terça-feira, 23 de agosto de 2016

Vibe humor: músicas de preconceito e violência à classe LGBT





O tema do Vibe humor de hoje é preconceito e homofobia à classe LGBT. Eu e o Thiago Nascimento tivemos essa ideia de playlist e pesquisamos vários clipes onde havia explícito o preconceito contra gays, lésbicas, travestis, transsexuais etc. Não foi uma tarefa muito fácil, justamente porque queríamos clipes que aparecessem cenas visíveis nesse tema, e também porque existem poucas músicas brasileiras que abordam esse assunto.

Em um primeiro momento, queríamos analisar clipes, mas depois abrangemos para músicas. Vocês perceberão nessa playlist que tem clipes e músicas. Sem mais, vamos às Músicas de preconceito e violência à classe LGBT!





Começamos o tema de hoje com muita treta. O clipe Son of a Preacher Man, de Tom Goss, fala de uma situação delicada: homofobia e homossexualidade na igreja. No começo, um pastor prega sobre o amor de Deus e diz que é possível um gay torna-se hétero. Contudo, um rapaz se apaixona por seu filho, e os dois mantém um romance mútuo. Mas isso não dura muito tempo, já que o pastor, que é pai de um dos garotos, percebe e pega os dois se beijando. Ele fica furioso e bate no rapaz e faz uma corrente de oração por seu filho. As famílias descobrem e não aceitam a situação por serem cristãs. A igreja também não aceita. Os momentos tensos continuam, até que algo acontece...

A letra diz o seguinte: "The only one who could ever reach me Was the son of a preacher man" (O único menino que poderia sempre me atingir Era filho de um pregador). 


Start again tem um ritmo melancólico e dramático. O toque do piano e do violino vão na alma. O clipe conta a história de um jovem que sofre preconceito e, até mesmo, bullying na escola que estuda, até que um rapaz o ajuda e tenta amenizar sua dor. Só que como sabemos, é difícil (e quase impossível) um final feliz para uma comunidade homoafetiva.

Sério, esse clipe me deu um aperto no coração. É justamente dessa forma que a comunidade LGBT vive, com decepção, depressão, desconforto, desespero e tristeza. Quem se deu ao trabalho de apertar o play, será que saiu ao menos uma lágrima? "So i won’t waste a lifetime living this life I’ll start again" (Então eu não vou perder uma vida inteira vivendo essa vida Vou começar outra vez).


Agora temos uma música da banda Canadense, Arcade Fire. We exist, segundo o próprio vocalista, é sobre um garoto gay conversando com seu pai. A música passa a mensagem de igualdade e auto empoderamento.

No clipe, podemos ver um jovem trans – interpretado por ninguém menos que Andrew Garfield – com toda aquela luta com relação ao preconceito alheio a sua identidade sexual. E por luta, podemos incluir agressão física, como é sofrida pelo jovem durante o vídeo. Nós sabemos que essa é a realidade do mundo. Como diz a Rainha-mãe Cersei Lannister: “O povo teme o que não entende”. E não adianta ignorar porque “WE EXIST!” “They walk in the room and stare right through you, talking like we don't exist. But we exist...” (Eles entram numa sala E olham através de você Falando como se Nós não existíssemos).


Sad Studs, de Jeffery Self e Jake Wilson, é uma paródia da música Bad Bloods, de Taylor Swift e Kendrick Lamar, que bombou. O clipe satiriza/polemiza a proibição de gays doarem sangue por parte de alguns laboratórios. Logo no começo, um rapaz decide doar e vai até uma van que está na rua. O enfermeiro faz a ficha dele e faz várias perguntas, como "qual sua orientação sexual?" e "qual foi sua última relação sexual?". Ao responder, é impedido de doar e sofre preconceito, até que situações cômicas e absurdas acontecem.


