Mais cedo, o Arthur Claro escreveu um post sobre assexualidade, que é a falta total, parcial ou condicional da atração sexual, independente do sexo biológico ou gênero. Agora, explano sobre a panafetividade, ou seja, a atração sexual, romântica ou emocional em relação às pessoas, independente de seu sexo ou identidade de gênero. Pan significa todo, total, inteiro e afetividade, atração. Juntando, fica assim: atração por todos os gêneros - em todas as suas manifestações -, sem restrição e/ou preferência quanto à orientação sexual do outro.
Pessoas pans não se importam com gênero, se referindo a si mesmas como "cegas". Para elas, gênero e sexo não são fatores determinantes em sua atração sexual ou romântica. Elas se interessam pela pessoa em si, suas características, como aparência e/ou personalidade. Assim, em cada pessoa panafetiva, a maneira de se relacionar se dá de uma forma diferente. Pessoas pans tem atração por homens, mulheres, trans, não-binários, intersexuais, andróginos, entre outros. Essa é mais uma das "caixinhas" da sexualidade existentes.
O termo da panafetividade surgiu pela primeira vez em 1917, mas era usado para descrever pansexualismo, ou seja, a ideia de que as pessoas colocam seus instintos sexuais em primeiro lugar. Nos anos 1980, por sua vez, haviam comunidades fetichistas que usavam o termo para descrever indivíduos sem preferências sexuais específicas e abertas às mais distintas experiências sexuais. Mas esses dois conceitos não se aplicam atualmente.
A identidade panafetiva mesmo surgiu na segunda metade do século XX, mas se tornou mais popular no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, com uma alternativa mais inclusiva, do que foi realizada anteriormente. Foi nesse período, também, que a comunidade queer dos EUA interagiu mais por correio. Com isso, inúmeros indivíduos com experiências distintas sobre a comunidade LGTQIAP+ interagiram. O choque cultural foi presente. Conheceu-se termos como pessoas trans ou genderqueer.
A pessoa adepta à esse tipo de afetividade mostra que a orientação sexual pode estar congruente com gêneros distintos. Antes das discussões pans, ao se falar de homo e heteroafetividade, vinha na mente somente a ideia de homens e mulheres cis. Agora, não. Os gêneros e orientações são construtos sociais e devem ser atualizados. Por isso, o movimento pan se aproxima e apoia o movimento trans, pois ambos defendem debates sobre as amplas possibilidades de vivenciar os gêneros.
O post de hoje tem o intuito de falar sobre vários tópicos, são eles: Panafetividade e biafetividade; bandeira pan, arromântica e símbolos; dia da panafetividade; pensamentos e filosofias pans; panafetividade e terapia.
Panafetividade e biafetividade
Por muito tempo a panafetividade foi confundida com a biafetividade, mas isso caiu por terra. Afinal, a pansexualidade rejeita o binário de gênero, enquanto a biafetividade é utilizada como termo "guarda-chuva" por conta da atração por dois gêneros. Também não se pode confundir a panafetividade com a poliafetividade, que é a atração por mais de um gênero, mas não todos.
Convencionalmente, a diferença entre a biafetividade e a panafetividade é a seguinte: pessoas biafetivas reconhecem os diferentes gêneros e se relacionam de formas diferentes com eles, enquanto pessoas panafetividades se atraem por todos os gêneros, indistintamente.
Há estudiosos que dizem que a panafetividade é uma ramificação da biafetividade. Já outros, afirmam que bi e pan são coisas separadas. Para aqueles que estão descobrindo sua orientação é bom pesquisar, se informar e conversar tanto com pessoas pans como bis.
Um panafetivo pode se atrair por um andrógino que é uma pessoa que se veste e se comporta como alguém que não sabe o gênero dela. O fato é que a sexualidade é construída no decorrer do tempo. Para a sexóloga Ana Cláudia, muitos indivíduos se identificam como panafetivos, mas estão num processo experimental. A panafetividade, portanto, tem a ver com um desejo amplo, quando a questão sexual se encontra com a característica humana, sem pensar na física.
Bandeira pan, arromântica e símbolos
Esse é mais um símbolo pan que apresenta símbolos de masculino e feminino de várias cores entrelaçados.
Essa é uma bandeira panromântica, composta por quatro faixas horizontais de tamanhos iguais, nas cores azul, verde, laranja e rosa. As cores representam, respectivamente: gênero masculino, gênero neutro ou sem gênero, com gêneros fora do binário ou entre masculino e feminino e de gênero feminino. A bandeira foi criada em 24 de maio de 2015.
Dia da panafetividade
No mundo, o Dia Internacional do Orgulho Pansexual é comemorado no dia 8 de dezembro, aonde se dedica para celebrar a panafetividade. Já o Dia da Visibilidade Panafetiva e Panromântica é dia 24 de maio.
Pensamentos e filosofias pans
Diversas figuras públicas se consideram pessoas pans, como Miley Cyrus, Serguei, Renato Russo, Reynaldo Gianecchini, Janelle Monáe, Demi Lovato, Bella Thorne, Jazz Jennings, Mary Gonzalez e Brendon Urie. A seguir, trago frases que essas pessoas disseram sobre a filosofia pan:
“Não sabia que isso existia até que alguém me explicou. Você gosta de seres humanos, não precisa ser uma garota ou um garoto, ele ou ela” - Bella Thorne
“Já tive, sim, romances com homens. Mas a sexualidade é muito mais ampla” - Reynaldo Gianecchini
"Panafetividade é a possibilidade do amor acima de tudo" - Nátaly Neri
“Eu gosto de garotas sexy, gosto de caras sexy. Eu gosto de sensualidade em geral, sabe?” - Bella Thorne
“É uma palavra ampla e isso ocorre porque as pessoas querem liberdade para se identificarem da maneira que quiserem, sem que ninguém as rotule” - Michael Aaron, psicoterapeuta e terapeuta sexual.
Panafetividade e terapia
A pessoa panafetiva também precisa cuidar de sua saúde. A população LGBTQIAP+ é a mais vulnerável a problemas emocionais como ansiedade, estresse, depressão e até mesmo o suicídio. A ajuda profissional é fundamental para o autoconhecimento e exploração da sexualidade. Busque ajuda para lidar com dores e preconceitos para se aceitar como ser panafetivo.
A atração por todos os gêneros
A panafetividade pode ser para qualquer tipo de pessoa. Para transgêneros, intersexuais e até mesmo pessoas cisgêneros. A pessoa panafetiva tem o gênero como fator irrelevante na questão sexual ou relacional. Mesmo que o gênero não seja fator preponderante, as pessoas panafetivas tem suas preferências específicas, que não cabem dizer nesse post.
A identidade panafetiva deve ser aceita, compreendida e não criticada, em nossa sociedade. J-J
Sempre oferecendo temas intensos, profundos, didáticos, de enorme fator de conhecimento. O meu elogio
ResponderExcluir.
Cumprimentos cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Oi, Emerson,
ResponderExcluirO post revela o quanto a afetividade e a sexualidade humana são complexas, não é verdade?
Beijão e bom dia
Great article. I followed your blog. Success for your blog
ResponderExcluirComo são complexas estas questões de género!
ResponderExcluirxoxo
marisasclosetblog.com