Continuo as Supercríticas do Oscar© 2018 falando sobre os indicados à Melhor Figurino. Antes de ir para minhas considerações, preciso deixar claro que não sou expert em moda e figurino. O que falarei aqui são impressões bem simplistas sobre.
Esse ano concorrem nessa categoria os longas: Victoria & Abdul, A Bela e a Fera, Trama Fantasma, A forma da água e O destino de uma nação. Como falei no post de quarta, todos os indicados contam histórias de época e são riquíssimos em questões de vestuário. Victoria & Abdul traz trajes de luxo real e da moda indiana do século XIX; Trama Fantasma vestidos requintados da moda pós-guerra, em meados dos anos 1950; O destino de uma nação roupas sóbrias que refletiam um período de tensão política em 1940; A Bela e a Fera roupas campestres e luxuosas do século XVIII; e A forma da água roupas laborais do período da Guerra Fria que teve início em 1947.
Os figurinistas de cada um dos filmes concorrentes capricharam na pesquisa histórica para a composição dos vestuários, trabalharam juntamente com o Diretor de Fotografia a fim de criar looks condizentes com o clima das produções e inovaram na realização de cada roupa.
A figurinista Jacqueline Durran lidera as indicações, com 6 - inclusive esse ano ela concorre por dois filmes O destino de uma nação e A Bela e a Fera. Logo depois está Consolata Boyle, indicada 3 vezes (esse ano por Victoria & Adbudl); e Mark Bridges, com sua terceira indicação (esse ano por Trama Fantasma). Por último, Luis Sequeira pela primeira vez pelo longa A forma da água.
Agora falarei sobre as minhas impressões sobre o figurino de cada filme.
Acredito que o vestuário de A Bela e a Fera tenha sido um dos mais difíceis e árduos de se compor, uma vez que a animação de 1991 foi quem o norteou e não dava para fugir muito disso. Mesmo assim, Jacqueline Durran conseguiu inovar e reler algumas questões do desenho. Isso é possível perceber com a não-adesão de espartilhos nos vestidos e saias de Bela, dando mais desenvoltura e liberdade à personagem; e nas peças de baixo de sua roupa à mostra. O look da Fera, por sua vez, foi tão caprichado que trouxe até mesmo fios de ouro bordados no colete azul marinho do personagem. Já o de Gastão variou em apenas três combinações, mas sempre trazendo couro.
Jacqueline Durran também se preocupou não apenas em retratar os figurinos dos personagens com fidelidade, mas também com o meio ambiente, pois desenhou peças sustentáveis, com tecidos orgânicos de fábricas que remuneram seus trabalhadores corretamente, além de realizar parcerias com a Eco Age e Green Carpet Challenge - que vendem tintas naturais e de baixo impacto nas roupas.
Mesmo com o trabalho incrível, criativo e inovador de Jacqueline Durran, acredito que A Bela e a Fera não vença nessa categoria.
Em minha opinião dos filmes que concorrem à Melhor Figurino, A forma da água é o que traz roupas mais simplistas. Elas contaram com tons pastéis e apagados em referência ao período da Guerra Fria. A cartela de cores começa com cores amarronzadas e escuras e depois varia entre o verde-água e bege. Destaque maior vai para quando a protagonista usa um vestido vermelho, contrastando com o clima pesado e frio do filme.
Mesmo com o simplismo do figurino de A forma da água, com roupas de cortes retos, cores sóbrias e sem estampas, o filme foi bem pensado e trabalhado, condizente tanto com o clima da época e a fotografia.
A simplicidade do figurino de A forma da água, agora dá lugar à exuberância e ao requinte do vestuário de Victoria & Abdul. Destaco aqui o figurino da Rainha e de seu confidente. De um lado, a sobriedade e o luto verificados nos vestidos de Victoria; do outro, o colorido, bordados e cortes das roupas de Abdul.
A caracterização dos personagens está riquíssima e cheia de detalhes, seja nos chapéus, luvas e rendas de Victoria ou no uso de turbantes e túnicas de Abdul.
