Conexões: não se iluda com a porra do para sempre

Eu tenho um sonho utópico. Não é a paz mundial, nem a porra de uma vida de status ou o comunismo. Sonho uma cena clássica: Cigarro entre os dedos, meu copo de bebida na metade, eu sentado em frente da máquina de escrever e você dormindo na cama ao lado. Um dia chuvoso, rock clássico no rádio (Pink Floyd ou Led de preferência). Seus lábios e curvas sendo mais uma vez minha inspiração. Queria vim aqui e dizer o quanto as merdas são possíveis e muito prováveis que aconteçam muito antes do que os meus sonhos de escritor bem sucedido. 

Nós sabemos que a realidade não é tão boa quanto a nossa imaginação, por isso escrevo. Sabemos o quanto o tempo é filho da puta. Mas não quero escrever sobre minhas vontades futuras. Seria perda de tempo e, concordamos, temos pouco! Quero só deixar um pedaço de mim. Sabemos que nada é para sempre, nem mesmo a porra da criatividade. Mas sabemos também que tudo é inesquecível. Tudo e todos deixam planos, decepções e um bocado de sentimento pelo simples fato de sermos apenas isso: sentimento. 

Dito isso, eu não sou, você não é e nós não vamos ser para sempre, em todos os sentidos! Somos apenas um bom livro, um bom filme que um dia sai de cartaz, um bom café, uma boa companhia. É isso que somos: chuva passageira. Devíamos aceitar esse fato, nada e nem ninguém é para sempre. Sinceramente as pessoas se machucariam bem menos, aproveitaríamos um ao outro bem mais sem pensar muito, sem imaginar o futuro e viveríamos o agora já que o futuro ainda não existe! 

Não que seja um pessimista fodido (eu sou só o fodido). Eu não espero o final das coisas, mesmo que pareça isso. A esperança é algo inevitável e preciso na minha vida. 

Não caia na tentação de dizer ou acreditar em: “EU PROMETO”. É uma desgraçada atitude quando acontecem promessas e uma burrice acreditarem, pois promessas são as causas de nossos maiores medos e insegurança. Estou preparado para um final, e sei que pode não ser feliz. 

A vida não é a porra de um conto de fadas. Somos um livro escrito por um escritor decadente, filho da puta e bêbado, mas somos um bom livro. Eu vivo a parte (ou pelo menos tento) do “feliz” agora no meio do livro. Não necessariamente o final precisa ser trágico, certo? A vida nos leva a se preparar para o final das coisas e dos laços. A vida nos leva para um caminho que possa ser que seja mais fácil e aceitável o final. Só temos que chegar lá antes que acabe o livro. 

Não seja idiota e não pense que as coisas vão acabar agora, hoje. Não se torne um otário ou uma otária só pelo fato de que as pessoas não vão estar na sua vida para sempre. Tenha esperança, orgulho de quem está na sua vida e faça o impossível para que quando forem, elas deixem muitas saudades. Sei que saudades é ruim, porém é o fio que nos conecta. Que nos liga a lembranças, momentos e pessoas. E isso é preciso! Diga que ama, mas diga quando for sincero, abrace, chore, transe, aproveite os momentos e sentimentos. Não se iluda com o para sempre para evitar a famosa TOMADA NO CU! J-J

Por: Kaio Miranda