Na semana que acaba hoje tivemos duas datas importantes para a comunidade trans: a Semana da Visibilidade Trans e o Dia da Visibilidade Trans no Brasil que foi ontem (29). Eventos como esse são necessários para que a comunidade de transgêneros seja reconhecida na sociedade, funcionando como um instrumento para abrir os olhos da população sobre o tema e dissipando qualquer tipo de preconceito.
A comunidade de transgêneros conquistou muitos feitos ultimamente como a utilização de prenomes e gênero em documentos, assim como na lápide e na certidão de óbito, por meio de uma lei que foi sancionada na manhã de ontem; e também a iluminação do Palácio do Buriti pelo segundo ano seguido com as cores da bandeira trans.
Contudo, ao mesmo tempo que conquistou benefícios, nunca tantas vidas trans no Brasil tem sido ceifadas. A LGBTfobia tem crescido assustadoramente e eu tenho dados para provar isso.
É preciso, portanto, conhecer quem são os trans de perto, assim como termos e conceitos para que não ajamos com preconceito e discriminação contra esses seres humanos (Sim, são seres humanos, não são ETS e muito menos sofrem de disforia de gênero ou transtorno de identidade como ouço MUITO por aí).
Esse post, portanto, desvendará os conceitos relativos à comunidade trans, bem como falará das conquistas e perdas que a classe transgênero sofre. Então, chegou a hora de tirar a venda do preconceito dos olhos e vir comigo!
Conceitos do 'T'
Primeiro é preciso diferenciar as identidades de gênero que compreendem a letra T da sigla LGBTQ+. Essa semana se comemorou a visibilidade transgênero, travesti e transexual, mas você sabe o que significam os termos?! Antes de tudo é preciso explicá-los para não incorremos em erros.
Transexual
É a pessoa que não se identifica com seu gênero de nascimento. Geralmente a pessoa transexual busca ou passa por uma transição social que inclui tratamentos hormonais ou cirúrgicos afim de se parecer com sua identidade de gênero. Um exemplo é o ator transexual Tammy Gretchen.
Travesti
Diz respeito ao indivíduo homem que tranveste seu corpo com roupas femininas e sua personalidade com expressões do gênero feminino, mas que não deseja mudar suas características primárias, como a remoção do pênis ou a adição de seios. Existem travestis tanto hétero como homossexuais. Isso não interfere. O termo foi visto de forma pejorativa, mas foi ressignificado pelo movimento LGBTQ+ a fim de mobilizar as travestis na luta por direitos igualitários em nosso país.
Transgênero
É uma pessoa cuja identidade de gênero possui diferenças em diversos graus do sexo biológico. Ou seja, psicologicamente falando, a pessoa não se sente homem, mulher ou nenhuma das duas características. Uma pessoa transgênero não necessariamente passa por mudanças sexuais e hormonais. O transgênero não tem a ver com identidade sexual, assim podem existir transgêneros bissexuais, homossexuais, heterossexuais ou até mesmo assexuais, dependendo do caso.
Com essa diferenciação feita, espero que tenha entendido os termos e quais dos seguimentos foram homenageados essa semana.
Conquistas
Foi lançado ontem o site Cidadania Trans pela Secretaria de Justiça (SEJUS), contudo pesquisei no Google e ele ainda não está no ar. O site será totalmente direcionado para os transgêneros, travestis e transexuais e agrupará informações de interesse público e políticas de promoção aos direitos humanos.
O intuito do site é apresentar um guia prático para retificação de prenome e gênero de Pessoas Trans daqui do Distrito Federal (Espero que seja estendido para todo o Brasil), afim de orientar e auxiliar de forma prática e com linguagem fácil e acessível aqueles que desejam requisitar o uso do nome social. Uma conquista e tanto, não é mesmo?
Falando em conquistas, o Palácio do Buriti foi iluminado nas cores da bandeira trans (Rosa, azul e branco) entre os dias 25 e 29 de janeiro. Pode parecer pouca coisa, mas é motivo de alegria já que isso não ocorre com frequência e ainda mais em um governo nacional como o que estamos inseridos.
