A discussão do livro Sobre a televisão de Pierre Bourdier está em torno do papel do jornalista na televisão, assim como a política empregada no meio televisivo. O autor coloca a televisão como de extrema importância para o telespectador e discute para quem e para o quê essa mídia se coloca. Nesse sentido, sua utilização mede a credibilidade, ou não, de telejornais.
Atualmente, telejornais como Brasil Urgente e Balanço Geral utilizam notícias e informações para atiçar a atenção do público, através do sensacionalismo e da insistência em mostrar os problemas dos outros de maneira sentimentalista e chamativa. O sensacionalismo é um dos pontos que o autor coloca para mostrar a posição de alguns telejornais. Mas é interessante sublinhar que a televisão se preocupa em passar uma informação para determinado público. Isso quer dizer que notícias de assassinatos, acidentes cirúrgicos, exploração da pobreza e barracos passionais interessam o público, e por isso são explorados.
Interesse público é completamente diferente de Interesse do público, segundo Luís Martins (2002). Enquanto este se preocupa em trazer problemas sociais e procurar, de forma cidadã, dar soluções, não criando exageros encima de fatos, muito menos especulações e julgamentos de valor; aquele se preza em trazer notícias, sem a preocupação de solucionar, apenas gerando o sensacionalismo em busca de altas audiências.
O que falta em telejornais é essa preocupação de dar soluções a problemas. Talvez, se os telejornais não fossem tão mercantis, eles seriam muito mais cidadãos. O caminho que pode ser proposto é não ter sentimentos muito avassaladores perante aos fatos – claro que eu não falo do telejornalista ser frio – mas não utilizar das informações para autopromover-se ou promover o telejornal.
A objetividade não é algo plenamente possível; assim como a subjetividade não é algo inadmissível. Com relação a primeira sentença, eu diria que é impossível um telejornal ser isento, já que ele possui uma linha editorial, que é comandada pelos “poderosos da comunicação”. O telejornal não consegue isentar-se dos fatos. Com relação a segunda, eu diria que a subjetividade é possível, porque o telejornalista não precisa ser um robô. Mas o problema encontra-se na subjetividade excessiva em que alguns telejornais se prezam. Tanto a objetividade como a subjetividade devem ser dosadas, sem favorecer uma ou outra.
Infelizmente, o que ocorre é um exagero na subjetividade. O Balanço Geral ao contar a história do menino que perdeu todos os dentes em uma cirurgia, utilizou do seu sofrimento para arrecadar audiência, procurando, ao máximo, gerar comoção no público. De nada adianta emocionar-se, se não haver soluções para o problema do menino.
Bourdier fala ainda do papel do jornalista com relação à política, que muitas vezes pode ser confundido com o papel do demagogo. Essa relação é delicada, pois o jornalista não pode manifestar-se perante uma ideia ou posição política, mas apenas mostrando os fatos. O que vemos nas eleições são posições políticas de telejornais e meios de comunicação muito determinadas. Telejornais dando mais importância a certo candidado, e influindo a sociedade, já que a televisão, segundo Bourdier, tem poder de influência. O papel de telejornais não é influenciar, e sim mostrar fatos e dados para que o telespectador tire suas próprias conclusões.
É claro que a posição política e o espaço de opinião não são inadmissíveis em telejornais, mas aqui eu falo, de espaços de opiniões que são colocados em espaços de notícias ou de informações. Os telejornalistas deveriam separar lugares de informação e de opinião, pontuando cada coisa em seu ambiente. Para posicionamentos políticos tem-se artigos, comentários e editoriais. Para o exercício da ética, esses espaços deveriam ser utilizados corretamente. Pierre Bourdier explora as questões éticas sobre os telejornais, se perguntando para o que e para quem é essa informação? Será que todos estão interessados em saber determinado assunto? Quais são os objetivos ao se veicular uma notícia? Todas essas perguntas estão engendradas no papel ético de cada telejornal e de cada telejornalista e da responsabilidade com a informação. O livro, portanto, é interessante nesse sentido, e bastante atual para se pensar nessas questões colocadas. J-J
Por: Emerson Garcia para a disciplina Telejornalismo da UCB
É bem raro eu assistir televisão, mas quando assisto esse tipo de programa, em 5 minutos já me canso de tanto sensacionalismo.
ResponderExcluirBjus.
galerafashion.com
É importante saber da historia do que nos
ResponderExcluirrodeia e faz parte de nosso dia a dia, assistindo
na tv aberta ou na outra.
Tenho uma sugestão de leitura
lá no meu Blog. Abraço. ChapeSamma
Incrível obra sobre a tv dos nossos dias.
ResponderExcluirMuito interessante os pontos abordados, com certeza para se pensar.
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Nos dias de hoje a televisão só que ganhar audiência, abraços Emerson.
ResponderExcluirEmerson,
ResponderExcluirMatéria completíssima!
Arrasou como sempre.
Bjins de boa nova semana.
CatiahoAlc.
Olá!
ResponderExcluirBem interessante sua matéria, faz tempo que não assisto jornal por conta dessas coisas.
Tenha uma boa semana
Eu confesso que não vejo muita televisão.
ResponderExcluirIsabel Sá
Brilhos da Moda
O sensionalismo tem um canal em Portugal e está a ter cada vez mais audiência, o pior é que os outros canais estão a ir atrás!
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