quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Quinta de série #serieteners #4: Homemade





Prosseguimos com o #Serieteners - Séries da quarentena. A série da vez chama-se Homemade (Feito em casa, em português). Criada e produzida pela Netflix, ela é uma coleção de curtas metragens de aclamados cineastas durante a pandemia do coronavírus. A produção contou com 17 episódios de 4 a 11 minutos cada. Todos os curtas foram lançados no dia 30 de junho. Homemade tem produção geral de Pablo Larraín, Juan de Dios Larraín e Lorenzo Mieli. Além da Netflix, a série contou com a produção da Fabula e The Apartment Pictures. Os países de origem de Homemade são a Itália e Chile. 

Os curtas são antológicos. Isso quer dizer que cada um tem uma história, vibe, roteiro e fotografia. Os cineastas dos curtas são Ladj Ly, Paolo Sorrentino, Rachel Morrison, Pablo Larraín, Rungano Nyoni, Natalia Beristáin, Sebastian Schipper, Naomi Kawase, David Mackenzie, Maggie Gyllenhaal, Nadine Labaki, Khaled Mouzanar, Antonio Campos, Johnny Ma, Kristen Stewart, Gurinder Chadha, Sebastián Lelio e Ana Lily Amirpour. O único cineasta que conhecia antes de ver a produção é a também atriz Kristen Stewart. Mesmo não conhecendo os cineastas, eles são aclamados em seus diversos países.




Falando em países, a série é diversificada e plural, uma vez que ela se passa em várias localidades, como EUA, Alemanha, Itália, França, Chile, Portugal, México, Japão, Reino Unido e Líbano. Cada um dos cineastas imprimiu um pouco de sua cultura nos curtas, sendo desafiados a contarem histórias emocionantes, criativas, inovadoras e reflexivas, utilizando somente equipamentos de suas casas e técnicas audiovisuais próprias. 

Em Homemade vimos como as cidades ficaram durante o isolamento social por meio de drones; um diálogo criativo e animado entre o Papa Francisco e a Rainha Elizabeth II; recados de amor; encontros e reencontros inusitados; ócios, lazeres e alucinações criativos durante a pandemia; rotinas e reinvenções; indagações, reflexões e filosofias; e como as pessoas agiram antes, durante e após a pandemia, com o possível desconfinamento. 



A diretora de filmes originais da Netflix, Teresa Moneo, disse que a ideia é que cada diretor fizesse um curta próprio, autoral e único. Depois dos episódios filmados, foram juntados a partir de temas. Ela explica o seguinte:

"Algumas eram histórias muito claramente pessoais e outras eram mais narrativas, fantásticas ou engraçadas. Tentamos dar a eles algum tipo de organização... então eles foram organizados tematicamente."


O cineasta Juan de Dios Larraín disse à Variety que foi um projeto em que a parte financeira e de lucro não estava envolvida. A ideia, simples mas certeira, era a de tão somente refletir sobre uma mensagem sem nenhuma pressão ou anseio por resultado. "Pedimos apenas que a classificação [de cada filme] fosse geral, e não apenas para públicos mais velhos", salientou. 

A atriz e cineasta Kristen Stewart disse que o seu curta-metragem proporcionou a chance dela ser ela mesma, sem restrições. 

O interessante da série é que ela pode ser vista em qualquer ordem, de forma individual como curtas ou em conjunto como um longa. Esse último capta a experiência compartilhada de quarentena. Eu assisti como curtas mesmo entre 17 e 29 de outubro

Homemade, em resumo, foi isso: histórias de pessoas durante a pandemia do coronavírus. Foi também sobre a reação sobre um vírus misterioso e fatal. Foi, sobretudo, sobre retratos de pessoas de diferentes nacionalidades acerca dessa catástrofe que atingiu todas as pessoas do globo terrestre.


Episódios



Abaixo você pode ver os 17 episódios, os cineastas responsáveis, título e onde eles foram filmados. A fonte é do Jornada Geek.