Os figurinos dos coprotagonistas sofrem mudanças no decorrer do filme. Victoria utiliza vestidos e acessórios pretos no início por estar em um período de luto e depois de cores sóbrias, como o branco, bege e azul. Já Abdul, antes de tornar-se o confidente da rainha utilizava vestes simples e depois exuberantes.
A pesquisa de Consolata Boyle sobre o vestuário da época foi aprofundada. Ela pesquisou a moda da época, bem como documentos registrados. Ela, por exemplo, debruçou-se em conhecer de perto a moda Victoriana (criada em homenagem à Rainha Victoria) e a moda indiana.
Acho o vestuário do longa incrível e ele é um dos fortes candidatos à vencer o Melhor Figurino.
O longa Trama Fantasma, de acordo com o Termômetro Oscar© 2018, é o favorito para vencer essa categoria já que ele ganhou o Critics' Choice Movie Awards de Melhor figurino. Sim, o vestuário e looks do longa estão caprichados, luxuosos e bem diferentes e também acredito que ele vença.
Os vestidos utilizados foram inspirados no New Look, de Christian Dior. Além disso, o figurinista Mark Bridges garimpou peças da Balmain, Balenciaga, Victor Stiebel, Normal Hartnell e Worth, do Victoria & Albert Museum.
As roupas do longa foram confeccionadas com tecidos vintages em uma busca árdua dos produtores em países europeus. Elas foram feitas de veludo, cetim e renda, além de terem cortes diferenciados e cores bem bonitas.
Para compor o figurino, Mark se inspirou em como as pessoas se vestiam no período pós-guerra nos anos 1950.
Depois de A forma da água, O destino de uma nação é o filme com o figurino mais simples e tradicional dos indicados, na minha concepção. O vestuário também é de autoria de Jacqueline Durran (responsável pelo figurino de A Bela e a Fera).
Dessa vez ela optou por cores mais escuras e um look mais sóbrio. Não há uma paleta de cores muito ampla no figurino dos personagens: variando do preto, até o marrom e azul escuros. O visual mais diferenciado fica por conta da mulher de Winston Churchill, Clementine Churchill, que traz cores mais claras e alegres e um corte de tecido mais diferenciado.
A caracterização do político Churchill está impecável e bem condizente: roupas e paletós vitorianos, gravata borboleta, cartola e o famoso charuto.
O trabalho de pesquisa de Jacqueline está bem feito, ao retratar, por meio das roupas, a tensão política de 1940.
Essas foram as minhas considerações acerca dos figurinos dos filmes indicados. Meus preferidos são o de Victoria & Abdul e o de Trama Fantasma, mas acredito que Trama Fantasma ganhe na categoria. Agora, vamos aguardar!
E para vocês, que filme merece ganhar o prêmio de Melhor Figurino esse ano? Digam nos comentários! J-J
Por: Emerson Garcia
Acho que Victoria e Abdul e Trama Fantasma têm mais chances de ganhar esse ano
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Também concordo com você. Foi Trama Fantasma que levou nessa categoria né? Mais que merecido.
ExcluirComo só assisti A Bela e A Fera, vou ficar torcendo pra adaptação hahaha mas com certeza, pelas fotos, todos são fortes concorrentes!
ResponderExcluirUm beijão,
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Continuo na torcida por A Bela e a Fera, espero que ganhe!!
ResponderExcluirwww.mayaravieira.com.br
Eu sempre fico muito por fora do Oscar e me sinto triste por isso kkk Eu nem fazia ideia de que Bela e Fera estava concorrendo para algo :O É muito interessante ver mais sobre figurinos, que é algo que as vezes passa tão despercebido, mas que é tão importante para a história, rs. Os Delírios Literários de Lex
ResponderExcluirSim. Os figurinos tem uma história por trás, um por quê de serem como são.
ExcluirObrigado pelo comentário, Aléxia.