Aquela cena: Jinn, o gênio da lâmpada, realiza desejos sexuais para Salim em 'American Gods'

Antes de ler o post: Cena para maiores de 18 anos [+18]

Hoje falarei novamente de uma série que já havia comentado antes: American Gods. Como já podíamos ver, não é uma obra para todos os públicos justamente por conter uma trama absurda, e de suas cenas polêmicas que basicamente beiram o catártico. A primeira temporada da série, como já havia descrito antes, contém muitas cenas interessantes e que, claro, são dignas de análise. Mas hoje irei comentar uma das cenas mais controversas e polêmicas dessa obra que tive o prazer de assistir.

O terceiro episódio da primeira temporada de American Gods, de longe é o mais bizarro e peculiar da série, e não é exagero. Com direito a diálogos extremamente complexos, há um jogo surreal de damas, há detalhes minuciosos de paisagens impecáveis, há mortes acidentais terríveis e sangrentas, e há uma cena de sexo homossexual completamente explícita e surreal, que com certeza beira de maneira impecável à perfeição. É sobre ela que irei fazer a minha análise, no quadro já consagrado, o Aquela cena. 

A cena (1X03) traz como novidade: a entrada de um novo personagem para a trama. Salim entra na série como um emigrante árabe que está se preparando para mais uma entrevista de emprego, a qual como todas as outras acaba de maneira frustrante, por não consegui nem fazê-la de forma correta. Além da frustração, ela apresenta de maneira sútil o aborrecimento do personagem por estar naquela sociedade completamente diferente da sua e a dificuldade de inserção que ele tem de se tornar parte daquela nova realidade. 

Após sair da entrevista que nem ao menos havia feito, Salim pede um táxi, e é neste táxi que ele conhece Jinn, um dos deuses antigos que também migrou de seu habitat para aquela região dos Estados Unidos. Tem início aí um diálogo muito profundo e complexo sobre política social e empatia humana - diálogo esse que te faz refletir sobre a sociedade de modo geral. Ao longo dessa conversa, Jinn diz a Salim que não realiza desejos, mas a concordância de pensamentos de ambos, faz com que tivessem um encontro casual e particular. Assista à esse desbunde visual:

Antes mesmo deste episódio ser lançado, houveram muitos alardes de que esta seria a cena de sexo gay mais explícita que a televisão já viu, mas pra ser bem sincero, não é só a nudez da cena ou o sexo em si. A cena vai muito além disso. É linda, deslumbrante e impecável! Um dos maiores méritos que ela traz é justamente sua aproximação da realidade com o fantasioso. É absurdamente incrível a maneira que o diretor Neil Gaiman mesclou o surreal com o real.

A cena foge dos clichês e mostra de maneira crua, e às vezes irreal, a relação sexual entre duas pessoas do mesmo sexo exatamente como ela é. Com muitos detalhes explícitos, a cena apresenta com ferocidade a nudez dos homens, com os pênis a mostra, flácidos, eretos, os glúteos, a penetração... É tudo feito com uma sutileza majestosa.

E no fim de tudo, Jinn, que se tratava de um gênio, o famoso gênio da lâmpada, dizia não realizar desejos, e acabou realizando o desejo de Salim, que deixou a sua vulnerabilidade de lado e tomou pra si a vida de Jinn, se tornando um dos personagens mais relevantes para a trama.

Já ficou mais que do que provado que American Gods é uma obra extraordinária e incrível. Vale muito a pena conferir. E só lembrando, a série possui 3 temporadas. A terceira temporada acabou de estreiar na plataforma mainstreen Starzplay. Não perca tempo e vá assistir esta obra prima da atualidade! J-J

Por: Arnaldo Woosters, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA