Para começar esse debate é preciso
esclarecer uma coisa: para ser feminista é necessário ser mulher?
Bom, o movimento feminista começou no dia 3 de novembro de 1793 na
França, e desde então gerou-se revoltas por todo o país e fez com que surgissem
muitos outras lutas ao redor do mundo. O movimento se iniciou entre
mulheres brancas de classe média privilegiadas, que lutavam por direitos
jurídicos, como o de poder trabalhar fora do lar e de estudar; e claro, também
direitos políticos, como o de votar.
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Já no Brasil, o movimento chegou ainda no século 19, tendo como pauta a luta
pela educação feminina, o direto ao voto e abolição dos escravos. Mas é claro
que isso não foi executado de uma maneira fácil. O ápice foi quando surgiu
o sufragismo que se tornou um marco na história da luta contra o sexismo
e a favor da igualdade entre gêneros. Tudo isso no ano de 1897 quando, a mulher
militante, sufragista e inglesa Millicent Fawcentt fundou a União Nacional pelo
Sufrágio Feminino que percorreu o mundo inteiro dando início a uma onda que já
não podia ser contida.
Ao longo desses anos, as mulheres conseguiram conquistar um lugar de
direitos na sociedade, já que as mesmas eram reprimidas por seus maridos e
tinham papeis de submissão à eles. Vivemos em uma sociedade onde os direitos
são iguais entre ambos os gêneros? Por mais que o movimento feminista tenha
sido benéfico para uma série de mudanças sociais, ele não inclui todas as
classes e raças. Ou seja, não se especializava à todas as mulheres. Por isso
que, com o tempo, foram criados tipos de feminismo. O movimento Anarquista ou
Anarquismo Feminista, se iniciou nos anos 60, em plena a fase final da segunda
onda feminista no mundo. Acrescentando também temos o Feminismo Radical,
Feminismo Abolicionista, o Transfeminismo, Feminismo da Diferença, Feminismo
Igualitário e Separatista, entre outros, criando, assim, movimentos mais
justos.
Mas a grande questão mesmo é: o Brasil precisa do feminismo? Sem
delongas, e já respondendo, sim, com certeza. Segundo estatísticas, o país teve
um grande aumento nos casos de feminicídio no ano de 2019 de 7,3%. Não se sabe ao certo como está as
estatísticas no ano de 2020, pois o ano ainda não acabou, mas o número está bem
próximo por conta da pandemia em que o país se encontra. O isolamento tem
proporcionado preocupação entre as mulheres. O problema é que por causa dele os
casos de feminicio ou de agressão contra a mulher podem vir crescer. E
aí, ainda há dúvidas da necessidade desse movimento?
Ministério Público do Paraná
É nítido que não há respeito entre gêneros no Brasil. Mulheres são
constantemente assediadas pelos homens. "Ah, mas as mulheres
também assediam os homens". Porém, a grande questão não é o fato
de isso acontecer ou não. Assédio é crime e pronto. O problema está na forma
gratuita que isso acontece. Assédio, abuso, estupro, na grande maioria das
vezes acontecem com as mulheres. E, sinceramente, você não precisa tocar em
nenhuma mulher para assediá-la. Basta uma fala, um sinal subliminar fora de
contexto, que pronto, a merda tá feita e o desrespeito também.
A desigualdade não está somente na forma em que uma mulher é vista socialmente,
como "sexo frágil". Há uma grande hipocrisia quando uma mulher abre a
boca para falar sobre sexo. A família tradicional brasileira acha completamente
normal a maneira em que os homens - principalmente mc's, funkeiros, rappers
entre outros - falam sobre seus órgãos sexuais. Agora, vai uma mulher falar
disso. Será com certeza tachada como "PUTA" ou "VULGAR". O
problema, está na palavra "BUCETA", saindo da boca de quem tem uma.
Mas se um homem que possui um "PÊNIS" no meio das pernas falar, haha isso é normal. O mundo é
machista. O Brasil é machista.
G1
Agora para ampliar nosso debate, é necessário falar sobre uma questão
complicada e polêmica: aborto. Falar sobre direitos feministas é também falar
sobre isso. Você sabia que o Brasil ocupa a segunda colocação no ranking
mundial de mortes de mulheres vítimas de abortos clandestinos? É fácil falar "sou
contra o aborto porque sou pró vida", mas desculpe te decepcionar,
você não é. Em causas de mortalidade materna, os abortos inseguros tem ocupação
do terceiro lugar, e estas são estatísticas muito tristes e cruéis. A
grande maioria das vitimas de aborto clandestino no Brasil são mulheres negras,
menores de idade, na casa dos 12 e 14 anos, moradoras de periferia.
Especialistas dizem que o que mais mata, não são os abortos clandestinos, e sim
o patriarcado, a ignorância e o machismo na sua versão mais pura.
Legalizar o aborto é dar o direito a estas mulheres a decidirem por suas
próprias vidas, a entenderem que elas não são úteros ambulantes, a dar a elas a
decisão sobre seus órgãos reprodutores. De fato vão haver comentários
dizendo: "Ah, mas ela não se cuidou porque não quis. Ela abriu as
pernas porque quis. E agora estão matando bebês". Do mesmo jeito
vão haver comentários dizendo: "Tudo bem ela abortar, contanto que ela
tenha sido estuprada". Mas isso não faz o menor sentido. A grande
discussão que estas pessoas travam aqui não é o fato dessas mulhers estarem ou
não matando bebês, e sim se elas abriram ou não as pernas! Eu sei, isso é muito
complicado de digerir. Peço desculpas por isto, mas, infelizmente, é a triste
realidade.
