quinta-feira, 24 de junho de 2021

Entre frames #46 #especialDuaLipa #3: Levitating





Chegamos ao terceiro clipe e análise do #EspecialDuaLipa. Hoje é o momento de levitar e deixar seus pés fora do chão e da órbita com Levitating! O vídeo que analisarei hoje é o feat de Dua com DaBaby, lançado em 2 de outubro de 2020. Ele já conta com 265.719.957 visualizações, 3,6 milhões de curtidas e 67 mil descurtidas. Dirigido por Warren Fu, foi criado em parceria com a plataforma de vídeos TikTok. Warren já produziu grandes artistas, como The Strokes, The Weeknd (I feel it coming), Hayley Williams, Daft Punk e a parceria entre Katy Perry e DJ Zedd (360). Ele também foi o responsável pelos efeitos visuais de Star Wars e Star Trek

CONFIRA TAMBÉM 


O clipe se passa em uma galáxia e mostra Dua e várias pessoas levitando nos ares e em uma espécie de elevador intergaláctico, dançando e sendo livres no que parece ser uma festa dos anos 1970, na era disco. Dua promove uma alogmeração do bem no espaço, com uma galera dançando e se divertindo, seja no elevador espacial ou em uma plataforma na atmosfera, mesmo em um tempo pandêmico. O vídeo tem uma fotografia nostálgica; coreografias incríveis; referências à art decó e à era disco; muito brilho e cor; beleza e looks brilhantes; e até uma promoção do TikTok bem visível. Preparado para levitar e decolar?! Assista ao clipe:



Vamos às minhas anotações agora. 


Estética e referências

O clipe tem toda uma estética dos anos 1970, seja por conta das luzes, cores ou figurinos. A paleta se apresenta com cores vibrantes e fortes; os figurinos brilhantes, assim como as maquiagens com muito brilho, delineados e sombras coloridas aplicadas em maxiesfumados; looks como patins e meias da época. A ideia foi a de criar uma atmosfera nostálgica. Uma observação importante é que o clipe tem referências e lembra muito o longa Nos embalos de sábado à noite

 


Não há como não perceber as semelhanças entre ambas as produções, muito menos não fazer uma correlação com o uso de cores empregado na estética do clipe de Dua. Como por exemplo no momento que a pista ganha luzes estilo discoteca dos anos 1970 em 1:41. Observe:



Isso é ou não anos 1970?

Ainda falando de estética, o clipe tem referências à art decó que é um estilo decorativo surgido em 1910, tendo seu apogeu nos anos 1920 e 1930. O elevador intergaláctico foi construído nesse estilo, com seus traços, arquiteturas e aparências. Veja o frame onde fiz uma montagem de uma cena do elevador intergaláctico (0:13 - 0:14) com uma arquitetura da art decó:



Perceba que o clipe mistura dois períodos diferentes: a era do disco e a art decó. O resultado foi incrível! 


Dua é chamada para uma galáxia


O clipe inicia com a cantora em cima de um carro antigo, assim como em Break my heart - primeiro clipe analisado do #especialDuaLipa. A câmera filma do alto para baixo (0:00 - 0:03), assim como também acontece em Break my heart. O clima vintage e nostálgico já começa a ser traçado. O preto de parte do carro, do solo e da roupa da artista contrasta com a cor dourada de parte do carro, havendo um jogo de luzes e sombras bonito de se ver (0:03). Dua observa uma estrela brilhante no céu, enquanto está deitada no capô do carro. 

Em 0:09 há o som e imagem de pessoas batendo palmas na galáxia. Esse mesmo recurso pode ser verificado no clipe Don't start now, quando também haviam sons sincronizados com imagens no som do "tamborzinho". 



Em 0:12 a câmera dá um close no olho de Dua, ela fecha os olhos e tem uma visão de dentro da cabine intergaláctica. Surge uma estrela cadente e quando volta para Dua ela está com outra maquiagem, figurino e cabelo (0:12 - 0:16). 




O céu noturno é realístico. Na parte que a cantora canta "Glitter in the sky, glitter in my eyes Shining just the way I like" (Glitter no céu, glitter em meus olhos Brilhando do jeitinho que eu gosto), mostra-se o céu com estrelas cadentes e brilhantes e a maquiagem brilhante de Dua (0:14). Assim como o céu - não sei se fictício ou real - possui estrelas cintilantes, a maquiagem de Dua também. 

