Entre frames #50 #especialDuaLipa #7: Fever

Hoje o Entre frames está especial por dois motivos! Primeiro, porque é o último post do #especialDuaLipa (Quantos "ahhh" posso ouvir?!), esse especial que tive o prazer de fazer e de me divertir bastante (Em 2022 terá o #especialDuaLipa2, mas não conta para ninguém porque é segredo rsrs!). O segundo, porque exatamente com o post de hoje, completo 50 Entre frames! Isso mesmo! Fiz 50 análises de clipe e virá muito mais! Alegria em dobro!

Finalizo o #especialDuaLipa com Fever em parceria com a cantora belga Angèle. O clipe estreou em 6 de novembro de 2020, conta com 74.553.733 visualizações, 1,1 milhões de curtidas e 22 mil descurtidas. Dirigido por WAFLA (We Are From LA) , tem direção de fotografia de Arnaud Potier e foi produzido por Iconaclast. 

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Fever apresenta um clima de balada, descontração e bom humor entre amigas. O clipe todo se passa à noite, utilizando-se de uma câmera tremida e subjetiva com efeitos caseiros. Mais do que um vídeo que quer captar imagens, movimentos corporais e que pretende ser um show audiovisual, os produtores quiseram deixá-lo mais íntimo, captando o cotidiano e dia a dia das cantoras e de outras amigas que surgem no vídeo. Desse modo, Fever conta com diálogos, capelas, ambiente e iluminação noturnos e uma edição quase sem cortes, como se fosse um filme. Aprecie-o: 

Que tal irmos para as minhas considerações agora? Estava com saudades de dizer isso!

Estória

Dua Lipa e Angèle só querem curtir a noite, comer besteiras, dançar e se entreter, por mais que quebrem regras, perturbem a vizinhança e desafiem a polícia! 

O clipe apresenta uma música dançante que influencia todas as pessoas do vídeo a dançarem também, mesmo que faça chuva e as ruas estejam vazias. O relacionamento amoroso da música provoca a febre e a quentura do corpo, mas no vídeo não há nenhuma cena de romance, apenas garotas querendo curtir a noite, em um ritmo espontâneo, com dança e descontração. 

Ferver conta com cenas dialogadas. Um dos diálogos é o que Dua fala à sua amiga que seu cachorro Dexter deve ser castrado sem motivo aparente. Além disso, conta com cenas faladas e até com duas capelas, mostrando que o clipe é mais que um clipe, se parecendo com um documentário autoral e único. Estou fazendo inglês e entendi a maioria dos diálogos, com exceção de alguns. Aliás, o que mais me chamou atenção no clipe foram os diálogos e as capelas.

Assim, Ferver traz muita verdade sobre uma noite divertida, de petiscos, bom humor. É o retrato de uma noite de balada normal antes da pandemia, embora o clipe tenha sido lançado um pouco depois. Tal fato gerou muita polêmica e comentários de que as gravações aconteceram sem nenhum protocolo de proteção contra a Covid-19, sem isolamento e com muita aglomeração. Contudo, isso foi desmentido pela Dua, já que os moradores da vizinhança onde o clipe fora gravado estavam denunciando a perturbação à ordem pública, e não a falta de protocolo.

Noite adentro

O clipe é iniciado com o instrumental da música. A câmera filma o ambiente noturno e as garotas (0:00 - 0:09). A câmera é subjetiva, mas parece ser caseira, trazendo uma documentação bem intimista das garotas. 

Dua manifesta o desejo de voltar para casa e se direciona para um táxi. Contudo, Angèle vem atrás e fala para curtirem mais à noite, embora ela esteja chuvosa. Dua se desculpa e as garotas caminham pela rua (0:09 - 0:23). 

É interessante perceber o movimento da câmera nesse clipe. A todo instante subjetiva e acompanhando o passo das garotas. A câmera, deixando o clipe mais realístico, mas interessante da mesma forma (0:24 - 0:32). 

Entre 0:32 e 0:36 Dua começa a cantar música. A câmera, portanto, foca em seu rosto e em cada detalhe. Entre 0:36 e 0:40, é a vez de Angèle ficar em foco. Ela dança no meio da rua e não parece se preocupar com os perigos da noite. O que ela mais quer é ser feliz. 

A opção de Dua de aproveitar mais à noite foi acertada, pois parece que ambas estavam bem à vontade em tela. 

Extravasa

Dizem que a noite é uma criança e tenho que concordar com isso. É o momento que estamos mais liberados e aptos para aproveitar a vida, e é exatamente isso que Dua e Angèle querem fazer. 

O refrão da música inicia. As cantoras entram em uma lanchonete e comem petiscos (0:49 - 1:04). Angéle então observa a cena de usuários dos estabelecimento dançando e se divertindo, afinal a noite é uma criança (1:04 - 1:09). Angèle faz uma cara de surpresa, mas não de preconceito e recriminação. 

Entre 1:09 e 1:19 Angèle canta sua parte da música, as amigas caminham pela rua e se divertem na noite. O extravasamento é tão visível que Dua sobe em um poste no meio da rua. 

Prenda-nos se forem capazes

Nem tudo segue como o planejado e um carro de polícia passa na rua e observa as amigas. O filtro da cena, com cores noturnas e cotidianas fica em tons de azul, pois a luz da sirene invade o ambiente (1:19 - 1:22). Dua liga para que alguém as livre dessa situação, mas a pessoa não atende e ela fica desesperada (1:22 - 1:25). A sirene toca e as garotas correm pela rua como se não houvesse amanhã. Dua se diverte com a situação, sorrindo bastante (1:25 - 1:30). 

