quinta-feira, 8 de junho de 2023

Quinta de série: Vestidas de amor

Pode conter spoilers!



Moda, estilo, romance, amor, design de roupas, diversidade, identidade, cultura e emoção são alguns dos ingredientes de Vestidas de amor, o reality documental da Globoplay que estreou mês passado (maio) - conhecido como Mês das noivas. Criado e idealizado por Carlos Tufvesson e Claudia Thevenet; com direção de Fábio de Lucena; direção artística de Antonia Prado; roteiro de Claudia Thevenet; direção executiva de Rafael Dragaud; e direção de gênero de Mariano Boni, o programa foi lançado no dia 11 de maio. Possui autoclassificação etária livre e a primeira temporada contou com 6 episódios, de em média 35 minutos cada.

Nessa produção, o vestido de noiva é o ponto de partida para abordar o casamento em inúmeros contextos em todo o Brasil. O amor é mencionado em diversas realidades, culturas e tradições brasileiras. Não tem como não se emocionar com as histórias de paixão, cumplicidade e afeto dos noivos. A diretora artística Antonia Prado fala mais desse projeto:

“Poder mostrar para o Brasil esses rituais e tradições do nosso país tão diverso, em um acesso super íntimo como o momento do casamento, é a chance de romper preconceitos e situações que nos separam e mostrar que todo mundo busca a mesma coisa: amar e ser amado. Independentemente da sua religião, idade ou orientação sexual. Tenho certeza de que a força e beleza das nossas personagens está na diversidade”.

O estilista Carlos Tufvesson, idealizador do doc-reality, é quem apresenta, além de assinar e produzir os vestidos criados com exclusividade para as noivas. Para criá-los, ele entrevista as ingressantes em matrimônio, entendendo seus gostos, sonhos, histórias, para criar a peça que tem a cara delas. Ele incorpora elementos simbólicos nos vestidos e repassa as ideias para os seus funcionários - desenhistas, estilistas, costureiros, entre outros. As noivas, já na primeira prova de vestido, se emocionam ao experimentá-los. Tufvesson conta mais da experiência:

“Mais do que apresentador, eu me sinto um contador de histórias. Eu vou contando a história da vida dessas mulheres e do casal. E isso é muito gratificante e rico. São trajetórias cheias de emoção e vemos um Brasil com tantas culturas que ainda são mantidas – como se fôssemos vários países dentro de um só”.

O intuito do show é apresentar o casamento em diferentes culturas de maneira informativa e sem preconceitos. Com muita delicadeza e empatia, Tufvesson e a produção de Vestidas de amor acessam diferentes rituais e tradições em um acesso superíntimo e respeitoso. Mostrar esse retrato tem o objetivo de romper preconceitos e tabus em situações que nos distanciam, mostrando um ambiente em que todos os indivíduos tem o mesmo objetivo: amar e ser amada, não importando religião, idade ou orientação sexual.

A série é bem autoral e traz um ar de novidade ao streaming. Tufvesson recebe as noivas em uma espécie de casa, aonde ouve suas histórias. Há outros ambientes, como o ateliê de desenho e costura, a fábrica e lugar para a prova do vestido. O protetor de vestido e o tapa-olhos usados pelas noivas tem a logomarca do programa, trazendo um ar de personalização. 


Episódios

No primeiro episódio, Casamento homoafetivo, Carlos Tufvesson cria a roupa das noivas Josy e Carla, ambas pastoras de uma igreja evangélica inclusiva em São Paulo. Elas se conheceram jovens e ficaram amigas. Dessa forte amizade, um amor surgiu. Após enfrentarem a distância e preconceito, celebraram a união em uma cerimônia religiosa.  


A seguir, a tradição pomerana é apresentada por meio da história dos noivos Isabel e Erione. Eles vivem em Santa Maria de Jetibá, no interior do Espírito Santo - a cidade mais pomerana do Brasil. Entre as tradições estão o vestido preto, quebra-louça e desconvidados. 



Tufvesson tem o desafio de criar o vestido dos sonhos de uma noiva candomblecista, no terceiro episódio. Solange tem um temperamento forte e é bem decidida e se casa, com seu noivo católico, Sandro, sob a benção dos orixás. A cerimônia é celebrada em uma cachoeira, num ritual bem específico, com a celebração do babalorixá, compadre e amigo de Solange. 


Rita e Txai, indígenas da etnia Huni Kuin, se conheceram pelas redes sociais e vão se casar. O estilista Carlos Tufvesson cria um vestido, ao mesmo tempo contemporâneo e tradicional para a noiva Rita. Em Casamento indígena somos levados para uma viagem no Brasil profundo amazônico, onde é revelado cultura e ritos dos povos originários. 


O penúltimo episódio revela as tradições e riquezas de rituais do casamento árabe. Tufvesson se debruça na tarefa de produzir o vestido dos sonhos da noiva Yasmin, que se casará de acordo com as tradições da cultura muçulmana. Ela e o noivo, Hassan, tem origem árabe e são naturais de São Paulo. Juntos por cerca de três anos, se conheceram por intermédio de amigos em comum, por meio das redes sociais. As tradições do casamento árabe englobam virgindade, dote, dança de espadas, música e alegria. 


Casamento na terceira idade, é o sexto e último episódio da série. Nele, conhecemos o amor e relacionamento de Lindinho e Lindinha, Francisco e Ivonete respectivamente. Juntos há mais de vinte anos, são apaixonados pela dança e são muito animados, contudo jamais se casaram. Eles passaram a valorizar ainda mais cada momento depois que Lindinho se curou de um câncer linfático. Então, decidem se casar em uma cerimônia kardecista celebrada em um baile com muita dança. Esse casal mostrou que nunca é tarde para amar. Os dois são alto astral e amam um baile para dançar e rodopiar.  


