No Quinta de série de hoje trago uma série da Netflix que contou com três temporadas, totalizando 33 episódios: Bloodline. A produção teve sua estreia em 2015 e sua conclusão antecipada nesse ano, 2017. Ela fora criada por Todd A. Kessler, Daniel Zelman e Glenn Kessler. Obteve críticas positivas em sua primeira temporada, contudo a qualidade decaiu muito em seu segundo ano, ocorrendo seu cancelamento e encerramento na terceira temporada.
Bloodline conta a história de uma família desajustada, desajustada não, totalmente desajustada. Ela é composta pelos patriarcas, Robert e Sally Rayburn, e seus quatro filhos: Danny, John, Meg e Kevin. A família Rayburn é dona de um hotel à beira da praia em Miami, onde vivem, residem e trabalham.
Os negócios da família vão de vento em polpa, até que um dos filhos resolve retornar para casa. Este é Danny, o primogênito dos Rayburn e considerado a ovelha negra da família. Acontece que seu retorno não será bom para a maioria, com exceção de sua mãe. Seu retorno causa muito incômodo, além de trazer à tona problemas do passado.
A série, então, vai se construindo assim: com a reintegração ou não de Danny. Seria ele um problema para todos? Por que seu retorno causou tanto desconforto? Desse modo, conhecemos o passado de Danny, assim como dos demais. Descobrimos que Danny realmente é uma ovelha negra: mente, usa drogas, fuma, bebe, tem um passado e um linguajar bem sujo. Mas também descobrimos que ele não era o principal problema, e passamos até mesmo a gostar dele e odiar os que se diziam heróis...
Bloodline começa com a seguinte frase: "Não somos pessoas más, mas fizemos uma coisa ruim", que é dita por John - o segundo filho mais velho dos Rayburn e quem narra essa história. De fato, algo muito ruim foi feito para preservar a honra da família. Seria uma única pessoa que fez? Várias? Esse será um segredo que será guardado por um bom tempo e quando revelado, ocasionará reações irreversíveis.
Os Rayburn são o retrato de muitas famílias reais, em que há predileções por filhos, segredos guardados, conflitos, mágoas, rancores, mas também perdão, redenção e reconciliação. As situações retratadas são bastante comuns e demonstraram o drama que muitas pessoas já passaram.
A série também é humana ao mostrar o que há de melhor e de pior nos seres humanos. Os personagens da série não são perfeitos e não tem apenas uma linha de personalidade. Eles são falhos, cometem besteiras, entretanto são apaixonantes e cativantes. Bloodline traz essa oscilação: em um primeiro momento você ama um personagem, para depois odiá-lo com todas as forças, ou vice-e-versa.
A série lidou com as mais variadas situações familiares: relação de pais e filhos; sexo na terceira idade; relacionamento entre irmãos; entre maridos e esposas, etc. Para os apaixonados por dramas familiares essa é a produção indicada.
Personagens
John Rayburn: é o segundo filho da família Rayburn e o protagonista dessa história de "tretas de família". É um detetive policial correto, mas que a partir de determinado fato terá sua personalidade modificada.
Danny Rayburn: o filho mais velho da família Rayburn. Este é o típico filho perturbado que toda família possui, sabe? Danny é mentiroso, vagabundo, usuário de drogas e não mantém uma relação muito boa com sua família, exceto com sua mãe Sally. Possui um passado obscuro e agora volta para o seio familiar para se reconstruir.
Meg Rayburn: É a filha do meio. É uma advogada centrada e a mais sensata dessa família problemática. Possui dificuldades na vida sentimental, mas sempre está do lado de seus pais, para o que eles precisarem, sendo uma apoiadora e uma coluna tanto em suas vidas como nas de seus irmãos.
Kevin Rayburn: É o caçula. Kevin renova barcos em Indian Key Channel Marina. É o típico filho que age por emoção e faz o que dá na telha. No decorrer da história ele comete muitas besteiras, mas seu irmão John está ali para corrigi-lo e dar um norte à ele.
Robert Rayburn: patriarca da família, dono de um hotel à beira-mar em Miami. Robert guarda muitos segredos do passado e não mantém uma relação muito boa com seu filho mais velho, Danny.
Sally Rayburn: é a matriarca da família. Aquela que oferece carinho e proteção, além de ser a válvula de escape dos filhos. É uma mulher alegre, porém sofrida, principalmente por todas as coisas que acontecem na série.
