Sou mestre em me perder em lugares, mas já tinha um tempo em que isso não acontecia com frequência. Foi na quarta-feira, dia 04 de agosto, que me perdi novamente. Parecia que estava com saudades de pagar mico na rua e em cidades que, pela lógica, não iria me perder. Mas posso dizer que me perdi por teimosia e desatenção. Se não agisse por impulso e com pressa, não teria acontecido o que ocorreu.
Estava na parada de ônibus para ir para casa, mas nesse dia me atrasei um pouco e perdi o itinerário que tinha o costume de utilizar. Mas, minutos que estava esperando o ônibus, passou uma linha que nunca tinha visto na vida, mas que o destino final era a minha cidade. Vi no letreiro:
"Estrutural - Feira do produtor - Terminal do PSul"
"Terminal do PSul" chamou a minha atenção. Certamente eu chegaria em casa. Mas confesso que já estava meio receoso de entrar naquele ônibus e fiz a cara da Nazaré Tedesco:
Para quem não sabe moro na Ceilândia, uma região administrativa do Distrito Federal, mais especificamente no PSul. Mas já estava mais perdido que cego em tiroteio antes mesmo de entrar naquele itinerário. Feira do produtor? Onde fica isso? Terminal do Psul... Mas será que teria uma parada antes que me levaria para a minha casa?
Fico me perguntando o que me levou entrar naquele ônibus... Talvez seu número... Costumava pegar o 942 sempre nas voltas do trabalho. Já sabia o horário dele, quanto tempo eu poderia permanecer ou não no meu local de trabalho, e até mesmo o tempo de trajeto. O que passou um pouco depois dele, foi o 942.2... Um número bem familiar, que me levaria para casa... Só que não!
Ao entrar no 942.2 já fui pensando... "Que besteira que fiz", mesmo antes dela ter se concretizado. Então, fui utilizando minha resiliência e planos "Bs" de forma mental... "Depois que ele passar pela Estrutural, vejo qual caminho fará e quando ver uma parada familiar perto da minha casa eu pego e desço... e, se possível, caminho até um pouquinho para minha casa".
O ônibus passou pela Estrutural, caminho que já estava habituado todos os dias; pelo Taguacenter; Hélio Prates; e centro da Ceilândia. Até aí estava tudo bem... Nenhum caminho fora da normalidade. Mas eu sabia que algo iria acontecer antes mesmo de entrar no veículo.
Eu imaginaria que o ônibus entraria em alguma via do Psul antes de ir para o terminal. Seria a brecha para eu saltar em qualquer parada familiar. Não foi o que aconteceu. De novo fiquei com cara de Nazaré confusa!
Estava confuso, com medo e bugado! Algo não iria dar bom... De repente o ônibus entrou em uma via que não conhecia, antes de eu pensar em descer. Foi como se o ônibus aparatasse, como Harry Potter e Dumbledore na saga mágica... Estava em um lugar e depois foi para outro totalmente desconhecido por mim... "Ferrou", foi o que pensei.
O ônibus entrou em uma pista estreita, onde via casas, igrejas e comércios que nunca tinha visto na vida. "Onde eu estou, pelo amor de Deus?!", foi o que pensei. "Como vou voltar para casa?" E nisso, o horário já estava bem avançado e tinha ultrapassado o horário que eu costumava chegar em casa!
"Tenho que descer desse ônibus o quanto antes, pois se descer no terminal do PSul ficará muito longe para mim". Mas quando estava pensando nisso, o ônibus ia descendo cada vez mais e mais e se embrenhando por lugares desconhecidos... Já estava de noite e fazia frio. Foi então que desci em uma parada qualquer, com o objetivo de caminhar para a direita, no lugar que imaginava que estaria minha casa...
Desci e comecei a caminhar. Pensei: "Não devo estar tão longe de casa, pois de acordo com minhas coordenadas (falhas por sinal) estou em tal e tal lugar. Então é só seguir a direita toda vida, que verei uma luz na escuridão". Mas aí o Eduardo Sterblitch estava rindo da minha cara com ar de deboche...
Eu teria que saber onde estava para ao menos me localizar... Então fui olhando as placas e nada... Até que vi uma que dizia SHSN... Vixi, eu estava no Sol Nascente, que é como se fosse a expansão do PSul à esquerda! Como fui parar nesse lugar?! Eu nunca tinha ido nesse lugar e está nele perdido, à noite, deixava as coisas mais complicadas ainda!
Fui caminhando como um peregrino no meio do nada, com o objetivo de chegar na minha casa. Eu tinha fé que isso iria acontecer... Então, fui confiante, com toda a força e vigor e ouvindo música no meio do caminho. Estava com o espírito da Dory em mim...
Mas esse espírito da Dory não ficou muito tempo comigo, pois comecei a ficar sem paciência e nervoso por estar perdido. Então, eu tirei o fone de ouvido e acabei com aquela good vibe. Aquela hora já era pra eu estar em casa, e eu estava ali na rua, em um lugar que nunca tinha ido... E tudo isso por conta da desatenção e teimosia da minha parte.
Continuei a caminhar sem rumo, mas sem saber que direção tomar. Parecia mesmo que estava em um episódio de Caverna do Dragão, em que andaria em círculos pelo resto da minha vida. Então, tive a ideia de parar em um comércio e chamar um uber. "Antes que as coisas fiquem piores e eu fique mais perdido", foi o que pensei.
