gems. A abordagem é sensível e a representatividade natural, há personagens de várias orientações e identidades queer e muitas metáforas no contexto de representatividade. 




Em She-Ra e as Princesas do Poder, animação da Netflix, Catra, a vilã em boa parte da trama, e Adora, a heroína, se beijam intensamente, sem cortes e sem censura. O canal demonstra que é receptivo à diversidade. Noelle Stevenson, criadora do desenho, é uma pessoa não-binária que colocou muito de sua vivência, além de ter desenvolvido casais queers na produção, como o homem trans, Jewelstar, dublado também por um homem trans. A abordagem é orgânica, fugindo de estereótipos LGBTQIAPN+. 


Com o advento dos serviços de streaming, teve até espaço para Velma, de Scooby-Doo, desenho concebido em 1969, receber uma nova versão em 2010 e se tornar lésbica, assim como um casal gay em Zootopia e Procurando Dory. Em Frozen, temos Elsa como uma princesa lésbica. Com isso, percebemos que os streamings tem dado a possibilidade de representatividade em filmes da Disney e também de outras plataformas.  





Benso, de Kipo e as Criaturas Incríveis (disponível na Netflix) expõe sua orientação sexual, afirmando ser gay. E essa revelação é emocionante e com muitos aprendizados para as pessoas. Posteriormente, ele se apaixona por um garoto panssexual e os dois se tornam namorados. Há uma grande representatividade racial na animação, havendo apenas uma personagem branca no elenco principal da série. 


Um dado importante é que entre os anos de 2017 e 2019, a inclusão de personagens LGBTQIAPN+ em desenhos animados aumentou em 200%, um número alto. É importante ressaltar que crianças LGBTQIAPN+ existem e quando elas se veem representadas e se identificam, com certeza é satisfatório.  

Percebe-se a importância da representação LGBTQIAPN+ nas séries animadas e é preciso que essa representação cresça cada vez mais pois, assim, facilitará que a diversidade seja vista pelas pessoas de uma forma cada vez mais natural. J-J



Por: Emerson Garcia

Um comentário :

  1. Desenhos maravilhosos. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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