Hoje apresento a minissérie Justiça no Quinta de série (já falada no blog em um Primeiras Impressões).
Exibida pela Rede Globo entre 22 de agosto e 23 de setembro de 2016 no horário das 22h, a série contou com 20 episódios e 4 histórias diferentes (5 episódios cada uma).
Ela fora criada e escrita por Manuela Dias (cotada para uma das próximas novelas da nove, Troia), juntamente com Mariana Mesquita, Lucas, Paraizo e Roberto Vitorino. A direção artística ficou por conta de José Luiz Villamarim. O elenco contou com Débora Bloch, Marina Ruy Barbosa, Jesuíta Barbosa, Cássio Gabus Mendes, Adriana Esteves, Enrique Diaz, Leandra Leal, Jéssica Ellen, Luisa Arraes, Cauã Reymond e Marjorie Estiano.
Exibida pela Rede Globo entre 22 de agosto e 23 de setembro de 2016 no horário das 22h, a série contou com 20 episódios e 4 histórias diferentes (5 episódios cada uma).
Ela fora criada e escrita por Manuela Dias (cotada para uma das próximas novelas da nove, Troia), juntamente com Mariana Mesquita, Lucas, Paraizo e Roberto Vitorino. A direção artística ficou por conta de José Luiz Villamarim. O elenco contou com Débora Bloch, Marina Ruy Barbosa, Jesuíta Barbosa, Cássio Gabus Mendes, Adriana Esteves, Enrique Diaz, Leandra Leal, Jéssica Ellen, Luisa Arraes, Cauã Reymond e Marjorie Estiano.
Justiça apresentou quatro histórias diferentes, mas que se cruzavam. Às segundas-feiras, contou-se a estória de Elisa, uma mãe que ainda não superou a morte de sua filha Isabela, assassinada pelo noivo Vicente. Elisa, portanto, tem uma obsessão em vingar a morte da filha, matando Vicente. Contudo, vários eventos acontecem e ela retorna em sua decisão.
Às terças-feiras, a vida de Fátima foi televisionada. Esta é uma doméstica que matou o cachorro de um policial e foi presa. Ao sair da prisão, seus filhos e marido tomam rumos difíceis e ela terá que lidar com isso: Jesus é morador de rua e Mayara, prostituta. Como ela irá reconstruir sua história?
Às quintas-feiras chega a vez de ser contada a estória de Rose, que sofre com o preconceito racial, mas dá a volta por cima passando na faculdade. Contudo, em uma festa Rose é presa por porte de drogas, juntamente com sua amiga Débora. É aí que a primeira é presa por conta de sua cor e a segunda liberada. Sete anos se passam, Débora é estuprada e reencontra sua melhor amiga, que a ajudará na vingança contra seu estuprador.
Às sextas-feiras o caso de Maurício foi contado. Ele fora preso por eutanásia após matar sua esposa Beatriz à pedido dela. Quando sai da cadeia, Maurício decide vingar-se do atropelador de Beatriz, o político Antenor que fugiu sem prestar socorro.
O mote principal da série é o funcionamento da justiça brasileira, bem como suas aplicações ora privilegiadas, ora não. Justiça também fala de vingança e de justiça com as próprias mãos. O interessante é que as quatro histórias se cruzam de uma forma imprevisível e arrebatadora.
Essa série soube experimentar enquadramentos, pontos de vista, movimentos de câmera de uma forma inovadora. Em 2019, a novela Troia de Manoela Dias pretende trazer um pouco dos conceitos da série, inovando o horário das 9 horas.
Personagens
Justiça apresentou personagens marcantes, com histórias fortes e bastante reais. Resolvi catalogar os protagonistas e alguns personagens secundários.
Elisa: professora de Direito, que sofre com a morte da filha Isabela e está disposta a se vingar. Para isso, ela faz aulas de tiro e espera Vicente enquanto ele sai da prisão.
Heitor: reitor da universidade, Heitor é charmoso, culto e morou alguns anos em Roma.
Isabela: filha de Elisa, tinha 18 anos quando foi assassinada por seu ex noivo Vicente enquanto transava com Otto. É linda, rica e fútil.