Chamei o uber e a viagem deu como do PSul para Taguatinga Centro (Outra região administrativa do Distrito Federal), tanto a distância como o valor. Caramba! Realmente estava longe da minha casa! Peguei o uber e pensei comigo mesmo: "Vamos ver qual a distância que estava de casa e o caminho que teria que percorrer". Estava muuuito longe de casa, e o uber foi cortando um caminho ali, outro aqui, que não sei se teria essa mesma sabedoria se fosse caminhando para casa.
Graças a Deus, cheguei são e salvo em casa e nada de ruim aconteceu comigo. Esse foi o resultado de confiar nos meus achismos e agir por pressa. Felizmente, aprendi muito com essa experiência e prestarei mais atenção antes de tomar alguma decisão preciptada. Felizmente, também, utilizei da minha resiliência e fiz de algo negativo, positivo. J-J
Por: Emerson Garcia
que aventura hein haha fiquei me imaginando perdida assim
ResponderExcluirbeijo
A mina de fé
Acabou por ser uma bela aventura
ResponderExcluir.
Feliz fim-de-semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Hahaha eu tô rindo, mas com respeito.
ResponderExcluirEu tenho mania de ir a pé em algumas ruas que não conheço só pra ver onde vai dar, mas sempre em lugares que eu "conheço" um pouco.
Já me aventurei em uma parceria em um lugar que eu não conhecia e fui de uber, a localização jurando que tava certo, saltei do uber tava errado. kkkkk, mas deu pra mandar mensagem e consegui me localizar e fui andando algumas quadras depois e achei.
http://www.pamlepletier.com/
Eu já me perdi algumas vezes em Maceió. Em uma das vezes que me perdi eu estava com um amigo. No seu caso você se perdeu sozinho. A vergonha é bem menor. Mas com certeza o medo é bem maior.
ResponderExcluirQuando a cidade é pequena é até divertido se perder. Neste caso, podemos usar essa situação constrangedora para conhecer um lugar novo. Porém quando a cidade é muito grande é horrível se perder.
Gostei da forma como você insere elementos narrativos de outras histórias para tornar visual algo que você estava pensando ou sentindo naquele momento. É um recurso narrativo bem curioso.
Um abraço.
arquitetoversatil.com
Eu já peguei ônibus errado e fui parar num lugar desconhecido. Fui até o ponto final e expliquei ao motorista minha situação. Então voltei ao centro dentro do mesmo ônibus para pegar o ônibus correto. Como moro em cidade pequena, se perder aqui é bem difícil e quando acontece é sempre uma grande aventura e rende muitas risadas.
ResponderExcluirBjus!
www.galerafashion.com
Excelente crônica. Isto acontece com qualquer um, uma hora ou outra. Mas fiquei a perguntar para que serve o GPS ... rs
ResponderExcluirGraças a Deus deu tudo certo no final.
ResponderExcluirwww.paginasempreto.blogspot.com.br
Fico feliz que deu tudo certo. Maior problema é não ter dinheiro para a nova passagem. Bom final de semana.
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirNão te julgo, eu sou dessas!
Pense numa pessoa com uma péssima visão geográfica, sério, eu sou muito ruim!
Eu me perco em lugares que eu já fui!!
kkkkkkkkkkkkk
Mas sua aventura rendeu, hein...
Mas toma cuidado, morro de medo de parar em lugares perigosos!
Beijinhos 😘
Thay - Sankas Books
Oi
ResponderExcluireu já me perdi algumas vezes, eu fui morar em outra cidade maior quando fui fazer faculdade, uma vez me perdi porque o ônibus passou e eu não desci onde devia e outra vez foi andando a pé, não conhecia a região e me perdi.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
Menino!!
ResponderExcluirA ultima vez que fiquei perdida foi no Paraguai, mas daí segui os meninos do hotel e deu tudo certo rsrsr
Que correria! rsrsr
Beijos!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
Olá, Emerson.
ResponderExcluirRi muito aqui. Eu já peguei ônibus errado e fui parar do outro lado da cidade. E não ia contar pra ninguém mas quando cheguei no serviço no outro dia todo mundo já sabia que minha mãe tinha ligado lá perguntando se eu já tinha saído porque estava atrasada hehe.
Prefácio
Morro de medo de me perder, já até deixei de ir em entrevistas de emprego na zona norte de Porto Alegre por medo de me perder, moro na zona sul e mal conheço esse lado quem dirá o outro lado da cidade.
ResponderExcluirhttp://www.cisgenerodetaubate.blogspot.com
Me identifiquei tanto com sua história que posso me ver em todas as linhas. Deuses, quantas vezes também já não fiz isso e fui parar onde judas perdeu as botas! Haha boa sorte e fica mais atento da próxima.
ResponderExcluirCom amor, Beca; ♡
Café de Beira de Estrada
Não se perdeu tudo... ganhou-se mais uma postagem fantástica, por aqui!
ResponderExcluirMas quando se perde o último ônibus, fora de horas, sobretudo... dá um certo frio na espinha... felizmente, tudo acabou em bem!
Um grande abraço!
Ana