Pode conter spoilers!
Gilberto Braga foi um grande dramaturgo brasileiro e a Globoplay encontrou uma forma de homenageá-lo com uma série documental em 3 episódios que estreou no dia 20 de dezembro de 2021. Criada por Lalo Homrich; com direção de Antonia Prado; e direção executiva de Rafael Dragaud, Gilberto Braga - meu nome é novela foi uma revisita à trajetória do autor e o legado televisivo que ele deixou. De fato, suas novelas impactaram o país com críticas sociais, tramas e personagens.
A série, que possui 3 horas de duração, conta com depoimentos e entrevistas inéditas de atores, diretores e roteiristas que trabalharam com Gilberto. Entre os convidados estão Glória Pires, Antônio Fagundes, Malu Mader, Renata Sorrah, Dennis Carvalho, Cláudia Abreu, Deborah Evelyn e Lucélia Santos. Cada um dos depoentes fala com apreço de Giba (como era conhecido pelos mais íntimos), com homenagens calorosas, depoimentos emocionantes e revelações de seus personagens e histórias pessoais. O programa, ainda, conta com imagens de arquivos de novelas e minisséries escritas por Gilberto Braga.
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O autor teve uma morte prematura, aos 75 anos de idade, e tinha muito a oferecer aos telespectadores ainda. Embora o tempo de realização da minissérie documental tenha sido curto, a Globo conseguiu reunir entrevistas do autor para o projeto Memória Globo e depoimentos recentes de estrelas de suas criações, cumprindo bem o papel de homenagear um dos maiores novelistas brasileiros.
Sua carreira iniciou com Caso Especial, em 1972, passando pela releitura do clássico literário A Escrava Isaura (1976) e por seus grandes sucessos Dancin' Days (1978), Vale Tudo (1988), O Dono do Mundo (1991), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007) e Babilônia (2015). Atualmente, Paraíso Tropical está sendo reprisada no Vale a pena ver de novo.
A primeira novela mais emblemática dele foi a primeira versão televisiva de A escrava Isaura, com a atriz Lucélia Santos. Pude acompanhar alguns capítulos recentemente pelo Youtube e realmente é uma obra-prima. Minha mãe tem a memória que assistia essa novela da janela do vizinho, ainda durante sua adolescência. Como se esquecer, também, da frase: "Quem matou Odete Roitman em Vale Tudo?". Vale Tudo foi um grande sucesso de 1989/1990 que trouxe uma crítica ferrenha ao governo e política brasileiros. E os embates de Maria Clara e Laura em Celebridade?! A cena da surra que Maria Clara deu em Laura no banheiro de uma casa de festas até hoje é relembrada. E o jargão de Bebel em Paraíso Tropical?! "Eu tenho catígoria!".
Giba criou personagens inesquecíveis como Maria Clara, Laura, Isaura, Bebel, Olavinho, dentre outros. Tinha uma ótima mão para criar vilões (mocinhos nem tanto...), criando ótimas tramas, cheias de críticas sociais. Desde a época da censura (Brilhante) ao país de Sarney (Vale Tudo), da busca pelo sucesso (Celebridade) à cruzada conservadora que o fez mudar os rumos de Babilônia.
O autor conseguiu criar um estilo mesclando melodrama e refinamento, além de acentuar a crítica social em seus enredos. É o caso de Vale Tudo, O Dono do Mundo, Anos Rebeldes, Pátria Minha e Força de um Desejo.
Interessante que a produção não apresenta uma estrutura curricular normal, mas detalha a modernização da assinatura do autor nas telenovelas, principalmente em trabalhos na virada dos anos 1970 para 1980, em títulos como Dancin'Days e Água Viva.
Os estilos e as mudanças de escrita de Gilberto Braga também são explorados. No início, o autor adaptava para a TV grandes clássicos da literatura nacional, como Senhora e Escrava Isaura. Depois, ele foi escalado para o horário das 8h (atual novela das 9h), em que emplacou grandes sucessos e fracassos. Ele gostava de diálogos cortantes e refinados, mostrando sua paixão por melodramas clássicos nos seus folhetins. Embora insistisse no glamour, emplacou sua trilogia que aboradava a corrupção com Vale Tudo, O Dono do Mundo e Pátria Minha.
Um dos momentos mais emocionantes foi quando Edgar Moura Brasil mostrou fotos e a coleção de filmes de Braga.
Gilberto Braga - meu nome é novela é um importante especial, que traz uma homenagem sincera e completa à obra televisiva e ao estilo do novelista. Como crítica, era preciso apresentar os aspectos negativos do estilo do autor com maior clareza. Recomendo! J-J
Taí um dos maiores dramaturgos brasileiros da atualidade. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Gilberto Braga é um ícone brasileiro! Gosto muito das dicas que você posta, Emerson! :)
ResponderExcluirVi muitas novelas dele... entre 1981-1991... depois... mudei de casa... a vida ficou mais preenchida, e as novelas da Globo deixaram de estar bem menos presentes no meu quotidiano! Mas acho que as melhores dele, não deixei escapar!
ResponderExcluirExcelente publicação, Émerson!
Abraço
Ana
Não se faz mais novelas como antigamente. Nem as mexicanas são tão boas como eram antes
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com
Vi quase todas as novelas dele. Muito bom!😘
ResponderExcluirAs novelas e séries dele são incríveis
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com