sexta-feira, 2 de março de 2018

Supercrítica Oscar© 2018: melhor figurino



Continuo as Supercríticas do Oscar© 2018 falando sobre os indicados à Melhor Figurino. Antes de ir para minhas considerações, preciso deixar claro que não sou expert em moda e figurino. O que falarei aqui são impressões bem simplistas sobre.

Esse ano concorrem nessa categoria os longas: Victoria & Abdul, A Bela e a Fera, Trama Fantasma, A forma da água e O destino de uma nação. Como falei no post de quarta, todos os indicados contam histórias de época e são riquíssimos em questões de vestuário. Victoria & Abdul traz trajes de luxo real e da moda indiana do século XIX; Trama Fantasma vestidos requintados da moda pós-guerra, em meados dos anos 1950;  O destino de uma nação roupas sóbrias que refletiam um período de tensão política em 1940; A Bela e a Fera roupas campestres e luxuosas do século XVIII; e A forma da água roupas laborais do período da Guerra Fria que teve início em 1947.

Os figurinistas de cada um dos filmes concorrentes capricharam na pesquisa histórica para a composição dos vestuários, trabalharam juntamente com o Diretor de Fotografia a fim de criar looks condizentes com o clima das produções e inovaram na realização de cada roupa. 

A figurinista Jacqueline Durran lidera as indicações, com 6 - inclusive esse ano ela concorre por dois filmes O destino de uma nação e A Bela e a Fera. Logo depois está Consolata Boyle, indicada 3 vezes (esse ano por Victoria & Adbudl); e Mark Bridges, com sua terceira indicação (esse ano por Trama Fantasma). Por último, Luis Sequeira pela primeira vez pelo longa A forma da água.

Agora falarei sobre as minhas impressões sobre o figurino de cada filme. 


Acredito que o vestuário de A Bela e a Fera tenha sido um dos mais difíceis e árduos de se compor, uma vez que a animação de 1991 foi quem o norteou e não dava para fugir muito disso. Mesmo assim, Jacqueline Durran conseguiu inovar e reler algumas questões do desenho. Isso é possível perceber com a não-adesão de espartilhos nos vestidos e saias de Bela, dando mais desenvoltura e liberdade à personagem; e nas peças de baixo de sua roupa à mostra. O look da Fera, por sua vez, foi tão caprichado que trouxe até mesmo fios de ouro bordados no colete azul marinho do personagem. Já o de Gastão variou em apenas três combinações, mas sempre trazendo couro.





Jacqueline Durran também se preocupou não apenas em retratar os figurinos dos personagens com fidelidade, mas também com o meio ambiente, pois desenhou peças sustentáveis, com tecidos orgânicos de fábricas que remuneram seus trabalhadores corretamente, além de realizar parcerias com a Eco Age e Green Carpet Challenge - que vendem tintas naturais e de baixo impacto nas roupas. 

Mesmo com o trabalho incrível, criativo e inovador de Jacqueline Durran, acredito que A Bela e a Fera não vença nessa categoria. 






Em minha opinião dos filmes que concorrem à Melhor Figurino, A forma da água é o que traz roupas mais simplistas. Elas contaram com tons pastéis e apagados em referência ao período da Guerra Fria. A cartela de cores começa com cores amarronzadas e escuras e depois varia entre o verde-água e bege. Destaque maior vai para quando a protagonista usa um vestido vermelho, contrastando com o clima pesado e frio do filme. 

Mesmo com o simplismo do figurino de A forma da água, com roupas de cortes retos, cores sóbrias e sem estampas, o filme foi bem pensado e trabalhado, condizente tanto com o clima da época e a fotografia.





A simplicidade do figurino de A forma da água, agora dá lugar à exuberância e ao requinte do vestuário de Victoria & Abdul. Destaco aqui o figurino da Rainha e de seu confidente. De um lado, a sobriedade e o luto verificados nos vestidos de Victoria; do outro, o colorido, bordados e cortes das roupas de Abdul. 

A caracterização dos personagens está riquíssima e cheia de detalhes, seja nos chapéus, luvas e rendas de Victoria ou no uso de turbantes e túnicas de Abdul. 