Abertura, fotografia e paisagens
Bloodline tem um aspecto técnico incrível, e esse foi um dos motivos que me fez assisti-la. A Netflix realizou um trabalho impecável de fotografia, digno de uma obra cinematográfica. As camadas de cores das cenas é algo que merece destaque.
O deleite visual inicia-se a partir da abertura, que traz paisagens praianas e da natureza estonteantes. Trata-se de uma praia localizada em Islamorada, em Cayos (FL), onde fica o hotel dos Rayburn.
A abertura consiste em mostrar essa praia em diferentes momentos do dia, com as mais diferentes intervenções: escuridão, sol, chuva, vento. O efeito ficou incrível e bastante realístico. A música-tema chama-se The water let's you in, da banda Book of Fears - que traz vozes e o som belíssimo de uma gaita. A letra fala de um homem que tem uma missão no mar. Assista:
É ou não é uma abertura incrível? Daí você pensa: se a abertura é assim, imagine a série e suas paisagens?! Sério! Meu sonho é morar nas ilhas de Flórida Keys depois de assistir Bloodline. Um cenário paradisíaco desses, bicho...
Crítica e audiência
Bloodline tem uma interessante trama, contudo, por diversas vezes, ela ficou complexa e difícil de ser entendida. Para explicar a história da família, foi utilizado flashbacks, que muitas vezes mais atrapalharam que ajudaram.
A série tem um ritmo lento, que pode incomodar as pessoas que gostam de tramas cheias de ação e aventura. Bloodline, desse modo, foi cheio de altos e baixos, com episódios bons, mas outros ruins. A trama demorou pra engrenar, embora tivesse importantes ganchos, como os dramas da família, investigações policiais e suspenses.
Em matéria de focar na família e em seus dramas, Bloodline soube fazer isso muito bem, ao explorar as personalidades complexas dos personagens em diálogos riquíssimos e cheios de emoção.
Já sobre a atuação dos atores, não tenho do que reclamar. Eles se entregaram de corpo e alma à história. Merecem destaque as atuações de Kyle Chandler (como John Rayburn), Ben Mendelsohn (Danny Rayburn) e Sissy Spacek (Sally Rayburn).
"Linha de sangue" teve um ótimo gancho da primeira para a segunda temporada, que me deixou de queixo caído. Se eu achava que essa família já tinha problemas suficientes, estava muito enganado. Contudo, a trama se perdeu no decorrer do seu segundo ano, com narrativas desinteressantes e que me deixaram com bastante sono.
Com isso, a audiência só veio a despencar, até que os produtores e criadores resolveram cancelar a série e entregar um final tosco e sem graça. Sério! Me pergunto como tiveram coragem de colocar aquilo no ar e estragar o que de certa forma já estava estragado. Os delírios psicóticos de John e o subaproveitamento do filho de Danny foram fora dos limites. Só o que gostei do episódio final foi a deterioração da família Rayburn.
Tenho dúvidas se recomendo a série pra vocês ou não. Mas para aqueles que se interessarem, saibam que é uma trama bastante lenta, cheia de altos e baixos e um final arrasador. E o que verdadeiramente vale a pena? As paisagens paradisíacas, a fotografia impecável e os conflitos familiares dos Reyburn. Até a próxima! J-J
Por: Emerson Garcia
Interessante, já quero conhecer essa série :)
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Eu nunca tive muito interesse nessa série, e agora lendo essa resenha, vi que a série realmente não é pra mim haha acho um saco quando entregam um final ridículo só pra ter uma conclusão, sabe?
ResponderExcluirUm beijão,
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Faz bem em passar longe dela. Não perde nada kk
ExcluirOi Emerson, taí uma série que eu tenho muita vontade de assistir. Já está aqui na "fila". Um abraço!
ResponderExcluirBoa sorte. Já assista sabendo desses pontos e observações.
ExcluirAssisti alguns capítulos, mas desisti;)
ResponderExcluirBjs!
Eu também queria desistir no início da segunda, mas perseverei.
ExcluirAinda não conhecia essa série, mas pela resenha acho que vou continuar sem assistir rs Bjs
ResponderExcluirwww.mayaravieira.com.br
Procure algo mais interessante rs
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