terça-feira, 5 de junho de 2018

Não sou a favor da suspensão total do racionamento de água no Distrito Federal e explico o porquê



Após um ano e meio o racionamento de água no Distrito Federal chegará ao fim no próximo dia 15. A decisão foi tomada com base na mudança de hábitos dos brasilienses e nos níveis de água dos reservatórios de Santo Antônio do Descoberto e Santa Maria. O primeiro encontra-se com 93,9 % e o segundo com 59,8 % de volume útil de acordo com a Adasa (Os dados foram colhidos no dia 04).

Em 17 meses a população brasiliense já habituou-se a toda semana ficar sem água por pelo menos 30 horas. Várias atitudes foram tomadas por cada um: lavar roupas em máquinas só uma ou duas vezes por semana; banhos mais curtos; reaproveitamento de água de máquinas de lavar e da chuva; varrer a garagem ao invés de lavá-la com mangueira; e baldes e baldes foram comprados para armazenagem do líquido precioso. A dúvida que permanece é se com o fim do racionamento a conscientização da população continuará, ou dará espaço para hábitos esbanjadores.






Acredito que a atitude de poupar recursos hídricos deveria ser contínua, já que o Distrito Federal, após a suspensão do racionamento, vivenciará o período de estiagem de chuvas e seca em meados de agosto. Não devemos acreditar que os níveis do reservatório de Santo Antônio do Descoberto permanecerá elevado para sempre. O especialista em Economia Ambiental e professor da Universidade de Brasília (UnB) Gustavo Maior acredita ser errôneo apegar-se aos dados atuais dos reservatórios. Veja (com grifos):

"Não pode fazer a conta pelo volume que está agora. A conta é de quanto estará no final da seca, lá para novembro. Se a seca for acentuada e o consumo aumentar, como estará o Descoberto? Voltará a ficar com 5%?”, salienta.


Além de Gustavo Maior, outros profissionais acreditam não ser prudente suspender o racionamento no próximo dia 15 de junho, antes das estiagens das chuvas e da seca. O ideal seria paralisá-lo em agosto.

Também não sou a favor da suspensão total do racionamento de água, logo agora que os brasilienses se habituaram a viver sem ela uma vez por semana e criaram hábitos conscientizadores - mesmo que por obrigação ou forçosamente. É aquela questão né?! A crise te obriga a se reiventar. Se ela não existe ou acaba, as pessoas se acomodam e passarão a pensar: "Eu posso esbanjar água. Ela está quase 100% no reservatório"

Por que a suspensão do racionamento não poderia ser paulatina e/ou paliativa? Por exemplo, racionar a água nas cidades a cada 15 dias, em feriados ou em um dia do final de semana até agosto? Ou então, ao invés de 24 horas (Ou 30 horas) sem água por semana, o consumidor ficasse sem o recurso até 15 horas (Ou 18 horas)? São inúmeras as medidas para diminuir o racionamento de água, ao invés de suspendê-lo completamente

Obras como o Sistema Produtor de Corumbá IV, o subsistema do Bananal/captação de água do Lago Paranoá e do Descoberto ajudaram no aumento das taxas dos níveis dos reservatórios. As intervenções ocasionaram em cerca de 16,5 % a mais de captação de água. Contudo, para captar ÁGUA é preciso de ÁGUA e o que seria captado caso a seca fosse severa esse ano? Milhões de recursos investidos perderiam o sentido e o Distrito Federal teria prejuízos socioeconômicos. 





Para os níveis de água dos reservatórios não chegarem à números alarmantes é necessário a confluência de uma série de fatores, como: a conscientização da população e números razoáveis de chuvas. Deve ter uma relação simbiótica entre o uso racional da água e as chuvas. Várias hipóteses devem entrar em pauta, como: quando os níveis decaem, espera-se que se chova; quando os níveis diminuem e não há chuva, é requerida a economia das pessoas. Não só o consumo racional tem fator preponderante nessa questão, como as chuvas, pois são elas que ajudam a recuperar as nascentes; aumentam os níveis dos reservatórios; e, por conseguinte, das águas para captação. 

A pergunta principal é: o que acontecerá quando os níveis dos reservatórios estiverem baixos, não chover e não ter água para captação? Um novo racionamento será aberto? Antes de chegar à essa consequência extrema, era preferível manter a medida por mais um tempo ou diminuí-la. Tomara eu que nossas águas não acabem durante a seca. 





Esta foi a primeira vez, desde que a capital do Brasil foi transferida para Brasília em 1960, que a população da região vivencia uma crise hídrica. Uma medida totalmente necessária. Espero que não precisemos passar por isso novamente. Acredito que a lição foi aprendida. J-J


Por: Emerson Garcia

5 comentários :

  1. Complicada essa situação da água, em SP tem acontecido a mesma coisa.

    Mari Dahrug
    https://www.rabiskos.com.br/

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  2. Oi Jovem
    Aqui em Pirtugal nós tivemos uma seca severa e houve necessidade de transportar água em camiões para as regiões mais afectadas do país.
    O problema da água é muito importante e não podemos pensar nela como uma fonte inesgotável, temos de ser conscientes.
    XOXO

    marisasclosetblog.com

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  3. Realmente essa questão de racionamento é bastante complicada demais.

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

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