Desde novembro de 2019 o Jornal de Brasília mudou sua logomarca. Antes, o Jornal estampava suas edições com o "Jornal de Brasília" estilizado, agora incorporou em suas logos monumentos conhecidos da Capital Federal, ao lado do nome do jornal com retângulo na cor amarela na parte "Brasília". Fundado em 1972, o jornal - por ser de Brasília - resolveu aludir e homenagear a arquitetura local.
À cada dia da semana, tanto a edição digital como a impressa estampam um dos seguintes monumentos: Palácio da Alvorada, Catedral, Cúpula côncava do Senado Federal, Cúpula Convexa da Câmara dos Deputados, Museu Nacional da República, Palácio do Buriti e anexo, Palácio do Planalto, Ponte JK, Praça do Relógio, Estátua da Justiça do Supremo Tribunal da Justiça (STF), Torre de TV e Torre Digital. Com excessão da Praça do Relógio - monumento da satélite central e metropolitana de Brasília, Taguatinga - todos os demais ficam localizados na região central de Brasília.
As 12 arquiteturas ilustradas como uma silueta passam em sequência no site do Jornal de Brasília, como foi captado por mim no vídeo abaixo que tem a música Linha do Equador do Djavan de fundo. Assista:
A partir de agora comento cada representação dos monumentos de Brasília, comparando-a com as arquiteturas originais. Analisarei o design, estilo e minimalismo de cada monumento.
Palácio da Alvorada
A representação da fachada do Palácio da Alvorada não ficou 100%, isso porque os espaços negativos que deveriam ser em preto e não os espaços positivos. Em nada relembra a arquitetura idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A fachada original é mais pontuda que sua representação. O conceito de Niemeyer era um projeto de imagem simples e moderno, a partir de linhas finas e ondas que compuseram, lindamente, as colunas e estruturas exteriores. Os losangos arquitetados lembram bastante o da bandeira do Distrito Federal.
Catedral
Outra representação que não ficou fiel, pois o desenho é distorcido e foram suprimidas as partes pontudas da edificação bem como a cruz do topo. Percebam que a coluna central e as laterais possuem uma base retangular e não pontuda como a original. O projeto arquitetônico foi concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sendo o primeiro monumento a ser criado na capital federal. A arquitetura possui 16 colunas de concreto de bases DELGADAS, e não QUADRADAS (prestenção, Jornal de Brasília!), com 90 toneladas cada em um formato hiperboloide. As bases delgadas apenas "tocam" e "beijam" o chão, pois as colunas foram unidas por uma laje no topo do monumento. Um detalhe interessante é que as colunas simulam mãos voltadas para o céu em sinal de oração. A cruz que fica no topo, por sua vez, possui 12 metros de altura e tem um fragmento da Cruz de Cristo e a Cruz Peitoral do primeiro Arcebispo de Brasília em seu interior. Por essa obra, Niemeyer foi laureado com o Prêmio Ptritzker (Nobel da arquitetura) em 1988.
Cúpula côncava do Senado Federal
Para mim a representação da cúpula côncava do Senado Federal ficou um verdadeiro desastre. Aonde ela lembra a arquitetura original? Parece que o desenho foi feito de forma torta. A silueta parece mais uma montanha ou um morro mal feitos.
Cúpula Convexa da Câmara dos Deputados
Uma das representações mais fiéis até agora. O desenho do anexo do Congresso Nacional lembra muito o original.
Museu Nacional da República
Não entendo porque ora os designers do Jornal de Brasília não sabem fazer uma semiesfera e ora sabem, como nesse desenho. A cúpula original possui 25 m de raio, com uma base de 32,6 m de raio e uma altura de 26,25 m, somando 15000 m².
Palácio do Buriti e anexo
O desenho do Palácio do Buriti ficou mais baixo que a arquitetura original, já o do prédio anexo ficou em uma largura e altura consideráveis. O palácio foi um projeto do arquiteto Nauro Jorge Esteves e seu nome deriva da planta símbolo da cidade, o buriti.