Your Armies, de Barbara Ohana, é um verdadeiro tapa na cara dos preconceituosos de plantão. O clipe é estrelado por Cauã Reymond. Ele interpreta uma transexual - com direito a peruca loira, lingerie e tudo - que sofre agressões físicas por um cara que se diz 'hétero". Há quem ache a atuação de Cauã impecável, outros disseram que ele ficou artificial e forçado. Mas o fato é que o clipe retrata a realidade de muitos transexuais, que saem com homens que fingem gostar delXs, mas só querem se aproveitar. Mas a hora da vingança chega e é implacável. 

O clipe é todo em P&B e traz uma vibe dramática e intimista. A melodia é um tanto quanto melancólica e sombria. A letra fala: "This is the last time I let you invade My heart with your armies This is the last time I let you invade My heart, my heart" (Esta é a última vez que eu vou deixá-lo invadir Meu coração com seus exércitos Esta é a última vez que eu vou deixá-lo invadir Meu coração, meu coração).



"O importante não é o objeto do amor, mas a emoção em si."


Take me to church é todo em P&B e tem uma letra e melodia bem intensas. O clipe conta a história de um gay que se apaixona por um rapaz, só que um grupo de religiosos homofóbicos começa a persegui-los com violência e terror. Acontece coisas bem tensas como agressões físicas, fogo da inquisição e violência, até mesmo à família do homossexual. Um objeto importante aparece: UMA CAIXA. Nela, a vítima guarda todos os seus segredos e angústias e a enterra em uma floresta, só que os perseguidores acabam a encontrando. 

O clipe faz uma crítica escancarada aos religiosos, que possuem o amor de Deus, mas não querem partilhar desse mesmo amor. A tradução da música é Leve-me para a igreja, fazendo uma crítica cheia de cinismo e deboche, à religião que deveria agregar mas afasta as pessoas, e, além disso, viola a individualidade, as escolhas e os segredos dos seres humanos, como a caixa representa. "Take me to church I'll worship like a dog at the shrine of your lies I'll tell you my sins So you can sharpen your knife Offer me my deathless death Good God, let me give you my life" (Me leve à igreja Louvarei como um cão no santuário de suas mentiras Vou lhe confessar meus pecados Assim você pode afiar sua faca E me oferecer essa morte imortal Bom Deus, me deixe te dar minha vida).


Same Love, composta por Macklemore, Mary Lambert e Ryan Lewis, trata de um assunto muito série que, até pouco tempo atrás, ainda não era legalizado nos Estados Unidos: o casamento gay. Porém, muitos outros assuntos são abordados, como por exemplo que a homossexualidade pode ser curada com tratamento e religião, o que é algo muito polêmico hoje em dia. Para quem conhece o estilo de música do Macklemore, sabe que tende a ser rápido (hip hop mesmo) e essa não é diferente. Mas nessa a melodia é um pouco mais tranquila e a música é mais contada do que cantada. “And I can’t change... Even if i tried, even if I wanted to...” (E eu não posso mudar Mesmo se eu tentasse Mesmo se eu quisesse).

Ela é uma das minhas favoritas do Macklemore, porque colocou tudo o que acontece diariamente. Religiosos fanáticos julgando a homossexualidade, citando coisas de um livro escrito a muitos anos atrás e que ainda são mal interpretados. Além disso, a música fala das opressões causadas à comunidade LGBT. Mas embora isso tudo seja retratado, o foco principal é a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo que. Não consigo falar muito dela sem escrever uma tese, acho que vou parar por aqui mesmo (Risos!). “No freedom 'til we're equal. Damn right I support it!” (Não ha liberdade até que sejamos iguais Pode ter certeza que eu apoio!). 


All the things she said é uma música que provavelmente você já ouviu, mas não deve ter reparado em seu clipe e letra. O clipe conta a história de duas garotas apaixonadas e vidradas uma na outra. Durante toda a história, elas estão presas, e sob os olhares preconceituosos das pessoas que as observam. "All the things she said" (Todas as coisas que ela disse). 

Qual seria a reação das pessoas ao ver uma cena como a do clipe? Admiração, surpresa, nojo? All the things she said não deixa de fazer uma crítica à sociedade atual, que insiste em estar evoluída, mas é outra coisa que ocorre na realidade.





