Hoje é dia de polemizar no JOVEM JORNALISTA e na Semana do Orgulho LGBTQ+! Decidi apresentar 19 propagandas LGBTQ+ que geraram polêmicas, críticas e exclusões das mesmas pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
As propagandas são de marcas brasileiras conhecidas e algumas internacionais, sempre com o foco na comunidade LGBTQ+, ou seja, tem peças publicitárias com lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, etc. O objetivo desse post é analisar cada uma delas, falando também por que geraram polêmicas. Preparados?!
1- Banco do Brasil (2019)
Esta campanha do Banco do Brasil foi retirada do ar à pedido do presidente Jair Bolsonaro. A propaganda havia sido produzida com o objetivo de atingir o público jovem e apresentava uma narradora LGBTQ+, uma atriz transgênero e jovens LGBTQ+. Bolsonaro não aprovou a peça que trazia atores negros e brancos em clara referência racial e sexual. A diretoria do Banco do Brasil retirou a peça do ar, concordando com o presidente e demitiu o diretor de Comunicação e Marketing da empresa.
Com bom humor, a narradora LGBTQ+ apresentava as funções do aplicativo do banco. Ela diz frases como: "Faz carão, biquinho de 'vem cá me beijar' e quebrada de pescoço para o lado".
A propaganda ainda possui mais negros do que a média, mas mesmo assim foi cancelada.
2- Dia dos Namorados - O Boticário (2015)
Lembro que na época essa propaganda gerou muito burburinhos por trazer casais homossexuais, entre os casais de namorados retratados. Tanta polêmica na época rendeu até a abertura de um processo no Conar e reclamações no site Reclame Aqui. Boicotes e reprovações à marca também aconteceram.
Em resposta, a marca de perfumes disse o seguinte (com grifos):
“a proposta da campanha Casais (…) é abordar, com respeito e sensibilidade, a ressonância atual sobre as mais diferentes formas de amor – independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual – representadas pelo prazer em presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados”.
Achei a proposta da empresa de retratar diversos casais interesssante e não vi nada demais na propaganda. Não há beijos entre nenhum dos casais, apenas demonstrações de afeto através de um abraço. A trilha sonora é Toda forma de amor, de Lulu Santos.
3- Comunicado Urgente para pais e mães - OMO (2017)
Essa campanha também gerou polêmicas e boicote à marca OMO. A ideia da marca foi de apregoar a ideologia de gênero, em pleno Dia das crianças; e dizer que não tem brinquedos para meninos nem para meninas, com "o objetivo de ressaltar a importância da experiência e do desenvolvimento das crianças". Nem todos a aceitaram de bom grado dizendo que a empresa foi longe demais.
Na época, escrevi o post Omo, quem reforçou clichês de gênero foi você questionando o posicionamento da marca que outrora era um e depois passou a ser outro.
4- Repense o elogio - Avon (2017)
Outra campanha que gerou polêmicas foi a Repense o elogio, da Avon, que dizia que a sociedade deveria repensar os elogios para as meninas. Para a marca dizer que uma menina "é uma princesa" é falar que ela não possui força e é submissa. Meninas também deveriam ser chamadas de aventureiras e desbravadoras do mundo. A polêmica se deu basicamente em uma parcela da população não aceitar a ideologia de gênero.
A repercussão da campanha foi tão negativa que o vídeo recebeu 13 mil dislikes e 1,5 mil likes.
A repercussão da campanha foi tão negativa que o vídeo recebeu 13 mil dislikes e 1,5 mil likes.
5- Nova coleção do amor - Natura Faces (2019)
Nessa propaganda a Natura Faces retratou três casais LGBTQ+: duas lésbicas; uma mulher e uma drag queen; e uma trans mulher e uma mulher. A empresa contou suas histórias de vida e mostrou demonstrações de afeto e beijos entre as namoradas, com o mote "No amor cabem todas as cores".
A propaganda gerou repercussão, principalmente no Twitter, com a hashtag #BoicoteNatura. "Natura aqui em casa? Nunca mais" e "A Natura esqueceu que o público que fez a marca crescer foram as donas de casa conservadoras com as revistinhas revendendo para as amigas e não feministas lésbicas lacradoras", foram alguns dos comentários. Por outro lado, houve o apoio pela iniciativa de diversidade da empresa.
6- #LollaisON – A música une. Skol dá a liga - Lollapaloza e Skol (2015)
Essa propaganda gerou polêmicas por motivos de: apresentar um casal lésbico dando um beijo de língua em plena TV aberta. A cena tem poucos segundos, mas gerou o maior burburinho na época.
7- Todo mundo é gay - Mix Brasil (2014)
Essa não gerou tanto burburinho, mas decidi colocá-la por conta da criatividade e ousadia dos produtores. De maneira bem humorada, a propaganda apresenta várias situações em que as pessoas são taxadas de gays, mesmo que não sejam, mostrando que o preconceito ainda é imperativo no Brasil. A peça ganhou destaque internacional e foi premiada no estrangeiro.
8- Pense menos, ame mais - Sonho de valsa (2015)
A peça publicitária do chocolate ganhou destaque por mostrar vários casais se beijando em clima de romance, dentre eles um lésbico. Com o mote "Pense menos, ame mais", o texto da campanha é interessante e reflexivo, onde o narrador levanta hipóteses sobre os pensamentos dos casais enquanto se beijam.
Apesar do teor da campanha, ela não chegou até o Conar, mas lembro de todo o barulho que ela fez nas redes sociais.
