Cartazes fictícios da Disney em IA

A trend Disney Pixar tem bombado nas redes sociais. Todo mundo quer saber como ficará com os traços da Disney. O fato é que isso é possível com o uso da Inteligência Artificial, que tem crescido assustadoramente nos últimos tempos. A partir do texto descrito, de banco de imagens e de dados e caracteres da Disney, ilustrações são geradas. 

A Inteligência Artificial dá asas à imaginação. São imagens que levam à discussões, do tipo: será se é real mesmo? Essa imagem está disponível em acervos de pesquisa na internet? O fato é que a IA é real, mas não pode substituir a realidade, já que é um simulacro da mesma. Você não é um personagem da Disney, e nunca vai ser, a não ser que sua pessoa se torne um personagem da Disney e sua história seja contada por ela. História mesmo, porque o que tenho visto é a Disney contar estórias, de personagens criados por ela e com a fantasia e imaginação bem afloradas. Contudo, a IA permite que você seja um personagem da Disney e aí é que está o pulo do gato. 

Imagine, por exemplo, se eu jogar no prompt de comando a seguinte descrição: reproduza o editor-chefe do JOVEM JORNALISTA como se fosse um personagem da Disney Pixar, com máquina de escrever e ar nerd, com terno e gravata e uma action figure de Onde Vivem os Monstros. Seria irado, não é mesmo?! Claro que a Disney jamais optaria por criar uma animação baseada na minha história e do JOVEM JORNALISTA. Como falei no tópico anterior, a Disney conta estória, e não histórias!

Mas com a IA, já foi possível criar um cartaz que gerou muita polêmica, que foi de um desenho animado de Adolph Hitler e do holocausto. A imagem dava a entender que a produtora lançaria uma animação sobre o holocausto, com Hitler como principal e um campo de concentração como cenário. Tudo muito real, bem produzido e nos moldes da Disney. O cartaz gerou um alvoroço, caiu com uma bomba nas redes sociais e esse absurdo viralizou. Mas não era real, e sim uma montagem criada em IA! E o mais absurdo, ainda, é que a imagem foi criada em 7 de outubro de 2023, às vésperas dos ataques do Hamas à Israel, sendo uma ofensa aos israelenses e apoio às guerras que ocorrem na Faixa de Gaza. 

Daí a polêmica já se instaurou. A Disney está a pensar em quê?! As discussões, debates e ojerizas se levantaram, mas sem fundamento e veracidade. Indignação à toa. Não espera a Disney criar uma animação baseada na realidade, nunca, nunquinha. Qualquer pessoa sábia, inteligente e que conhece um pouco da história da Disney e suas produções, saberia disso. Timing é tudo: Será que a Disney criaria uma estória baseada numa história tão horrenda, só para lucrar e arrecadar dinheiro? Ou, preferiria, criar estórias fictícias e fantasiosas, para continuar auferindo lucros, como sempre fez e tem a ver com sua própria identidade?!

E o humor negro tem sido usado à torto e direito na criação desses cartazes e pôsteres. Imagine uma animação, em tom humorado, sobre a tragédia de 11 de setembro de 2001?! Ou uma para crianças sobre transgêneros?! Ou, uma animação chamada The Lolita Express, com Bill Clinton como protagonista, ao lado de secretárias novinhas e gostosinhas?! Ou uma animação disneyana do gênero pornô (Como é que é?!), com uma loirinha boazuda e seis homens negros ao seu redor?! E se a Pixar recriasse um filme pornográfico, intitulado Two girls one cup?   

O fato é que a criatividade desses pôsteres leva à lugares nefastos, perigosos e indelicados. Muitos desses cartazes são insultuosos, preconceituosos, xenófobos, misóginos, frios e insensíveis. A linha é bem tênue: ao mesmo tempo que a tecnologia pode ser utilizada para algo divertido, como inspiração e obtenção de ideias legais; também é efetuada para o mal, para denegrir culturas, pessoas e colocá-las em situações adversas. A IA é algo muito legal, mas de nada ela adianta se a pessoa que utilizá-la tiver ideais perversos e a mentalidade corrompida! 

Isso me fez lembrar os controversos memes de ilustrações do Papa que viralizaram, que colocaram o cânone em situações que ele nunca estaria. Imagine a pessoa máxima do Vaticano e da Igreja católica desfilando de casaco da Balenciaga, em uma motoca estilizada com símbolos católicos, se casando ou dando uma de DJ?! Isso seria uma infâmia, pecado ou uso indevido de imagem? O Papa poderia muito bem processar a divulgação dessas imagens, por elas serem indevidas e terem colocado em situações constrangedoras, mas ele é "santo" e não faria isso. Mas o fato é que ele iria processar quem: a IA ou os robozinhos que geram as imagens?! Com a IA esse terreno é muito mais misterioso e sem autoria, do que jamais se viu anteriormente!   

A criação e geração de pôsteres instantâneos, em poucos segundos, é rápida e tentadora, mas, de certa forma, anula um pouco o trabalho de designers, ilustradores e artistas em seus trabalhos. Certamente, eles não criam um pôster de uma animação da Disney de uma hora para outra, que "nem Deus fez macaco". Assim como criar uma animação do início ao fim é difícil, um pôster também é! O fato é que a criação e geração de pôsteres de IA levanta a polêmica: De quem é a autoria deles?! Será que é sua, somente porque você gerou certos comandos ali e/ou aqui?! Será que é do robozinho que te auxiliou nessa empreitada? O fato é que você, ao gerar esses pôsteres, deve deixar bem claro e ser sincero, dizendo que é IA e que não é de sua autoria! Na verdade, não há uma propriamente dita! O fato é que qualquer pôster da Disney que vemos agora, nos intriga e nos leva a questionar se ele é IA artificial, ou não (É o caso da animação Elio, que estreará em junho de 2025), bugando nossa mente diuturnamente! J-J 

Por: Emerson Garcia