Eu sou é de um rapper assumidamente homossexual, conhecido como Lulu Monamour.  A letra é bastante forte e traz a realidade de muitos gays que sofrem e tem dificuldade de se assumir. Em algumas partes da música dá para sentir a dor de Lulu. No início, o cantor diz assim: "Esse som é dedicado a toda mãe, toda família, de um ente querido. Essa merda chamada homofobia. Basta! Nós precisamos gritar!!".


Calling Me é muito difícil de pegar a essência. Inclusive, fiquei doido tentando entendê-la e ainda acho que não entendi direito (Se alguém tiver uma interpretação diferente, por favor, se manifeste). A música é um pouco... diferente em relação ao clipe. 

No clipe, podemos ver um garoto que sofre preconceitos em vários lugares, até o momento que ele liga o f**a-se. Já na música ele simplesmente fica refraseando “And the wake up is calling me home” (E o despertar está me chamando para casa). Mas onde seria sua casa? SUA casa, no meu ponto de vista, é onde você está confortável e onde se é você mesmo. Onde, de certa forma, se está seguro.


Sou como sou, de Preta Gil, tem um ritmo dançante e que contagia. A filha de Gilberto Gil fala de vários padrões que a sociedade e a mídia impõem. Vi muito dela na música, por aceitar-se "como é": gorda, negra e bissexual. Muitas pessoas não são felizes, porque a sociedade as oprimem. Muitas pessoas deixam de ser o que se é, porque a sociedade faz isso por ela. "Olho pela janela e não é o que vejo não Seria muito mal se fosse essa a situação Chega de preconceito e viva a união De toda raça, toda cor, sexo e religião".


Espero que tenham gostado da playlist de hoje. Pra finalizar, nós - eu e o Thiago Nascimento - queremos dar um recadinho a todos: 




Até a próxima! J-J 





Por: Emerson Garcia e Thiago Nascimento

10 comentários :

  1. Gostei bastante da sua matéria. Realmente, é bem difícil ter "companheirismo" para esta comunidade. Por parte de preconceitos e pensamentos que não fluem direito, que estagna em uma opinião.

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  2. Bom dia,
    Ao combatermos o preconceito só temos que ter o cuidado de não nos tornamos preconceituosos com os preconceitos. No caso a sua análise me pareceu bem imparcial, gostei!
    Fraterno abraço, Jaime

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    Respostas
    1. Sim! Falou tudo. Devemos ser equilibrados. Não só exigir respeito, mas saber respeitar.

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  3. Nossa não conhecia nenhuma dessas músicas, mas achei bem interessante como você abordou esse tema, que é bem complicado, né? Parabéns !
    Beijos,
    #fiquerosa

    Fique Rosa | Meu Canal YT

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  4. Eu fico revoltada com qualquer tipo de preconceito. É muito triste ver como a sociedade trata esses temas. e é bem difícil ser esclarecido o suficiente pra não ser preconceituoso quando desde que nascemos nos ensinam essas coisas. Uma pena mesmo. Sonho com o mundo perfeito que ninguém se importa com a vida pessoal de ninguém!
    Um beijo!

    www.impulsofeminino.com

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  5. Nossa, que saudades eu estava dessa música das meninas do t.A.T.u. <3 Lembro que na época que lançaram, teve polêmica, e passava direto na MTV <3 hahaha! O vídeo representa exatamente o preconceito né? Elas atrás e grades e eas pessoas julgando. Nossa, até hoje amo essa música, as batidas e tudo <3 Eu fico irritada com qualquer tipo de preconceito, não vejo necessidade nesse ato, ninguém ganha nada sendo preconceituoso com algo ou alguém. Enfim, adorei o post!

    Beijos!
    www.likeparadise.com.br

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    1. Gostei muito da sua interpretação da música. O preconceito faz com que aprisionemos as outras pessoas. Isso é doentio.

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  6. Muito bom o tema deste post... Abaixo todo e qualquer tipo de preconceito.
    Bjs!

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