Como falado anteriormente, a maquiagem tem referências aos anos 1970, em que a ordem era exagerar com sombras e maquiagens chamativas, brilhantes e fortes. Perceba que Dua usa delineados esfumaçados e brilhos azuis. A maquiagem combina tanto com a galáxia do clipe como com o figurino de Dua - uma roupa azul e brilhante. A maquiagem dos anos 1970 tinha como objetivo dar destaque aos olhos, seja com maquiagens neons, coloridas ou cheias de gliter. E isso é observado na make de Dua. 



Entre 0:18 - 0:19 o pingente da cantora começa a levitar e flutuar. Algo estava ocorrendo no universo e era como se Dua estivesse sendo chamada por ele. A medida que o cordão se movimenta, Dua também. O pingente, então, volta para o lugar e a cantora sente (0:20 - 0:22). 



Um portal, nas mesmas cores do TikTok, se abre na galáxia (0:22 - 0:24), Dua observa, fica surpresa, se levanta do carro e se direciona até ele (0:24 - 0:26). Há uma harmonia e simetria entre o carro, Dua e o portal. O jogo de sombras e luzes chega a ser algo poético. No portal surge uma escada e a cantora sobre por ela, entrando em outra dimensão e sendo enviada para a atmosfera (0:27 - 0:30). Fim do primeiro ato. 



Esse só foi o primeiro ato e cena construída com tantos detalhes, assim como os dois clipes da cantora já analisados. Mas o show visual ainda teria que continuar. 


Dentro da nave



Dua encontra-se em uma nave espacial com duas ascensoristas, uma espécie de sala de dança no espaço, um elevador interespacial (0:31). A decoração é na art decó, como já falado. Há uma simetria e harmonia nos frames. A porta do elevador tem um marcador com a logo do TikTok. Percebemos que a estética também é na art decó e que o elevador tem diversos níveis e "andares" (0:32). Na tela do elevador aparece a seguinte frase "Blast off" (Decolar). Era o momento daquele elevador aeroespacial viajar! Dua começa a dançar a coreografia do refrão da música com as ascenssoristas, que também são dançarinas. Percebemos um alinhamento e simetria dos elementos (0:33 - 0:36). Entre 0:37 e 0:38 há o movimento de câmera que as filma de baixo para cima. 

Na parte em que Dua canta "You moonlight Your're my starlight" (Você, luar Você é minha luz das estrelas), ela aponta para a câmera, como se quebrasse a quarta parede. A câmera, por sua vez, se aproxima e se distancia das dançarinas (0:42 - 0:46). 



Entre 0:46 e 0:48 o ponteiro do elevador aponta para um novo andar e dimensão. No terceiro nível, surge a palavra "Approaching" HRH-91 (Aproximando). Uma das ascensoristas olha para o elevador atenta (0:48), se aproxima e modifica uma função no controle (0:49 - 0:51). Estava com uma silhueta feminina, que trata-se da presença de Dua no elevador e ela adiciona uma masculina, a inserção de DaBaby na nave. O "mais" do elevador tem as cores do TikTok - rosa e azul (0:51). 


O TikTok também é uma grande estrela do clipe e existem várias referências à essa plataforma.


A chegada de DaBaby



DaBaby chega no clipe para somar entre 0:51 e 0:54. Ele veste uma roupa com flores coloridas desenhadas em tricôs da Louis Vuitton (A imagem abaixo traz ícones da Louis Vuitton e que estão empregados na roupa de DaBaby). 



O cantor canta a parte de rap da música, com gingado bem característico. Os movimentos de câmera nesses frames são interessantes. A câmera fica levemente torta, se regulariza e fica torta novamente (0:54 - 0:59). Esse efeito foi utiulizado para que a câmera ficasse sob a gravidade que o elevador intergalático também estava.  

Em 1:00 o recurso de sincronização é utilizado mais uma vez, quando as luzes da cabine piscam no mesmo instante que palmas são batidas. 



O elevador continua viajando pelo espaço quando aparece "Let's go" (Vamos lá) no visor (1:01). 




Nessa viagem espacial, podemos observar luzes e traços azuis (1:01 - 1:06). DaBaby fica iluminado em azul e há um contraste interesssante entre a nave, a iluminação do elevador e as linhas azuis. Frames bonitos de se ver.  