Os figurinos dos coprotagonistas sofrem mudanças no decorrer do filme. Victoria utiliza vestidos e acessórios pretos no início por estar em um período de luto e depois de cores sóbrias, como o branco, bege e azul. Já Abdul, antes de tornar-se o confidente da rainha utilizava vestes simples e depois exuberantes.

A pesquisa de Consolata Boyle sobre o vestuário da época foi aprofundada.  Ela pesquisou a moda da época, bem como documentos registrados. Ela, por exemplo, debruçou-se em conhecer de perto a moda Victoriana (criada em homenagem à Rainha Victoria) e a moda indiana. 

Acho o vestuário do longa incrível e ele é um dos fortes candidatos à vencer o Melhor Figurino.





O longa Trama Fantasma, de acordo com o Termômetro Oscar© 2018, é o favorito para vencer essa categoria já que ele ganhou o Critics' Choice Movie Awards de Melhor figurino. Sim, o vestuário e looks do longa estão caprichados, luxuosos e bem diferentes e também acredito que ele vença. 

Os vestidos utilizados foram inspirados no New Look, de Christian Dior. Além disso, o figurinista Mark Bridges garimpou peças da Balmain, Balenciaga, Victor Stiebel, Normal Hartnell e Worth, do Victoria & Albert Museum

As roupas do longa foram confeccionadas com tecidos vintages em uma busca árdua dos produtores em países europeus. Elas foram feitas de veludo, cetim e renda, além de terem cortes diferenciados e cores bem bonitas. 

Para compor o figurino, Mark se inspirou em como as pessoas se vestiam no período pós-guerra nos anos 1950.





Depois de A forma da água, O destino de uma nação é o filme com o figurino mais simples e tradicional dos indicados, na minha concepção. O vestuário também é de autoria de Jacqueline Durran (responsável pelo figurino de A Bela e a Fera). 

Dessa vez ela optou por cores mais escuras e um look mais sóbrio. Não há uma paleta de cores muito ampla no figurino dos personagens: variando do preto, até o marrom e azul escuros. O visual mais diferenciado fica por conta da mulher de Winston Churchill, Clementine Churchill, que traz cores mais claras e alegres e um corte de tecido mais diferenciado. 

A caracterização do político Churchill está impecável e bem condizente: roupas e paletós vitorianos, gravata borboleta, cartola e o famoso charuto. 

O trabalho de pesquisa de Jacqueline está bem feito, ao retratar, por meio das roupas, a tensão política de 1940. 


Essas foram as minhas considerações acerca dos figurinos dos filmes indicados. Meus preferidos são o de Victoria & Abdul e o de Trama Fantasma, mas acredito que Trama Fantasma ganhe na categoria. Agora, vamos aguardar!

E para vocês, que filme merece ganhar o prêmio de Melhor Figurino esse ano? Digam nos comentários! J-J


Por: Emerson Garcia

6 comentários :

  1. Acho que Victoria e Abdul e Trama Fantasma têm mais chances de ganhar esse ano
    Blog Entrelinhas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também concordo com você. Foi Trama Fantasma que levou nessa categoria né? Mais que merecido.

      Excluir
  2. Como só assisti A Bela e A Fera, vou ficar torcendo pra adaptação hahaha mas com certeza, pelas fotos, todos são fortes concorrentes!
    Um beijão,
    Gabs | likegabs.blogspot.com ❥

    ResponderExcluir
  3. Continuo na torcida por A Bela e a Fera, espero que ganhe!!

    www.mayaravieira.com.br

    ResponderExcluir
  4. Eu sempre fico muito por fora do Oscar e me sinto triste por isso kkk Eu nem fazia ideia de que Bela e Fera estava concorrendo para algo :O É muito interessante ver mais sobre figurinos, que é algo que as vezes passa tão despercebido, mas que é tão importante para a história, rs. Os Delírios Literários de Lex

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim. Os figurinos tem uma história por trás, um por quê de serem como são.
      Obrigado pelo comentário, Aléxia.

      Excluir

Obrigado por mostrar seu dom. Volte sempre ;)

Nos siga nas redes sociais: Fanpage e Instagram

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

Template por Kandis Design