Vicente: extremamente machista, filhinho de papai e apaixonado por Isabela. Tem seus recursos abalados enquanto seu pai está na beira da falência. No meio disso, flagra Isabela com Otto e a mata. Vai preso e acaba se arrependendo do que fez.
Fátima: trabalha como doméstica na casa de Elisa e vive de forma pacífica com o marido Waldir e seus dois filhos, Jesus e Mayara. Tem uma vida perfeita até a chegada de Waldir e Kellen na comunidade. Certo dia, ela mata o cachorro de Waldir por ele ter atacado seu filho. Para vingar-se este último planta drogas na casa de Fátima, que acaba presa. Ao sair da prisão não pensa em vingança, apenas em reencontrar seus familiares que estão despedaçados.
Waldir: é motorista de ônibus da empresa GTransporte, casado com Fátima e pai de Jesus e Mayara. Tem sua vida abalada quando a empresa que trabalha é levada à falência. Apesar do bom coração, possui fraqueza pela bebida.
Mayara: tinha apenas 11 anos quando sua mãe fora presa. Sete anos se passam, e agora com 18 anos torna-se garota de programa e é recrutada justamente por Kellen, mulher de Douglas.
Jesus: viu a mãe presa quando tinha apenas três anos de idade. Quando Fátima é presa, se perde no mundo e torna-se morador de rua, um trombadinha e um 'aviãozinho'.
Douglas: é machista, bobo e bastante bonito. É um policial corrupto, que pensa apenas em seu lado. Tem um amor por seu cachorro, que era chamado de Furacão antes de Fátima o matar.
Kellen: é jovem, linda e gostosa e adora arrumar encrenca. É dona de um bordel da cidade.
Débora: possui espírito alternativo e gosta de viver a vida. É apaixonada por seu namorado Marcelo. Em pleno carnaval sofre um estupro por Oswaldo. A polícia nunca o prendeu e ela deseja fazer justiça com as próprias mãos.
Rose: tem orgulho do seu tom de pele e foi criada por uma empregada doméstica. Dedicada aos estudos, passa na faculdade de jornalismo. Em uma festa rave regada à drogas foi a única a ser presa por ser negra.
Lucy: mãe de Débora. A criou sozinha e sofre preconceito social por conta disso. É uma jornalista de esquerda que denuncia as falcatruas da empresa de ônibus GTransportes.
Marcelo: marido de Débora que mexe com informática. Não aprova a amizade de Débora e Rose e faz de tudo para que a esposa não execute seu plano de vingança.
Oswaldo: pintor de fachadas e residências, desde a adolescência tem um amplo currículo como estuprador e Débora é mais uma de suas vítimas.
Maurício: trabalha como contador na empresa de ônibus GTransportes e é casado com Beatriz por quem é apaixonado. Tudo muda quando ela é atropelada, fica em estado grave e tetraplégica. Ao seu pedido, ele resolve cometer eutanásia e acaba preso por isso. Mas quando sai da cadeia planeja vingar-se do atropelador de sua esposa que saiu sem prestar socorro.
Antenor: é sócio em uma empresa de transportes. Ambicioso, dá um golpe na empresa a levando à falência. É o típico político corrupto e sem escrúpulos.
Beatriz: é casada com Maurício e extremamente talentosa no balé. Fez vários planos com o marido, mas um acidente muda os rumos das coisas. Para não sofrer e não poder fazer o que mais gosta, pede ao seu marido em vídeo que a mate.
Vânia: é mulher de Antenor e uma pessoa alcólatra e depressiva. Serve como "laranja" de seu marido nos crimes ilícitos que tem em mente.
Narrativa ousada e enquadramentos sutis
Várias coisas chamaram a minha atenção em Justiça, entre elas: a narrativa ousada; cenas vividas por vários ângulos e personagens; relação entre as quatro histórias; e diversos easter eggs. A série foi além do que conhecemos de narrativas de novelas e produtos brasileiros. Nada estava destoante e tinha um porquê de ser como era. Um verdadeiro balé de cenas vistas e revistas por ângulos distintos.
