segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Mudanças discretas e coerentes: Record apresenta sua nova marca, nome e plástica

Marca tem mudanças discretas e lembrando a anterior. | TV RECORD

A emissora mais antiga em atividade do Brasil, e que completou 70 anos em 27 de setembro, fez mudanças em sua identidade visual desde o dia 06 de novembro 2023. Tudo foi revelado nos primeiros minutos da exibição do Jornal da Record.


O nome que se chama volta a ser apenas RECORD – adotado entre 2002 e 2016 – em vez do RECORDTV, que foi utilizado entre 2016 e 2023. A marca mantém praticamente as mesmas cores da antecessora, porém está com menos brilho e mais cores sólidas. Na programação, fica fixado no canto inferior esquerdo o logotipo do programa em exibição.

Em relação ao símbolo da rede de televisão de propriedade de Edir Macedo, se trata de uma atualização do conceito criado pelo design gráfico e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, o argentino Ricardo Cis. Júlio Balasso – diretor de computação gráfica da Record – explica o conceito da nova identidade da emissora:

“É um caminho de atualização, de poder usar novos recursos, de poder usar novas tendências pra melhorar, pra deixar nossa marca é... caminhando como o que é o mundo hoje.”


A ideia do “play” na Record é antiga

Marca descartada para o ano de 2012. | Divulgação: PORTAL OPLANETA TV


As três “aletas” que circundam a esfera da Record faz referência ao símbolo de “play”. Essa ideia que entrou no ar em 2016 estrearia quatro anos antes, conforme foi noticiado em 1º de fevereiro 2012 pelo portal de notícias de mídia na internet O Planeta TV. [1] O projeto foi descartado, mas a marca colorida e cromada apresentou uma grande evolução em relação as marcas anteriores.

Somente em 2016 meio a mudança drástica em retirar as três cores primárias (azul, verde e vermelho) existentes desde 1990.


Evolução da marca desde a compra da Record em 1989

O designer Ricardo Cis, em 1992. | TV RECORD


A TV Record foi de total propriedade da família Carvalho – atuais donos do Grupo Jovem Pan. Nos anos 1970 a Record passava por dificuldades financeiras e procurava um sócio para administrar metade da empresa. Foi aí que o empresário e animador de televisão Silvio Santos (por meio de um laranja) adquiriu 50% da Rádio e Televisão Record S/A.

Após Silvio Santos ter ganho as concessões que formariam o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) em 1981, a Record foi aos poucos deixada de lado. Em 1989, Edir Macedo Bezerra comprou a emissora que estava na eminência de uma falência.


No ano seguinte veio os investimentos, a expansão para se tornar uma rede nacional de televisão e, por fim, a nova programação. Com ela veio a nova marca concebida por Ricardo Cis. O conceito criado em 1990 é de três telas das cores azul, verde e vermelha circundando uma esfera.





E cada marca da Record mostrou um momento em que se passava. A cor marrom/dourada marcou a imposição de uma identidade em oposição ao tom platinado da Rede Globo de Televisão; a fase do globo terrestre foi da expansão do sinal para o exterior via Record Internacional; e a última fase criada em 2016 manifesta o desejo da emissora de crescer muito além de ser uma televisão, mas como uma empresa multimídia.


A evolução da marca desde a era Edir Macedo. | Montagem: LAYON YONALLER


As outras marcas da TV Record concebidas entre 1953 até 1986 podem ser vistas aqui. [2]



Inevitáveis críticas e semelhanças


Microfone azul da Record é semelhante ao da TV Brasil. | Montagem: LAYON YONALLER


O ambiente virtual reagiu a novidade publicada pela Record. Tem gente que gostou e tem quem não gostou.