Palácio do Planalto
A representação da fachada do Palácio do Planalto também é vaga, sem sentido, possuindo os mesmos problemas que a do Palácio da Alvorada. Se as linhas do Palácio da Alvorada são desenhadas de frente, aqui elas são longitudinais e dispostas na transversal no corpo do edifício. O desenho ficaria melhor se fossem inseridos a rampa e o parlátorio (plataforma do altofalante, de onde o presidente e os chefes de estado estrangeiros podem dirigir-se ao público na Praça dos Três Poderes).
Ponte JK
A silueta da Ponte JK não é fiel à original. O desenho parece três morros retos e não tem a inclinação que os arcos originais possuem. A estrutura original possui um comprimento de travessia de 1200 metros. Já os três arcos possuem vãos de 24 metros de largura. Senti falta dos fios metálicos na representação da ponte.
Praça do Relógio
Mais um desenho que foi, de certa forma, fiel à arquitetura original. Há uma representação do obelisco e do retângulo onde fica o relógio. A coluna é de concreto com uma seção hexagonal transversal de aproxidamente 15 m de altura. Abaixo dela há um relógio de quatro faces dentro de uma estrutura de concreto quadrada. O relógio tocaria badaladas a cada hora e uma a cada 15 minutos, porém a falta de manutenção impede o funcionamento perfeito e constante dele.
Estátua da Justiça do Supremo Tribunal da Justiça (STF)
A ilustração gerou certa dúvida em mim do que poderia ser. Conversando com o Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA, chegamos à conclusão que a silueta poderia representar três coisas: a estátua da Justiça; o prêmio Candango do Festival de Brasília; e a estátua em homenagem aos pioneiros. Achamos, portanto, que a figura representa a ESTÁTUA DA JUSTIÇA em frente ao Supremo Tribunal da Justiça (STF). Ela foi inspirada nas deusas grega Têmis e romana Iustitia. A silueta possui a mesma estrutura física do monumento, mas a cabeça não lembra nada à original.
Torre de TV Digital
Os designers do Jornal de Brasília acertaram mais uma vez ao retratar a Torre Digital, que foi inaugurada no aniversário da Capital Federal de 2012. Conhecida como Flor do Cerrado, devido ao seu formato, possui uma base cilíndrica que funciona como um "caule" com duas "hastes" de vidro que abrigam dois espaços cobertos: o salão para exposições, em que há uma maquete de Brasília; e um bar/café. No topo da torre, a 110 m de altura existe um mirante com vista de 360º. O edifício está fundado a 13,4 metros de profundidade com 240 estacas e 2 mil metros cúbicos de concreto.
Torre de TV
Palácio da Alvorada
A representação da fachada do Palácio da Alvorada não ficou 100%, isso porque os espaços negativos que deveriam ser em preto e não os espaços positivos. Em nada relembra a arquitetura idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A fachada original é mais pontuda que sua representação. O conceito de Niemeyer era um projeto de imagem simples e moderno, a partir de linhas finas e ondas que compuseram, lindamente, as colunas e estruturas exteriores. Os losangos arquitetados lembram bastante o da bandeira do Distrito Federal.
Desenho dos losangos do Palácio da Alvorada. I Internet
Catedral
Outra representação que não ficou fiel, pois o desenho é distorcido e foram suprimidas as partes pontudas da edificação bem como a cruz do topo. Percebam que a coluna central e as laterais possuem uma base retangular e não pontuda como a original. O projeto arquitetônico foi concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sendo o primeiro monumento a ser criado na capital federal. A arquitetura possui 16 colunas de concreto de bases DELGADAS, e não QUADRADAS (prestenção, Jornal de Brasília!), com 90 toneladas cada em um formato hiperboloide. As bases delgadas apenas "tocam" e "beijam" o chão, pois as colunas foram unidas por uma laje no topo do monumento. Um detalhe interessante é que as colunas simulam mãos voltadas para o céu em sinal de oração. A cruz que fica no topo, por sua vez, possui 12 metros de altura e tem um fragmento da Cruz de Cristo e a Cruz Peitoral do primeiro Arcebispo de Brasília em seu interior. Por essa obra, Niemeyer foi laureado com o Prêmio Ptritzker (Nobel da arquitetura) em 1988.
