Quinta de série: The Last Dance

Pode conter spoilers!

O Quinta de série de hoje é sobre uma minissérie documental chamada The Last Dance. Produzida pela ESPN Films, NBA Entertenainment e Netflix, The Last Dance tem como foco (principal) a carreira do espetacular Michael Jordan. Ela foi dirigida por Jason Hehir, produzida por Michael Tollin e Jon Weibach; editada por Chad Beck, Devin Concannon e Abhay Sosky Ben Sozanski; cinematografia de Thomas McCallum, Vincent Guglielmina e Michael Winik Peter Winik; e música de Thomas Caffey. A minissérie documental contou com 10 episódios, de na média 50 minutos cada. 

Com episódios que foram ao ar entre 19 de abril e 17 de maio de 2020, o documentário teve uma boa aceitação por parte do público, com notas de avaliações elevadas. Isso deveu-se à sua qualidade na direção, edição, fotografia e trilha sonora. The Last Dance não cansa o telespectador, pois os episódios e as entrevistas são interessantíssimas. Cada episódio tem um foco distinto e os minutos finais são um gancho para o outro episódio. 

The Last Dance tem como protagonista, além de Michael Jordan, o time (quase que invencível) Chicago Bulls. A série foca, portanto, na última temporada da equipe, a conhecida última dança ou arremesso final. A cada episódio conhecemos as histórias narradas pelos técnicos, jogadores, presidentes, entre outros, bem como a preparação e bastidores para cada jogo. O documentário mostra, com detalhes e provas, porque o Chicago Bulls ainda é a melhor e maior equipe de basquete do mundo.

Claro que a série não mostra só as vitórias e pontos positivos da equipe. Aliás, cada vitória conquistada foi suada. O documentário, por outro lado, mostra as divergências e brigas do time, bem como as polêmicas que envolveram os técnicos, jogadores e presidentes. O documentário mostra que o mundo dos esportes (E no caso, do basquetebol), não é um mar de rosas. Durante o documentário vemos as polêmicas que envolveram Michael Jordan, como no episódio que o envenenaram com uma pizza para que a equipe não levasse o título.

As entrevistas do documentário foram bem desenvolvidas. Foram entrevistados, entre outros, Michael Jordan, Scotie Pipen, Dennis Rodman e (pasmem!) Barack Obama. À cada entrevista, descobertas foram realizadas. Por meio delas, a história dessa equipe sensacional foi tecida, sem ser piegas, parcial ou fantasiosa demais. Os entrevistados emocionaram, contaram histórias desconhecidas do público e mostraram um lado próprio que muitos não percebiam. Michael Jordan foi um dos maiores jogadores de basquete do mundo, mas não vemos hora nenhuma ele se enaltecendo por conta disso. Entendemos sua evolução, que passou por uma infância pobre, até mesmo pelo sucesso nos cinemas com Space Jam e sua estadia como jogador de beisebol (Sim! Ele também jogou esse esporte!). Scotie Pipen mostrou sua amizade por Michael Jordan e seu espírito competitivo (Ele era o segundo melhor do time). Dennis Rodman era conhecido como o bad boy do time, famoso por seus cabelos coloridos, roupas irreverentes e até mesmo o seu relacinamento com Madonna. No documentário ele se mostra mulherengo e boêmio, querendo até mesmo férias durante o meio das temporadas. Já Barack Obama demonstrou sua paixão e admiração pelo time, ou seja, ele foi mostrado de uma forma que não conhecia. 

Essa é a magia de The Last Dance. Ao mesmo tempo que mostra os jogadores como heróis e implacáveis; eles são vulneráveis, humanos, com problemas como qualquer pessoa. É por isso que os jogadores se emocionam durante as entrevistas. Michael Jordan, por conta do seu sucesso, não é uma pessoa inatingível, mas acessível. O documentário, nesse sentido, ressalta o lado brincalhão de Jordan e os outros jogadores. Michael, para se concentrar, fumava seu charutão. Quando a equipe ganhava um título havia muita desconcentração e banho de champagne. 

The Last Dance mostra como a fama impactou a vida de cada um dos jogadores, principalmente de Michael Jordan. O jogador teve sua vida pessoal prejudicada, chegando até dizer - em um trecho da série documental - que preferia trabalhar atrás das cortinas nos tempos atuais, e que não gosta mais da exposição midiática. 

O trabalho de produção foi exaustivo, mas gratificante. Acredito que foram anos e anos para execução do documentário. A equipe de filmagem teve acesso total entre os anos 1997 e 1998, mostrando imagens inéditas dos bastidores do Chicago Bulls. O trabalho de fotografia é primoroso. Há uma qualidade sonora e de imagem em vídeos que datam dos anos 1990. A trilha sonora, por sua vez, emociona, mas ao mesmo tempo produz boas vibrações. Em cenas dramáticas, ela tinha um papel primordial de deixá-las emocionantes; em cenas de apreensão durantes os jogos, ela cumpria seu papel também, assim como nos momentos de vitória. A trilha sonora já é marcante no momento da abertura da série. Com uma narração vibrante, ela compõe de forma essencial, fazendo com que o telespectador fique grudado na tela e com vontade de levantar e vibrar pelo que virá. 

Falando em trilha sonora... Foi criada uma em especial para a série, tanto com músicas autorais e instrumentais, como músicas já lançadas. Há rap, black music, entre muitos outros ritmos. Você pode acompanhar uma das músicas clicando abaixo (Clique aqui para ver completa):

O sucesso do Chicago Bulls foi tamanho que foram lançados tênis de basquete pela Adidas. Aliás, Michael Jordan foi o garoto-propaganda da marca por um longo período. Além disso, foi lançado um filme chamado Space Jam: O jogo do século (já mencionado) em que Jordan e os personagens do Looney Tunes estrelaram (Uma continuação do longa - Space Jan - um novo legado - está em desenvolvimento). 

The Last Dance é um documentário riquíssimo com mais de 10 horas de duração. Para os amantes do Chicago Bulls é uma produção detalhada. Para aqueles que não gostam do Chicago Bulls e do esporte, é um prato cheio de humanidade, conquistas, perseguição de sonhos e valores. TLD ensina a nunca desistirmos dos sonhos e mantermos, sempre firmes, a fé e a esperança. Você acompanha a conquista de cada título (foram seis no total), bem como a comemoração após cada uma das vitórias. TLD, logo após assistir, fará com que você vibre pelos seis títulos e lamentará por Jordan e companhia não terem a oportunidade de tentar o sétimo prêmio. 

A série está disponível na Netflix. E, vai por mim, você irá gostar muito. Finalizo o Quinta de série de hoje com o trailer dessa super série documental e uma ilustração que resume bem o time Chicago Bulls. Até o próximo! J-J

Por: Emerson Garcia