Os episódios apresentam histórias reais, nada ficcionais. Os roteiros dos casamentos não foram escritos. Foi algo bem natural pois as pessoas se casavam e a equipe do programa acompanhava. Carlos falou mais um pouco:

"São seis histórias e sete noivas. São mulheres de histórias bonitas, histórias de amor… Acredito que aqui estamos falando de amor, quer dizer, um programa que fala de amor num momento que todo país só fala do que nos afasta."


Vestidos


Conseguem imprimir a personalidade, história e culturas de cada noiva. São escolhidos os tecidos, rendas, cores e estilos, levando em consideração os gostos das aspirantes ao casamento. Cada vestido leva em consideração a tradição das noivas. Por exemplo, vestidos criados para árabe, candomblecista, amante de música e dança, indígenas, pomerana. 


O desenhista dos vestidos manda muito bem por conseguir colocar no papel o sonho e ideia das noivas. Depois, o desenho é repassado para os estilistas e costureiros, que trabalham e se debruçam na ideia, até que as noivas fazem a prova do vestido. Ao final do episódio, é repassado um passo a passo da confecção dos vestidos, ressaltando os materiais e estilos que cada um foi feito. O rosto das noivas, ao ver seus vestidos, traz uma satisfação incrível. Elas ficam extremamente alegres e emocionadas. É muito legal vê-las surpresas, emocionadas e chorando de alegria e emoção! 


Abertura e fechamento


É clean, apresentando uma trilha sonora instrumental que lembra casamentos. Traz diversas colagens do apresentador, costuras, aviamentos e cenas alegres e felizes de amor e relacionamento. O fechamento apresenta impressões dos noivos e comentários e observações de Carlos, além de uma frase com o tema de casamento. 


Representatividade

Possui uma representatividade enorme. A primeira temporada apresentou tradições e rituais bem distintos entre si. Pessoas LGBTQIAP+, árabes, indígenas, pomeranas, evangélicas, candomblecistas, católicas e da melhor idade. Conhecemos os pormenores de cada tradição e os costumes. Para a segunda temporada, Andréa Brazil, fundadora da OG Capacitrans, já manifestou sua ideia: 

“Ahh, não aguento mais chorar! Agora tem que vestir de noiva a travesti! Eu quero”.


Vestidos de amor!


O amor é o principal ingrediente da produção e é ótimo conhecer as histórias de amor e como os casais iniciaram seus romances. Enfrentaram a timidez, preconceito e desafios da vida para ficarem juntos. Alguns primeiros encontros são bem inóspitos e incomuns.

Sobre Carlos Tufvesson


É estilista, empresário, ativista, estudioso. É conhecido nacionalmente devido suas criações de moda. Possui uma marca de moda que leva seu nome e cria tendências. Carlos é especialista em vestidos de festa e vestuário feminino, com glamour, sofisticação, utilizando materiais de qualidade e bom gosto em suas criações (como estampas multicoloridas e tecidos como crepe de seda, tricoline e georgete), produzindo materiais ricos e lindos. O estilista já fez trabalhos para Angélica, Cláudia Leitte, Maitê Proença, Paula Toller e Christiane Torloni, além de vestidos de noivas das produções da Globo. 

Ativista nato, levou para a moda, suas lutas como cidadão. Foi ele quem criou a campanha A moda na luta contra o HIV, onde uniu marcas cariocas famosas e o assunto, tratado até então com distanciamento e preconceito. Tal atitude, permitiu que ele assumisse a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, da Prefeitura do Rio. Criou também a campanha Rio sem preconceito, além de ter parcerias com as áreas da Saúde e da Educação municipal e o Gabinete do Prefeito. 

Tufvesson também apresentou um quadro mensal no Mais Você, onde reformava um vestido marcante de uma telespectadora. O especial tinha história, humor e emoção e ficou por três anos no ar, garantindo ótimos momentos. 


Crítica



Uma série recheada de muita emoção e amor, que te deixa desidratado e faz refletir sobre diversos assuntos. Você assiste com os olhos brilhantes. Ideal para assistir de mãozinha dada. É algo leve e gostoso de ver. 


Na produção, o amor é celebrado. Ele é o melhor sentimento existente, mais gostoso e mais importante. O amor é algo sofisticado e simples ao mesmo tempo e ele pode ser espelhado nas histórias contadas, tradições apresentadas e nos vestidos criados.  O roteiro e enredo são bem afinados e possui ótima qualidade de som e imagem. Teve um ótimo feedback do telespectadores. Se emocionaram, gostaram e vibraram. É uma programação despretensiosa e com episódios dinâmicos e curtos. Recomendo muito! J-J

 


Por: Emerson Garcia

9 comentários :

  1. Imagino ser uma série encantadora de seguir
    *
    Uma quinta feira com Saúde, Paz e Amor.
    */*
    O Homem da minha vida
    */*

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  2. Não conhecia essa série, achei interessante heim hehe :)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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  3. Não conhecia e amei a indicação. Fiquei super interessada por abordar tanta cultura e explorar o tradicional do casamento em cada situação.
    Beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  4. Parece uma série muito boa e emocionante. Gostei da indicação.
    Bjus.

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  5. confesso que não conhecia, mas parece ótima

    beijo
    A mina de fé

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  6. Que amor! Tem uns realitys no Discovery que eu adoro, então quero ver esse também!
    beijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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