quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Brasília estampada: Eu falo 'Brasiliês'

Quem é de Brasília sabe que temos um jeito próprio e único de falar, com gírias, sotaques e tons bem característicos. É o que se chama Brasiliês - a língua é a mais falada em Brasília e é uma mistura de goianês, mineirês e nordestinês. Temos a incrível capacidade de falar diversas gírias em uma frase só. Esses dias, vi uma pessoa vestida com uma blusa dessa série Eu falo 'Brasiliês'. A estampa apresentava a imagem de uma tesoura e a palavra "tesourinha". Logo, me interessei em pesquisar outras estampas e, foi aí, que descobri a marca de estampas Verdurão.

Localizada no Conic, a Verdurão Camisetas surgiu há mais de 10 anos para vestir e vender o estilo de vida brasiliense. No início, a ideia era de apresentar um caráter crítico e subversivo, mas, aos poucos, ampliou-se para estampar tudo relacionado à Brasília, como gírias, imagens, monumentos e poesias que foram originadas aqui e caracterizam o "nosso quadradinho". Véi, superquadra, lek, baú, rodô, pardal, zueira, paia, se pá, da hora, tiocaô, manja, tá ligado, boto fé e tantas outras, são gírias e palavras daqui de Brasília.

Campeã de vendas, a coleção é consumida, majoritariamente, por pessoas de Brasília ou que moram na cidade e reconhecem seus símbolos. As gírias e símbolos são reconhecidos por quem nasceu ou vive aqui. Estrangeiros e turistas precisam de uma explicação sobre eles. A inspiração e criatividade vieram da extração de símbolos ou traços de nossa capital. Os desenhos e estampas são criados por designers da marca, além de outros. A coleção é para homens, mulheres e até mesmo crianças (chamado de Verdurinha). Ela fora criada por dois brasilienses  e a produção, como costura e serigrafia, é realizada na cidade. 


De fato, Brasília é um museu à céu aberto. Os elementos locais chamam a atenção e são universais. As inspirações podem ser vistas nas cidades, placas, trânsitos, prédios, arquiteturas, urbanismos, animais, fauna, flora, e até mesmo vem do nosso céu azulado, azulíssimo. 

As camisetas são de excelente qualidade e podem ser básicas, elegantes, charmosas, bonitas, peculiares e, principalmente, confortáveis. A paleta é diversa e bem colorida, predominando cores fortes e quentes, mas também branco, preto e cinza. As estampas são minimalistas, mas que entregam a mensagem com clareza, como explica o designer Caio:

"Os tons crus da escala de Niemeyer e a organização da cidade são as características que mais nos influencia. Quando há uma estampa sobre a capital no meio da coleção, é sempre com um olhar diferente. Usamos ângulos e geometrias do dia a dia brasiliense."















Há mais de 9.746 gírias criadas e inventadas por quem mora em Brasília, ou seja, há inúmeras ideias para as camisetas. Além disso, Brasília possui características bem próprias e únicas. Brasiliense que é brasiliense acredita que não possui sotaque, mas é só sair do quadradinho para ser reconhecido!   

É interessante porque o brasiliês tem suas subdivisões. Quem mora na Estrutural, Itapoã, Fercal, Guariroba, Vila Telebrasília, PSul, PNorte e outros lugares... Cada lugar, tem seu próprio jeito de falar. Até mesmo as cidades e cidades satélites ganham apelidos carinhosos por brasilienses: Plano (Plano Piloto), Taguá (Taguatinga), Cei e Ceilondres (Ceilândia), Lago (Lago Sul e Norte), Sul (Área sul do Plano), Norte (Área norte do Plano), Recanto (Recanto das Emas), Santa e Santinha (Santa Maria), Riacho (Riacho Fundo), Samamba (Samambaia), Sobradisney (Sobradinho), Estruta (Estrutural) e Dience (Ceilandense/Ceilandience). 




Brasiliense que é brasiliense é conhecido por usar muitas gírias na mesma frase, fazendo uma idiossincrasia de palavras do sertão nordestino, favela cariocas, roças mineiras e goianas. 

Véi, para entender e compreender o dialeto brasiliês tem que ter as manha. Tipassim, você pode morar no Plano, na Estruta ou na Samamba, o brasiliês é riquíssimo pow. Você pode andar pelas superquadras, tesourinhas ou até mesmo pegar um bus na rodô ou pardal, mas se for brasiliense jamais se perderá. É um dialeto muito bacana, véi. Brasiliês até que não é difícil, depois não vai dar o migué, hein? J-J     












MAIS INFORMAÇÕES 

Por: Emerson Garcia

6 comentários :

  1. Acho super curioso os vários jeitos de falar de um povo. Isso também é cultura.
    Abraço

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  2. Acho interessante essas gírias regionais. Uma que vocês falam é se referir a bicicleta como "camelo" só descobri anos depois ao ouvir a música do Legião Urbana.
    Um abraço

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  3. Sim, Brasília tem o próprio jeito de ser e de falar. Acho que o que nos diferencia de outras cidades é o fato de sermos metrópole e ainda por cima a capital do país. Todos aqui em casa têm camisetas do Verdurão, mas o meu marido tem muito mais, porque sempre o presenteamos com mais uma, rsrs.

    Beijo

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  4. Eu adorei, amo camisetas assim e com bom humor, essas estão lindas e super usaria

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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  5. Adorei!!! Camisetas, que dão a conhecer essas gírias tradicionais! E que fazendo parte da cultura... devem ser lembradas! Gostei de ficar a conhecer!
    Um grande abraço!
    Ana

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