Entre 1:30 e 1:56 as garotas ficam no meio de uma praça, alinhadas e simétricas. O poste de luz fica no meio do quadro e os elementos ficam harmonizados entre si. A música diminui o volume, parecendo que está passando em uma rádio. As cantoras dialogam e Dua conversa sobre o assunto aleatório que seu cachorro seria castrado. Angèle também conversa um pouco.

A música aumenta de volume (fade in) e as garotas continuam se divertindo pela noite (1:56 - 2:09). 

Elas andam no metrô da cidade, brincam de lutinha, se divertem com a câmera de segurança e caminham pelas ruas, perturbando um pouco os vizinhos. 

Uma senhora, por exemplo, as observa com raiva. Ela veste um hobby azul, que combina com sua cortina, com a almofada e outros elementos. Para passarem desapercebidas pela velhinha, as garotas se escondem e descem no arbusto (2:09 - 2:14). 

Encontrando-se com mais amigas

Parece que a madrugada seria bem longa e divertida. Entre 2:14 e 2:22 Dua e Angèle encontram-se com outras amigas. Elas se dirigem para o apartamento de uma delas, enquanto cantam a capela da música, sendo que suas vozes parecem normais e sem efeitos (2:22 - 2:30).

Por volta das 2 da manhã, uma vizinha as vê badernando pelo corredor do prédio e fazendo barulho. Ela, então, grita e briga com elas. As garotas não se preocupam muito com a represália e seguem a noite (2:31 - 2:35). 

Entre 2:35 e 2:36 a música continua e som normal (fade in). 

Festa no apê

A festa continua no apartamento de uma das amigas. Perceba que o filtro das cenas também é modificado. Agora a paleta ganha tons amarelos e dourados (2:36 - 3:22). Depois de toda a festa e descontração, a câmera as filma em slow motion e distanciando-se delas (3:22 - 3:24). Depois a cena corta para Angéle saindo do apartamento e se encontrando com Dua no corredor. Esse ato, então, é finalizado (3:24 - 3:38). 

As garotas saem do prédio e alguém grita na rua. O dia já estava amanhecendo e as cantoras dialogam e cantarolam a música (3:39 - 4:01). 

A câmera corta para um açougue e o clipe finaliza de vez (4:02 - 4:04). 

Letra

A canção é cantada tanto em inglês quanto em francês, com Lipa interpretando falsete no refrão. A letra fala sobre um interesse amoroso e quente. Separei alguns trechos da música.

"I've got a fever, so can you check?

Hand on my forehead, kiss my neck

And when you touch me, baby, I turn red

I've got a fever, so can you check?"

(Estou com febre, será que você pode verificar?

Mão na minha testa, beije meu pescoço

E quando você me toca, meu bem, eu fico vermelha

Estou com febre, será que você pode verificar?)

Um trecho que mostra a temperatura desse amor e paixão. 

"Peut-être qu'avec du temps, ça partira

Et pourtant, et pourtant, et pourtant, je ne m'y vois pas

Comme un médicament, moi, je suis rien sans toi

Et je sais que, je sais que jе perds du temps dans tes bras"

(Talvez, com o tempo, isso passe

E ainda assim, e ainda assim, e ainda assim, eu não consigo me ver

Como um remédio, eu não sou nada sem você

E eu sei disso, eu sei que estou perdendo tempo em seus braços)

O amor tem essa capacidade de nos deixar doentes, com febre. A cura para essa febre é viver um grande amor. 

"Car dans mes yeux, ça se voit

La fièvre dans les yeux, oui, ça se voit

Mon cœur se serre, j'ai du feu dans la voix

Le plus souvent, c'est quand je pense à toi

I've got a fever, can you check?

Hand on my forehead, kiss my neck

And when you touch me, baby, I turn red

I've got a fever, so can you check? (Amour en fièvre)"

(Porque em meus olhos, sim, dá pra ver

A febre dentro de meus olhos, sim, dá pra ver

Meu coração afunda, tem fogo em minha voz

Na maioria das vezes, é quando penso em você

Estou com febre, será que você pode verificar?

Mão na minha testa, beije meu pescoço

E quando você me toca, meu bem, eu fico vermelha

Estou com febre, será que você pode verificar? (Amor febril))

Febre e muito fogo!

Música

Fever tem um ritmo quente e pra cima de dance-pop, deep house e disco-pop, com alguns elementos de Eurodance dos anos 2000. Tem batidas afrobeat-tingida syth pop, abrindo com sintetizadores tropicais. Também apresenta melodias digitais e percussão dinâmica, incluindo palmas das mãos e sons de estalo. 

A música, que tem uma pegada extremamente radiofônica, foi gravada para a edição digital e francesa do segundo álbum de estúdio da cantora, o Future Nostalgia. A canção foi lançada em 29 de outubro de 2020 pela Warner Records, como o sexto single do álbum. 

#especialDuaLipa 

E assim finalizamos esse #especialDuaLipa que tive o prazer de fazer só para vocês. Não é difícil perceber a semelhança entre os clipes analisados e em como a identidade de Dua Lipa é construída através deles. Os clipes são criativos, coloridos, com vários efeitos de câmera e filmagem, além de possuírem estórias e enredos que chamam a atenção. Mesmo que muitos dos clipes não sejam de um único diretor, há um estilo próprio que a cantora faz questão de empregar em todos eles. Agora, é aguardar o #especialDuaLipa2. Obrigado por acompanhar esse especial. J-J

Por: Emerson Garcia