- Ladj Ly (Les Misérables) – curta filmado em Clichy Montfermeil (França);

- Paolo Sorrentino (The Great Beauty, The New Pope) – curta filmado em Roma (Itália);

- Rachel Morrison (Mudbound) – curta filmado em Los Angeles (EUA);

- Pablo Larraín (Jackie) – curta filmado em Santiago (Chile);

- Rungano Nyoni (Kuuntele: I am not a witch) – curta filmado em Lisboa (Portugal);

- Natalia Beristáin (She does not want to sleep alone) – curta filmado na Cidade do México (México);

- Sebastian Schipper (Victoria, Roads) – curta filmado em Berlim (Alemanha);

- Naomi Kawase (True Mothers, Sweet Bean) – curta filmado em Nara (Japão);

- David Mackenzie (Hell or High Water, Outlaw King) – curta filmado em Glasgow (Escócia);

- Maggie Gyllenhaal (The Kindergarten Teacher) – curta filmado em Vermont (EUA);

- Nadine Labaki & Khaled Mouzanar (Caramel, Capernaum) – curta filmado em Beirute (Líbano);

- Antonio Campos (The Devil All The Time) – curda filmado em Springs, Nova York (EUA);

- Johnny Ma (Old Stone, To live to sing) – curta filmado em São Sebastião do Oeste, Jalisco (México);

- Kristen Stewart (Clouds of Sils Maria, Come Swim) – curta filmado em Los Angeles (EUA);

- Gurinder Chadha (Bend It Like Beckham, Blinded by the Light) – curta filmado em Londres (Reino Unido);

- Sebastián Lelio (Gloria Bell, A Fantastic Woman) – curta filmado em Santiago (Chile); e

- Ana Lily Amirpour (A Girl Walks Home Alone at Night, The Bad Batch) – curta filmado em Los Angeles (EUA).


Reflexo



A série é bem realística, um reflexo sobre os tempos difíceis que vivenciamos. Cada cineasta demonstrou, à sua maneira, a fabilidade humana com menos ou mais drama, humor, ação e mistério.

Com a série nos identificamos, apesar que em alguns momentos agimos com estranheza para todas as atitudes dos curtas, afinal vivenciamos um dia a dia inusitado que nunca fora experimentado outrora. 



Modo de fazer



Em sua maior parte a série foi filmada com celulares. Também foram utilizados drones e equipamentos que existiam nas residências de seus idealizadores.

O trabalho de pós-produção é impecável, embora os episódios que mais ganharam destaque foram os mais simples e que contaram com atuações mais espontâneas. Posso citar, por exemplo, um dos episódios em que uma garotinha faz uma das apresentações e atuações mais criativas e interessantes de toda a obra. As cenas foram filmadas num dia quando a pequena acordou e resolveu invadir o escritório de seu pai cineasta. As cenas apenas foram filmadas de forma espontânea, enquanto a imaginação da menina ficava aflorada. 


Logo



A logo da série é muito criativa ao trazer linhas e traços que formam tanto uma casa como uma câmera, fazendo referência ao lugar onde a série foi criada e produzida (casa) e como ela foi filmada (celulares e câmeras de vídeo próprios). 


Recepção

No site de avaliações Rotten Tomatoes a série possui uma taxa de aprovação de 94% e uma classificação de 7,4 de um total de 10 pontos. 

O site IndieWire descreveu a produção como "puro talento cinematográfico em pequenas peças que funcionam como uma colagem animada e dispersa do mundo em 2020". Concordo, pois a série possui uma ótima fotografia e nenhum episódio se parece com o outro, afinal são 17 cineastas. O site ainda deu nota A- à produção. 