Os enquadramentos, por sua vez, eram sutis e dignos de uma narrativa cinematográfica hollwoddiana. Juntamente com eles, estavam as fotografias bonitas, ousadas e uma direção de arte de tirar o chapéu. As paisagens recifenses foram muito bem aproveitadas na produção, tornando-se como pano de fundo para as quatro histórias que, por si só, já eram fenomenais.
A narrativa e a forma de contar uma história também é peculiar em Justiça. Há uma quebra de linearidade na ordem dos acontecimentos, o que faz com que o telespectador se interesse pela história e procure entender, por exemplo, porque Fátima, Rose, Maurício e Vicente foram presos logo no início da trama, por motivos distintos, mas que todos tinham um elemento em comum: a justiça, seja ela feita com as próprias mãos ou sofrida pelas próprias atitudes. À todo momento as histórias dos personagens se cruzam, até mesmo na cena final da série.
Os enquadramentos, por sua vez, eram sutis e dignos de uma narrativa cinematográfica hollwoddiana. Juntamente com eles, estavam as fotografias bonitas, ousadas e uma direção de arte de tirar o chapéu. As paisagens recifenses foram muito bem aproveitadas na produção, tornando-se como pano de fundo para as quatro histórias que, por si só, já eram fenomenais.
A narrativa e a forma de contar uma história também é peculiar em Justiça. Há uma quebra de linearidade na ordem dos acontecimentos, o que faz com que o telespectador se interesse pela história e procure entender, por exemplo, porque Fátima, Rose, Maurício e Vicente foram presos logo no início da trama, por motivos distintos, mas que todos tinham um elemento em comum: a justiça, seja ela feita com as próprias mãos ou sofrida pelas próprias atitudes. À todo momento as histórias dos personagens se cruzam, até mesmo na cena final da série.
Audiência e prêmios
O piloto de Justiça teve uma média de audiência de 29,6 pontos (Isso para o horário é fora de cogitação), tendo 49% de share. Já o segundo episódio, teve 28 pontos e 44% de share. E foi assim até o seu último episódio: boas audiências e números.
Em 2016, a série concorreu aos prêmios Extra de Televisão, Trófeu APC e Prêmio Quem de Televisão, ganhando nas categorias de Melhor Série, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Ator e Melhor Atriz de Série.
Crítica
Justiça é uma série que recomendo, seja por conta da narrativa, enquadramento, fotografia, elenco, diálogos ou direção de arte. Os episódios prendem à atenção. Cada um deles tem uma boa pontuação no TV Show Time - variam de 9,8, 9,9, 9,1 e 8,0.
Além disso, a produção vale muito à pena ser assistida por conta dos assuntos tratados, como: racismo, negrofobia, privilégio social, corrupção, política, justiça, machismo, prostituição, valores morais e éticos, eutanásia, violência contra a mulher e estupro. Os personagens são de diferentes gêneros, classes, raças e escolaridades, mostrando uma Recife plural e cheia de problemas como qualquer lugar do Brasil. J-J
Por: Emerson Garcia
Ai, eu não curto essas séries da Globo não... mas pra quem gosta imagino que sejam boas, pq ja vi muita gente falando bem.
ResponderExcluirBeijo.
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Até que a Globo tem umas séries muito boas. Acho que vale à pena você dar uma chance.
ExcluirOláá! Tudo bem?
ResponderExcluirnossa, mas eu não sabia que tinham todas essas histórias em paralelo, fiquei mega curiosa agora! ainda mais para saber como elas se interligam no final! quero assistir!
beeijo
https://lecaferouge.blogspot.com
Muitas histórias em paralelos, cenas vistas e revistas por vários ângulos e easter eggs. É preciso um olhar atento para assistí-la.
ExcluirOi, Jovem Jornalista!
ResponderExcluirEu não aprecio muito as séries da Globo, mas acredito que essa tenha feito bastante o gosto do público.
Abraços
Borboletra
Sim, ela fez. Foi o maior sucesso na época.
ExcluirQue legal, não conhecia esse seriado.
ResponderExcluirwww.estiilocarol.com
Muito interessante ;)
ResponderExcluirBOA NOITE!
ResponderExcluirPARECEU-ME BASTANTE INTERESSANTE.
ABRÇS
https://zilanicelia.blogspot.com/