A vinheta da emissora em detalhes. | TV RECORD



Pelo menos no Twitter (eu não falo “X” em hipótese alguma!) essas foram as repercussões:

 

 

 

 

 

 


Esta foi a minha avaliação que fiz no dia do lançamento:


Ao meu ver, foi bom que a Record retirou o “TV” de seu nome, era um apêndice desnecessário. Apesar de eu ficar decepcionado em não ver a volta das três cores consagrada em 1990 ficou nítido a necessidade de coerência entre a marca anterior da atual, além de reforçar as “cores oficiais” da empresa – em contraste com a indefinição visual adotada pela ‘tvglobo’ (em minúsculo, pois é assim que a emissora carioca se apresenta desde 2021).

LEIA TAMBÉM: As mudanças da marca da Record em 2016


Ter uma tipografia própria é muito positiva para uma empresa de comunicação que deseja ganhar espaço em outras plataformas, como é o caso do PlayPlus que é esquecida, exceto quando é exibido o programa A Fazenda.

Os pontos fracos são as aletas que circunda a esfera: ficaram mais finas e, vendo de longe parece sumir da tela, além da escolha de ter um microfone sem canopla (aquele “cubo” que tem em três ou quatro lados mostrando a marca da emissora): ao menor descuido, a tinta impressa na espuma pode se desprender, deixando uma impressão de descuido, o que é indesejável a qualquer canal.


Conclusões

Espera-se que a nova marca da Record não somente reflita, mas também se materialize as aspirações de se tornar uma televisão competitiva e atrativa. Nos tempos em que a televisão aberta se restringe a uma população mais velha e avessa às novas tecnologias e meios de se informar.

Por exemplo: muita gente sequer comentou com força – ao nível de um Big Brother Brasil ou da própria A Fazenda da Record – nas redes sociais o desempenho da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile) de 2023.

O caso da Record é especial: não tem a forte concorrência do SBT, mas não dá mais sustos para a ‘tvglobo’. Uma vice-liderança que não é confortável e pouco atrai os telespectadores da nova geração. Enfim, que a Record viva por SETENTA ANOS VEZES SETE. Aliás, o número sete (7) é reinante na Record porque era o número favorito do fundador, Paulo Machado de Carvalho (a. k. a.: o marechal da vitória, por conta do incentivo dele aos esportes e ao primeiro título da Seleção Brasileira de Futebol em 1958, na Suécia). J-J


Por: Layon Yonaller, especialmente para o blog JOVEM JORNALISTA

14 comentários :

  1. A Record é uma empresa maravilhosa, gostei muito abraços.

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    1. Uma emissora-fênix. De tanto incêndio que teve em sua história era para ter saído do ar faz um tempão. Mas ela está aí firme e forte. Obrigado por comentar e abraços mútuos. [L.Y.]

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  2. Respostas
    1. Quem fez a análise foi eu. De qualquer forma agradeço pelo comentário. [L.Y.]

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  3. Oi JJ,
    Sem dúvida uma imagem mais moderna, espero que isso traga ideias para captar o público mais jovem! Boa semana😊😉

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    1. Eu não sei se a Record está trabalhando para mirar o público jovem. Aliás, é o objetivo das emissoras de TV aberta (free-to-air) brasileiras, pois as pesquisas mostram que o público da televisão é de pessoas mais velhas e com pouco ou nenhum poder aquisitivo. [L.Y.]

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  4. Eita que essa mudança da logo da emissora tem dado o que falar, hein? rsrs. A tua análise é coerente e elucidativa.

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    1. Muito obrigado. Muita gente interessada esperava mudanças na marca da emissora. [L.Y.]

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  5. Olá, Emerson e Layon
    Ótima postagem, que a Record tenha sempre sucesso, um forte abraço.

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    1. Olá, Lucinalva! É necessário torcer, pois muitos chefes de família dependem disso. [L.Y.]

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  6. O importante é a mudança . Alguns gostam e outros não.Mas temos que abrir para mudanças .O tempo dirá qual foi ou é a melhor

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    1. Isso é verdade. E foi bom que a mudança ocorreu num ano "redondo" da emissora. Tomara que mudem a marca em 2028 quando a Record fará 75 anos. [L.Y.]

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