Dua canta e dança o refrão com seu feat. Há uma sintonia visível entre eles. Químicas nos olhares e movimentos. Vejam os frames que separei entre 1:29 e 1:41




É anos 1970 no elevador


Ainda no refrão o solo do elevador ganha luzes no estilo discoteca dos anos 1970, em um frame que já adiantei para vocês no tópico (Estética e referências). O solo lembra muito uma pista de dança dos anos 1970, por meio de suas cores iluminadas. Em 1:42 o elevador está em um novo nível - o "Roller world" (mundo do rolo). É quando dançarinas, que parecem ter vindo de outro planeta, entram na nave (1:43 - 1:52). Elas usam patins e meias dos anos 1970. As garotas dançam, performam e chamam a atenção de todos na cabine.

As danças e movimentos lembram muito os de John Travolta no filme já mencionado. Dua quer fazer uma homenagem à era disco, seja por meio do figurino, ritmo musical, estética e referências. Prova disso é quando uma dançarina faz piruetas e gira na pista de dança (2:04 - 2:05). O jogo de luzes e a pista iluminada é um convite irrecusável para o espectador também remexer a cadeira nesse ritmo tão contagiante. 



Em 1:55, depois de muita dança, liberdade e alegria que contagia, ocorre uma explosão na galáxia. 



Ainda contagiados, os dançarinos e Dua estão na pista de dança, que agora conta com bolas de vários tamanhos iluminadas (2:13 - 2:14). A câmera filma de forma superior e temos uma visão de cima. Há simetria e harmonia nas cenas. Os círculos parecem formar uma espiral e as luzes vão mudando de cor. 



Entre 2:34 e 2:41 a música fica mais lenta. Assim, a câmera começa a filmar em slowmotion. Chega a hora de finalmente levitar e as pessoas parecem exatamente fazer esse movimento seguindo o ritmo da canção que fica mais lento.



O elevador chega no último nível - o "Final stop" (Parada final) (2:41 - 2:42). É o nível em que finalmente o elevador intergaláctico e seus tripulantes chegam ao destino: a atmosfera, onde irão levitar e divertir-se mais um pouco! 



Um ascensorista aperta o botão "Release" (Liberação) para que os tripulantes sejam liberados e "levitem" no espaço. Na parte "Moonlight" (Luar) um tripulante já ejetado se aproxima da lua, sofrendo os efeitos da gravidade (2:43 - 2:52). 




No planeta levitando



Os tripulantes estacionam em uma plataforma flutuante no meio do espaço. Eles dançam e levitam. Interessante que esse ambiente tem as cores do TikTok em tons degradês (2:52 - 3:21). A câmera filma Dua divando e dando closes, até que o clipe é finalizado com uma aproximação em seu rosto (3:22).




De 3:23 e 3:50 os créditos passam com o instrumental da música. O estilo da fonte lembra os anos 1970 por conta das cores neon. 




Vídeo criado com TikTok




O clipe foi lançado primeiramente no TikTok em uma ação inédita chamada de The Levitating Experience. O TikTok tem investido em novos tipos de ações, como estreias de clipes e live shows. Veja o que Dua falou desse projeto:

“A experiência Levitating irá te transportar para a pista de dança intergalática nas estrelas. Embarcando no dia 2 de outubro, quando um portal irá aparecer em seu mundo, provendo uma entrada para o levitator. Não tenha medo. Vá para a luz. Você pode sentir um pouco de cócegas quando entrar na névoa. Não se alarme: faz parte da diversão."

Devido essa parceria, o TikTok lançou uma campanha publicitária mundial com promoção em diversos canais de mídia digital e social, bem como na Times Square de Nova York e sites de destaque em cidades da Europa. O aplicativo também lançou o desafio #Levitating, onde Lipa convidou seus fãs a utilizaram a ferramenta de slowmotion do TikTok para mostrar suas habilidades de levitação. 



Letra 

Fala sobre um relacionamento amoroso e um convite para levitar nos ares. O amor faz as pessoas levitarem e é justamente isso que a letra fala. Ela possui várias referências ao espaço sideral. Separei alguns trechos:

"If you wanna run away with me, I know a galaxy
And I can take you for a ride
I had a premonition that we fell into a rhythm
Where the music don't stop for life"
(Se você quiser fugir comigo, eu conheço uma galáxia
E posso te levar para um passeio
Eu tive uma premonição que nós caímos em um ritmo
Onde a música não para nunca)

Efeitos do que um verdadeiro amor causa nas pessoas.