A jornalista Anna Menta em uma matéria para a Decider teceu elogios para o curta de Kristen Stewart, o Crickets (Grilos) ao descrevê-lo como "cortes rápidos, som não tão bom, resmungos existenciais e um enredo que não é realmente um enredo. Ainda assim, Stewart é incrível atriz, e você pode ver cada micro-expressão em seu rosto nos closes extremos"


Crítica



A produção tem episódios extraordinários, outros médios e mais uma porção de péssimos. De fato há episódios que brilharam e foram mais interessantes que outros. Geralmente os melhores foram os espontâneos, porém criativos. Já os piores foram os menos inspirados e que não correspondiam à realidade vivenciada pelo mundo, ou seja, os menos empáticos. 

Entre os episódios mais memoráveis estão: um que a narradora acompanha seus filhos durante a quarentena; o dos diálogos entre os bonecos Papa Francisco e Rainha Elizabeth II; o da atriz Kristen Stewart tendo que lidar com a insônia e com grilos; o de um idoso em uma casa de repouso que liga para seus ex amores; e o musical bem interpretado por uma atriz que reconhece e canta sobre os seus privilégios.

Homemade teve a capacidade de refletir, gerar comoção, fazer rir, mas sobretudo conseguiu retratar a nossa dura realidade. São peças, no geral, criativas. A série poderia ser melhor se tivesse uma curadoria mais diversa e não se concentrasse apenas em pessoas que possuem luxos e facilidades. A sensação que o seriado nos dá é que todos estão em isolamento social, mas existem aqueles que estão mais isolados que os outros. Vale o play, com todas as ressalvas. J-J






 





  Por: Emerson Garcia

14 comentários :

  1. Bem interessante. Já tinha ouvido falar mas nunca parei para assistir. Gosto dos posts de vocês que traz muito conteúdo sobre a série.

    www.vivendosentimentos.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá Emerson, como vão as coisas desse lado de cá?
    Bem interessante muita informação sobre o assunto.
    Obrigada pela sua presença lá na casa.

    ResponderExcluir
  3. Boa dica, meu amigo, vou da uma olhada depois! :D

    ResponderExcluir
  4. Amei a dica. Estou amando ver essas séries feitas durante a quarentena. Tem muito trabalho bom
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Parece ser bem interessante! :) Bom fim de semana.
    --
    O diário da Inês | Facebook | Instagram

    ResponderExcluir
  6. Ainda não tinha assistido, mas vou da uma chance. Achei a ideia bem interessante.

    Beijo!
    Cores do Vício

    ResponderExcluir
  7. eu não conhecia
    mas achei bem legal, acho que vou ver

    beijo
    A mina de fé

    ResponderExcluir
  8. Achei bem interessante e eu não tinha ouvido falar ainda.

    Pam Lepletier

    ResponderExcluir
  9. Vou espreitar, pode ser que me agarre.
    Bom fim-de-semana
    Abraço

    ResponderExcluir
  10. Fiquei com vontade de ver o trabalho todo! Só há uma coisinha que me embatucou, o tal The Kindergarten Teacher, da Maggie Gyllenhaal. E isso porque ela atua num filme - de 2018 - com o mesmo nome. A Maggie é irmã do Jack Gyllenhaal (dos filmes Donnie Darko, Brokeback mountain e tantos outros igualmente bons). Ambos são muito dedicados ao trabalho.

    ResponderExcluir
  11. Oi Emerson, bom dia!
    Eu confesso que meu grau de ansiedade nem sempre me permite assistir séries, não sou muito fã, mas fiquei curiosa p/assistir as "Séries da quarentena", já que me sinto uma personagem dentro delas kkkk.
    Aproveito p/desejar um FDS bem maravilhoso p/vcs. Bjsss

    ResponderExcluir
  12. Que interessante. Adorei essa dica. Não conhecia essa série, mas achei bem interessante e diferente.

    https://www.biigthais.com/

    Beijoos ;*

    ResponderExcluir

Obrigado por mostrar seu dom. Volte sempre ;)

Nos siga nas redes sociais: Fanpage e Instagram

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 

Template por Kandis Design