Dando continuidade à Semana do Orgulho LGBTQ+ 2020 hoje falarei de desejo, fetiches e sexo entre as pessoas LGBTQ+. Como já falado no blog, o indivíduo é dotado de sexualidade e afetividade, ou seja, ele possui uma identidade de gênero, uma expressão de gênero, um sexo biológico e uma orientação sexual, como verificado no infográfico abaixo:
Sem me ater a identidade e expressão, me aterei à orientação e ao sexo biológico do indidívuo, pois serão fundamentais para o assunto principal do post. A orientação sexual diz respeito à aspectos físicos e emocionais do indivíduo, baseados em seu sexo/gênero e o da outra pessoa. Nesse sentido, a pessoa pode orientar-se afetiva e sexualmente, sendo heterossexual (indivíduo que sente atração pelo gênero oposto), bissexual (indivíduo que sente atração pelos dois gêneros) ou homossexual (indivíduo) que sente atração pelo mesmo gênero).
Já o sexo biológico é a característica física do indivíduo quanto ao órgão, hormônios e cromossomos. São três os sexos biológicos: fêmea, representado pela vagina, ovários e cromossomos XX; macho, pênis, testículos e cromossomos XX; e hermafrodita, uma combinação dos dois anteriores.
Sabemos que o desejo e fetiche que desembocam em uma relação sexual (sexo) são inerentes à quase todos os indivíduos, com excessão dos assexuais (pessoas que não sentem nenhuma atração sexual pela outra) e demissexuais (pessoas sem nenhuma atração pela outra, exceto se for emocional ou romântica); e que o órgão sexual (pênis, vagina e ânus) que faz parte de nós tem funções tanto orgânicas, reprodutoras e sexuais, sendo fontes de desejo e prazer.
Como estamos na Semana do Orgulho LGBTQ+ 2020 resolvi ressaltar os desejos e fetiches de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e drag queens; bem como falar da relação sexual (sexo), ressaltando a importância da prevenção contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) entre a comunidade. Confira!
Como lidar com a sexualidade LGBTQ+?
O principal tema desse post é a sexualidade, na sua essência e pureza. Procurarei ser o mais sensível com a temática, sem levar para o lado promíscuo ou de devassidão. Sobre a sexualidade LGBTQ+, fica a questão: como lidar com ela?!
Em um processo evolutivo da humanidade, percebemos que uma das funções dos indivíduos é a líbido, ou seja, a energia sexual de cada ser com o fim de oferecer prazer a quem a busca. A líbido (energia sexual ou desejo) oferece benefícios ao organismo, além de ter uma função social e coletiva. Gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e drag queens são seres que possuem líbido e, além disso, órgão genital, então não podemos retirar deles esse direito, agir com preconceito ou dizer que por sua condição são promíscuos e devassos. Não! São seres humanos que também necessitam de sexo e prazer!
A humanidade criou conceitos de moralidade, filosofia, ciência, códigos de ética, política, chegando a influenciar como lidamos com nossa sexualidade ou orientação sexual e romântica. Muitas vezes essa influência é parcial, pois ela aceita como ideal somente a relação sexual heteronormativa, não levando em conta os outros tipos de relacionamentos sexuais (Quando leva é para o lado perjorativo, como já falei). Se for um relacionamento sexual transexual então, nem se fala...
Em algumas culturas históricas não existe essa influência parcial e negativa. Nelas a temática de diversidade sexual é bastante natural, ou seja, o sexo entre pessoas do mesmo gênero (gay e lésbico) ou entre transexuais e travestis é aceito sem represálias.
Então, é importante que gays, lésbicas, travestis, transexuais e drag queens saibam lidar com sua sexualidade, não a menosprezando ou crendo que "é pecado ter um relacionamento sexual fora da heteronormatividade". A líbido, desejo, fetiche e sexo são inerentes a quase todos.
Fetiches (Desejos)
O fetiche é um substantivo masculino com origem no termo fétiche, do idioma francês, significando um objeto enfeitiçado, comportamento, parte do corpo ou objeto que desperta excitação social. Também pode estar ligado ao misticismo, sendo um amuleto ou talismã, com origem obscura e com poderes mágicos ou sobrenaturais (tribos africanas possuem certos objetos desse gênero, apreciados pelo povo). Na psicologia o fetiche possui conotação sexual e representa um comportamente específico de prazer em determinadas atividades, objetos ou partes do corpo.
O fetiche, portanto, se caracteriza pelas manifestações dos cinco sentidos estimulados. Entre os fetiches conhecidos estão: partes do corpo; curvas e contornos; formas e peles; cores e estilos; perfumes e aromas; vozes e sussurros; e sabores e texturas. Eles adveem de uma exercitação sexual, de uma experiência particular ou do imaginário interior de cada um.
Gay
Começo falando de alguns fetiches (desejos) de gays (homossexuais). Reuni 11 tipos de fetiches, são eles:
1- salirofilia: fetiche por fazer sexo com um homem suado. A atração pela saliva também faz parte desse gênero.
