A obra de Bernard Shaw que une duas atrações
distintas.
Na mesma fonte
Tanto o saudoso Roberto Gómez Bolaños (1929-2014) quanto os autores da novela Rosane Svartman e Paulo Halm beberam da mesma fonte. O fio condutor é esse: um homem mais culto pega uma mulher do povo e a transforma numa moça refinada da sociedade.
O corte de cabelo de Tônia Carrero virou moda
durante a exibição da novela | Memória Globo Cedoc/TV Globo
A peça de teatro foi elaborada em 1913 e teve duas versões cinematográficas. Em 1938 estreou o filme Pygmalion com Leslie Howard e Wendy Hiller nos papéis principais. E a famosa versão em 1964 intitulada My fair lady, que tem como protagonistas Audrey Hepburn e Rex Harrison.
Mas não é a primeira vez que a TV Globo usa a obra de Bernard Shaw para fazer teledramaturgia: em 1970 entrou no ar às 19h (que coincidência!) a novela Pigmalião 70 – escrita por Vicente Sesso. Porém uma sutil mudança, é um homem (Fernando Dalba, interpretado por Sérgio Cardoso) que é de origem humilde que tem a vida mudada por uma mulher rica (Cristina Guimarães, interpretada por Tônia Carrero). ATENÇÃO! É por causa dessa novela que ficou para sempre o estilo usado nas produções das sete da emissora: comédia romântica, tramas mais leves e despretensiosas.
Na versão humorística da peça de teatro, o polegar vermelho conta a história de Lisa, uma vendedora de flores que conseguiu se tornar uma dama da sociedade. Chapolin contou sob a premissa de que todo mundo pode mudar. É claro, a adaptação foi feita com o jeito Chespirito de escrever com humor e irreverência. Este episódio foi exibido originalmente no México em 04 de outubro de 1978, episódio 215 da sexta temporada do seriado. Assista:
Gómez Bolaños sempre adaptou histórias clássicas para o público infantil e navegou pelos textos de William Shakespeare com uma habilidade singular para fazer o público rir, por exemplo. Quem não se lembra de Julieu e Romieta (uma sátira de Romeu e Julieta), as histórias de Napoleão Bonaparte, Cleópatra, Cristovão Colombo e Guilherme Tell?
A novela Totalmente Demais
Até na novela das sete o nome da protagonista é a mesma da peça de teatro, do filme e parecido com a do seriado mexicano: Eliza (Marina Ruy Barbosa). Uma moça pobre que terá sua vida transformada por Arthur (Fábio Assunção). É claro, com todas as mudanças para os nossos dias.
Em vez dos bairros de Londres, é o Rio de Janeiro. Totalmente Demais é a segunda telenovela da TV Globo a usar a fonte de Shaw para dar corpo à trama e a primeira a ter o “capítulo zero”, que é uma amostra da novela.
Pigmalião
A história de Pigmalião, a fonte de Shaw que virou a referência de Gómez Bolaños e de Rosane Svartman e Paulo Halm, veio da mitologia grega. O escultor homônimo criou uma estátua e se apaixonou por esta por ser o símbolo da mulher perfeita. Todavia ele não havia encontrado uma mulher que, segundo seus princípios, tivesse dignidade de ser sua esposa. A deusa Afrodite, compadecida com Pigmalião, deu vida à escultura Galateia.
Bem pessoal, agora vocês viram que as histórias universais sempre estarão ao nosso redor em diferentes formatos e gêneros. Não contarei a sinopse do filme nem sobre o episódio de Chapolin. Também, não espere que a novela das sete siga à risca a peça de Bernard Shaw. Minha missão é mostrar como se modela a mesma narrativa em tempos distintos. J-J
P.S.: Caros leitores, semana passada tive que ver meu filho Henrique, a tia Gabrielle e o ramo francês da família Blanche. Não resisti ficar aqui no Brasil e matei as saudades de todos. Por mais que eu tenha segurança dos anos de vida que carrego, não suportei ficar nesse suspense em saber como estava meus parentes e, principalmente meu único filho. É por isso que não teve texto meu na última quarta-feira, 25.
Por: Pedro Blanche
Da versão do Chapolim eu me lembro, mas não vou ter paciência pra olhar a novela kkkkk, embora a história seja bem interessantee.
ResponderExcluirhttp://www.cristadelicada.com.br/
A ideia é você saber que todos beberam da mesma fonte e que cada autor siga sua linha artística. PEDRO BLANCHE
Excluirnem sabia que existia a paródia feita por Chapolin kkkk Bem, sobre esse enredo, tem My Fair Lady, que tb era uma florista e que foi ensinada para viver na sociedade, um lindo filme. A novela da Globo, infelizmente, nãot enho saco de assistir.
ResponderExcluiròtimo post e que bom que vc pode ver os seus familiares.
Bjokas
http://www.dmulheres.com.br/
Chesperito era muito ligado aos clássicos da história. Foi um mestre em sintetizar a obra original e dar um final engraçado e original. PEDRO BLANCHE
ExcluirOi, como vai? hahaha achei legal rever a história
ResponderExcluirhttp://www.blogmemories.com.br
Oi, Robson. Estou bem e tranquilo. Obrigado por perguntar. PEDRO BLANCHE
ExcluirUau! Nunca imaginaria isso! Muito legal saber.
ResponderExcluirrasgadojeans.blogspot.com
Nas novelas, filmes e seriados se conta a mesma história várias vezes. Cabe ao autor dar asas a criatividade. Abraços. PEDRO BLANCHE
ExcluirNunca tinha pensado nisso, fiquei espantada hahaha
ResponderExcluirwww.vestindoideias.com
Nem eu. Apenas há os autores que contam as mesma histórias com um olhar diferente. PEDRO BLANCHE
ExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirSabe que eu nunca tinha reparado nisso?!
Embora eu tenha assistido Chapolin várias vezes, não conhecia a obra de Bernard Shaw, e também não acompanho a novela. Contudo, já valeu saber essa curiosidade.
Abraço!
Tudo Online
Isso mesmo, Sávio. Hoje eu assisti a novela "Totalmente Demais" as personagens de Fábio Assunção e Juliana Paes repetindo a cena da aposta em transformar a personagem principal. Abraços! PEDRO BLANCHE
ExcluirIncrível como essas narrativas clássicas influenciam vários autores, né?
ResponderExcluirIsso mesmo, Camila. Pela segunda vez a TV Globo tem a peça de teatro de Bernard Shaw como inspiração para fazer uma novela. E mais coincidência ainda em ser no horário das sete. PEDRO BLANCHE
ExcluirQue interessante.
ResponderExcluirNão assisto a novela mas gostei de ver as comparações.
@saymybook
saymybook.blogspot.com
Obrigado Jess. | PEDRO BLANCHE
ExcluirGostei! Aconteceu também no clássico "A Megera Domada", com a novela "O Cravo e a Rosa" e o filme "Dez Coisas Que Eu Odeio Em Você", entre outras obras que homenageiam o clássico. Parabéns pela matéria e abraços!
ResponderExcluirCarol, todas estas obras atuais em filmes e novelas bebem na fonte dos grandes clássicos. Muito obrigado e um abraço também. | PEDRO BLANCHE
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