Imagem das enormes colunas de concreto que sustentam a Catedral. I Cultura Genial
Registro do arquiteto responsável pelo projeto, Oscar Niemeyer, durante a construção da Igreja. I Cultura Genial
Croqui da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer. I Cultura Genial
Cúpula côncava do Senado Federal
Para mim a representação da cúpula côncava do Senado Federal ficou um verdadeiro desastre. Aonde ela lembra a arquitetura original? Parece que o desenho foi feito de forma torta. A silueta parece mais uma montanha ou um morro mal feitos.
Croqui do Congresso Nacional. I Congresso Nacional
Cúpula Convexa da Câmara dos Deputados
Uma das representações mais fiéis até agora. O desenho do anexo do Congresso Nacional lembra muito o original.
Museu Nacional da República
Não entendo porque ora os designers do Jornal de Brasília não sabem fazer uma semiesfera e ora sabem, como nesse desenho. A cúpula original possui 25 m de raio, com uma base de 32,6 m de raio e uma altura de 26,25 m, somando 15000 m².
Palácio do Buriti e anexo
O desenho do Palácio do Buriti ficou mais baixo que a arquitetura original, já o do prédio anexo ficou em uma largura e altura consideráveis. O palácio foi um projeto do arquiteto Nauro Jorge Esteves e seu nome deriva da planta símbolo da cidade, o buriti.
Palácio do Planalto
A representação da fachada do Palácio do Planalto também é vaga, sem sentido, possuindo os mesmos problemas que a do Palácio da Alvorada. Se as linhas do Palácio da Alvorada são desenhadas de frente, aqui elas são longitudinais e dispostas na transversal no corpo do edifício. O desenho ficaria melhor se fossem inseridos a rampa e o parlátorio (plataforma do altofalante, de onde o presidente e os chefes de estado estrangeiros podem dirigir-se ao público na Praça dos Três Poderes).
Ponte JK
A silueta da Ponte JK não é fiel à original. O desenho parece três morros retos e não tem a inclinação que os arcos originais possuem. A estrutura original possui um comprimento de travessia de 1200 metros. Já os três arcos possuem vãos de 24 metros de largura. Senti falta dos fios metálicos na representação da ponte.
Praça do Relógio
Mais um desenho que foi, de certa forma, fiel à arquitetura original. Há uma representação do obelisco e do retângulo onde fica o relógio. A coluna é de concreto com uma seção hexagonal transversal de aproxidamente 15 m de altura. Abaixo dela há um relógio de quatro faces dentro de uma estrutura de concreto quadrada. O relógio tocaria badaladas a cada hora e uma a cada 15 minutos, porém a falta de manutenção impede o funcionamento perfeito e constante dele.
Estátua da Justiça do Supremo Tribunal da Justiça (STF)
A ilustração gerou certa dúvida em mim do que poderia ser. Conversando com o Layon Yonaller, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA, chegamos à conclusão que a silueta poderia representar três coisas: a estátua da Justiça; o prêmio Candango do Festival de Brasília; e a estátua em homenagem aos pioneiros. Achamos, portanto, que a figura representa a ESTÁTUA DA JUSTIÇA em frente ao Supremo Tribunal da Justiça (STF). Ela foi inspirada nas deusas grega Têmis e romana Iustitia. A silueta possui a mesma estrutura física do monumento, mas a cabeça não lembra nada à original.