Se você não é a favor da legalização do aborto, é simples, é só não
abortar. Agora não venha dar opinião no útero alheio e também não venha falar
que é falta de cuidados, pois os métodos contraceptivos não são totalmente
eficazes. Além de serem um bomba de hormônios, podem também ser um poderoso
veneno contra a mulher afetando a saúde das mesmas. Isso de mulher para mulher,
claro. Também não podemos dizer que existem preservativos para isso pois, não é
todo o lugar que os possuem. Nas favelas e periferias principalmente, onde a
educação sexual feminina é escassa, não há deliberadamente a entrega desses
métodos contraceptivos.
Espero que com tudo isso crie um debate interno sobre o assunto. Não são
todas as mulheres que possuem uma condição financeira estruturada para cuidar
de uma criança. Não são todas que possuem apoio familiar. Não são todas que tem
o apoio de seus parceiros, visto que em sua grande maioria são os primeiros a
abandoná-la e não assumir este embrião como filho. E, inclusive, não são todas
que tem psicológico emocional para lidarem com isso sozinhas. Só
lembrando: quatro mulheres morrem por dia vitimas de abortos clandestinos, o que totaliza mais de 1 milhão de mortes de mulheres por ano no Brasil. Repense bem:
aborto não é um problema da igreja ou da religião. Aborto é uma questão de
saúde publica, um dever social. Se você não concorda, não aborte, mas não dê
palpite no útero alheio. Você, literalmente, não sabe pelo que aquela mulher
passou, passa ou ainda vai passar.
O Norte de Minas
Em nosso meio comunicador, há grandes mulheres que falam abertamente sobre pautas feministas, aborto e outros assuntos revolucionários, como Titi Müller, Elza Soares, Pitty, Taís Araújo, e claro, a grande Djamila Ribeiro. Temos também as mulheres transexuais Julia Serano, e as youtubers Thiessa e Mandy Candy. Há cantoras como Urias, Liniker e Majur, que também reivindicam seus diretos através das vertentes do movimento feminista. Todas estão imersas neste movimento, lutando para que a realidade feminina de hoje seja completamente diferente de amanhã.
Por: Arnaldo Woosters, especialmente para o JOVEM JORNALISTA
Eu não sou tão radical quanto muitas femininistas!!
ResponderExcluirxoxo
marisasclosetblog.com
Se calhar não precisa... mas convém.
ResponderExcluir.
Saudações poéticas
Parabéns belo texto...
ResponderExcluirUau, post fantástico, como sempre. Adorei!!
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Esse post está incrível! Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirBeijo.
Cores do Vício
Qualquer pessoa pode lutar a favor das mulheres, assim como qualquer pessoas pode lutar contra o racismo etc..
ResponderExcluirÓtimo post, assunto muito importante :)
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Boa tarde. Parabéns pela excelente matéria, precisamos de mais matérias assim. Triste hoje ver uma matéria de um facínora que matou a ex-mulher e ex-sogra. Meu Deus até quando isso vai acontecer?
ResponderExcluirCom certeza, TODXS nós precisamos ser feministas, homens e mulheres!
ResponderExcluirOie! Amei essa matéria❤❤
ResponderExcluirLi cada letrinha colocada aqui e aplaudo de pé, pois ainda é um tema cheio de tabus e que precisa ser muito debatido e entendido. Fiz uma postagem no blog sobre direitos das mulheres e foi simples, nem chega aos pés da sua, mas diversas mulheres já vieram metendo paulada no feminismo dizendo que não as representava e bla bla bla... Eu fiquei como assim?
Ta na cara que é muita ignorância e falta de pesquisa sobre os tipos de feminismo e tudo o mais como você descreveu aqui.
O problema é que a maioria das pessoas nem se dão o trabalho de ler realmente matérias tão importantes como essa aqui e dai o que chega é uma enxurrada de comentários tolos, vazios ou genéricos. Ou sem nenhuma noção como o primeiro que esse post recebeu😡😝😝
Por um mundo mais humanitário e sensato.
Adorei a pauta.
Beijos,
Paloma Viricio❤
Ótimo post, parabéns. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Olá,
ResponderExcluirÉ um assunto muito interessante e concordo com você, não precisa ser mulher para apoiar a causa.
Bjs
https://diarioelivros.blogspot.com/
Boa tarde, Emerson!
ResponderExcluirPost muito bem escrito e com ótimas imagens. Ainda tem muita coisa a ser mudada, basta ler alguns comentários aqui em cima. Enfim, seguimos todes na luta!
Até mais,
Preguiça Literária
Oi Emerson, tudo bem?
ResponderExcluirTema importantíssimo! Homens podem e devem ser nossos aliados, até porque o machismo também prejudica vocês.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
OI Emerson, mais um tema muito importante trazido aqui. O Brasil precisa sim, e muito de feminismo, de falar sobre feminismo. Muito triste a situação do nosso país nesse cenário. É uma bandeira de todos. Muito bom o seu texto.
ResponderExcluirbeijos
Chris
Inventando com a Mamãe / Instagram / Facebook / Pinterest
Anseio pelo dia em que este conceito, não mais precise se ser enfatizado... pela simples razão de já não haver nenhum tipo de descriminação a qualquer nível... entre homens e mulheres... e a legalização do aborto... já deveria ser uma realidade em todos os países. Em pleno sec. XXI não se compreende que a mulher não possa ter a última palavra no que toca ao seu próprio corpo. Felizmente por cá, tal decisão já tem enquadramento legal, faz algum tempo já!...
ResponderExcluirParabéns por mais uma postagem notável, na abordagem de tal matéria!
Um grande abraço!
Ana
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