Quinta de série: Manifest

Pode conter spoilers!

Passageiro, bem vindo ao Quinta de série dessa semana. Convido-o a decolar conosco por meio da série de hoje. Tenha uma boa viagem! A produção escolhida é Manifest (Em português Manifest - o mistério do voo 828). Lançada em 2018, conta atualmente com três temporadas e um total de 42 episódios. Ela foi criada por Jeff Rake e produzida por Cathy Frank, Laura Putney, Margaret Easley, Harvey Waldman e Marta Gené Camps. Compõe o elenco Melissa Roxburgh, Josh Dallas, Athena Karkanis, J. R. Ramirez, Luna Blaise, Jack Messina, Parveen Kaur, Matt Long e Holly Taylor. A série foi distribuída pela Warner Bros Pictures e exibida pela NBC (1ª a 3ª temporada) e Netflix (4ª temporada). Você pode acompanhá-la nos seguintes serviços de streaming: HBO Max e Globoplay. 

Manifest conta a curiosa estória de tripulantes do voo 828 da Montego Air que vinha da Jamaica para os EUA, que após um voo turbulento, aterrisam em perfeito estado. O problema é quando estão no solo o tempo, que parecia ter durado 5 horas, durou contudo 5 anos! Enquanto os passageiros não envelheceram um único dia, seus amigos, familiares e colegas que estavam fora do voo, sim. Os familiares acreditaram que os passageiros estavam mortos, seguiram suas vidas e casaram-se novamente. Agora, os passageiros ganham uma nova chance e devem se adequar à todas as mudanças que suas vidas impuseram. 

A grande pergunta surge logo no início: o que aconteceu entre o momento em que os passageiros passaram pela turbulência e quando pousaram, mas cinco anos depois? Não é fácil adaptar-se à uma nova realidade, quando, na verdade, era para se estar morto! Não é fácil também seguir em frente na vida, quando ela se mostra muito misteriosa, cheia de conspirações e segredos. Assim, digo que a série é do gênero aventura, drama e suspense. Essa verdadeira mescla.

A série é cheia de mistérios do início até a última temporada lançada, lembrando bastante o fenômeno Lost, mas sem chegar aos seus pés. Michaela e Ben Stone encabeçam as investigações sobre o voo, entrando em tramas surpreendentes e criando até mesmo teias e ligações entre os passageiros e outras pessoas envolvidas com o caso. Há símbolos, ícones, visões e chamados (Já que todos os passageiros começam a ouví-los e ter visões). Todos os personagens, inclusive os passageiros, possuem conexões entre si e precisam unir-se para um bem comum. 

Com o intuito de bugar a mente e fazer nós na cabeça do espectador, Manifest é uma viagem louca que, muitas vezes, não leva à lugar nenhum. Ela cria teorias, perguntas e mais perguntas, mas sem deixar muitas explicações e respostas. Qual seria a causa dos efeitos do voo 828? Um experimento? Algo relacionado à looping temporal? Será que existem explicações científicas, espirituais ou religiosas? Claro que a série não é sua amiga e responde logo de cara. Somente no final da terceira temporada é que temos uma explicação ao menos plausível para o mistério do voo 828, mas tudo ainda muito simplório. Acredito que será explicado com mais detalhes na 4ª temporada.

As teorias que levantei no decorrer dos episódios e temporadas estão fora de órbita, mas fazem total sentido para ela. Acreditava que eles tinham ido para uma ilha misteriosa e retornado no avião 5 anos depois ou que estariam numa espécie de teste ou, ainda, passando por Experiências de Quase Morte (EQM). Mas o que a série entregou e jogou na minha cara foi o seguinte: eles são escolhidos; morreram e ressuscitaram, mas tem uma data de validade (data de morte); e morreram no acidente de avião! Claro que a produção somente jogou na minha cara e não explicou muita coisa.

Além disso, a série insiste em explicações científicas e religiosas, o que não dá muito certo e vou explicar o porquê. Ciência e religião não combinam, na maioria das vezes, mas na série o que percebo é a tentativa de unir aspectos científicos, como experimentos, injeções, entre outros; com religiosos, como redenção, ressurreição, Arca de Noé e passagens bíblicas. No final vira uma micelância de coisa que não leva para lugar algum. Vamos ver se a Netflix vai saber costurar esses dois aspectos na quarta temporada.

Os personagens são cativantes. Cada um tem sua característica, estória, enredo e drama. Os meus preferidos é a Mickaela Stone, por ser forte e corajosa, embora com muitas fraquezas; Cal Stone, por ser um garoto dócil, amável, inteligente e que desvenda muitos mistérios (Mas ao desvendá-los, parece que tudo torna-se pior); Saanvi Bahl, por ser perspicaz, corajosa e solidária; e Bethany Collins, por ser simpática e alegre. 

O legal de Manifest são as teorias criadas, assim como em Lost. Embora aqui, as discussões tenham menos impacto do que na série que durou seis temporadas. Além disso, os personagens não tem dramas tão profundos do que com relação à série antecessora. A ideia é que a quarta temporada consiga explicar o que há por trás desse mistério, sem rodeios ou sem criar mais questionamentos. É claro que a série tem muito a que desvendar nos próximos vinte episódios. Eis aqui algumas das coisas: Para onde foi Carl?; O que aconteceu com Daly?; Para onde o avião foi?; O que vai acontecer com Angelina e Eden?; e Qual será a repercussão da morte de Grace? 

Manifest é um bom entretenimento, mas não espere entender tudo, porque você de fato não irá! Mas se você está acostumado à mistérios, perguntas infindáveis, teorias mirabolantes como em Lost, essa série é altamente recomendável. Fique agora com a abertura e um trailer da primeira temporada. J-J

   

 

Por: Emerson Garcia