"You want me, I want you, baby
My sugarboo, I'm levitating
The Milky Way, we're renegading
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
I got you, moonlight
You're my starlight
I need you all night
Come on, dance with me
I'm levitating
You, moonlight
You're my starlight
I need you all night
Come on, dance with me
I'm levitating"
(Você me quer, eu quero você, meu bem
Meu docinho, estou levitando
A Via Láctea, estamos renegando
Sim, sim, sim, sim, sim
Eu peguei você, luar
Você é minha luz das estrelas
Eu preciso de você a noite toda
Venha dançar comigo
Estou levitando
Você, luar
Você é minha luz das estrelas
Eu preciso de você a noite toda
Vamos, dance comigo
Estou levitando)

Declarações de amor. 


"I'm one of the greatest, ain't no debatin' on it
(Let's go)
I'm still levitating, I'm heavily medicated
Ironic I gave 'em love, and they end up hatin' on me (Go)
She told me love me, and she been waitin'
Been fightin' hard for your love
And I'm runnin' thin on my patience
Needin' someone to hug
Even took it back to the basics
You see what you got me out here doin' (Yeah)
Might've threw me off
But can't nobody stop the movement (Uh huh)
Let's go, left foot, right foot, levitatin' (C'mon)
Pop stars (Go) , Dua Lipa with DaBaby"
(Eu sou um dos melhores, não tenho dúvidas sobre isso
(vamos lá)
Eu ainda estou levitando, estou fortemente medicado
Ironicamente eu dou amor, e acabo recebendo ódio
Ela me diz que me ama, e que está esperando
Tenho lutado muito pelo seu amor
E estou ficando sem paciência
Preciso de alguém para abraçar
Até estou voltando às origens
Viu o que você me fez fazer aqui? (sim)
Pode até me descartar
Mas ninguém consegue parar o movimento (Uh huh)
Vamos lá, pé esquerdo, pé direito, levitando (vamos lá)
Popstars, Dua Lipa com DaBaby)

Um desabafo cantado por DaBaby que fala de um amor não correspondido. 


A letra foi composta por Dua Lipa, Clarence Coffee Jr., Sarah Hudson e Stephen Kozmeniuk, e produzida por Koz e Stuart Price.


Música

A faixa foi gravada para o segundo álbum de estúdio de Dua, Future nostalgia. É uma canção eletro-disco e nu-disco que incorpora elementos de dance pop, pop funk, power pop e space rock, assim como estilos pop e R&B dos anos 1970, 1980 e 1990. 


Esse foi o Entre Frames de hoje. Até o próximo! J-J















Por: Emerson Garcia

9 comentários :

  1. Adoro essas análises de clipes. Vocês conseguem ver coisas que ninguém se dá conta. Adorei o post!

    www.vivendosentimentos.com.br

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  2. Muito legal! Sua análise é perfeita e detalhada.
    Eu adoro as referências dos anos 1970 e art decó!

    🤩🤩

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  3. Menino, nos posts dessa tag "Entre frames" sempre descubro coisas incríveis, que estão a acontecer na música e na cultura POP. Agora mesmo me ocorreu que com o tempo, você talvez até possa lançar um livro sobre os assuntos abordados aqui. Depois quero ir ver - com calma - o clip da Dua Lipa.

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  4. A Dua é maravilhosa😍😍 Esse clipe é sensacional, representatividade dos anos 70. Eu adoro essa música.
    Realmente essa relação do céu noturno com a make dela é sensacional.

    Beijos,
    Paloma Viricio💫❤

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  5. Mais uma publicação extensa que me fascinou ver, ler, e ouvir.
    Parabéns poor ser, sem dúvida, um fantástico jornalista.
    .
    Cumprimentos poéticos
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  6. A Dua Lipa é belíssima e super talentosa!
    Muito bacana esse entre frames :)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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  7. Olá, Emerson.
    Sou por fora do assunto música e nem conheço a cantora hehe. Na verdade achava que era uma banda hehe.

    Prefácio

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  8. Adorei demais esse post e esses frames

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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  9. Ainda não tinha visto o clipe,mais achei muito interessante as observações.

    www.paginasempreto.blogspot.com.br

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