9- O amor une, a homofobia, não! - Mel (2015)
Essa campanha do Movimento do Espírito Lilás (MEL) gerou polêmicas por ser a primeira brasileira a apresentar um beijo gay. Ela retrata um casal homossexual em clima de romance, em que um leva café da manhã na cama para o outro e os dois se beijam. O vídeo é finalizado com a frase "Respeitar a diversidade é um dever de todos". A propaganda foi veiculada em todos os canais da mídia televisiva da Paraíba.
10 - Pepsi (2009)
Esta campanha britânica da Pepsi apresenta um rapaz com dois amigos que o encorajam para que ele conheça alguém. É aí que ele toma um gole de Pepsi. Em todo o tempo, o vídeo dá a entender que o rapaz se aproximará de uma mulher, mas ele destroí as expectativas dos amigos e dos espectadores e se dirige para um homem.
A publicidade foi duramente criticada pela instituição norte-americana American Family Association por "promover um estilo de vida gay".
11- Dia das mães - Heinz (2008)
Quer afronta maior que apresentar um casal gay em pleno Dia das mães?! Essa campanha mostra crianças que dão adeus para um rapaz que chamam de 'mãe' e depois entra em cena outro que dá um beijo no chef. O vídeo rodou por uma semana nas tvs britânicas, mas a Heinz decidiu tirá-lo do ar, pois o conceito da campanha - mostrar que o gosto do molho era tão bom como se tivesse um profissional na cozinha - não havia sido atendido. Devido à autocensura, parte da comunidade LGBTQ+ europeia decidiu fazer boicote aos produtos da marca.
12- As famílias mudam, o jeito de cuidar não - Nebacetin (2008)
O objetivo da marca de curativos foi retratar diversas configurações familiares, como: mãe e pai; mãe e mãe; e pai e pai. A campanha gerou polêmicas sobre o que é ou não uma família e sobre a adoção de crianças por homossexuais.
13- Doritos (2011)
Essa propaganda é polêmica e divertida ao mesmo tempo. Lembro que gerou bastante discussão quando foi veiculada aqui no Brasil. Ela apresenta dois rapazes em uma sauna, enquanto um deles olha para a virilha do outro desconsertado e tímido, até que pega um pouco do salgadinho que está entre suas pernas. A ideia é que a campanha fosse veiculada no Super Bowl 2011, o que não aconteceu.
14- Misture, ouse e divirta-se - C&A (2016)
Essa propaganda foi bastante criticada por abordar a ideologia de gênero. Várias pessoas e famosos fizeram boicote contra a C&A. A campanha apresenta pessoas desnudas, sem identidade e roupas, que correm para se vestir com vestimentas sem gênero. O objetivo da empresa foi mostrar que as pessoas não nascem com um gênero definido. Em 2016, comentei toda a repercussão da campanha.
15- PSOL (2014)
Mesmo sendo um partido que apoia a diversidade e as causas LGBTQ+, essa propaganda eleitoral do PSOL causou polêmica quando foi veiculada por inserir beijos gays e lésbicos, homens vestidos de saia, drag queen e apregoar a ideologia de gênero. A propaganda é finalizada com o discurso eleitoral de Ailton Lopes, iniciado com a frase "Amar e ser feliz é um direito de todos e todas".
16- Mãedrasta, Bisamãe, Irmãe, Multimãe e Mãemãe - Natura (2014)
A propaganda mostra várias definições de mães, entre elas a de mãeemãe - uma família formada por duas mães. A ideia da Natura foi apresentar configurações familiares. Claro que a campanha gerou polêmica, principalmente dos conservadores que acreditam em apenas uma configuração familiar.
17- Dia das mães #Escolha o amor - Gol (2015)
Em sua campanha de Dia das mães, a Gol mostrou que o amor "é a escolha certa, em qualquer situação", com várias configurações familiares, entre elas a de um casal gay que adotou um menino.
18- True colors - GGB – Grupo Gay da Bahia (2017)
Com a trilha sonora da música True colors - um hino LGBTQ+ bastante difundido - o GGB divulgou essa campanha de Dia dos pais em que traz um trans homem que é pai, mas também mãe do garoto que narra a propaganda. O garoto finaliza dizendo: "Mas sabe, papai, o que eu acho mais especial em você é saber que eu vim da sua barriga. Lembra?". Essa propaganda gerou polêmica e abalou as estruturas da família tradicional brasileira.
19- Dia dos misturados - C&A (2016)
A campanha se insurgiu em críticas por apresentar casais heterossexuais que trocavam de roupas entre si. A C&A mais uma vez difundia a ideologia de gênero e que homens podem usar roupas femininas e mulheres masculinas, que isso não afetaria nada em sua sexualidade. Claro que os politicamente corretos não gostaram nada da propaganda e pediram o boicote da marca. Em 2016, fiz um post sobre isso.
Essas são algumas das inúmeras propagandas LGBTQ+ que geraram polêmicas. Lembrando que a retratação da comunidade LGBTQ+ na mídia é importante, mesmo que cause preconceitos e polêmicas por parcela da sociedade. J-J
Por: Emerson Garcia
Bem legal!
ResponderExcluirO meu aplauso por OUSAR!!!
ResponderExcluir👏👏👏👏👏
Obrigado, Gracinha.
ExcluirE no fim não vi nada demais nas propagandas, devemos respeitar e entender que sempre ouve diversidade
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com
As pessoas tendem a polemizar tudo ultimamente.
ExcluirSó o preconceito vê polémica nos videos!!
ResponderExcluirxoox
marisasclosetblog.com
Falou tudo, Marisa.
ExcluirÉ pena que as pessoas se recusem a aceitar algo que nem tem nada a ver com elas. Faz-me confusão como é que as pessoas podem odiar algo que não lhes diz respeito. Vai entender, né?
ResponderExcluirAs pessoas são preconceituosas e querem saber mais da vida dos outros do que das suas próprias.
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