Na ordem: 1- Estátua da Justiça; 2- o prêmio Candango do Festival de Brasília; e 3- estátua Dois Guerreiros ou Dois Candangos. I Andre Luis Abrahao, Cinema e Cerveja e Brasil Imperdível
Deusa Têmis e deusa Iustitia. I Dez mil nomes e quora
Torre de TV Digital
Os designers do Jornal de Brasília acertaram mais uma vez ao retratar a Torre Digital, que foi inaugurada no aniversário da Capital Federal de 2012. Conhecida como Flor do Cerrado, devido ao seu formato, possui uma base cilíndrica que funciona como um "caule" com duas "hastes" de vidro que abrigam dois espaços cobertos: o salão para exposições, em que há uma maquete de Brasília; e um bar/café. No topo da torre, a 110 m de altura existe um mirante com vista de 360º. O edifício está fundado a 13,4 metros de profundidade com 240 estacas e 2 mil metros cúbicos de concreto.
Vista da Torre de TV Digital. I Terracap
Maquete da Torre Digital. I Pinterest
Torre de TV
Sulueta de certa forma bem representada, embora a base original possua um formato não tão retilínio como no designer do Jornal de Brasília. A Torre de TV é um dos poucos monumentos que não é uma criação de Oscar Niemeyer (Foi Lúcio Costa quem o desenhou e projetou). A torre possui 25 metros de altura e uma planta triangular com 50 metros de comprimento, sustentada por três pilares baseados em uma seção TRAPEZOIDAL e não RETANGULAR (como no retrato da ilustração do Jornal de Brasília). Os pilares internos ligam e dão suporte para a torre metálica, composta por uma pirâmide de base hexagonal com altura de 192 metros. O projeto total possui 217 metros. A Torre de TV é a quarta estrutura mais alta do Brsil, perdendo para o Observatório de Torre Alta da Amazônia, as torres da linha de transmissão de energia Tucuruí-Manaus-Macapá e a Torre da Rádio Gaúcha, em Guaíba.
Detalhes da Torre de TV. I Archdaily
Essas são todas as representações dos monumentos da capital federal que compõem a nova logo do Jornal de Brasília. Em muitas criações, como puderam ver, faltaram certo esmero e dedicação, não havendo o cuidado de retratar a arquitetura de forma correta. Mas valeu a tentativa.
E vocês, acreditam que o Jornal de Brasília retratou bem os monumentos da capital federal? Digam nos comentários! J-J
Por: Emerson Garcia
Gostando sempre de passar por aqui. O conhecimento nunca ocupou lugar.
ResponderExcluir.
Domingo de Paz
Conhecimento nunca é demais.
ExcluirConfesso que é tudo novo para mim, mas estou adorando. Gostei muito do post.
ResponderExcluirBeijos
Imersão Literária
Grato por saber disso.
Excluirolá! bom dia! post muito interessante! Te desejo um glorioso domingo, seguido de uma semana abençoada!
ResponderExcluirObrigado, Cláudia.
ExcluirOi JJ
ResponderExcluirGostei muito do post, eu estudei arquitectura e alguns desses edíficios, foi uma linda homenagem do jornal!!
xoxo
marisasclosetblog.com
Surpreso por saber que você estudou arquitetura.
Excluirque legal, homenagem merecida!
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Olá!
ResponderExcluirAchei o post interessante e uma boa forma de homenagear os pontos importantes da cidade
Beijos
https://focadasnoslivros.blogspot.com/
Sim, Thayná. Dá para identificar todos os pontos turísticos da Cidade, embora não gostei de algumas representações.
ExcluirQue bacana essa homenagem, logo mais Brasília completa 60 anos de fundação.
ResponderExcluirBig Beijos,
Lulu on the sky
Oie!! Adorei essa novidade e achei tremenda criatividade do jornal.
ResponderExcluirPassa lá no blog para conferir a nova postagem!
Beijos💟📚
Que interessante, não costumo ler esse jornal, mas amei a ideia. Teria sido bom se els tivessem aproveitando o amarelo também para criar uma semelhança maior aonde o branco não desse certo.
ResponderExcluirbeijos
https://www.dearlytay.com.br/
Boa observação e ideia, Tayane.
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