2- hibristofilia: fetiche por fazer sexo com um homem perigoso. É o gay que se sente atraído e excitado por um criminoso ou agressor.
3- tricofilia: atração física pelos pêlos (sejam pubianos ou não) e cabelos do parceiro. Quem possui esse fetiche prefere os parceiros peludos.
4- odaxelagnia: fetiche associado ao sadismo e masoquismo. É o fetiche da prática de morder e bater ou ser mordido e batido por alguém.
5- bondage: fetiche de quem domina ou se é dominado. Os fetichistas recorrem a cordas, algemas, vendas, bastando a imaginação. É importante saber respeitar os limites do parceiro e combinar uma palavra-chave para que ninguém saia mal da brincadeira.
6- sexo em grupo: é um fetiche comum tanto a gays como héteros. O sexo com vários companheiros é um dos fetiches mais comuns.
7- estigmatofilia: atração sexual por parceiros com tatuagens, cicatrizes ou piercings no corpo.
8- voyeurismo: o voyeur é aquele que gosta de ver o sexo e de espiar. Ele, por vezes, atinge o orgasmo masturbando-se ao observar os parceiros sem que estes o vejam.
9- partialismo: fetiche por uma parte específica do corpo do parceiro, que não as genitais, despertando erotismo. As partes podem ser pés, peito (peludo ou não), abdomen, músculos, mãos, axilas, entre outras.
10- role play: fetiche que consiste em o casal ou um dos membros do casal idealizar um papel diferente do costume entre quatro paredes, ou seja, fantasiar-se. Entre as fantasias mais comuns estão de policial, bombeiro, gangster (mafioso), médico e marinheiro.
11- narratofilia: fetiche por falar palavras sujas e palavrões durante o ato sexual.
Lésbico
O relacionamento sexual lésbico não é moda; não é um ato para provocar a líbido e o prazer de um homem querer transar com duas mulheres (ménage à trois); e não é nada do que se pense que não seja uma opção sexual. O sexo lésbico deve ser respeitado, assim como as relações sexuais heterossexuais. Então, nada de machismo e heteronormatividade! Um homem, ao ver duas mulheres se beijando, deve se comportar normalmente. Nada de mostrar a língua e segurar o saco. Não é um convite para um relacionamento a três!
Agora, falarei de 10 fetiches lésbicos. São eles:
1- uso da língua: fetiche de mulheres por usar a língua no corpo da outra, sentindo na língua a textura e o macio da pele.
2- ejacular pela vagina: um desejo feminino recorrente é o de ejacular (squirting). O orgasmo pelo ponto G é de deixar os membros bambos, mexer o corpo, revirar os olhos e sair de órbita por segundos. Lésbicas conseguem o squirting por meio do sexo oral ou da masturbação.
3- amarrar o corpo da outra: outro fetiche comum é o de amarrar o corpo da parceira e realizar vários desejos que não podem ser sequer ditos nesse post.
4- lugares públicos: lésbicas tem o fetiche de transar dentro do carro, no elevador ou ainda no banheiro do avião. A adrenalina nesses momentos fala mais alto.
5- strip-tease: toda mulher adora ver a parceira babando por ela, mesmo em um strip-tease.
6- sadomasoquismo: toda mulher gosta de ser uma Christian Grey com a outra e vice-e-versa. Ser amarrada e dominada ou dominar é um fetiche recorrente entre lésbicas. Tapinhas e puxões de cabelo leves também são permitidos.
7- força: toda mulher gosta de ser amada e bem tratada, mas tem horas que ela quer ouvir palavras ousadas, ser pega com um pouco mais de ímpeto e não dar limites para a parceira.
8- sexo com estranhas: há lésbicas que fantasiam o sexo com alguma mulher desconhecida. A proposta é só se dar prazer e descobrir do que a parceira é capaz.
9- filmar: existem lésbicas com o fetiche de ser filmada pela outra.
10- ménage a trois: fetiche do casal lésbico em ter um relacionamento sexual com outra mulher.
Bissexual
Uma pesquisa revelou que heterossexuais objetificam bissexuais ao sexo, mas nesse post quero tirar essa visão que bissexuais são apenas objetos de prazer. Outrossim, são seres dotados de líbido, desejos e fetiches (Como falado anteriormente).
Uma pessoa bissexual conhece bastante o seu desejo e fetiche de gostar de ambos os sexos. Estar apaixonado ou ter um desejo sexual por uma mulher, não exime a falta de gostar de um homem. A bissexualidade é mais que uma curiosidade da adolescência, é uma condição sexual, de ser uma pessoa autônoma e decidida mesmo.
Uma matéria da Morangão, ex BBB, no UOL mostrou bissexuais que gostam de dominar mulheres e ser submissas aos homens. Bissexuais também gostam de ménage a trois, de ser passivos ou ativos na relação sexual.