O lado triste da história
Eu queria que esse post fosse só de conquistas e coisas boas, mas preciso apresentar a realidade (muitas vezes) cruel para vocês. De acordo com um dossiê divulgado pela Associação Nacional das Travestis e Transexuais (Antra) ontem (29), o Brasil encabeça o ranking de assassinatos a pessoas trans em todo o mundo. Foram 184 assassinatos de pessoas transgêneros somente no ano passado, 2020. As informações foram divulgadas por um meio crível e confiável, a CNN Brasil.
A realidade ainda pode ser mais assustadora. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida das pessoas trans no Brasil é de apenas 35 anos. Uma pessoa trans não pode viver de forma digna, tendo sua vida ceifada. É duro, mas é a realidade do Brasil.
É preciso que haja ações de combate ao preconceito e a violência contra a comunidade trans. Caso haja agressão, a Sejus recomenda que a denúncia seja realizada de forma presencial no Departamento de Execuções Criminais (Decrim), no telefone 197 ou na delegacia eletrônica. Em casos de violação de direitos humanos, a vítima deve ligar para o telefone 162 ou acessar o site da Ouvidoria.
Papo reto
Essa é um pouco da realidade do mundo transgênero no Brasil e no mundo. Há conquistas, mas também um lado triste da história. Se há o que comemorar? Sim, mas como comemorar com dados tão arrasadores? Fica aqui o meu apoio às pessoas trans. Espero que no futuro próximo existam mais motivos para comemorar, do que para chorar. Finalizo esse post com uma declaração da secretária de Justiça, Marcela Passamani. J-J
“Lembramos que a luta por respeito e igualdade de gênero não é apenas nesta data. Todos os dias, travetis, transexuais e transgêneros enfrentam desafios para terem seus direitos garantidos e serem reconhecidos como cidadãos. Nesta semana, quero lembrar que essa comunidade não está sozinha, e que pode contar com o nosso apoio.”
Por: Emerson Garcia
Adorei o conteúdo! Muito bom!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Li que 175 trans foram assassinados só no ano passado aí no Brasil. Não entendo como é possível tanto ódio. Matar nunca foi solução e muito menos por simples divergência quanto a sexualidade.
ResponderExcluirabraço
Coisas de Feltro
É uma atitude legal a sua de falar sobre essa data tão importante, mas ainda ser real e mostrar números do que ainda acontece. Ainda precisamos dar muitos passos nesse caminho, mas que bom que uma parte já foi percorrida.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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De queixo caído, não sabia que a vida média de uma pessoa trans é só de 35 anos!!! Muito baixa!
ResponderExcluirEspero que estes tipos de preconceitos acabem o quanto antes.
Parabéns pelo post esclarecedor.
Beijos
Oi
ResponderExcluiré tão difícil ver alguém falando dessa data, legal que você está atendo trazendo boas reportagens.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
é muito muito importante essa luta mesmo. temos que dar mais e mais visibilidade.
ResponderExcluirBeijinhos
n. // www.fashionjacket.com.br
Quebrar barreiras com datas é uma estratégia!!
ResponderExcluirxoxo
marisasclosetblog.com
Respeito as diferenças, é a base para uma sociedade próspera.
ResponderExcluirAbraços,
Dan
https://gagopoetico.blogspot.com/2021/01/mundo-desumano.html
Quem não respeita a diferença, não se respeita a si mesmo.
ResponderExcluirAfinal somos todos diferentes uns dos outros, e é essa diferença que nos enriquece.
Abraço
Não sou de todo preconceituosa... mas ainda tenho alguma dificuldade em entender, quem não se enquadra de alguma forma, ou num género ou no outro, como trans... de qualquer forma, é um processo individual, pelo que ninguém tem legitimidade para criticar ou tentar modelar... pois só cada um sabe de si mesmo, e de como se sente... todas estas diferenças deveriam ser pacíficas, e toda a gente já deveria conviver com elas de forma serena... todas as diferenças são enriquecedoras... e só a maldade é que jamais deveria poder ser aceite, em qualquer género e sob qualquer forma!...
ResponderExcluirExcelente postagem, como sempre! Um grande abraço!
Ana