Pode conter spoilers!
Eu tenho certeza que você, amante de séries, nunca viu na sua vida algo tão surpreendente e incomum como The Handmaid's Tale. Agora é a hora de mergulhar nessa realidade tão caótica e cruel, e saber o porque a série é tão necessária nos tempos atuais.
The Handmaid's Tale (O Conto da Aia) é um romance da escritora canadense Margaret Atwood que foi concebido em 1985, e desde a época de sua publicação vem sendo muito criticado como uma obra prima da literatura estadunidense. A amplitude e o poder desse obra foram tão aclamadas, que chamou atenção de Bruce Miller que decidiu comprar os direitos do livro e fazer uma série de televisão com a supervisão de Margaret.
Foi em 26 de abril de 2017 que os 3 primeiros episódios estrearam e foram exibidos na TV. Eu sei, você deve estar pensando: "Nossa, depois de 32 anos decidiram fazer uma série?". Realmente muito tempo se passou até alguém ter coragem de televisionar este romance. Acontece que The Handmaid's Tale não é uma obra qualquer. Ela aborda uma realidade tão cruel e bizarra que pra aquela época era inevitável não haver polêmicas e consequentemente barrar qualquer indício de um filme ou série pra televisão. E claro, ninguém tinha coragem de pelo menos tentar. Por mais que fosse totalmente relevante, quem iria querer criar uma obra que traria muita confusão e problemas para a televisão?
Mas o importante é que The Handmaid's Tale chegou, e hoje é considerada pela crítica uma obra de arte. É a série mais relevante da última década, tendo sido renovada para a segunda e terceira temporada. Em 2021, após ser adiada por conta da pandemia, teremos mais dez episódios da quarta temporada - que inclusive ainda nem estreoou e já foi renovada para a quinta temporada. Incrível, não é mesmo!?
The Handmaid's Tale venceu inúmeros prêmios, como Programa do Ano, Série Dramática de televisão, e também os oito prêmios principais do Emmy Awards no ano de seu lançamento. A produção segue até hoje sendo a mais aclamada pela crítica e a mais indicada da história.
Eu sei que você deve ter ficado muito curioso sobre do que se trata a série. Bom, vou matar a curiosidade. Mas se você ainda não a assistiu, creio que terão muitos spoilers aqui. Sem mais delongas, vamos comentar um pouco sobre a série...
The Handmaid's Tale segue a vida da comunidade estadunidense, depois de um atentado terrorista que acaba ceifando a vida do presidente dos Estados Unidos. Grande parte dos políticos eleitos do país acabam aceitando e aderindo os termos de uma facção católica, que ligeiramente toma o poder com o intuito de restaurar a paz no país que a partir daquele momento se chamaria "República de Gilead". Depois de tudo isso é instaurado um regime totalitário baseado nas leis bíblicas do antigo testamento, retirando todos os direitos das minorias, inclusive das mulheres que se não fossem casadas com homens de poder, ou tivessem algum tipo de autoridade devida a experiência eram usadas com "úteros ambulantes", tendo o dever de procriar e dar filhos às mulheres inférteis de seus comandantes, mantendo assim os níveis demográficos da população. Não é fácil acompanhar The Handmaid's Tale e não sentir um leve desconforto. A série aborda o machismo, a homofobia, racismo e o totalitarismo de maneira genial.
Na série acompanhamos June (interpretada majestosamente pela atriz Elisabeth Moss) que narra a história, e vive de maneira intensa cada momento naquele lugar. É graças a excelente interpretação da atriz que somos emergidos ao pânico que aquele lugar proporciona. Existem diversas cenas muito chocantes. Por exemplo, todos os meses as Aias (Mulheres que estão ali somente para procriar) são estupradas por seus senhores, tem seus corpos violados, e quando engravidam tem que lidar com a dificuldade de ter que deixarem seus filhos e irem para outra família e servir à eles. June é a única figura de resistência que existe.