Shudo (pederastia japonesa): um jovem rapazo entretém um amante mais velho, cobrindo os olhos enquanto beija sorrateiramente uma mulher serva. I Wikipédia
Transexual e travesti
Pessoas transexuais e travestis também tem líbidos, fetiches e desejos. Os transexuais tem o desafio de sentirem prazer a partir da redesignação sexual (corte do pênis e cirurgia para a criação de uma vagina ou de um pênis). Já os travestis, tem o desafio de sentirem prazer por meio de seu pênis, pois muitas delas optam pela não redesignação de seus órgãos sexuais, e por isso não podem ser confundidas com pessoas transexuais.
A mesma problemática que existe com os bissexuais, existe com relação aos transexuais e travestis. Muitos as consideram como objeto de prazer e fetiche, mas esquecem que elas são seres humanos dotados de libido também.
Drag queens
Algumas drag queens tem o fetiche de fazer sexo com o parceiro ou a parceira "montada", o nome para essa atividade é cross-dressing.
Sexo e prevenção
Seja gay, lésbica, transexual, travesti ou drag queen a regra é a mesma: use camisinha! É necessário buscar se proteger, se prevenir e possuir uma higiene íntima (seios, pênis, vagina e ânus) com frequência. A forma mais conhecida e mais eficaz de se proteger das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) são as camisinhas, tanto para órgãos masculinos, quanto para órgãos femininos. Veja a utilização de cada uma abaixo:
1. Abra a embalagem com cuidado - nunca com os dentes - para não furar a camisinha. Coloque a camisinha somente quando o pênis estiver ereto.
2. Desenrole a camisinha até a base do pênis, mas antes aperte a ponta para retirar o ar. Só use lubrificantes à base de água, evite vaselina e outros lubrificantes à base de óleo.
3. Após a ejaculação, retire a camisinha com o pênis ainda duro, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze da camisinha.
4. Dê um nó no meio da camisinha e jogue-a no lixo. Nunca use a camisinha mais de uma vez.
(Fonte: Giv)
1- Observar a data de vencimento.
2- Observar a integridade da embalagem.
3- Abrir a embalagem com cuidado para evitar furar a camisinha. Deixar a
embalagem semiaberta para facilitar na hora do uso.
4- Segurar a argola menor com o polegar e o indicador. Apertar a argola e introduzi-la na vagina com o dedo indicador.
5- Empurre-a com o dedo indicador.
6- A argola maior fica para fora da vagina, isso aumenta a proteção.
(Fonte: Sexo seguro)
Gays
A camisinha é o principal método de prevenção, seja para o sexo oral ou anal. Os gays devem ter esse cuidado de sempre utilizar o preservativo, tendo em vista o crescimento do HIV/AIDS.
Além desse cuidado, também faz-se recomendado a higiene íntima tanto do ânus como do pênis.
É necessário fazer a conscientização dos gays, sejam por meio de palestras e peças de teatro em saunas e boates gays.
Lésbicas
As lésbicas também devem se prevenir em uma relação sexual. Entre as recomendações estão o uso de sabonete íntimo antes e depois dos atos sexuais; a higienização ou uso de camisinhas masculinas em brinquedos eróticos; uso da camisinha de látex, caso haja contato entre vulvas e vaginas; estar com os exames preventivos em dia; observação caso haja ferimentos e sangramentos; utilização de luva de latex para proteger o dedo e a vulva, no caso de penetração com o dedo; e a camisinha cortada e plástico filme na vagina, caso haja sexo oral. Confira os infográficos abaixo:
As lésbicas tendo esse hábito de prevenção evitarão doenças como sífilis, herpes genital, HPV, tricomoníase e gonorreia clamídia.
Bissexuais
Nesse caso, repito o que já disse: higiene e camisinha são a chave!
Transexuais e travestis
A prevenção vai além do uso da camisinha, é esclarecer sobre sexualidade. É a pessoa trans ou travesti ter a noção clara de quem se é.
Sexualidade, fetiches (desejos) e sexo entre as pessoas LGBTQ+
Falar de sexo e informar a comunidade LGBTQ+ não é promiscuidade. O sexo é inerente às pessoas sexuais, como vimos nesse post. Todo fetiche é válido, se saber-se respeitar o outro e a si mesmo. Lembre-se: sexo, só se for com camisinha e com todos os cuidados necessários. J-J
Gostos não se discutem. Cada pessoa tem o direito de viver a sua vida- incluindo a sexual - da forma que entender.
ResponderExcluir.
Cumprimentos
Hey Emerson! Tudo bem?
ResponderExcluirBom post, explicativo.
Obrigada por comentar lá no blog.
Volte sempre!
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Boa noite gostei do fetiche 3 dos homens.
ResponderExcluirObrigado pela partilha. Agora te conheço um pouco melhor.
ExcluirÓtimo post. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Informativo aqui é o que nao falta! Parabens pelo excelente trabalho de pesquisa pessoal!
ResponderExcluirAbraços
Emerson
https://territoriogeeknerd.blogspot.com/?m=1
Valeu, Emerson. Uma das vertentes do blog é a informação.
ExcluirSuper interessante a matéria ... parabéns ...
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