Ao longo das temporadas, a força e a luta daquelas mulheres que não aguentavam mais as muitas torturas, os estupros, os abusos, vão crescendo e se potencializando. A união daquelas mulheres a fim de destruir aquele sistema opressor é algo que consequentemente irá te conquistar logo de início. Mas não se engane, The Handmaid's Tale não tem um enredo feliz, e muito menos um final feliz. Juro que gostaria muito de dizer que tudo dá certo, que sempre há uma luz no fim do túnel. Mas não, tudo é triste. Até as pessoas mais insensíveis irão se emocionar. Existe uma cena bem específica, que, se tiver um problema ou estiver em um dia ruim, se lembrar dela, você verá que existem coisas bem piores. Imagine só: uma mulher em trabalho de parto, jogada sobre a neve em um frio cortante, sendo que, sua outra filha foi sequestrada, e por mais que a situação dessa mulher estivesse ruim o bastante, ainda aparece um lobo. Isso mesmo, um lobo, pessoal! Você consegue imaginar uma realidade tão cruel e medonha como essa?
Pois é, não é uma série fácil, porém é necessária. Não é à toa que The Handmaid's Tale é a série mais aclamada da crítica. Na minha opinião é uma obra importantíssima e um símbolo de resistência. E pra quem já conhece sabe que a realidade da série não está muito longe da nossa.
Enfim, esse é o Quinta de série de hoje. Espero que eu tenha pelo menos despertado a curiosidade para assistir esta obra. Um gorro branco e uma capa vermelha se tornaram sinônimo da opressão contra as mulheres. O romance de 1985 da escritora Margaret Atwood selou essa imagem em nossas almas, com a descrição de uma distopia futurista, em que as mulheres são forçadas a uma espécie de escravidão reprodutiva para gerar os filhos da elite, e usam esse uniforme para reforçar sua submissão. Lembre-se: nada é tão ruim que não possa piorar.
Para quem tem dificuldade em achar, a série está disponível na rede de streaming Globoplay. Não perca tempo e corra para assistir esta obra prima da atualidade. Fique agora com o trailer. J-J
Por: Arnaldo Woosters, colaborador especial do JOVEM JORNALISTA
E se, em vez de você esperar por 2021, 2021 esperasse por você?
ResponderExcluirEm vez de: "2021 vai ser melhor", use: "Eu serei melhor em 2021".
Em vez de: "Que 2021 seja um ano excelente", use: "Eu serei uma pessoa excelente em 2021".
Em vez de: "o que 2021 me reserva?", use: "O que eu reservo para 2021?"
Em vez de: "tomara que 2021 me traga...", por , o que é que você pretende levar, entregar, oferecer em 2021?
*_Te desejo um excelente VOCÊ para 2021._* FELIZ ANO NOVO.
*Luiz Gomes*
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ResponderExcluir.
Feliz Ano Novo de 2021, extensivo a toda a sua família
E a quem mais morar em seu coração.
Saudações poéticas.
Hoje apenas lhe quero desejar um feliz ano novo.
ResponderExcluirCoisas de Feltro
Li o livro da Margaret Atwood e depois assisti à série. Atwood é do tipo que detecta 'no ar' as tendências da humanidade - quase sempre problemáticas - e as denuncia, em seus livros. Logo após a publicação deste livro/série, o mundo foi bombardeado com ataques ao feminismo e à autonomia das mulheres.
ResponderExcluirFeliz 2021!
Ainda não vi a série ou li o livro, mas sei que são muito importantes e abordam temas que devem ser falados sim, né?
ResponderExcluirA atriz é maravilhosa, mas eu só vi O Homem Invisivel com ela, amei!
Feliz ano novo!
Beijos!
Pâm
Blog Interrupted Dreamer
Oi
ResponderExcluireu tenho o livro e ainda não li, também quero assistir a série porém só fico na enrolação porque sei que é uma série difícil.
http://momentocrivelli.blogspot.com/
Parece interessante o seriado. Feliz 2021! Abraço.
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Olá,
ResponderExcluirEu ainda não assisti essa série porque pretendo ler o livro antes. E até tenho ele aqui já. Vou ver se encaixo na minha lista de leituras desse ano hehe.
Prefácio
Confesso que não conhecia nem a série nem o livro... vou tentar achar o livro primeiro, que me parece super empolgante!
ResponderExcluirUm grande abraço!
Ana
Estou terminando de assistir a 3ª temporada, e já perdi as contas de quantas vezes desabei a chorar.
ResponderExcluircobaiaamiga.com